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A Inovação Pedagógica : rompendo paradigmas Educacionais

No documento Dissertação de Mestrado FUNCHAL 2015 (páginas 60-63)

Capítulo III – Inovação Pedagógica

3.2 A Inovação Pedagógica : rompendo paradigmas Educacionais

Na perspectiva de inovação, proferir de educação dentro do sistema capitalista, desde sua origem, torna-se necessário sinalizar a instituição escolar, espaço de objetivação da educação formal, em um cenário reprodutor da ideologia dominante. E, como base nesse pensar que vamos construir este capítulo no propósito de cogitar uma educação que valorize o contexto cultural e histórico do aprendiz, buscando na sua formação uma mudança significativa, visto que, a escola desempenha o papel de instituir a ideologia dominante na sociedade, por meio da organização e escolha do conteúdo, bem como o processo de decifrar mensagens e transferir ideias.

Logo, o aprendiz adquire os conteúdos visíveis nos currículos e interioriza as mensagens de comunicação que incitam na sala de aula, as quais vão formando as representações subjetivas e um cerne de ideias, conforme o estado atual das coisas.

Dessa maneira, almejamos neste estudo de investigação encontrar pistas que nos oportunizem efetivar mudanças na sala, fundadas na inovação pedagógica, tomando como base os alunos do 4º ano “A” da Escola Municipal Judite Leal Costa.

No livro “Inovação, mudança e cultura docente”, Farias mencionando Correia (1991), proporciona um debate para entender estes conceitos, no qual para a autora as terminologias apresentam provocações diferentes, apesar da sua conexão e complementaridade. Ela, também, nos alerta para as transformações que vem acontecendo no mundo, quer no âmbito social, tecnológico, educacional e social. Com isso, Farias (2006), afirma que:

“ mundo que, para definir rumos, torna-se cada vez mais complexo”. (p.37)

E, com base nas transformações é que procuramos refletir e entender o processo de mudança e inovação no contexto escolar, visto que, na alçada da informação as mudanças são diversas e intensas, as quais acarretam conseqüências no ambiente de aprendizagem, principalmente pelo acesso a internet, livros eletrônicos, CDs, entre outros.

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Nesse mesmo ponto de vista, Libâneo (2002), evidencia que na sociedade moderna o avanço da tecnologia, as rápidas mudanças no mercado de trabalho recai com muita força na instituição escolar, aumentando os obstáculos para torná-la uma conquista efetiva e igualitária.

Conforme Libâneo e Pimenta (1999):

“(...) transformar as escolas em suas práticas e culturas tradicionais e burocráticas- as quais, por meio da retenção e da evasão, acentuam a exclusão social, em escolas que eduquem as crianças e os jovens, propiciando-lhes um desenvolvimento cultural, científico e tecnológico que lhes assegure condições para fazerem frente às exigências do mundo contemporâneo, exige esforço do coletivo da escola – professores, funcionários, diretores e pais de alunos -, dos sindicatos, dos governantes e de outros grupos sociais organizados”.(p.260)

Entretanto, a escola ainda se encontra no âmbito da educação formal, a qual está muito persuadida ao modelo tradicionalista, que centra o conhecimento no professor, com aulas enfadonhas, firmada em currículos descontextualizados e arraigada no modelo fabril, evitando assim o aluno construir saberes e sistematizá-los.

Nessa perspectiva, pensar em inovação pedagógica requer com a circunstância posta e que não atende as exigências educacionais que primam pelo envolvimento do educando na construção do saber e transformação deste.

Para Fino (2008), a educação institucional conserva as práticas tradicionalistas, obtendo sempre argumentos para forçar a ortodoxia. Para ele, “há muito que sabemos que a escola deixou de ser o lócus da informação, hoje a informação disponível, não cabe em nenhuma biblioteca, nem na mente do professor por muito sábio que seja” Além do mais, Fino afirma que o acesso a informação perpassa os muros escolares, isso em função do desenvolvimento da tecnologia. Desse modo, a escola carece mergulhar nas mudanças, penetrar no campo da inovação, pois para o autor “nada tem que ver com reforma, mas com uma mudança que tem implicações no fazer pedagógico”, ou seja, na prática.

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Logo, discorrer sobre inovação é entender dentro de uma percepção progressista da educação incursa no âmbito da transformação total em que deverá adequar-se na prática como ruptura cultural, caso tenhamos como menção a cultura tradicionalista. Discorrer sobre inovação, é , no entendimento de Fino e Sousa (2007):

“(...) antecipar no presente o futuro que se desconhece. Provocar localmente e avant la lettre, paradigmas novos. Como dizia Thomas Kuhn, a mudança paradigmática é provocada por agentes de mudança”.(p.13)

A inovação pedagógica transita pela transformação qualitativa das práticas desenvolvidas pelo educador, visto que, ela está presente na modificação da ação pedagógica, sendo que numa atitude crítica face às práticas tradicionalistas. A concepção de inovação pedagógica poderá estar relacionada a uma mudança, um rompimento de paradigmas, uma ruptura do paradigma fabril.

Logo, a inovação pedagógica deve partir dos indivíduos envolvidos no âmbito educativo, admitindo com isso uma alteração nos seus hábitos, bem como criando contexturas de aprendizagem, pois por muito tempo a instituição escolar buscou permuta a interação social, no qual se apoia no sistema de ensino em que o educador transmite o conhecimento para o aluno, ou seja, este constituído a base das práticas tradicionalistas, onde não acontece a participação do educando ou até mesmo a interação com o grupo. Dessa forma, caso seja instalado algumas mudanças com as práticas pedagógicas antigas “o campo da inovação pode ser considerado o espaço imenso da interação social, incluindo os ambientes formais, tal como os informais” (Fino, 2007 p. 3).

Segundo Messina, a inovação é um meio para modificar os sistemas de ensino, é um processo em contínuo progresso, visto que, é um processo livre, capaz de “adotar múltiplas formas e significados de acordo com o contexto no qual está inserida” (2001, p. 35).

Portanto, esta investigação busca conhecer contextos de aprendizagem como oportunidade de construção de conhecimentos. Nesse caso a instituição escolar precisa auxiliar o educando a construir suas acepções através das relações com o saber.

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No documento Dissertação de Mestrado FUNCHAL 2015 (páginas 60-63)