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A internet: sites, redes sociais, comunidades virtuais

4.3 Adquirindo informações

4.3.2 A internet: sites, redes sociais, comunidades virtuais

O desenvolvimento de novas tecnologias de informação e comunicação, desde um longo tempo, vem modificando de forma profunda múltiplos aspectos da vida social. Os sistemas nacionais de correios, o surgimento de serviços de telegrama, a invenção da fotografia e da imprensa, bem como a emergência da telefonia, são apontados por Urry (2000, 2002, 2007) como agentes de conformação de uma modernidade que não pode deixar de ser compreendida a partir de suas expressões de mobilidade. Contudo, sem deixar de reconhecer a importância de tais desenvolvimentos, o caráter de mobilidade a qual o sociólogo britânico se reporta parece ser intensificado na medida em que são examinados os efeitos das tecnologias digitais, mais especificamente aqueles oriundos da emergência e consolidação da internet.

Se os dispositivos comunicacionais sempre foram viajantes – os pombos, as cartas, os livros, os cartões-postais, os telefones, as televisões etc. –, por ultrapassarem as fronteiras do “estar em casa” ou do “ ser estacionado” (URRY, 2007), as redes digitais de comunicação (a internet) radicalizam esta afirmação ao permitir a amplificação das capacidades de conexão dos sujeitos (RECUERO, 2009). Assim, com base no advento desse

de sociabilidade é apresentado, engendrando também a fabricação de relações e laços sociais entre os sujeitos usuários, sejam eles colaborativos e solidários ou conflituosos e competitivos. O que urge diante do cenário exposto, então, são esforços interpretativos concernentes às dinâmicas plurais de comunicação mediada que, em hipótese alguma, como sinaliza Recuero (2009), reduzem-se ao fato de estar ou não on-line: essas novas tecnologias de informação e comunicação complexificam o conjunto de interações, relações e laços sociais que se estabelecem entre os sujeitos.

No entanto, mais detidamente, o que me interessa abordar aqui é a relação presente entre este mundo virtual – indutor de uma de “mobilidade imaginativa” (URRY, 2007) – e as viagens corpóreas, físicas, tais quais as empreendidas por meus interlocutores. Em outras palavras, o que se faz como algo importante de ser percebido nesse momento são as maneiras como os mencionados viajantes situam-se e atuam nas redes sociais, sites e comunidades virtuais que encontram lugar na internet. Diferentemente de Ceci, que reconhece o valor informacional dos guias de viagem apresentados na forma de livros, mesmo não os utilizando como única fonte, Benny e Marc apontaram-me o “espaço virtual”, em suas várias formas de expressão, como lugar privilegiado de aquisição de notícias, referências e dados a serem empregados na constituição de suas experiências de viagem, em períodos que as antecedem e igualmente durante seus fluxos.

Quando fiz a Marc a pergunta sobre quais bases de informação ele utilizava para construir seus itinerários, o carioca me respondeu, vagamente, que preferia a internet aos guias. Suas justificativas, naquele momento, também se deram de forma bastante genérica: segundo ele, o espaço virtual tendia a estar mais atualizado que as publicações na forma de livros ou guias, ao mesmo tempo em que se oferecia de forma gratuita. Não era, portanto, preciso adquirir um volume ou edição sobre um destino para saber sobre ele, pelo menos, as informações básicas. Contudo, certa feita, “passeando” por seu perfil no Facebook (mantive esse “hábito” durante toda a pesquisa ora apresentada como uma estratégia de acompanhamento das viagens de meus interlocutores, interessando-me, sobretudo, pelos lugares que visitavam e por aquilo que registravam imageticamente), notei que diversas

menções a “comunidades virtuais”109 que partilhavam o interesse por viagens independentes

109 As discussões sobre “comunidade” encontram lugar central na tradição sociológica. Weber (1999), por

exemplo, a considerava como fundamentada em ligações emocionais, tradicionais ou afetivas, tendo o conceito de ação social, orientada coletivamente, como referência básica. No entanto, assim como outras tantas dimensões

do mundo humano, tais como tempo e espaço, o conceito de comunidade sofre “releituras” a partir do

desenvolvimento de novas tecnologias e meios de comunicação (MCLUHAN, 1964). As CMC´s (comunicações mediadas por computadores), desse modo, afetam as relações sociais e as experiências de sociabilidade de uma

estavam presentes. Em outra oportunidade, citando algumas dessas comunidades, conversei com Marc de forma mais específica sobre seus processos de aquisição de informação acerca de possíveis destinos, foi quando, no decorrer deste diálogo, o carioca declarou ser membro ativo de um grande número de comunidades e redes sociais na internet.

Uma das comunidades elencadas pelo surfista carioca em seu discurso foi a

Mochileiros.com, da qual fazem parte – sobretudo – usuários brasileiros. A referida

comunidade surgiu no ano de 1999 a partir da criação de uma seção de intercâmbio de informações sobre viagens no site www.mochilabrasil.com.br, que até hoje abriga uma

revista-web, estabelecida no ano de 1998, destinada – de acordo com seus próprios termos – a “mochileiros/viajantes independentes”. A ideia da revista, como pode ser imaginado, era a de proporcionar um espaço de troca de experiências entre viajantes: relatos de viagem, bem como perguntas e respostas sobre determinados destinos ou meios de transporte ou orçamentários para se empreender uma jornada, eram as principais formas de expressão dos usuários. Tal intercâmbio se solidificou de maneira tão rápida e intensa que, no ano seguinte, como sinalizado, os editores da revista criaram a comunidade em questão110.

De forma geral, a Mochileiros.com pode ser caracterizada como um uma base de informação sobre viagens que é “alimentada” não unicamente por um corpo de colaboradores, mas também por vários de seus usuários. Os fóruns de discussão sobre distintas temáticas, sempre tendo o interesse pelas viagens como fio condutor, são os elementos estruturantes basilares da comunidade. Ao se tornarem membros, através de um sistema de registro, os sujeitos podem interagir nos espaços de discussão já instituídos ou mesmo instituir um novo tópico para se discutir uma outra questão específica. Não é raro, como afirma Marc, que dessas conversas coletivas surjam relações mais próximas entre os sujeitos-usuários, eles podem – dependendo do grau de afinidade experimentado na frequentação da comunidade –, inclusive, tornar sua interação concreta, no sentido do estabelecimento de uma co-presença física. Ou ainda, podem fazer uso de instrumentos de comunicação mediada de ordem mais pessoal, como e-mails, chats ou chamadas via skype.

Talvez nesse regime de co-presença resida a maior valorização por parte de Marc no que diz respeito à internet como lugar privilegiado para obtenção de informações sobre possíveis destinos de viagem. Trafegar no espaço virtual, interagindo continuamente com uma

agrupamentos humanos sediados no cyberespaço e cuja experiência é mediada por computadores (RECUERO,

2009). Diante do exposto, então, “as comunidades virtuais são agregados sociais que surgem da Rede [Internet],

quando uma quantidade suficiente de gente leva adiante essas discussões públicas durante um tempo suficiente, com suficientes sentimentos humanos, para formar redes de relações pessoais no espaço cibernético” (RHEINGOL, 1996:20 apud RECUERO, 2009).

gama de sujeitos que se reconhecem por interesses comuns, parece ser uma prática que se diferencia daquela engendrada pelo uso dos guias de viagem. A interlocução neste último modo de orientação ou de aquisição de informação é bastante diminuta, enquanto que aquela proporcionada pelos espaços virtuais pode, inclusive, ser síncrona, como afirma Recuero (2009), o que implica uma rápida atualização das informações. A interação face a face, que não se evidencia no uso dos guias (BARREIRA, 2012), mesmo que de forma mediada (pelas tecnologias digitais) encontra lugar entre os membros de uma comunidade, especialmente. A seguir, uma reprodução da página de acesso à comunidade Mochileiros.com:

Figura 8 – Vista geral: mochileiros.com

Fonte: www.mochileiros.com.

Duas informações, logo na parte superior da imagem, merecem destaque. A primeira delas diz respeito às frases posicionadas abaixo do título da comunidade: “Feita por

viajantes. Para viajantes”. Isto indica, a meu ver, o caráter singular do espaço, elaborado a partir de experiências de viagem. É essa matéria, a experiência, o que se torna objeto de intercâmbio entre os usuários, fazendo que a unidade do citado espaço, portanto, defina-se pela instituição de interações e relações baseadas em interesses comuns. Como a troca de informações é o dínamo da comunidade, ela se afasta de uma acepção de fonte de aquisição mais “estática” ou “morosa” em sentido de atualizações, como é o caso dos guias em forma de livros.

A segunda informação presente na figura, por seu turno, refere-se, ainda em sua parte superior, aos diversos ícones que representam temáticas estruturantes da comunidade. Da esquerda para a direita, então, cada ícone sinaliza um tópico de extrema relevância para os sujeitos que conformam aquele espaço virtual. A prática das viagens independentes tende a ocupar-se do exposto – referências sobre destinos, aconselhamentos e partilha de dúvidas sobre roteiros de viagem, procura de companhias para os deslocamentos, informações sobre trilhas e lugares para se hospedar etc. - para, efetivamente, fazer-se na evitação da mediação de agências turísticas. Uma vez mais é preciso deixar claro que não se trata de uma ação – a partilha de informações - promovida por um corpo de editores: as temáticas ali representadas podem ser objetos de elaboração, pelos menos teoricamente, de todos os usuários da

Mochileiros.com. Trata-se, desse modo, de uma base de dados que é construída

coletivamente, onde se reserva a possibilidade imediata de incremento, atualização ou mesmo interpelação do que ali é informado. É este dinamismo, resultado do caráter relacional definidor da comunidade, que permite – segundo Paris (2010) – a manutenção de esforços para se empreender jornadas independentes, não mediadas.

Interessante perceber que – embora se baseie no intercâmbio de experiências, o que implica atividade por parte de sujeitos que já vivenciaram trânsitos ou deslocamentos consideráveis – a comunidade carrega em si também oportunidades de inserção de sujeitos ainda não iniciados: o fórum intitulado de “Guia do Mochileiro de 1º Viagem” é exemplo disso. Nesta seção da comunidade, conselhos sobre como se lidar com a bagagem a ser transportada no período de deslocamento ou como se familiarizar com ferramentas (planilhas, por exemplo) que podem auxiliar na organização do orçamento destinado à uma viagem são regularmente acessados e discutidos. Ainda é válido frisar que em tal seção encontram-se igualmente informações sobre vistos e demais documentos que devem ser adquiridos para a visitação de determinados destinos, bem como há o fornecimento de “dicas” sobre expressões úteis em diversas línguas e recomendações sobre como “manter-se seguro” enquanto se faz uma grande viagem de modo independente.

Alguns desses temas preenchem o conjunto de atividades, como já frisado, mobilizadas pelos sujeitos viajantes mesmo antes de seus périplos começarem. Entretanto, não se pode admitir a afirmação de que as comunidades virtuais só são frequentadas nos períodos que precedem o trânsito; ao contrário, elas são lugares de acesso constante porque oportunizam, a partir da atualização de suas informações, possibilidades de ajustes em roteiros ou rotas, não importando o fato de que o sujeito viajante já esteja com sua jornada em execução. Estar em casa e poder virtualmente viajar ou estar em viagem e poder virtualmente ter acesso aos possíveis destinos vindouros – a potência da co-presença propiciada pelas tecnologias digitais (URRY, 2003, 2007) – é o que leva a uma prática de constituição de um roteiro não calcada por noções como as de determinismo ou fixidez.

A seguir, mais uma representação dos fóruns onde informações que podem definir ou alterar roteiros são partilhadas. Escusado afirmar que uma das mais evidentes distinções entre os guias em formato de livro e as fontes virtuais de informação reside no fato de uma ampla variedade de destinos poder ser contemplada pelas últimas. Com base nisso é que a frequentação dessas comunidades mesmo durante os deslocamentos é intensa e estimulada, reconhecida como incontornável para a manutenção de um ideal de roteiro não previamente estruturado de forma total e atento às possibilidades de esquiva frente aos percursos convencionais.

Figura 9 – Variedade de tópicos e fóruns presentes em mochileiros.com

Fonte: www.mochileiros.com.

A despeito de comunidades como Mochileiros.com possuírem uma vasta soma de informações sobre diversos destinos, Marc levantou em uma de nossas conversas um ponto interessante sobre o perfil dos usuários de tais comunidades. Se a ideia de viajantes como Ceci, Benny e ele era a de lançar mão de práticas de roterização que não considerassem somente os circuitos instituídos, os aconselhamentos de pessoas moradoras dos lugares a serem visitados era de extrema valia, o que o impelia a procurar comunidades virtuais que fossem também frequentadas por usuários não-brasileiros. Desse modo, se seu destino era a Europa, como foi diante de sua última longa viagem, ele deveria buscar informações em sites e comunidades produzidas a partir de experiências de sujeitos daquele continente. Obviamente, tudo o que era disponibilizado enquanto informação em uma comunidade como a Mochileiros.com era deveras útil, mas precisava ser cotejado com “referências locais” – este termo “local” relacionando-se com o lugar a se visitar. Nesse sentido, é que ele teria acesso ao

que P. Welk (2004) chamou de insider tips, um conjunto de conselhos que é valorizado, justamente, por ser oferecido por um sujeito que se situa no interior da dinâmica sociocultural da região-destino.

Com efeito, para a concretização de uma prática de viagem que objetiva afastar-se de modelos prescritivos, a “fala local” tende a aparecer como um recurso do qual não se deve prescindir. Embora se consuma um guia de modo ativo, como fez Ceci ou se troque um série de informações e impressões a partir de relatos de experiências de viagem, como o próprio Marc fez nas comunidades virtuais que participava, a contribuição nativa é o que neste cenário de viagens independentes pode, efetivamente, realizar um diálogo com o fluxo da vida local do lugar que se visita, evitando aquilo que um considerável número de viajantes me indicou pelo termo “gringo´s trap” ou, na forma traduzida, “armadilhas para turistas”, que eram informações sobre o lugar visitado – muitas vezes difundidas por profissionais do turismo – não cotejadas pelos “conselhos êmicos”. Via de regra, essas “armadilhas” constituíam-se em oferecimentos de manifestações culturais locais que se efetuavam “pinçadas” de um contexto, como no caso citado em que o viajante inglês Benny adquire um tour com intuito de participar de um baile funk em uma favela carioca e ao chegar ao destino é instruído a se posicionar em um camarote (“área VIP”, restrita aos turistas), diminuindo suas desejadas possibilidades de interações com os moradores do lugar.

Assim, junto ao movimento de troca de informações por meio da partilha de experiências de viagem, localizadas nas comunidades virtuais, surgem projetos de promoção de visitas ou de sugestões de roteiros e rotas – em sua maioria gratuitos – mobilizados por moradores locais. Tais projetos estruturam-se, desse modo, a partir da difusão das insider tips (WELK, 2004) mencionadas. Um bom exemplo da maneira como essas sugestões de roteiro são operadas localiza-se no site da rede USE-IT EUROPE111, onde mapas de diversas cidades do referido continente podem ser impressos gratuitamente. Cada um dos mapas disponibilizados no site em questão é feito por habitantes do lugar; sendo a expressão made

by local mais que uma descrição de como estes instrumentos de orientação são elaborados,

111 O projeto USE-IT tem suas raízes, de acordo com seu próprio website (http://www.use-

it.travel/info/detail/what/), fincadas no ano de 1971, na cidade de Copenhague, Dinamarca. Em princípio, o que existia era apenas um escritório local que fornecia informações a jovens, com orçamento reduzido, que se aventuravam em viagens sem a mediação de empresas turísticas. Com o passar dos anos, tal iniciativa deixou de ser somente situada localmente, ganhando espaço por meio de replicações em países como Holanda, Noruega e

Bélgica, sempre buscando manter uma filosofia “não-comercial” no que concerne à feitura de viagens ou ao

comportamento turístico. O ano de 2005 é apontado como de extrema importância para os gestores do projeto por ter sido aquele em que o primeiro guia para jovens viajantes foi elaborado. A partir de tal data, as produções de mapas e guias feitos de maneira local (made by local) tornaram-se populares rapidamente, o que gerou a expansão da rede e fez com que – no ano de 2008 – o USE-IT Europe se consolidasse, de fato, como uma organização internacional de apoio a jovens viajantes.

constituindo-se quase que como uma “máxima filosófica” a qual a rede – como um projeto coletivo – se vincula no sentido de propor uma prática turística “não comercial” e sempre “atualizada”, evitando a influência de “jornalistas de viagem”, representantes de periódicos especializados na área do turismo, ou da publicidade de “hotéis 5 estrelas”.

A tomada do made by locals como valor estruturante do projeto, com efeito, situa- se numa condição de oposição ao chamado turismo convencional, descrito pelo site como uma prática de turismo que comporta o nonsense ao apresentar uma cidade apenas a partir da história oficial, não atentando para a importância das singularidades de espaços e personagens que por ela foram preteridos. É válido frisar que além da possibilidade de se adquirir os guias por meio do site, interações pessoais com membros do projeto são igualmente estimuladas: muitas cidades possuem escritórios, administrados em sua maioria por voluntários, onde o viajante pode obter ainda mais informações ou mesmo participar de tours guiados por estes mesmos voluntários ou profissionais locais da área do turismo que expressam afinidades com o projeto USE-IT EUROPE. O projeto busca estender-se na medida em que novos membros – moradores de cidades que ainda não figuram entre as ali representadas – são agregados. Diante disso é que o USE-IT EUROPE, para além do site, esforça-se por ocupar outros espaços no mundo virtual, como é o caso do Facebook, onde os diálogos e intercâmbios necessários para a expansão desta prática de turismo ganham concretude.

A seguir, uma representação das informações gerais sobre o projeto contidas no

Figura 10 – Site USE-IT Europe

Fonte: http://www.use-it.travel/info/detail/what/.

Situando-se ao lado esquerdo da figura, abaixo da principal chamada do site que é constituída pelo nome do projeto, estão elencados todos os mapas disponíveis para impressão gratuita. Ao lado esquerdo, na parte superior da imagem, as características principais do projeto são descritas, ressaltando-se, sobretudo, a presença de guias, mapas e de um conjunto de websites – produzidos de forma local, com o intuito de evitar o referido nonsense do turismo tido como convencional – que agregados conformam o projeto USE-IT EUROPE. Logo abaixo dessa descrição genérica, um mapa representando a extensão da ação coletiva pode ser visto. Com a ferramenta “joining the network”, sujeitos interessados no USE-IT

EUROPE podem interagir com seus administradores, abrindo a possibilidade para que o mapa

europeu ali representado seja preenchido ainda mais pelo estabelecimento de atividades em cidades que até o momento não possuem membros articulando-se com a rede/projeto.

Por fim, é interessante perceber a natureza da linguagem dos mapas e guias produzidos no bojo do USE-IT Europe:

Figura 11 – Primeira página do mapa USE-IT para Brugges (Bélgica)

Fonte: http://www.use-it.travel.

Como acontece não somente com o Lonely Planet, citado por Ceci, mas também com muitos guias contemporâneos, como os estudados por Barreira (2012, 2005), existe nas produções do USE-IT EUROPE um investimento de proximidade entre o viajante e o lugar visitado que implica o uso de uma linguagem menos formal – mais anedótica ou configurada por narrativas curiosas – em seus guias e mapas. Como pode ser observado, expressões que