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2.3. A Parltllr dia BATO: o S alta rta AwtomUimim

No começo dos anos 70, o Brasil experimentou um expressivo crescimento econômico. Extraordinários investimentos públicos encurtaram as distâncias e permitiram à região Sul do Brasil (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) juntar-se aos maiores mercados urbanos. Dado que estes Estados possuem todas as condições naturais para a indústria de frangos, o resultado final foi a troca geográfica da produção, que migrou para o Sul.

Somente no início da década de 70, o sistema-de- integração vertical, usado na suinocultura desde a década de 50, foi transferido para a avicultura. 0 produtor entrava com a terra, o aviário e a mão-de-obra, enquanto a avícola fornecia o pinto e os insumos, e posteriormente, comprava as aves. Entretanto, os custos da integração no setor avícola eram maiores do que a suinocultura.(23)

Neste período, os grupos, empresariais do Oeste Catarinense começaram a se beneficiar das conquistas da engenharia genética. Foram iniciados programas de aprimoramento genético que possibilitaram:

_ Melhoria na eficiência alimentar (maior ganho de peso por quantidade de ração consumida);

(23) PIMENTA. Margareth de C. A Estrutura sEspacial da Micro-região Colonial do Rio do Peixe. C0PPE, UFRJ, Rio de Janeiro, março, 1904.

_ Precocidade ( diminuição no período compreendido do nascimento até a idade de abate);

_ Desenvolvimento dé- um produto genéticamente voltado ao mercado consumidor, etc.

Com a implantação do sistema de integração, houve um grande desenvolvimento na qualidade e na produtividade do rebanho, bem como no aspecto organizacional do suprimento de matérias-primas. Consolidou-se uma atividade baseada num processo de produção de alto nível tecnológico, e na racionalização do trabalho nas diferentes etapas da produção.

Ao processo de intensificação da produção avícola, corresponderam mudanças nos padrões tecnológicos dentro da própria fábrica e nas unidades criadoras rurais. A partir dos anos 70, a avicultura introduziu formas mecanizadas no processo de criação e frigorificação, para acompanharem o desenvolvimento do mercado e da pesquisa genética.

No período, houve declínio da atividade madeireira, desenvolvida no planalto norte do Oeste Catarinense desde os primórdios de sua colonização, que começa a ceder espaço às novas atividades que parecem oferecer novas opções de manutenção ao minifundiário.

A avicultura catarinense evoluiu rapidamente, alcançando a década de 70 como atividade muito profissionalizada, mais racional e amparada tecnologicamente. Mostrava uma eficiência de criação muito superior se comparada com a exercida nos outros Estados. Para isso, contribuiu muito a organização fundiária que aqui se formou. Pode-se observar também uma outra atividade conjugada à criação de frangos que consiste na incorporação da cama-de- aviário ao solo, sob forma de adubo, possibilitando uma maior produtividade na

lavoura do milho, o que gerou mais um diferencial favorável. Esse processo resultou em menores custos de aquisição do milho produzido pelos produtores integrados e maior eficiência para as empresas, deixando-as em situação de competitividade a nível nacional e mundial.

A redução dos custos do produto final, devido ao desenvolvimento tecnológico, a alta produtividade do trabalho e a ampliação da escala de produção, possibilitou o crescimento das empresas do ramo.

Até 1971, somente as indústrias Sadia e Perdigão abatiam aves em Santa Catarina. Atualmente, quase todos os frigoríficos abatem suínos e aves conjuntamente, além de outras indústrias implantadas, voltadas especificamente para a industrialização de aves. A atividade suinícola, em contrapartida, passa a se tornar secundária na programação de abate dos frigoríficos.

No início desta fase, a comercialização baseava-se quase exclusivamente em aves evisceradas inteiras, resfriadas ou congeladas (com ou sem miúdos). Os cortes ou partes eram provenientes apenas do aproveitamento das aves com contusões, separadas pelos serviços de inspeção.

A penetração no mercado doméstico enfrentava um obstáculo: o consumidor brasileiro ainda desejava um frango fresco, gordo, com pele amarela, enquanto estas indústrias eram especializadas em um produto pequeno, congelado, e com pele branca. A inflação brasileira ajudou a penetração do frango produzido em granja, quando pôs em risco o poder de compra do consumidor e o forçou a ser mais sensato em sua compra.

Após esta fase inicial, os frigoríficos começaram a investir mais em tecnologia e estrutura (do recolhimento de aves até o transporte frigorífico de produtos acabados), a fim de aperfeiçoarem a qualidade, aumentarem a

produtividade e, consequentemente, obterem melhores resultados num mercado bem mais disputado. As empresas exportadoras, pára atenderem às exigências e necessidades do mercado externo, foram as que mais investiram.

Para que as exportações pudessem ser iniciadas, em meados da década de 70, o governo brasileiro concedeu subsidios, através de créditos com Juros baixos (8% ao ano, em até 12 anos de prazo), como forma de estímulo. A avicultura catarinense modernizou-se, investindo em equipamentos sofisticados. Em 1975, Santa Catarina entregou o primeiro lote de exportação, onde participavam a Sadia, Seara, Chapecó e Perdigão.

Os aviários passaram a ter formas gigantescas, confinando dezenas de milhares de cabeças de aves para corte. O salto da avicultura foi espetacular. De uma produção inexpressiva em 1970, com três milhões de cabeças, contribui atualmente com cerca de 25% da produção total brasileira, com aproximadamente 360 milhões de cabeças abatidas no ano de 1990.(24)

2A.

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Nos últimos anos, com o crescimento da procura por comidas rápidas, os empresários catarinenses, com visão de mercado, lançaram-se de imediato no desenvolvimento de linhas de produtos com este perfil. Isto exigiu inovação tecnológica, nem sempre possível dentro do país. Mais uma vez os frigoríficos foram buscar equipamentos estrangeiros. Atualmente, no Estado, todos os frigoríficos avícolas de porte desenvolvem, pelo menos, algum tipo de produto processado à base de frango.

(24) INSTITUTO CEPA. Síntese Anual da Agricultura de Santa Catarina, Desempenho da Exploração Animal 1989/1990.

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