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A MUTABILIDADE DO REGIME DE BENS E A JURISPRUDÊNCIA

Somente a título ilustrativo serão apresentados alguns entendimentos da jurisprudência, a qual tem-se manifestado no sentido da plena incidência do artigo 1.639, § 2°, os tribunais brasileiros manifestam-se acerca da aplicação da norma legal da alteração do regime de bens aos casamentos celebrados sob a égide do Código Civil de 1916.

Do Superior Tribunal de Justiça colhe-se o acórdão proferido pelo Relator Ministro Jorge Scartezzini no Recurso Especial n° 730.546 – MG (2005/0036263-0), na data de 23 de agosto de 2005, no qual se decidiu que:

CIVIL - REGIME MATRIMONIAL DE BENS – ALTERAÇÃO JUDICIAL - CASAMENTO OCORRIDO SOB A ÉGIDE DO CC/1916 (LEI Nº 3.071) - POSSIBILIDADE - ART. 2.039 DO CC/2002 (LEI Nº 10.406) – CORRENTES DOUTRINÁRIAS - ART.

1.639, § 2º, C/C ART. 2.035 DO CC/2002 – NORMA GERAL DE APLICAÇÃO IMEDIATA.181

O Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina segue o mesmo entendimento. Para o nosso tribunal, a alteração do regime de bens também é possível para casamentos realizados antes de 11 de janeiro de 2003:

APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE RESTABELECIMENTO DE SOCIEDADE CONJUGAL CUMULADA COM MUDANÇA DE REGIME DE BENS – CASAMENTO CELEBRADO NA VIGÊNCIA DO CÓDIGO CIVIL DE 1916 – POSSIBILIDADE DE ALTERAÇÃO

–RECURSO PROVIDO. A regra estabelecida pelo art. 2.039 do novo Código Civil não

impede a mudança do regime de bens para casamentos celebrados sob a égide do Código Civil de 1916. O regime de bens dos casamentos contraídos pela antiga lei é o por ele estabelecido, mas somente enquanto não se aplicar a regra geral do art. 1.639, § 2.º, ou seja, enquanto não optarem os cônjuges pela sua alteração, até porque, o art. 2.039 não estabelece que o regime do casamento contraído na vigência do código revogado é imutável ou irrevogável.182

No Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul tem-se decidido no mesmo sentido:

APELAÇÃO. REGIME DE BENS. ALTERAÇÃO. VIABILIDADE. Viável a alteração do regime de bens dos casamentos celebrados na vigência do Código Civil de 1916. Precedentes jurisprudenciais. Preenchidas as condições para, no caso concreto, permitir aos apelantes que alterem o regime de bens pelo qual casaram. DERAM PROVIMENTO.183

181

BRASIL, Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial n° 730.546. TJMG. Rel. Min. Jorge Scartezzini. 23. ago. 2005.

182

FLORIANÓPOLIS. Tribunal de Justiça de SC. Apelação Cível n° 2005.006289-2, de Lages. Relator Desembargador Mazoni Ferreira, julgado em 07.07.2005. Publicação DJSC n. 11.726, edição de 04.08.2005, p. 38.

183

PORTO ALEGRE. Tribunal de Justiça do RS. Apelação Cível Nº 70012999900, Oitava Câmara Cível, Relator Desembargador Rui Portanova, julgado em 05/10/2006.

REGISTRO CIVIL. REGIME DE BENS. ALTERAÇÃO. REQUISITOS. CASAMENTO CELEBRADO SOB A ÉGIDE DO CÓDIGO CIVIL DE 1916. POSSIBILIDADE. NECESSIDADE DE PARTILHA DOS BENS COMUNS. O art. 2.039 não impede a mudança do regime de bens para casamentos celebrados na vigência do Código Civil de 1916 desde que preenchidos os requisitos legais e feita a partilha dos bens comuns existentes. DERAM PROVIMENTO. UNÂNIME.184

REGISTRO CIVIL. REGIME DE BENS. ALTERAÇÃO. CASAMENTO CELEBRADO NA VIGÊNCIA DO CÓDIGO CIVIL DE 1916. A possibilidade de alteração do regime matrimonial de bens conferida aos cônjuges pelo Código Civil não afronta o ato jurídico perfeito e o direito adquirido. Houve uma otimização do princípio da autonomia da vontade do casal, consagrado no princípio da livre estipulação do pacto (art. 1.639 do Código Civil), de forma que se revela descabido afastar tal ampliação de direitos dos casamentos celebrados sob a égide do antigo estatuto civil. Apelo provido. (SEGREDO DE JUSTIÇA)185

Assim, finalizando a presente pesquisa, observa-se que tanto a doutrina quanto a jurisprudência, especialmente das ementas acima citadas, têm entendido que o pedido de alteração do regime de bens para os casamentos contraídos na vigência do Código Civil de 1916, é juridicamente possível, pois o artigo 2.039 inserido nas Disposições Finais e Transitórias do Código Civil em vigor, não impede a modificação.

184

PORTO ALEGRE. Tribunal de Justiça do RS. Apelação Cível n° 70011766243. Sétima Câmara Cível. Relator: Luiz Felipe Brasil Santos, julgado em 17.07.2005.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente monografia buscou analisar a Possibilidade de Alteração do Regime de Bens no Casamento Brasileiro, com o propósito geral de se verificar quais são os requisitos necessários e o procedimento a ser adotado para a efetiva alteração do regime de bens, bem como seus efeitos, cuja pesquisa também abordou a real possibilidade de alteração do regime de bens aos casamentos contraídos sob a vigência do Código Civil de 1916, com especial enfoque na legislação doutrina e jurisprudência brasileiras.

Através dos estudos realizados no primeiro capítulo, deu-se enfoque principal à evolução histórica do Casamento no Brasil, passando pelos períodos colonial e imperial, em cujos períodos as regras, em matéria de união conjugal, eram todas ditadas pela Igreja e também pelo período Republicano, uma vez que com o advento da Proclamação da República, ocorreu a separação entre o Estado e a Igreja, instituindo-se o Casamento Civil e tornando-o obrigatório, para sua validade perante a legislação brasileira.

Com relação à natureza jurídica do Casamento foram abordadas as três correntes que discutem o assunto, quais sejam: a institucionalista, que considera o Casamento como uma instituição de direito público, tendo em conta que para validade do ato é obrigatória a intervenção do Estado; a contratualista, a qual entende que o Casamento é estabelecido através do acordo de vontade entre os cônjuges e a eclética ou mista, que considera o Casamento como um ato complexo, ou seja, um contrato de ordem privada, quando da sua formação e institucional, no seu conteúdo.

Destacaram-se, também, os conceitos do Casamento, desde as fontes romanas, através de Modestino e Ulpiano, até as mais recentes, que muito embora não resultem da unanimidade, entendem o Casamento como um ato solene, que tem por fim promover a união de duas pessoas, de sexo diferente, 185

PORTO ALEGRE. Tribunal de Justiça do RS. Apelação Cível n° 70011082997. Sétima Câmara Cível. Relator: Maria Berenice Dias, julgado em 01.06.2005.

188

que se unem, em conformidade com a lei, para estreita comunhão de vida.

No tocante as características do Casamento, destacaram-se aquelas utilizadas pela doutrina, tais como: solenidade, liberdade de escolha dos nubentes diversidade de sexos, dissolubilidade, legislação matrimonial de ordem pública, união permanente e exclusiva.

Com relação as finalidades do Casamento, no Direito Brasileiro, verificou-se que variam conforme a visão filosófica, sociológica, jurídica ou religiosa.

Quanto aos efeitos jurídicos do Casamento, observou-se que encontram-se divididos em três espécies: sociais, aqueles que alcançam toda a Sociedade, razão de sua grande relevância no contexto social; pessoais, aqueles que dizem respeito diretamente aos direitos e deveres dos cônjuges, no exercício da Sociedade Conjugal e patrimonial, aqueles que decorrem das questões econômicas que envolvem os cônjuges, cujas normas disciplinadoras destes efeitos, estão contidas no regime de bens escolhido pelos cônjuges.

No Capítulo 2, realizou-se um estudo sobre os regimes matrimoniais de bens no Direito Brasileiro, sendo os seus princípios norteadores o da Variedade do Regimes de Bens, possibilitando aos nubentes a escolha por um dos quatro tipos de regimes existentes no Código Civil; o da Liberdade dos Pactos Antenupciais, onde os nubentes podem, antes da celebração do casamento, estipular sobre seus bens da forma que acharem mais conveniente e por fim abordou-se brevemente a respeito do Princípio da Mutabilidade Justificada do Regime de Bens, por ser o objeto de estudo do terceiro capítulo da presente pesquisa.

No tocante ao pacto antenupcial e seus requisitos, constatou-se que é um ato pelo qual os nubentes organizam suas relações patrimoniais e com terceiros.

E finalizando, destacaram-se todos os regimes de bens existentes na atual legislação brasileira em tópicos separados, o regime da

comunhão universal de bens, o regime da comunhão parcial de bens, o regime da separação de bens, o regime de participação final nos aqüestos.

O Capítulo 3, a abordagem foi dedicada a Mutabilidade do Regime de Bens no Direito Brasileiro, observando-se os aspectos gerais e a sua evolução no ordenamento jurídico brasileiro, bem como os requisitos necessários para procedência da alteração. Verificou-se também, da possibilidade de alteração do regime de bens para casamentos contraídos na vigência do Código Civil de 1916.

Finalizando-se o capítulo, destacou-se a título ilustrativo como a jurisprudência tem-se manifestado a respeito do tema, através das decisões proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça, Tribunal de Justiça de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Retomam-se, portanto, as hipóteses levantadas, quais sejam:

O Código Civil de 2002 modificou as disposições relativas a imutabilidade dos regimes de bens, possibilitando a sua alteração mesmo que o casamento tenha se realizado sob a égide do Código Civil de 1916;

Os efeitos da sentença que altera do regime de bens podem ser ex tunc ou ex nunc, contudo deverá constar expressamente do pedido;

O pedido de alteração do regime de bens adotado deve, sem exceções, ser formulado por ambos os cônjuges e é possível em qualquer tipo de regime.

Verificou-se que a primeira hipótese foi confirmada, uma vez que o artigo 2.039 inserido nas Disposições Finais e Transitórias do Código Civil em vigor, não impede a alteração do regime dos bens nos casamentos celebrados na vigência do Código Civil de 1916. Pois a ordem emanada deste dispositivo tem por principal objetivo resguardar o direito adquirido e o ato jurídico perfeito. O que se pretende é assegurar aos cônjuges a aplicação do regime por eles escolhidos por ocasião do casamento. Ressalta-se que a mutabilidade do

regime de bens em nada afronta os direitos que se pretende assegurar pelo art. 2.039 do Código Civil em vigor, mormente se considerada a consensualidade do pedido e o amparo a direitos de terceiros. Muito pelo contrário, em verdade, houve uma otimização do princípio da autonomia da vontade do casal, consagrado no princípio da livre estipulação do pacto, de forma que se revela descabido afastar tal ampliação de direitos aos casamentos celebrados sob a égide do Código Civil revogado.

A segunda hipótese também restou confirmada, visto que o atual Código Civil expressamente não dispõe quais são os efeitos da sentença que altera o regime de bens, a doutrina e a jurisprudência têm-se consolidado no sentido de que os efeitos da mudança de regime de bens poderá ter efeitos “ex

tunc” ou ”ex nunc” onde em relação aos cônjuges a produção do efeito “ex nunc”

dependerá do pedido expresso nessa conformidade, caso contrário, os efeitos serão “ex tunc”, e em qualquer dessas hipóteses, haverá ressalva de direito de terceiros, como impõe o art. 1.639, § 2°.

E por fim, a terceira hipótese também restou confirmada, pois realmente a mudança judicial do regime de bens não comporta via unilateral, contenciosa, eis que a lei exige que o pedido seja formulado por ambos os cônjuges e a alteração refletirá o desejo mútuo. Sendo possível em qualquer tipo de regime, até mesmo nos casos da separação de bens obrigatória, conforme as três espécies previstas no art. 1.641 do Código Civil, desde que as pessoas casadas com os impedimentos descritos no artigo 1.523, do Código Civil, demonstrem a inexistência dos prejuízos que tais impedimentos poderiam ocasionar, ocorrida após o casamento. No caso dos que dependeram de suprimento judicial para casar, decorrido algum tempo da conivência conjugal, havendo estabilidade familiar, também poderão requerer a modificação do regime, todavia neste caso faz-se necessária uma análise, com interveniência de Assistente Social, a fim de se configurar a estabilidade do relacionamento do casal.

A presente pesquisa, não se esgota com a realização deste trabalho, porém, com toda certeza, serviu de estímulo para futuros estudos sobre

o tema e também para aplicação no exercício da profissão após a conclusão do curso de direito.

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PORTO ALEGRE. Tribunal de Justiça do RS. Apelação Cível Nº 70012999900, Oitava Câmara Cível, Relator Desembargador Rui Portanova, julgado em 05/10/2006.

PORTO ALEGRE. Tribunal de Justiça do RS. Apelação Cível n° 70011766243. Sétima Câmara Cível. Relator: Luiz Felipe Brasil Santos, julgado em 17.07.2005.

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Superior Tribunal de Justiça

RECURSO ESPECIAL Nº 730.546 - MG (2005/0036263-0) RELATOR : MINISTRO JORGE SCARTEZZINI

RECORRENTE : P V B B A E CÔNJUGE

ADVOGADO : LINDA MIRTES MALUF AFONSO E OUTROS

EMENTA

CIVIL - REGIME MATRIMONIAL DE BENS - ALTERAÇÃO JUDICIAL - CASAMENTO OCORRIDO SOB A ÉGIDE DO CC/1916 (LEI Nº 3.071)

- POSSIBILIDADE - ART. 2.039 DO CC/2002 (LEI Nº 10.406) - CORRENTES

DOUTRINÁRIAS - ART. 1.639, § 2º, C/C ART. 2.035 DO CC/2002 - NORMA

GERAL DE APLICAÇÃO IMEDIATA.

1 - Apresenta-se razoável, in casu, não considerar o art. 2.039 do CC/2002 como

óbice à aplicação de norma geral, constante do art. 1.639, § 2º, do CC/2002, concernente à

alteração incidental de regime de bens nos casamentos ocorridos sob a égide do CC/1916, desde

que ressalvados os direitos de terceiros e apuradas as razões invocadas pelos cônjuges para tal

pedido, não havendo que se falar em retroatividade legal, vedada nos termos do art. 5º, XXXVI,

da CF/88, mas, ao revés, nos termos do art. 2.035 do CC/2002, em aplicação de norma geral com

efeitos imediatos.

2 - Recurso conhecido e provido pela alínea "a" para, admitindo-se a possibilidade

de alteração do regime de bens adotado por ocasião de matrimônio realizado sob o pálio do

CC/1916, determinar o retorno dos autos às instâncias ordinárias a fim de que procedam à análise

do pedido, nos termos do art. 1.639, § 2º, do CC/2002. ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Ministros da Quarta

Turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a

seguir, por unanimidade, conhecer em parte do recurso e, nessa parte, lhe dar provimento, nos

termos do voto do Sr. Ministro Relator, com quem votaram de acordo os Srs. Ministros

BARROS MONTEIRO, CÉSAR ASFOR ROCHA, FERNANDO GONÇALVES e ALDIR

PASSARINHO JÚNIOR.

Brasília, DF, 23 de agosto de 2005(data do julgamento). MINISTRO JORGE SCARTEZZINI , Relator

Acórdão: Apelação Cível n. 2005.006289-2, de Lages. Relator: Des. Mazoni Ferreira.

Data da decisão: 07.07.2005.

Publicação: DJSC n. 11.726, edição de 04.08.2005, p. 38.

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE RESTABELECIMENTO DE

SOCIEDADE CONJUGAL CUMULADA COM MUDANÇA DE REGIME DE BENS – CASAMENTO CELEBRADO NA VIGÊNCIA DO CÓDIGO CIVIL DE 1916 – POSSIBILIDADE DE ALTERAÇÃO – RECURSO PROVIDO.

A regra estabelecida pelo art. 2.039 do novo Código Civil não impede a mudança do regime de bens para casamentos celebrados sob a égide do Código Civil de 1916. O regime de bens dos casamentos contraídos pela antiga lei é o por ele estabelecido, mas somente enquanto não se aplicar a regra geral do art. 1.639, § 2.º, ou seja, enquanto não optarem os cônjuges pela sua alteração, até porque, o art. 2.039 não estabelece que o regime do casamento contraído na vigência do código revogado é imutável ou irrevogável.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível n. 2005.006289-2, da comarca de Lages, em que são apelantes W. B. de S. e S. A. B. de S.:

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