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3. A DINÂMICA ORGANIZACIONAL NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM E

3.2 A gestão organizacional

3.2.3. Processo de inovação na organização

3.2.3.1. A gestão infraestrutural

Partindo do princípio de que um sistema de ensino engloba o ensino e a formação, os meios são postos em rede e mobilizáveis pelos sujeitos, a fim de construir uma verdadeira parceria entre os diferentes participantes e os atores aprendizes.

O sistema educativo deve abrir-se ao ambiente de constante aprendizagem e a internet pode contribuir, segundo Alava (2002, p. 122), com os quesitos:

“▪ integrando a dimensão ‘mundo’;

▪ pensando em termos de grandes espaços culturais e econômicos;

▪ dominando o uso das técnicas que virtualizam o espaço (sociedade da informação)”.

Harasim (2005, p. 311) contribui com a seguinte diretiva: “O exame dos novos rumos da tecnologia para redes de aprendizagem deveria começar pelos princípios e pelas necessidades educacionais. [...] Esse modelo enfatiza a aprendizagem, a pesquisa e a resolução de problemas de forma interativa e ativa”.

Vinculando a esses quesitos, Alava (2002, p. 122) cita Haymore quando menciona que o sistema educativo deve inovar simultaneamente em quatro domínios (Figura 7) que interagem entre si, a saber:

“▪ institucional: uma visão clara da mudança a operar; ▪ organizacional: livrar-se dos freios;

▪ metodológico: alavanca da mudança;

Figura 7 - Domínios de inovações em formações abertas. Fonte: ALAVA, 2002, p. 123.

Apresenta-se a infraestrutura de redes necessária para a funcionalidade dos trabalhos em uma organização que prima pela interação e pela geração de um corpo social que absorva uma mudança de paradigmas6 de grande envergadura. Deste modo, deve-se otimizar, conforme os escritos de Harasim (2005) e Colombo 2004):

a. Suporte técnico - formação de laboratórios (espaços informatizados com micro ligados em rede, acesso à internet), bem como disponibilização de equipamento básico: PC, um modem, impressora e um pacote de softwares de comunicação.

b. Suporte administrativo - oferta de ampla variedade de suporte e serviços on-line, além da implantação de um portal.

Colombo (2004, p. 217) explicita que “O Portal é a porta de entrada para uma instituição virtual. Além de oferecer os cursos, informações e serviços diversos para o aluno,

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Para Alava (2002, p. 123), “[…] é preciso respeitar o ritmo de progressão dos atores, conciliando retro- inovação (mais humana) e inovação (mais técnica), recorrendo amplamente à autoformação dos sujeitos aprendizes, dos professores ou dos formadores e de outros participantes”.

Instituição

Sujeito

Participantes Grupo Organização

deve também ser atraente para despertar o interesse de visitantes, seja para conhecer melhor a instituição seja para visitá-la esporadicamente”.

c. Ajuda on-line e por telefone - a maioria dos sistemas oferece uma caixa postal para solucionar problemas técnicos e uma linha telefônica à qual o usuário pode recorrer quando não consegue acessar o sistema.

d. Treinamento corporativo - trata-se de programas de treinamento dos profissionais. Esses, por sua vez, preenchem a lacuna entre o treinamento e sua aplicação e facilitam a integração entre teoria e prática, aprendizagem e trabalho.

e. Integração da interface - proporciona uma capacidade ampla de comunicação por computador e oferece os métodos para que os sujeitos se comuniquem individualmente e em grupos, além da comunicação por meio de outros recursos de informática.

[...] uma interface como uma porta de entrada virtual para todos os recursos educacionais, humanos e sob a forma de arquivos, seria o principal objetivo. Em última análise, o processo educacional impõe a integração de todos os recursos de informática ao ambiente de comunicação (HARASIM, 2005, p. 312).

Na ênfase de apropriação de planejamento estratégico inovador por uma organização, ratifica-se a necessidade de profissionalizar a gestão da instituição, na perspectiva, como afirma Colombo (2004, p. 226), de expressar as competências:

“▪ competência para executar - normas e procedimentos; ▪ competência para planejar cada passo do processo;

▪ conhecimento intuitivo para prever fatores imponderáveis;

▪ competência para decidir - experiência acumulada na solução de problemas e situações diversas.”

Isso se traduz nas seguintes afirmativas: (a) hoje os tempos são outros e precisamos notar essas mudanças para podermos entrar e ficar no mercado; (b) hoje vivemos a era do conhecimento, da liderança, da competência7; (c) os gestores precisam ter competência suficiente para poder administrar as suas instituições. Isto é, ter conhecimento, possuir habilidades, manter experiências acumuladas, exercer liderança e suportes.

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“Hoje posso ter competência e amanhã vê-la defasada, vencida, despojada da evolução das normas e procedimentos e dos processos de gestão. Com isso, estamos concluindo que competência é relativa, e o resto, pretensão” (COLOMBO, 2004, p. 227).

Faz-se necessário ressaltar as palavras de Colombo (2004, p. 227), quando menciona: “Não se pretende ensinar ninguém a administrar sua instituição, todavia é fundamental sinalizar o instrumental de suporte ao processo de gestão hoje disponível e imprescindível para sobreviver e obter resultados na conjuntura atual”.

E, além disso, preconiza:

Quando falamos em processo de gestão, de administração de serviços educacionais, não pretendemos ser genéricos. Englobamos nessa gestão o administrar o ensino academicamente com toda a estrutura decisória de colegiados, com suas regras, com os suportes normativos e, principalmente, com os recursos humanos disponíveis; englobamos o administrar o patrimônio, os recursos financeiros, os recursos humanos e suas peculiaridades; englobamos o administrar o futuro da organização mediante os processos cotidianos de escolha, entre outros; englobamos o administrar a concorrência mediante um olhar atento, arguto e observador que possibilite compreender, analisar e mudar os rumos quando as exigências de mercado assim o recomendarem (COLOMBO, 2004, p. 227).

Na dimensão de entender que a gestão organizacional representativa do sistema educativo deve superar o estágio de pulverização e de efeito vitrine dos processos midiatizados, cinco fases precisam ser por ela, conforme Alava (2002, p. 123), assim consideradas: (a) introdução - descoberta de novos meios e métodos; (b) adoção - integração no existente; (c) adaptação - focalização no uso; (d) apropriação - transformação da prática; (e) invenção - reorganização do ambiente de aprendizagem.

Acrescenta-se ao exposto, diretivas imprescindíveis à gestão infraestrutural da organização: (a) tornar mais eficaz a organização existente e, simultaneamente, flexibilizar de modo a permitir aos atores inovar no seu ritmo, levando em conta limitações relacionadas ao seu contexto de ensino e formação; (b) criar condições favoráveis, no âmbito da instituição, para que a apropriação de método e técnicas pelos atores do sistema conduza localmente a um melhor funcionamento em proveito do maior número de partícipes.

Nessa seara, a disseminação das tecnologias de informação e comunicação (TICs), via web, tem contribuído à construção e o desenvolvimento de redes sociais que disponibilizam instrumentos para diálogo síncrono ou assíncrono. Essa abordagem se apresenta como espaço potencializador à formação de redes sociais que, conforme Parente (2000, p. 167), “Entramos na era do conexionismo generalizado, que nos leva apensar o mundo como uma rede de comunicação. Vivemos a era do simultâneo, da justaposição do próximo e do longínquo, da topologia e da interconexão generalizada, cujo paradigma é a rede de comunicação”.

4. A INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO MUNICIPAL DE CAMPOS DOS GOYTACAZES

Apresenta-se, nesta parte, o objeto deste estudo: o uso do computador na educação municipal de Campos dos Goytacazes, na gestão da Secretaria Municipal de Educação, no ano de 2005.

Para compreender a dinâmica do uso das tecnologias da informação na gestão da Secretaria Municipal de Campos dos Goytacazes junto à comunidade acadêmica, em prol de um projeto educativo de administração escolar, reportam-se as bibliografias de Colombo (2004), Castells (2000, 2003), Antunes (2001), Hernández (2000), Lévy (1993, 1999), bem como de Sacristán (2002), Sancho (1998, 2001), Silva (2001) e outros colaboradores.

O cenário do uso de tecnologia da informação (TI) na Educação se tornou um recurso indispensável para a gestão consciente de uma organização, com a função primordial de auxiliar na sua administração.

Com essa visão, Lucena (1994, p. 19) afirma que “[...] o processo de informatização da sociedade brasileira é irreversível e que se a escola também não se informatizar, correrá o risco de não ser mais compreendida pelas novas gerações”.

Com essa visão, iniciou-se a pesquisa, com o foco de observar as interações tecnológicas implementadas na gestão da Secretaria Municipal de Educação de Campos dos Goytacazes, na perspectiva de contribuir e facilitar a comunicação, a cooperação e o acesso à qualidade da informação com e entre os sujeitos, no âmbito da comunidade acadêmica.