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A Gestão Estratégica da informação e do conhecimento organizacional

No documento TIA Asp Taborda (páginas 33-35)

CAPÍTULO 2. A INFORMAÇÃO E O CONHECIMENTO NA GESTÃO ESTRATÉGICA

2.2. Gestão Estratégica

2.2.1. A Gestão Estratégica da informação e do conhecimento organizacional

Atualmente, deparamo-nos com uma crescente alteração sobre a visão do mundo, uma mudança de paradigma, mais concretamente no paradigma dos bens intangíveis, compostos pela informação e pelo conhecimento. De acordo com Sotomayor et al. (2014, p. 337), “uma decisão constituiu uma escolha. O difícil para o gestor não é a implementação da escolha efetuada, mas ter de renunciar a todas as outras. Assim, convém ao gestor dispor

de ferramentas de apoio à tomada de decisões”.

As alterações provocadas pelo novo paradigma estabelecem mudanças no modo de gerir das organizações, pois vivemos na era em que as informações e os conhecimentos são refletidos em elementos fundamentais nos processos decisórios e estratégicos. Deve ser feito um planeamento contínuo no sentido de garantir o cumprimento da missão da organização, pois tal como refere Rosado (2015, p. 189): “a gestão estratégica está relacionada com o processo de gestão contínuo, num contexto dinâmico para cumprir uma intenção de futuro para a organização”.

Cada vez mais é necessário obter informação, “daí ser um grande desafio processar

as informações, transformando-as em conhecimento, e prover o seu acesso aos usuários potenciais, por meio dos mais diversos canais e formas de comunicação”. (Sianes, 2005, p.

258).

Segundo Angeloni e Mussi (2008, p. 104), “na sociedade da informação e do

conhecimento, o sucesso das organizações depende daquilo que ela sabe, e não daquilo que ela tem, as informações e os conhecimentos passam a ser considerados elementos determinantes para a sobrevivência das organizações”. Como corolário, gerir as

informações e os conhecimentos é peça decisiva para as organizações que pretendem obter vantagens competitivas. Porém, todo este processo não é tão evidente, pois é necessário ter em conta o elevado volume de informação e conhecimentos concebidos.

Nem sempre foi esta a ideia de que a informação era fundamental para as organizações, dado que:

“o executivo do início do século XX deparava-se, no processo de gestão, com uma grande carência de informações para dar suporte à ação de gestão num ambiente de poucas mudanças, enquanto o executivo do início do século XXI depara-se com uma nova realidade, o excesso de informação e um ambiente organizacional

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turbulento e dependente de monitoramento constante das informações” (Angeloni e Mussi, 2008, p. 105).

Segundo Gomes (2012, p. 5), a realidade “tem sido o aumento da complexidade dos

sistemas de medição de performance, não só no que diz respeito ao número de indicadores, mas também à implementação dos próprios sistemas”.

Atendendo à atual realidade, torna-se imperativo tomar uma nova postura de gestão, a do uso estratégico da informação e da sua transformação em conhecimento como apoio aos processos decisório e estratégico das organizações.

A importância da GE da informação e do conhecimento tem sido crescentemente realçada por parte de diversos autores, dado que hoje em dia as diversas organizações têm que se adaptar e ajustar de acordo com as necessidades, bem como tratar toda a informação para o apoio à tomada de decisão. Posto isto, “hoje em dia colocam-se grandes desafios aos gestores das empresas” (Lisboa et al., 2011, p. 39).

Segundo Siqueira (2005), a informação é utilizada como uma ferramenta de apoio indispensável para a melhoria da performance organizacional. Moresi (2001) refere que a informação e o conhecimento têm um papel fundamental, dado que se constituem como um elemento de extrema relevância para a sustentabilidade e desenvolvimento de uma organização ou instituição.

A informação e o conhecimento constituem um recurso crucial para o bom desempenho de qualquer organização e a chave para a criação de mais valia. Daí que se torna necessário tomar as medidas que permitam uma melhoria para a organização, atendendo sempre à sua dificuldade, tal como apelidou Teixeira (2011a, p. 294) ao dizer que “as

mudanças significativas, traduzidas em transformações com sucesso, não são fáceis”.

McGee e Prusak (1993, citado em Angeloni e Mussi, 2008, p. 106) acrescentam ainda que a informação nas organizações não é inocente, destacando o desafio de administrá-la ou gerenciá-la. Se, de um lado, as organizações são bombardeadas com informações por todos os lados, do outro, é evidente a escassez de informações corretas.

Drucker (1998) realça que, apesar da crescente importância dada à gestão da informação e do conhecimento, esta não se constitui como algo de novo, mas que só recentemente abandonou a periferia do pensamento e das práticas de gestão, passando a ocupar um papel crucial e determinante na gestão da organização. Apesar da importância dada, cada vez mais, à informação e ao conhecimento, torna-se imprescindível asseverar instrumentos e modelos no sentido de orientar as organizações a despenderem dos recursos estratégicos da melhor forma e o mais efetiva possível.

13 Deste modo, torna-se essencial criar as condições necessárias para a utilização da informação e do conhecimento no trabalho construtivo e proporcionador de conhecimento. Neste sentido, as organizações voltadas para o conhecimento surgem para proporcionar condições de gerir a informação e o conhecimento como um recurso estratégico.

Moresi (2001), indo um pouco mais longe, sugere um caminho a ser seguido para que a gestão da informação e do conhecimento possa realmente ser implementada. Destaca que tudo começa com as definições estratégicas e enfatiza que é preciso ter uma macro visão da missão da organização, conhecer a sua visão, os seus objetivos e as suas metas.

Para que haja uma adequada implementação e desenvolvimento das atividades de gestão da informação e do conhecimento organizacional, deve ser enunciada uma política estratégica que proporcione o desenvolvimento e o emprego do conhecimento na organização.

Como referem Angeloni e Mussi (2008, p. 108) “posteriormente, é necessário definir e implementar estratégias de informação e de conhecimento com a participação de todos os segmentos relevantes da organização. Por fim, deve ser realizado um acompanhamento da melhoria diária da organização”. Com efeito, é possível organizar os diversos processos,

permitindo o desenvolvimento da informação e do conhecimento, bem como um instrumento de auxílio no apoio à tomada de decisão. Para garantir a continuidade de todo este processo é necessário que este faça parte do modelo estratégico de gestão da organização.

É ainda necessário ter em conta que nem toda a informação nem todo o conhecimento obtido são proveitosos para a organização. Daí que Moresi (2001) apresente a classificação da informação segundo a sua finalidade11. Referencia-se também Miranda (2004) que realça

que nem todo o conhecimento é relevante para a organização12.

Após a análise destes dois anexos é possível constatar que nem toda a informação e conhecimento é relevante e de importância para as organizações e que não acrescenta valor se essa informação não for tratada e pertinente para o apoio à tomada de decisão.

No documento TIA Asp Taborda (páginas 33-35)