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Análise do Guião de Entrevista nº 3

No documento TIA Asp Taborda (páginas 67-69)

CAPÍTULO 6. RESULTADOS

6.1. Inquérito por Entrevista

6.1.4. Análise do Guião de Entrevista nº 3

Atualmente, segundo a Sra. Major Helga Lopes, o “Curso para Comandantes no

IUM, também tem ajudado nesta área, uma vez que contribui para a sensibilização e compreensão das responsabilidades que os futuros Comandantes irão assumir”. A mesma

ideia é partilhada pelo Sr. Tenente-Coronel Gomes, mencionando que “existem palestras

ministradas no curso de comandantes em que se realça a importância e o papel fundamental do SIG”. Esta medida, tomada pelo EP, realça a importância que é dada no sentido de dotar

os futuros Comandantes/Diretores/Chefes de conhecimentos que lhes permitam tomar decisões adequadas, com informação atualizada e em tempo real.

De acordo com o Sr. Tenente-Coronel Augusto, a legislação nacional, que obriga ao lançamento dos cabimentos e dos compromissos antes da existência da fatura, faz com que os Comandantes/Diretores/Chefes estejam mais sensibilizados e alertados para a importância deste sistema.

Conclui-se, assim, que os Comandantes/Diretores/Chefes estão mais sensibilizados e conscientes da importância da utilização de mecanismos de apoio à tomada de decisão como o SIG, não só por toda a componente legal, mas também pela qualidade de informação que o sistema presta.

6.1.4. Análise do Guião de Entrevista nº 3

Relativamente à questão 1 da entrevista77, “Considera que o sistema utilizado pela GNR, ou seja, o GeRFiP, consegue satisfazer e responder a todas as necessidades da organização?”, constata-se que as opiniões dos inquiridos são muito semelhantes, uma vez

que o sistema se constitui numa melhoria de apoio à realização de diversos mecanismos e procedimentos; como refere o Sr. Capitão Correia passou-se a integrar “numa só plataforma a gestão logística, orçamental, financeira e patrimonial, pelo que nestas vertentes veio

possibilitar que a informação passasse a estar disponível de forma integrada (…)”.

Contudo, como refere o Sr. Capitão Nogueira, existem “algumas lacunas e problemas que têm que ser colmatados”, uma vez que determinadas necessidades da Seção de Recursos

Logístico – Financeiros, carecem de uma parametrização do sistema para se adaptar à organização.

Na questão 2 da entrevista78, “Quais as maiores dificuldades sentidas aquando da utilização de um sistema de apoio como o GeRFiP?”, denota-se que, conforme enunciado

77 Ver Apêndice EE.1. 78 Ver Apêndice EE.2.

46 por todos os inquiridos, a adoção de um sistema como o GeRFiP obriga a mais conhecimentos ao nível do próprio manuseamento do sistema e em novos conceitos relacionados com a contabilidade pública.

Uma das maiores dificuldades sentidas, como refere o Sr. Capitão Nogueira é que a maioria dos utilizadores do sistema são Guardas que não são de Administração Militar, e que acabam por não ter formação adequada para trabalhar com o mesmo. Nesse sentido, devia ter sido ministrada mais formação aos diversos recursos humanos, e não só passado alguns tempos, como aconteceu.

Aquando da implementação do sistema, havia uma grande dependência da GNR sobre a entidade responsável, ou seja, a ESPAP, que, como não conhecia a organização, e dado que tinha orientações a cumprir, não teve em atenção as necessidades específicas da Guarda.

Quando analisada a questão 3 da entrevista79, “Considera adequado e ajustado às necessidades da GNR o atual sistema implementado?”, a opinião dos inquiridos é

unânime, referindo que o sistema não se encontra adequado e ajustado às necessidades da GNR. De acordo com o Sr. Capitão Correia, “o sistema não foi desenhado e ajustado à medida da GNR e às suas especificidades enquanto Força de Segurança, existindo pouca flexibilidade em adaptar o sistema a algumas especificidades da organização”.

Uma vez que a GNR é uma organização pública, tem que praticar uma contabilidade pública e, nesse sentido, tem que espelhar o imobilizado na sua conta de gerência; contudo os valores apresentados não são reflexo da realidade.

Segundo o Sr. Capitão Nogueira, a “contabilidade analítica permite ter acesso a

informação e dados importantes para a tomada de decisão”. Nessa ótica, o Sr. Capitão

refere que a GNR devia utilizar a CA para o apoio à tomada de decisão, uma vez que permite saber se os recursos estão a ser bem empregues, se estão a haver desvios e se os critérios de imputação estão a ser bem implementados.

Segundo o Sr. Capitão Nogueira, “foi a organização que teve que se adaptar ao sistema e não o sistema à organização”, deste modo, conclui-se que o sistema não foi

“desenhado” de acordo com as necessidades específicas a que uma organização com as caraterísticas específicas da GNR obriga, acabando por satisfazer da forma mais cabal as necessidades da Guarda.

47 Na questão 4 da entrevista80, “Sempre que é necessário fazer alterações no sistema e ajustar às necessidades da organização, como se realiza esse processo?”, os

inquiridos revelam que a parametrização do sistema é algo complexo e que para tal, estão bastante dependentes da ESPAP, ou seja, de uma entidade externa à organização. Como refere o Sr. Capitão Nogueira, “quando alguma unidade quer parametrizar em função das suas especificidades (…) tem que solicitar à ESPAP”. Esta forte dependência faz com que

os processos não sejam céleres e que sempre que seja necessário alguma alteração ou modificação, estejam dependentes da capacidade de resposta da ESPAP para a resolução do problema. Ainda como menciona o Sr. Capitão “a Guarda não tem autonomia para mexer naquilo que é a estrutura do sistema, e nestas situações temos que solicitar à ESPAP essa mesma alteração”. De acordo, com o Sr. Capitão Correia, “os pedidos de alterações processam-se por pedidos funcionais através de workflow, ou, em casos pontuais e de maior complexidade, através do interlocutor responsável na eSPap pela área Gestão da Operação/Produtos e Serviços”.

Conclui-se, desta forma, que a GNR é uma organização com características específicas e que necessita de ajustar o sistema à organização e não a organização ao sistema. Sempre que necessita de ajustar o sistema às suas necessidades tem que recorrer à ESPAP, acabando por não ser o processo mais adequado e ajustado.

No documento TIA Asp Taborda (páginas 67-69)