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A formalização da atividade cognitiva do operador num modelo cognitivo

3. O controle da distribuição e manutenção da rede de energia elétrica

3.4 A formalização da atividade cognitiva do operador num modelo cognitivo

Depois de ter pesquisado e analisado, por separado e em conjunto, a tarefa e as atividades do operador, em relação ao sistema dinâmico, apresentamos as base para desenvolver o modelo de funcionamento de sua atividade cognitiva. Trata-se de um

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modelo que formaliza os processos cognitivos necessários para compreender e resolver problemas por analogia. Neste sentido, distinguimos os processos de compreensão, de elaboração de um plano de ação e sua posta em prática.

O interesse teórico consistiu em estabelecer uma correlação entre os processos de compreensão de textos (por exemplo, documentos, informação apresentada na tela do computador, etc.) e os processos de solução. Outro interesse fica em estudar os mecanismos de resolução de problemas que ativam os conhecimentos procedurais e conceituais.

Os processos de compreensão consistem, essencialmente, em processos de elaboração e representação de um problema. Nesta parte, foi pesquisado como estava organizada a estrutura dos conhecimentos na memória do operador. O conceito de espaço de estados (Newell e Simon, 1972) e a teoria dos MOPs (Schank, 1982) resultaram de grande importância na configuração do modelo.

A elaboração de um plano de ação por meio de esquemas, na solução de um problema, na rede de distribuição se inclue métodos de solução, mais ou menos, gerais e específicos para determinadas situações.

O processo de solução considera a eleição de um caso ou um conjunto de casos com soluções apropriadas para uma situação apresentada Sua aplicação na prática exige um determinado número de objetivos e sub-objetivos. Neste processo duas situações podem ser consideradas: quando as características de uma situação inicial são iguais às de um caso armazenado na memória e quando estas são diferentes. Na primeira situação, a solução do caso armazenado pode ser aplicado diretamente, porque os casos são iguais e, na segunda, um caso deve ser construído em função dos casos selecionados. Os casos mais promissórios devem ser selecionados e ordenados segundo sua importância. Construído o novo caso, ele deve ser justificado, por meio de uma memória auxiliar, para seu armazenamento e sua respetiva aplicação.

3.4.1 As hipóteses psicológicas sobre os conhecimentos considerados.

Para interpretar as manifestações verbais de cada operador consideramos distinguir dos tipos de conhecimentos: específicos e gerais. Outras hipóteses serão consideradas no seguinte capítulo para complementar o desenvolvimento do modelo.

i) Os conhecimentos específicos

Estes estão vinculados ao domínio conceptual do sistema da rede de distribuição. Isto é, são aqueles conhecimentos que o operador utiliza para descrever alguma parte do sistema de distribuição de energia elétrica. Neste sentido distinguimos

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os conhecimentos do ponto de vista de sua representação e de sua utilização: definições conceituais, os procedimentos e as heurísticas de resolução de problemas.

As definições conceituais estão ligadas a contextos concretos e são aplicáveis a situações específicas. São esquemas que contem características, explicações e planos de ação para uma determinada situação. Estes são representados na forma de proposições e não necessariamente lhe correspondem uma imagem na estrutura de conhecimentos. Por exemplo, "as condições do clima são normais" representa uma característica circunstancial. Isto é, um fato que identifica um estado, mais que muitas vezes não ajuda a explicar a causa de um problema.

Os procedimentos são parte dos esquemas. Estes são descritivos e indicam um plano de ação ou um conhecimento de uma determinada situação. Por exemplo, quando existe um defeito na braquete com falta de energia no consumidor, um possível plano de ação seria "Orientar ao consumidor a trocar a braquete por uma armação

monofásica de porcelana (roldana). Depois de comprado o equipamento, o consumidor deve ligar para 196 (Plantão da CELESC) para proceder à troca do equipamento”.

As heurísticas de simplificação, no âmbito conceptual, determinam o contexto na qual podem caçar ou deixar de lado um determinado caso na avaliação de uma situação apresentada. Em certos casos estas heurísticas colocam certas restrições na seleção de vim caso. Neste sentido, a aplicação de uma heurística conduz a uma nova representação de um problema.

ii) Conhecimentos gerais

São os conhecimentos em relação aos conhecimentos específicos e sua utilização é uma função da situação apresentada e da etapa no desenvolvimento de uma solução. Por exemplo, encontrar uma solução nos MOPs e logo avalia-a em relação aos conceitos mais gerais (ação de justificar).

Todas estas considerações na formalização do modelo do operador estão baseadas nos conhecimentos do operador e no seu funcionamento cognitivo levando em conta a organização dos conhecimentos, o acesso a eles e as estratégias utilizadas para encontrá-los.

A formulação de hipóteses psicológicas para uma simulação conceptual ou processando dados (por meio da informática) se apresentam como restrições atrativas

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no campo de pesquisa na cognição humana. Os modelos formais do funcionamento cognitivo de um operador são construídos em função as pesquisas realizadas no desenvolvimento de suas tarefas. O nível elegido para analisar a atividade psicológica é o que determinará o tipo de modelo a desenvolver. Por exemplo, o operador muitas vezes utiliza artifícios cognitivos, difíceis de evidencia-os, ou muitas vezes as influências externas (por exemplo, a pressão temporal ou a interferência do telefone, etc.) ou internas (por exemplo, o stress) são difíceis de defíni-as num modelo que limite a capacidade de resolução problemas do operador.

No capítulo 4 tratamos de forma ampla como será esta implementação numa arquitetura informática. Neste sentido, usamos muitos conceitos da I.A . para enriquecer nosso modelo narrado e, assim poder simular o processo de compreensão e solução de problemas pelo despachante.

3.4.2 Os critérios psicológicos básicos na reprèsentação do modelo.

O modelo cognitivo, a ser concebido responde principalmente aos seguintes critérios psicológicos:

(1) Aos mecanismos que permitem concentrar sobre uma parte significativa, do ponto de vista do operador, o espaço do problema;

(2) Aos mecanismos que permitem orientar a coleta das informações sobre a base das hipóteses elaboradas;

(3) O desenvolvimento de um conjunto de estratégias, segundo o estado e as circunstâncias do operador na solução de um problema;

(4) A possibilidade de responder as mudanças das circunstâncias e de revisar sua compreensão do problema em função das novas informações produzidas pela evolução do sistema;

(5) Aos mecanismos que permitem interpretar as informações de entrada e, por outro lado, mostrar se os registros de entrada são coerentes com as explicações da situação em análise;

(6) Aos mecanismos que permitem modelar a não linearidade ("incerteza") das intervenções e as flexibilidades das atividades cognitivas do operador. Isto é, a capacidade do simulador a proceder (em um vá e vem) a aquisição dos dados, diagnosticar e executar as ações correspondentes, e

(7) Aos mecanismos que permitem modelar o processo de aprendizagem do operador na solução de um determinado problema.

Os critérios psicológicos, descritos no projeto, formam a base que orientam as etapas sucessivas do modelo. Também, estes são os parâmetros fundamentais na

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escolha das ferramentas da Inteligência Artificial, que serão utilizadas para o início do modelo computacional. Assim, a formalização do modelo permite realizar uma descrição conceptual e funcional (geral) dele que posteriormente serão discutidas.