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(A) (D) Multípara/público 140 176 85 36

Multípara/privado* 60 55 19 0 36 Primípara/público 100 133 49 33 84 Primípara/privado 60 69 11 9 58 Total 360 433 164 78 269

A composição da amostra segue a fórmula: D = (A-B)+C

Nas tabelas 3.6, e 3.7, podem ser vistas as distribuições das reposições realizadas, mantendo-se os critérios e cotas pré-estabelecidos na pesquisa.

Tabela 3.6

Distribuição das entrevistadas na amostral inicial e final, por serviço de atendimento e parturição no Município de Natal, 2000.

Setor de atendimento e

parturição Cota inicial Cota final

Público 309 (71,4) 175 (65,1) Privado 124 (28,6) 94 (34,9) Total 433(100,0) 269(100,0) Multíparas 231 (53,3) 127 (47,2) Primíparas 202 (46,7) 142 (52,8) Total 433(100,0) 269(100,0) Tabela 3.7

Distribuição percentual das entrevistadas na amostra inicial e final, por parturição e serviço de atendimento agregados no Município de Natal, 2000.

Parturição/ Setor de atendimento

Cota inicial Cota final

Multípara/público 40,6 33,8

Multípara/privado 12,7 13,4

Primípara/público 30,7 31,2

Primípara/privado 15,9 21,6

Total 100,0 100,0

3.6. Comparação de Perfis entre as perdas e a amostra final

A finalidade desta comparação é demonstrar que não houve prejuízo na consistência ou na caracterização geral da amostra, uma vez que as “perdas” ocorreram em 81,7% no serviço público, 63,4% nas multíparas; 59,9% das que continuaram na pesquisa, afirmaram ser de cor branca e 1,1% negras; 89,9% casadas e 39,4% possuíam o primeiro grau completo ou com 8 anos de estudo. Na tabela 3.8 estão apresentadas as características do perfil socioeconômico para comparação entre as entrevistadas da amostra final e das perdas.

Tabela 3.8

Distribuição em percentual das entrevistadas na amostra final e nas perdas, segundo as características no perfil social no Município de Natal, 2000.

Perfil das Gestantes Amostra (%) Perdas (%)

Cor Branca 35,7 33,5 Parda 59,9 59,1 Preta 1,1 1,8 Amarela 0,7 2,4 Indígena 1,5 2,4 Não sabe 1,1 0,6 Total 100,0 100,0 Anos de estudo 0 a 4 anos 10,4 17,7 5 a 8 anos 29,0 37,2 9 a 11 anos 53,5 42,7 12 anos e mais 7,1 2,4 Total 100,0 100,0 Grupos etários 18 a 20 anos 19,7 15,2 21 a 24 anos 26,4 26,8 25 a 29 anos 32,7 38,5 30 a 40 anos 21,2 19,5 Total 100,0 100,0 Estado conjugal Casada/amasiada 89,6 94,5 Separada/divorciada 1,9 1,2 Solteira 8,5 4,3

Total 100,0 100,0

De acordo com as variáveis sociais apresentadas na tabela 3.8, pode-se verificar que as substituições realizadas preservaram o perfil das entrevistadas perdidas.

Quanto à etnia, o que se verificou foi um percentual das pardas um pouco mais elevado do que das brancas, ao passo que as amarelas foram mais predominantes entre as entrevistadas perdidas, perfil este bem próprio da região Nordeste.

Em relação à escolaridade ou anos de estudo, verificou-se uma considerável melhoria no nível de estudo, para aquelas que compuseram a amostra final, mostrando que as perdas foram mais comuns entre mulheres com menor escolaridade

Observou-se, entre as entrevistadas, que a faixa etária de 21 a 24 anos não apresentou diferenças entre os grupos da amostra e das perdas. Porém, deve-se ressaltar que o grupo de mulheres, onde a fecundidade é maior, de 25 a 29 anos teve um percentual mais elevado entre aquelas que figuravam nas perdas.

Quanto ao estado marital, predominou entre os dois grupos o estado de casada/amasiada.

A predominância de mulheres donas de casa não favoreceu a um detalhamento maior sobre a questão da ocupação.

Não foi possível fazer comparações entre os grupos em relação à classe social, devido a esta informação só ter sido coletada por ocasião da terceira entrevista. Nesta situação, só será possível ter a resposta, então, para aquelas

que fizeram parte de todo o seguimento, ou seja, para o total de 269 mulheres que responderam ao Q3.

Quanto às variáveis reprodutivas, essas foram apresentadas nas tabelas 3.9 e 3.10, referindo-se ao “tipo de parto” e “a preferência por determinado parto, em relação à parturição e serviço procurado”, como forma de apresentar a semelhança entre a amostra final e as perdidas. Em relação ao tipo de parto, pode-se verificar que houve predominância pelo desejo do parto normal nos dois grupos. Porém, não se pode deixar de considerar um percentual de 30,5% de mulheres perdidas que declararam o desejo pelo parto cesáreo, permanecendo a considerável maioria que preferiu o parto normal.

Tabela 3.9

Distribuição em percentual das entrevistadas na amostra final e nas perdas, segundo as características no perfil reprodutivo ao desejo do parto no Município de Natal, 2000.

Perfil Reprodutivo das Gestantes Amostra (%) Perdas (%)

Tipo de parto desejado

Normal 71,0 66,5

Cesárea 24,5 30,5

Depende da opinião do médico 0,7 0,6

Não sabe/não tem preferência 3,7 2,4

De acordo com a tabela 3.10, comparando os grupos por parturição e serviço procurado, os maiores diferenciais foram registrados entre aquelas multíparas do serviço público e as primíparas, tanto do serviço privado como do público, o desejo pelo parto normal. Entre as multíparas, o percentual de mulheres, que não concluíram a pesquisa, foi superior ao encontrado na amostra final. Por outro lado, entre as primíparas, a amostra final foi maior do que as perdas. Entre aquelas que desejavam o parto cesáreo, houve um

percentual maior entre aquelas multíparas do serviço público, o que não difere da composição amostral e das perdas para o estudo de São Paulo6, quando mostra um equilíbrio das perdas entre todos os seguimentos de serviço e de paridade.

Tabela 3.10

Distribuição em percentual das entrevistadas em relação às preferências por tipo de parto na amostra final e perdas, segundo parturição e serviço procurado

no Município de Natal, 2000. Parturição/setor de atendimento Tipo de parto desejado

Amostra final Perdas

Multípara Público Normal Cesárea 23,0 11,7 34,0 18,9 Privado Normal Cesárea 7,0 6,6 6,35,7 Primípara Público Normal Cesárea 28,4 3,1 22,6 6,3 Privado Normal Cesárea 16,0 4,3 5,70,6

3.7. Análise dos dados

Os questionários foram codificados e a entrada dos dados foi feita através do Software EPIINFO 6.04. Para análise de associações entre todas as condições (variáveis), foram utilizados os Softwares EPIINFO 6.04, STATISTICA versão 6.0 e ainda o SPSS versão 15.0.

Esse estudo teve uma preocupação, no momento da análise, de valorizar, na sua discussão, a representatividade e a magnitude das possíveis perdas e das inconsistências existentes entre os bancos de dados dos três questionários aplicados. Como uma forma de melhorar a qualidade dos dados,

possibilitou-se um retorno ao campo na hora em que houve necessidade, por motivo da falta de representatividade por causa das perdas, da amostra ou até em relação à cobertura.

Correia e Mcauliffe (1999)62 consideram que a cobertura dos serviços de saúde varia de acordo com a região de moradia e que, na Região Sul, a cobertura é em torno de 93%, enquanto no Nordeste, esta cobertura somente chega a 74%. Além disso, menos de dois terços das gestantes, que fazem o pré-natal, são acompanhadas com quatro ou mais consultas, o que fica muito abaixo do preconizado pela organização Mundial da Saúde, que adota, como número ideal, um mínimo de sete consultas 63,64.

Segundo dados da pesquisa realizada no Rio Grande Norte, em 199565, esta cobertura ficou em torno de 89,1%. O acompanhamento à gestante, em relação ao número de consultas, ficou em torno de 6,1 consultas por gestante63,64. Neste período, foi registrado um percentual de 10,9% de gestantes que não fizeram o pré-natal. Para Natal, segundo o Sistema de Informação de Nascimentos – SINASC (2006)66, o percentual de gestantes, que não fez nenhuma consulta de pré-natal, chega a 3,0% e aquele número ideal de 7 consultas de pré-natal, ainda se apresenta em torno dos 43,0%.

A análise, inicialmente, é apresentada em termos descritivos, de modo a mostrar as contribuições e as tendências da conduta médica, o conhecimento das mulheres em relação ao parto cirúrgico ou anticoncepção e o grau de informação recebida pela mulher no momento do pré-natal. Nesta descrição, também é feita uma análise do comportamento, que se destina a estudar as mudanças de processo, identificado na relação entre os três momentos da

realizada de forma transversal, para cada momento, e longitudinal para o estudo, como um todo.

Após a análise descritiva, foi aplicada uma análise bivariada, centrada nos testes de associação qui-quadrado de Pearson, entre a variável resposta e as variáveis independentes.

A variável resposta foi considerada o tipo de parto e as variáveis de risco ou independentes aquelas relacionadas à condição socioeconômica e demográfica (serviço procurado, anos de estudo, faixa etária, estado civil, condição de trabalho e estrato social) e a saúde reprodutiva da mulher (paridade, realização da LT, parto anterior por cesárea, entrou em trabalho de parto, teve acompanhamento durante o parto, teve cesárea em algum outro filho, multiparidade, desejo pela LT, número de filhos tidos consultas de pré- natal). O modelo de regressão logística múltipla, descrito mais detalhadamente em 3.8.2, pode ser escrito na forma

0 1 2 3 4 5 6 = + + + + + + + + t i p o p a r t o s e r v i ç o a n o s e s t u d o f a i x a e t a r i a e s t a d o c i v i l c o n d i ç ã o t r a b a l h o e s t r a t o s o c i a l β β β β β β β ε

No cálculo das razões de chances (OR), os resultados foram considerados significativos a um nível de significância de 5% e calculados intervalos de confiança de 95% para os riscos relativos (RR) ajustados na utilização do modelo de regressão logística. A análise de regressão foi realizada, no Wald Forward Stepwise, utilizando o software SPSS, versão 15.0.

Essa técnica de análise multivariada, por ser mais refinada, permite a identificação de modelos matemáticos para a validação de algumas expectativas. A Análise de Regressão e Correlação, bem como Modelos

Lineares Generalizados67, são procedimentos que foram úteis na investigação da complexidade das relações da prática da cesárea e as políticas públicas.

3.8 - O Modelo de Regressão Múltipla

3.8.1 O Modelo de Regressão Linear Múltipla

O modelo de regressão linear múltipla é definido como

y01x12x2+ +L βkxk+ε ,

no qual a componente de erro ε tem distribuição normal com média 0 e variância σ2 e os

,

j

β j=1 2, , ...,k são referidos como parâmetros parciais da

regressão. Em particular, βj representa o incremento em y por cada unidade

de incremento em x , com todas as outras variáveis mantidas constantes e é j

estimado por ˆβj. Neste caso, a variável resposta y tem distribuição normal

com média β01x12x2+ +L βkxkβ e variância constante σ2, isto é,

2

0 1 1 2 2

~ ( k k, )

A estimação dos parâmetros é feita através do Método de Mínimos Quadrados, fornecendo os valores de β β0, 1,L,βk, denotados por β βˆ0, ˆ1,L,βˆk,

que minimizam a equação

(

)

2 2 0 1 1 2 2 1 1 n n i i k k i i y x x x ε β β β β = = ⎡ ⎤ = − + + + +

L ,

Na forma matricial, o modelo pode ser escrito como y = Xβ + ε, onde

ynx1 é um vetor de variáveis aleatórias observáveis;

Xnxk uma matriz de números conhecidos fixos (n > k);

βkx1 um vetor de parâmetros desconhecidos

εnx1 é um vetor de variáveis aleatórias não observáveis, com ε ~ Nn( ,0σ2In)

Se Xnxk tem posto k, o Estimador de Mínimos Quadrados (EMQ) do vetor

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