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A Missão e visão da Universidade de Aveiro

CAPÍTULO 2 REVISÃO DA LITERATURA

2.4 A U NIVERSIDADE DE A VEIRO NO CONTEXTO DO E NSINO S UPERIOR PORTUGUÊS

2.4.3 Caracterização da Universidade de Aveiro

2.4.3.2 A Missão e visão da Universidade de Aveiro

De acordo com a missão preconizada nos seus Estatutos (Portugal, Universidade de Aveiro, 1997), a Universidade de Aveiro é concebida como um centro de criação, transmissão e difusão de cultura, ciência e tecnologia, onde são estabelecidos como fins últimos da sua existência a formação humana, cultural, científica e técnica; a investigação fundamental e aplicada; a prestação de serviços à comunidade e em especial à que lhe é geograficamente mais próxima; o intercâmbio cultural, científico e técnico com instituições congéneres nacionais e estrangeiras; a cooperação internacional no âmbito da sua actividade e a contribuição para a aproximação entre países, em especial os de expressão oficial portuguesa e os europeus. Os objectivos subjacentes à missão foram sintetizados pela Reitora da Universidade de Aveiro no Manifesto de Candidatura para 2006-2010:

«Criar conhecimento, expandir o acesso ao saber em benefício das pessoas e da sociedade, através da investigação, do ensino e da cooperação; assumir um projecto de formação global do indivíduo; ser actor na construção de um espaço europeu de investigação e educação, e de um modelo de desenvolvimento regional assente na inovação e no conhecimento científico e tecnológico.»

Fonte: Nazaré (2006: pp. 12)

Esta síntese reflecte as percepções sobre a UA apresentadas num estudo conduzido pela Comissão para a Análise do Modelo de Organização, Governo e Gestão da Universidade de Aveiro (1998). De acordo com esse estudo, a Universidade de Aveiro é percepcionada de forma ampla e consensual como tendo valores de referência sólidos, nomeadamente quanto à noção clara de desempenho de uma missão de serviço público educativo, social e cultural, centrada na formação da pessoa, no desenvolvimento de investigação e na transferência do conhecimento científico e tecnológico para os agentes da comunidade. As relações com o meio envolvente são consideradas necessárias, devendo envolver influências recíprocas. Subjacente a esta ideia de universidade encontramos a influência do modelo humboltiano, uma vez que a investigação não é separada da função de ensino e é considerada um objectivo intrínseco à própria universidade, assim como a criação de conhecimento e o seu papel no progresso. Contudo, a importância dada à prestação de serviços à comunidade e a forte ligação com os sectores produtivos tanto da investigação como do ensino reflectem também a influência do paradigma actual relativo ao Ensino Superior referido por Amaral e Magalhães (2000:16), em que o ambiente económico e social é considerado um contexto onde as instituições se devem integrar e que pode funcionar como dinamizador do seu próprio desenvolvimento.

Para o cumprimento da missão da UA, a Reitora preconiza uma visão da Universidade de Aveiro como um «centro de excelência na criação e divulgação do saber; agente essencial num processo de afirmação duma região de referência em termos de desenvolvimento socio- económico, competitiva em termos internacionais.» (Nazaré, 2006: 12). Afirma ainda o propósito de tornar a Universidade de Aveiro uma «Universidade Forte e Coesa, fonte de inspiração e consciência crítica do seu tempo.» (Nazaré, 2005: 2)

Para concretizar a missão e visão da UA a actual Reitora considera que o objectivo mais importante a prosseguir no médio prazo será o de «fortalecer a posição da Universidade de Aveiro como actor indispensável e incontornável no Ensino Superior e na Investigação Científica em Portugal.» (Nazaré, 2006: 4). Para tal, a sua dirigente máxima apresentou os seguintes objectivos para os próximos quatro anos:

− Sobressair internacionalmente em dois ou três domínios de investigação e a nível nacional em quatro ou cinco domínios (Nazaré, 2006:6);

− Apostar em abordagens integradas de investigação, privilegiando a interacção entre diversas áreas do saber (Nazaré, 2006:6);

− Manter a taxa de preenchimento das vagas oferecidas em cursos universitários e aumentar as taxas de preenchimento de vagas nos cursos politécnicos (Nazaré, 2006: 7);

− Incentivar a mobilidade de estudantes entre ciclos e criar diplomas conjuntos do 2º ciclo (Nazaré, 2006: 8);

− Diminuir as taxas de insucesso académico (Nazaré, 2005: 6);

− Criar programas doutorais intra e inter universidades nacionais e internacionais (Nazaré, 2006: 8);

− Tornar a formação profissionalizante um modelo que atenda às necessidades reais do tecido produtivo, facilite a inserção imediata no mercado de trabalho e que conceda uma certificação através de diploma de especialização de grau IV reconhecido a nível europeu (Nazaré, 2006: 8);

− Implementar o modelo de formação previsto no processo de Bolonha (Nazaré, 2006: 13);

− Atrair para a Universidade de Aveiro novos públicos, apostando na qualificação da população activa através da formação pós - secundária desenhada para atender às necessidades do tecido produtivo, dirigida à inserção no mercado de trabalho e certificada (Nazaré, 2006: 9);

− Valorizar economicamente os resultados da investigação e promover a sua transferência para o sector produtivo através de uma atitude incisiva na identificação de problemas tecnológicos das empresas e na construção de soluções que envolvam inovação (Nazaré, 2005: 3);

− Construir um sistema de informação único na Universidade de Aveiro por recurso a tecnologias da informação (Nazaré, 2006: 9);

− Regulamentar o Instituto para a Cooperação com a Sociedade para que o mesmo inicie funções (Nazaré, 2006: 10);

− Criar um Conselho de Estratégia composto maioritariamente por membros exteriores à Universidade (Nazaré, 2006: 10);

− Desenvolver os mecanismos de certificação da qualidade e de avaliação reconhecida internacionalmente através da candidatura da universidade a um processo de avaliação levado a cabo pela European Universities Association (Nazaré, 2006: 10); − Aprofundar a dimensão internacional da Universidade através de instituições como a

Associação das Universidades Europeias, do Consórcio Europeu das Universidades Inovadoras, do alargamento a novas áreas de programas de Mestrado Erasmus Mundus, do apoio a programas de formação envolvendo instituições do Ensino Superior de países de expressão portuguesa e de instituições ibero-americanas integradas na rede Columbus (Nazaré, 2006: 10);

− Desenvolver novos modelos de suporte à acção social com base no mérito evidenciado (Nazaré, 2005: 6)