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Capítulo VII Intervenção Pedagógica em Contexto de 1.º Ciclo do Ensino Básico

7.1.3. A turma do 4.ºB

7.1.3.1. A organização do ambiente educativo da sala

“O espaço é também um contexto de significações. A distribuição e o equipamento do espaço escolar acabam por ser o cenário em que atuam as figuras das mensagens educativas” (Zabalza,1992, p.121).

O espaço, enquanto elemento essencial do processo educativo e, enquanto promotor do desenvolvimento, traduz a intencionalidade do professor, como também, a dinâmica do grupo. Assim, a sala deve ser organizada tendo em atenção os interesses, as necessidades, as potencialidades e as fragilidades dos alunos.

Conforme Sanches (2001), a organização da sala desempenha um papel fundamental no clima de trabalho, sendo, como tal, um fator essencial para o desenvolvimento das aprendizagens.

Relativamente à sala do 4.º B, esta possuía um espaço amplo, organizado, arejado e bem iluminado. Disponha de uma porta de entrada e ainda, de uma janela que ocupava a parte superior de uma das paredes da sala.

Posicionada na porta, do lado direito encontrava-se o quadro preto, como também, a secretária do professor e um conjunto de três recipientes que se destinavam à separação do lixo. Do lado esquerdo situavam-se os armários reservados à arrumação dos livros, dos cadernos e dos materiais dos alunos. À frente da porta de entrada era possível observar a grande janela que ocupava toda a parte superior da parede.

Por fim, e entre a parede que possuía os armários de arrumação e a parede que possuía a janela, era possível constatar a parede que continha os placards, destinados à exposição dos trabalhos dos alunos. Junto a esta parede, encontrava-se, também, um conjunto de mesas e cadeiras organizadas.

No que diz respeito à disposição das mesas, a sala estava organizada em duas partes, facilitando deste modo, a livre circulação. Do lado da secretária, as mesas apresentavam-se aos pares, sendo que existiam quatro filas de mesas. Do outro lado, as mesas encontravam-se organizadas em grupos de quatro, existindo igualmente quatro filas de mesas.

7.1.3.2. A organização do grupo de alunos

Lopes & Silva (2010) consideram que é fundamental que o professor conheça os conteúdos e os processos de ensino/aprendizagem porém, defendem que o professor deve conhecer, principalmente, os alunos, as suas potencialidades, fragilidades e interesses.

A turma do 4.º B era constituída por 17 alunos com idades compreendidas entre os nove e os 11 anos, sendo que oito eram sexo masculino e nove do sexo feminino. Importa destacar que, o grupo possuía dois alunos com NEE, sendo estes acompanhados por uma docente do Ensino Especial.

Gráfico 7: Distribuição dos alunos do 4.º B por género

A turma do 4.ºB caraterizava-se por ser heterógena, no que diz respeito à autonomia, ao comportamento, aos interesses, às fragilidades, às potencialidades e às necessidades. Era um grupo divertido, ativo, dinâmico e comunicativo, sendo constituído por alunos sociáveis, participativos, afetivos e curiosos pelo meio envolvente.

Na área do Português, nomeadamente no domínio da Oralidade, os alunos apresentavam uma boa interação discursiva. Estes demonstravam uma boa capacidade de compreensão e de expressão, conseguindo produzir um discurso oral com correção. No domínio da Leitura e da Escrita, grande parte dos alunos realizava uma leitura fluente, com uma velocidade e precisão adequadas, compreendendo os textos explorados na sua totalidade. Os alunos escreviam textos diversos, respeitando as regras de ortografia e de pontuação. Usavam um vocabulário adequado e específico para os temas propostos, escreviam frases completas, respeitando as relações de concordância entre os seus elementos. No domínio da Gramática, grande parte dos alunos conhecia as propriedades das palavras e compreendia aspetos fundamentais da sua morfologia e do seu comportamento sintático. Estes reconheciam as classes de palavras, compreendiam os processos de formação e de organização do léxico, como também, analisavam e estruturavam unidades sintáticas.

A área da Matemática correspondia à área fraca. No domínio dos Números e Operações, os alunos efetuavam divisões inteiras, simplificam frações, multiplicavam e dividiam números racionais não negativos e representavam números racionais por dízimas. No domínio da Geometria e Medida, os alunos possuíam algumas noções de localização e orientação no espaço, de figuras geométricas, como também, possuíam algumas noções de medidas, nomeadamente de áreas, volumes e capacidades. No domínio da Organização e Tratamento de Dados, os alunos utilizavam frequências relativas e percentagens.

53% 47%

0%

ALUNOS POR GÉNERO

Relativamente à área do Estudo do Meio e, apesar de minimizada em detrimento do Português e da Matemática, esta era considerada a área forte. Os alunos estruturavam o conhecimento de si mesmos, desenvolvendo atitudes de autoestima e de autoconfiança e valorizando a sua identidade e raízes. Estes identificavam elementos básicos do meio físico envolvente (relevo, rios, fauna, flora, tempo atmosférico), como também identificavam os principais elementos do meio social envolvente (família, escola, comunidade e suas formas de organização e atividades humanas) comparando e relacionando as suas principais características. Estes identificavam problemas concretos relativos ao seu meio, desenvolviam e estruturavam noções de espaço e de tempo e identificavam alguns elementos relativos à História e à Geografia de Portugal. Grande parte dos alunos utilizava alguns processos simples de conhecimento da realidade envolvente (observar, descrever, formular questões e problemas, avançar possíveis respostas, ensaiar, verificar), assumindo uma atitude de permanente pesquisa e experimentação. Por fim, estes reconheciam e valorizavam o seu património histórico e cultural e desenvolviam o respeito por outros povos e culturas, rejeitando qualquer tipo de discriminação.

7.1.3.3. Contexto familiar dos alunos

O professor deve considerar o meio envolvente dos alunos como o ponto de partida pois, quando um aluno ingressa na escola, já possui um conjunto de experiências e vivencias. Perrenoud (2000) afirma que é fundamental que o docente seja capaz de identificar os pré-conhecimentos dos alunos, de modo a promover situações de aprendizagem adequadas.

Neste sentido, “A família e a escola, embora diferentes na sua natureza, têm interesses, objetivos e preocupações comuns relativamente aos seus educandos. Por este motivo, estas duas instituições são complementares uma da outra” (Matos & Pires, 1994, p. 25). Como tal, é basilar que o docente conheça e compreenda os contextos familiares dos alunos.

Relativamente à residência dos alunos, cinco dos mesmos residiam na freguesia de S. Pedro, cinco na freguesia de S. António, três no Caniço, três em S. Roque e, apenas um na freguesia de S. Martinho.

Gráfico 8: Distribuição dos alunos do 4.º B por residência

No respeitante à escolaridade dos pais dos alunos, 15 destes possuíam o Ensino Secundário, 12 o grau de Licenciatura, três possuíam o 2.º Ciclo, dois o 1.º Ciclo, um o 3.º Ciclo e, por fim, um possuía o grau de Bacharelato.

Gráfico 9: Escolaridade dos pais dos alunos do 4.º B

No tocante às profissões dos pais, a profissão de empregado de mesa e de auxiliar de infância eram as que mais se destacavam.

Gráfico 10: Profissões dos pais dos alunos do 4.º B RESIDÊNCIA DAS CRIANÇAS

S. Martinho S. António S. Roque S. Pedro Caniço 0 5 10 15 20 1º Ciclo 2º Ciclo 3º Ciclo Secundário Bacharelato Licenciatura

ESCOLARIDADE DOS PAIS DAS CRIANÇAS 1 1 2 1 2 6 3 1 1 1 1 1 1 2 1 4 0 1 2 3 4 5 6 7