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Capítulo VI Intervenção Pedagógica em Contexto Pré-Escolar

6.1. Contextualização do ambiente educativo

6.1.3. A Sala de Transição

6.1.3.1. A organização do ambiente educativo da sala

O ambiente educativo, para Oliveira-Formosinho (2011), deve ser preparado, organizado e pensado de forma criteriosa. Como tal, a organização da sala deve ter em atenção as necessidades, as finalidades educativas e os interesses das crianças.

Neste sentido, e segundo Silva et al (2016), a organização do espaço representa a intencionalidade do educador, bem como, a dinâmica do grupo. Assim, é fulcral que o educador se interrogue sobre a sua função e sobre as suas finalidades de modo a planear e fundamentar as razões dessa mesma organização. Ademais, é essencial que o educador reflita permanentemente sobre a funcionalidade e adequação do espaço de modo a que a sua organização se modifique de acordo com as necessidades e interesses das crianças.

O espaço deve ser encarado como um lugar de segurança, de bem-estar, de prazer e de alegria, um espaço disponível para as experiências plurais e interesses das crianças e das comunidades. O espaço deve ser aberto à natureza que se carateriza pelo poder comunicativo da estética, o poder ético de respeito por cada identidade pessoal e social. Deve ser ainda, um refúgio amigável e seguro, disponível para o brincar e para o aprender.

Por conseguinte, o espaço não deve ser encarado como algo estereotipado e padronizado, este deve ser encarado como algo que pode ser modificado, alterado e adaptado às crianças, promovendo o desenvolvimento e a aprendizagem das mesmas.

De acordo com Zabalza (1992), o educador deve considerar um conjunto de critérios aquando da disposição espacial da sala. Este deve ter em atenção a necessidade de autonomia, inerente às crianças, a dialética entre o individual e o grupal, o fomento da curiosidade e da descoberta e ainda, a inatingibilidade educativa dos estímulos.

A Sala de Transição encontrava-se, organizada e preparada com vista à aprendizagem e ao desenvolvimento das crianças. Esta possuía um espaço amplo, iluminado, organizado e arejado. Possuía uma porta de entrada e uma janela que ocupava uma parede na sua plenitude. As restantes paredes, encontravam-se pintadas com desenhos.

Posicionada na porta, do lado direito encontrava-se a casa de banho, constituída por três sanitas e por duas pias. Ao lado da casa de banho, encontrava-se um balcão, uma banheira e um conjunto de armários de arrumação. O balcão destinava-se à muda de fraldas e os armários à arrumação de toalhas e de pertences das crianças, nomeadamente, fraldas, toalhitas, cremes, entre outros.

Ao lado do balcão, encontrava-se a Área da Casinha. À frente da porta de entrada, era possível observar a grande janela com vista para o exterior, como também, a Área do

Colchão. Do lado esquerdo, era possível constatar a Área da Biblioteca, como também,

os armários de arrumação, não só de materiais de Expressão Plástica, mas também, de jogos. Junto à porta da sala encontravam-se duas mesas redondas.

As áreas, cada uma destas com materiais próprios, possibilitavam uma organização do espaço, visando a construção de aprendizagens significativas. Estas correspondiam a territórios plurais de vida, de aprendizagem e de experiência, sendo adaptadas às atividades desenvolvidas ao longo do ano.

Atendendo às áreas, a Sala de Transição, era constituída por cinco áreas, sendo que segundo Silva et al (2016), “esta organização constitui o suporte do desenvolvimento curricular pois, as formas de interação no grupo, os materiais disponíveis e a sua organização, distribuição e utilização são determinantes para o que as crianças podem escolher, fazer e aprender” (p.26).

Área dos Jogos

Esta área era constituída por blocos lógicos, jogos de encaixe, jogos de construção, puzzles, dominós, jogos de memória, legos, entre outros. Estes encontravam-se organizados em dois armários, estando, deste modo, ao alcance de todas as crianças, sendo que o colchão, bem como a mesa, eram os espaços destinados para a realização dos jogos.

Figura 15: Área dos Jogos

Área do Colchão

A Área do Colchão era utilizada com elevada frequência, desde o cantar dos Bons

Dias, ao contar de histórias, à realização de jogos, à introdução e ao debate de temas, à

partilha de ideias em grande grupo, à troca de opiniões, entre outros assuntos.

Figura 16: Área do Colchão

Área da Casinha

A Área da Casinha assemelhava-se a um T0, com duas zonas definidas, a cozinha e o quarto. Esta era constituída por um armário, um fogão, um espelho, uma mesa, quatro cadeiras, uma cama, utensílios de cozinha, alimentos de plástico, um telefone e ainda, por nenucos e bonecas.

Figura 17: Área da Casinha

Área da Biblioteca

A Área da Biblioteca era constituída por uma espécie de quiosque com um conjunto de livros, em boas condições, com as mais variadas histórias e temáticas. A leitura das mesmas, podia ser realizada no colchão, nas mesas ou ainda, nas cadeiras que se encontravam ao lado da mesma.

Figura 18: Área da Biblioteca

Área das Atividades

A Área das Atividades era constituída por duas mesas redondas e por 18 cadeiras. Esta destinava-se ao acolhimento, à realização de trabalhos de artes visuais e de jogos, à leitura e a outros momentos de diálogo.

Figura 19: Área das Atividades

Em termos gerais, todas estas áreas em conjunto favoreciam e estimulavam o desenvolvimento e a aprendizagem das crianças, potencializando as suas capacidades.

No que diz respeito aos materiais, estes eram selecionados atendendo, não só aos critérios de qualidade e de variedade mas também, tendo em atenção outros aspetos, como a funcionalidade, a versatilidade, a durabilidade, o valor estético e a segurança. Estes aspetos eram tidos em consideração pois, os materiais pedagógicos são fundamentais para a promoção do brincar e do jogar. Estes, para além do referido anteriormente, devem ser selecionados de acordo com os interesses e com as necessidades das crianças. A variedade dos mesmos possibilita que a criança usufrua de oportunidades de trabalho ao nível da representação, da linguagem, da classificação, da seriação, do número, do espaço, do tempo, do movimento e do desenvolvimento socio emocional.