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2 QUALIDADE E RELEVÂNCIA DA PESQUISA CIENTÍFICA NO CAMPO DA

2.3 A PESQUISA CIENTÍFICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A administração pública como área de pesquisa tem uma história recente quando comparada com a pesquisa em administração, porque surge, conforme Farah (2011) e Valença (2018) no século XX com o objetivo inicial de treinar servidores para atuarem em organizações públicas, de modo que a administração pública, como área de conhecimento, estava no século XX em processo de construção de seu corpo técnico-teórico, que quando entra no século seguinte, passa a buscar sua consolidação como área de conhecimento reconhecida e admirada.

O processo de desenvolvimento e posterior amadurecimento começou, de acordo com Soares, Ohayon e Rosemberg (2011), no ano 1938 com a criação do Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP), criado por Getúlio Vargas e teve um momento marcante com a criação da Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) em 1986.

Nessa perspectiva, a administração pública nasce como instituição de Estado quando o sistema burocrático foi implantado, a priori, pelo primeiro Governo Vargas (1930-1945) e, a posteriori, transformado pelo gerencialismo da administração neoliberal do Governo Collor (1990-1992), o que está sendo mantido até o presente momento da elaboração deste TCC.

Em razão disso, a gestão pública brasileira reflete a crescente produção de trabalhos científicos, que, igualmente aos trabalhos na área de administração, o incremento numérico não reflete necessariamente a melhoria da qualidade dos trabalhos científicos.

Independentemente dos problemas ainda enfrentados, a administração pública, como área de pesquisa, de acordo com Camões, Paloti e Cavalcante (2014) tem produzido conhecimento pautado para o processo de tomada de decisão e o desenvolvimento de sistemáticas sobre temas que são afetos ao setor público. No entanto, sofre com a falta de uma pergunta basilar, que dê orientação.

Aditivamente, Valença (2018) destaca que a administração pública precisa deixar de ser apenas lócus de pesquisa, direcionando seus esforços para ser um campo que possui conceitos, abordagens e metodologias próprias, pois está em um contexto sociopolítico cuja diversidade de fatores fazem com que problemas sociais se transformem em públicos.

Diante dos argumentos expostos, argumenta-se que a gestão pública deve ser seguir o mesmo caminho que as pesquisas em administração tem caminhado: a busca por qualidade e relevância. Isso garantirá que elas possam ter reconhecimento nacional e internacional, pois quando se fala em qualidade de pesquisa científica, visa-se uma justa avaliação por parte dos pares, publicação em mídias renomadas, por exemplo, e aliado a isso, busca-se tornar a produção técnica-cientifica relevante seja para os órgãos públicos e servidores estudados, seja para a sociedade civil, usufrutuária dos serviços e políticas públicas.

3 RESULTADOS

O Mestrado Profissional do Programa de Pós-Graduação em Gestão Pública da UFRN, desde 2013 foi responsável pela publicação de 74 trabalhos científicos, seja de dissertações, seja de projetos de intervenção. O gráfico 1 demonstrará a quantidade dos trabalhos distribuídos pela quantidade total percentual, quantidade percentual de dissertações e projetos de intervenção.

Gráfico 1 – Quantitativo dos trabalhos do PPGP.

Fonte: Elaboração própria baseada em UFRN (2019).

Registra-se também que das setenta e quatro produções científicas, há uma quantidade maior de dissertações (44) quando se compara com a quantidade de projetos de intervenção (30). No entanto, numa análise ao longo dos anos se evidencia um equilíbrio de preferência entre dissertações e projetos de intervenção, especialmente considerando que a modalidade de projetos de intervenção constitui-se como uma nova forma de trabalho de conclusão de curso.

Cabe ressaltar que parte significativa das dissertações possuem o caráter de pesquisa aplicada as organizações da administração pública, de modo que a produção científica dos discentes do PPGP encontra-se alinhada a proposta do programa em formar “profissionais aptos a discutirem as questões relativas ao Estado tanto em relação à sua governabilidade quanto à sua governança” (UFRN, 2019). Evidenciando especialmente, o objetivo de

4,05% 25,68% 17,57% 21,62% 25,68% 5,41% 2,27% 29,55% 15,91% 18,18% 29,55% 4,55% 6,67% 20,00% 20,00% 26,67% 20,00% 6,67% 2019 2018 2017 2016 2014 2013 0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00%

desenvolver estudos que forneçam “conhecimentos gerenciais capazes de dar subsídios para a tomada de decisões dos servidores [...] visando melhorar a qualidade e a efetividade do seu trabalho” (UFRN, 2019).

A opção pela realização de projetos de intervenção amplia as perspectivas de contribuições desses trabalhos para a melhoria da eficiência da administração pública a partir da proposição de soluções para problemas gerenciais enfrentados pelas organizações que os mestrandos atuam como servidores públicos. Dentre os problemas relatados das dissertações, cita-se principalmente: a) falta de planejamento; b) planejamento inadequado; c) ausência de padronização de métodos, processos e critérios; d) falta de diálogo; e) comunicação falha.

Já nos projetos de intervenção, diferentemente das dissertações, têm um caráter mais prático, o que faz com seus resultados estejam ligados a medidas de resolução empíricas específicas para as organizações pública estudadas nas pesquisas. Diante disso, têm-se resultados que focam em questões essenciais, tais como, modelo organizacional, processos e métodos, sistemas informatizados para a folha de pagamento. Tudo isso faz com que os projetos de intervenção tenham perspectivas de impacto direto nas instituições públicas estudadas, haja vista os convênios entre essas e a UFRN.

Atendendo aos anseios da nova gestão pública, o Estado renovou sua estrutura administrativa, assumindo uma postura gerencial. A implementação do gerencialismo na estrutura estatal de poder brasileira foi um período de mudanças cujas consequências são irreversíveis, que, dentre outros resultados, houve, de acordo com Ricupero (1994), Reis e Matos (2013), Cordeiro et al. (2014), e Santos e Meneguin (2014), o estabelecimento de medidas para mensurar as ações da administração pública geradas para a sociedade.

Nesse sentindo, a profissionalização dos gestores públicos se tornou requisito mínimo para a padronização da qualidade como referencial de gestão no serviço público brasileiro, tanto que, conforme dispõe Ricupero (1994), Bittencourt e Zounain (2010), deve haver a inclusão da eficiência na prática administrativa, a ser interpretada como ponto norteador para as ações da administração pública.

Tratando-se das expectativas de contribuição teórica e empírica dos trabalhos do PPGP, essas representaram os desejos dos discentes-autores de colaborar, não apenas para as organizações públicas, mas também para a literatura especializada da área de administração pública em que a pesquisa foi feita. Muitos autores, tais como Rocha (2013), Cabral (2014), Lima (2014), Campos (2014), Melo Filho (2016), Sales (2016), Soares (2017), Leal (2017), Brasil (2018) e Souza (2018), relatam que há poucas produções científicas na área de estudos

em que estão realizando suas pesquisas. No entanto, trata-se de campo de conhecimento em processo de consolidação, conforme enfatizam Camões, Paloti e Cavalcante (2014).

Realça-se ainda que as produções científicas têm esperança de melhorar o lócus onde a pesquisa foi desenvolvida, porque o autor é ocupante de cargo público tanto efetivo, quanto função comissionada, e preferencialmente desempenhando função de gestão. Isso porque o “PPGP executa sua proposta formativa por meio de convênio com instituições públicas. Neste momento, tem convênios com a UFCA, IFRN, IFS, ALRN além de formar de modo contínuo servidores da própria UFRN e receber alunos de demanda social”. (PPGP, 2019).

Por isso, as expectativas de contribuição foram focadas majoritariamente nas seguintes organizações: Instituto Federal da Paraíba (IFPB), Instituto Federal de Sergipe (IFS)11 e na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), fruto de convênios da UFRN com outras instituições, tais como, a Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Norte (ALERN), Força Aérea Brasileira (FAB), Instituto Nacional de Reforma Agrária (INCRA).

As expectativas de contribuições foram identificadas e agrupadas por grupos considerando as características comuns, conforme pode ser observado no Quadro 1.

Quadro 1 – Grupo de contribuições.

Contribuição Incidência das Contribuições Frequência Percentual Promoção de mudanças e

desenvolvimento da organização estudada

65 39,88%

Contribuição ao debate 40 24,54%

Contribuir para a literatura

especializada da área da pesquisa 38 23,31%

Tecnologia, metodologias e procedimentos 14 8,59% Uso de informações 3 1,84% Participação social e transparência pública 3 1,84% ∑ 163 100,00%

Fonte: Elaboração própria baseada em UFRN (2019).

Nota-se que há um predomínio de propostas ligadas ao grupo de promoção de mudanças e o desenvolvimento da organização, o que reforça o argumento do desejo de

11 Alguns autores utilizaram “IFSE” como sigla do nome do Instituto Federal de Sergipe. Contudo, a sigla correta é “IFS”, conforme diz a própria autarquia.

mudança nas organizações públicas estudadas e a implementação de medidas de melhoria organizacional, devido ao fato de os pesquisadores tenderem a ser servidores públicos.

As dissertações e projetos de intervenção buscam contribuir para a literatura especializada da área da pesquisa, conforme mostra a Tabela 1.

Tabela 1 – Contribuição para a literatura.

Grupo de Contribuição Principais Expectativas de Contribuição

Contribuir para a literatura especializada

da área da pesquisa

Preencher lacunas e ampliar conhecimento na área de gestão e avaliação de políticas públicas setoriais

Gerar conhecimento sobre indicadores de qualidade para tornar o serviço público mais eficiente, eficaz e efetivo junto ao cidadão Enriquecer o conhecimento quanto ao processo de acesso à informação, transparência e da utilização das metodologias.

Diagnosticar a realidade para compreensão empírica da temática investigada.

Desenvolver modelos e metodologias de gestão.

Fonte: Elaboração própria baseada em UFRN (2019).

Sendo que, destaca-se a ampliação de conhecimento na área de gestão pública, abordando temáticas distintas relacionadas a saúde, licitações sustentáveis, compras, questão ambiental, controle social dessa instituição por intermédio da publicização e transparência das informações, registro de preços, auditoria, aumento do desempenho e eficiência das atividades meio, clima organizacional, sustentabilidade organizacional, autoavaliação, a transparência pública e acesso à informação.

No que se refere a contribuição ao debate, a Tabela 2 agrupa as principais expectativas:

Tabela 2 – Contribuição ao Debate.

Grupo de contribuição Principais Expectativas de Contribuição

Contribuição ao Debate

Melhorar a compreensão teórica da gestão pública e sua organização estrutural.

Gerar debates e estabelecer processo de institucionalização, compreensão revisão e melhoria sobre políticas públicas.

Incentivar novas pesquisas e gerar conhecimentos que auxiliem no aperfeiçoamento das políticas públicas.

Compreensão da participação social como fenômeno e instrumento prático.

Entendimentos dos processos institucionais.

Cooperar com a administração das instituições públicas e contribuir para demonstrar o nível de desenvolvimento organizacional.

Sugestão de mudanças na legislação específica e nos métodos, processos e procedimentos usados.

Estabelecer um parâmetro a ser seguido. Transferência de conhecimento.

Observar se a participação dos agentes escolares tem conferido autonomia pedagógica, administrativa e financeira à escola.

Aprofundar os estudos, os debates e as discursões sobre o assunto do ponto de vista das áreas da Administração e Educação.

Compreender como a relação das ações dos servidores com as premissas da nova gestão pública.

Fonte: Elaboração própria baseada em UFRN (2019).

Destaca-se que a contribuição ao debate, com atributos similares ao incremento da literatura especializada, permite que aos temas afetos ao setor público terem publicidade, tornando-se alvo de discussões essenciais para o melhoramento da gestão pública e o aprimoramento do atendimento das necessidades do cidadão.

No refere à promoção de mudanças e desenvolvimento organizacional, de forma que as expectativas de contribuição foram compiladas na Tabela 3:

Tabela 3 – Promoção de mudanças e desenvolvimento organizacional.

Grupo de contribuição Principais Expectativas de Contribuição

Promoção de mudanças e desenvolvimento

organizacional

Mudanças institucionais e organizacionais. Envolvimento do cidadão no setor público. Enfrentamento de momentos de crise. Alteração da legislação vigente. Padronização de métodos e processos.

Implementação e melhoramento de avaliação de políticas públicas. Sensibilização dos gestores e proposição de melhorias.

Melhoramento do desempenho organizacional, de processos, métodos e a qualidade do setor público.

Aquisição de autoconhecimento.

Apresentação da situação organizacional. Promoção de boas práticas.

Conhecer as motivações dos fiscais e contratados para o desempenho de suas funções.

Analisar as principais diferenças existentes entre as características do perfil profissional dos ocupantes que possuem ou não vínculo funcional com a Administração Direta do Estado do Rio Grande do Norte.

Fonte: Elaboração própria baseada em UFRN (2019).

Vê-se que o desejo de mudança por parte dos mestrandos do PPGP, pelo motivo deles serem sempre servidores públicos, está expresso nessas expectativas, o que demonstra

conhecimento dos pontos fortes e fracos das instituições públicas para qual trabalham. Dessarte, os discentes-autores têm competência para discutir o assunto e propor medidas. O conhecimento das instituições é, portanto, resultado tanta da experiência e atuação profissional dos discentes-autores, quanto também da realização de um diagnóstico organizacional realizado como parte integrante de suas pesquisas, de modo a identificar problemas de pesquisa ou situações problemas que requerem estudos ou propostas de intervenção.

Compilou-se as expectativas de contribuição relativa ao uso de informações, de modo a agrupar as principais, conforme Tabela 4:

Tabela 4 – Uso de informações.

Grupo de contribuição Principais Expectativas de Contribuição

Uso de informações

Maximizar o uso das informações disponíveis e trazer agilidade na recuperação de informações das diversas empresas cujos atos constitutivos estejam armazenados na JUCERN.

Fornecer dados para qualificar o diálogo entre o poder executivo e o judiciário.

Disseminação do conhecimento gerado pela pesquisa que será benéfico para a UFRN.

Os resultados encontrados poderão ser utilizados pelos gestores, para auxiliar na elaboração de projetos em favor da sustentabilidade e para ser replicado nos outros campi do IFPB.

Fonte: Elaboração própria baseada em UFRN (2019).

Denota-se das informações registradas na tabela supracitada a importância que as informações e o uso têm para qualquer organização, e, em especial, a publica, porque essa tem como competência desenvolver ações públicas que contribuam para a solução de problemas sociais, quer seja pela via das políticas públicas, quer seja pela via da prestação de serviços públicos de qualidade aos cidadãos-contribuintes.

Do mesmo modo, tem-se como expectativas de contribuição desenvolver ou propor tecnologias, metodologias e procedimentos capazes de melhorar a eficiência da gestão pública, conforme observa-se na Tabela 5.

Tabela 5 – Tecnologia, metodologias e procedimentos.

Grupo de contribuição Principais expectativas de contribuição

Tecnologia, metodologias e procedimentos

Apresentar a aplicação de novos métodos. Padronização e aplicação de métodos e sistemas. Estruturação de ferramenta estratégica de gestão. Expansão do conhecimento técnico-empírico.

Fonte: Elaboração própria baseada em UFRN (2019).

As propostas expostas pelos discentes-autores ligadas a métodos, sistemas e outras ferramentas provam a capacidade técnica que os mestrandos do PPGP têm, pois, como são servidores públicos dos órgãos dos quais fazem suas pesquisas, eles têm o conhecimento necessário, o que valida suas opiniões como pesquisadores-servidores.

Acrescenta-se que Tabela 6 foram reunidas as expectativas de contribuição ligadas à transparência e a participação.

Tabela 6 – Participação social e transparência pública.

Grupo de contribuição Principais expectativas de contribuição

Participação social e transparências pública

Efetivar o controle social na administração pública.

Contribuir para o fomento da transparência pública no Brasil e incrementar a participação da comunidade acadêmica no processo decisório.

Fonte: Elaboração própria baseada em UFRN (2019).

As referidas expectativas de contribuição permitem que duas instituições impreteríveis, basilares e inerentes a um Estado de Direito democrático, que são a participação social e transparência pública, possam se estabelecer definitivamente no Estado brasileiro, pois os estudos do PPGP, tanto teóricos, quanto empíricos, tem, além da qualidade e relevância, abrangência nacional.

Acrescenta-se que além das ideias já mencionadas, a contribuição para a literatura especializada e a contribuição ao debate da área da pesquisa também se destacaram, devido à escassez de trabalhos científicos em algumas áreas, e como os trabalhos têm o potencial de incentivar novas pesquisas e propiciar debates que geram avanços para a ciência brasileira, e, em especial, da UFRN.

A área de conhecimento da administração pública vem se consolidando nos últimos anos, e a formação de servidores públicos em nível de mestrado nessa área se revela como sendo uma importante ferramenta de desenvolvimento. Especialmente, quando essa formação além de capacitar o servidor busca melhorar os processos administrativos das organizações públicas por meio de pesquisas de dissertações e projetos de intervenção, como no caso do

PPGP/UFRN. Conforme Camões, Paloti e Cavalcante (2014), corrobora-se ao ponderar sobre a importância de profissionais qualificados em gestão pública, e, concomitantemente, de fomento à produção de pesquisas e desenvolvimento de sistemáticas afetas a administração pública.

Nesse contexto, estão as dissertações e projetos de intervenção do PPGP. Finaliza-se falando sobre as contribuições dos trabalhos produzidos para a eficiência da gestão pública. Aquelas representam o retorno que a produção técnica-científica do PPGP dá para a sociedade, que, na condição de pagamento de impostos para o Estado, demanda da administração pública prestação de serviços públicos de qualidade.

Nessa perspectiva, os trabalhos do PPGP vislumbram a melhoria desses serviços, e, concomitantemente, o incremento da gestão organizacional dos órgãos e entidades estudadas seja no planejamento estratégico e na gestão de processos, seja na melhoria da folha de pagamento dos servidores efetivos e na padronização e institucionalização de práticas, de modo a tornar a administração pública um referencial de qualidade para seus servidores públicos e cidadãos.

Assim, pode-se avaliar que a produção científica dos discentes do PPGP/UFRN apresentam um satisfatório nível de qualidade e relevância, pois, para além das perspectivas de contribuições que demonstram a aplicabilidade das propostas, foram resultado de pesquisas julgadas pelos pares, ou seja, por docentes que atuam na área de administração pública no Estado e no País. Valença (2018) realça que 51 professores foram pareceristas nas bancas do Mestrado Profissional do PPGP, o que é demonstrado nos Gráficos 2.

Gráfico 2 – Distribuição dos trabalhos do PPGP por membro das bancas

examinadoras.

Fonte: Adaptado de Valença (2018).

Vê-se que a UFRN tem a maior percentagem dos professores que compõem as bancas, pois conforme prevê o Regimento Interno do Programa de Pós-Graduação em Gestão pública.

Art. 41. O aluno fará a Defesa da Dissertação ou do Projeto de Intervenção perante uma Banca Examinadora constituída por três membros, todos eles portadores do título de doutor ou equivalente.

§1º No caso da Defesa de Dissertação os membros da Banca Examinadora devem ser todos professores, sendo dois deles pertencentes ao Programa, incluindo o Professor Orientador, e o terceiro, Docente de outra Instituição de Ensino Superior. §2º No caso da Defesa do Projeto de Intervenção, os membros da Banca Examinadora devem ser em maioria professores, sendo dois deles pertencentes ao Programa, incluindo o Professor Orientador do Projeto, e o terceiro, docente de outra Instituição de Ensino Superior, ou profissional de elevado renome técnico, devidamente comprovado, funcionário público pertencente à Instituição Pública da Administração Direta ou Indireta. (UFRN, 2014)

A Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Universidade Federal Rural do Semi- Árido (UFERSA) e Universidade de Brasília (UNB) tem o segundo maior quantitativo percentual acumulado depois da UFRN, ou seja, 37,24%, de modo que a Universidade Federal de Rondônia (UNIR), Universidade Federal da Bahia (UFBA), Fundação Getúlio Vargas (FGV), Universidade Potiguar (UNP), Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Nove de Julho (UNINOVE) e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que somam 21,56%.

1,96% 1,96% 1,96% 1,96% 1,96% 3,92% 3,92% 3,92% 7,84% 11,76% 17,64% 39,21% UFSC UNINOVE USP PUC-SP UNP FGV UFBA UNIR UNB UFERSA UFPB UFRN 0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00% 45,00%

Valença (2018) também demostra a distribuição da produção do PPGP por organização participante das bancas do Mestrado Profissional, que foi compilada e transformada no Gráfico 3.

Gráfico 3 - Distribuição dos trabalhos do PPGP por organização da Banca

Examinadora.

Fonte: Adaptado de Valença (2018).

Nota-se, portanto que a UFRN tem a maior concentração de professores participantes das bancas porque além de serem professores-orientadores, também fazem parte das bancas. Em ordem sequencial, as UFPB, UFERSA, IFRN, UFBA e UNP apresentam a segunda maior taxa percentual acumulada, que soma 42,45%, sendo a terceira e última pertencente às UnB, FGV, USP, UNIR, UNINOVE, UFSC e PUCSP somam 8,48%. Essa diversidade institucional demostra que o PPGP vem estabelecendo relações institucionais com universidades conceituadas de diferentes regiões brasileiras.

Retornando ao assunto sobre o julgamento de pares, para Camí (1997), Davyt e Velho (2000), Vercesi et al. (2002) e Stumpf (2005), é o caminho percorrido para o aprimoramento, amadurecimento e progresso da sapiência científica. Aqueles que opinam sobre os trabalhos e seu conteúdo são chamados de “pares”, “consultores”, “parecerista” ou “árbitros”. Independentemente da nomenclatura da qual são classificados, os especialistas que jugam os trabalhos são pessoas estudiosas da mesma área da pesquisa, tendo o dever de decidir sobre a publicação da produção científica, mantendo-a como foi apresentado ou sugerindo alterações, por exemplo.

0,94% 0,94% 0,94% 0,94% 0,94% 1,89% 1,89% 3,77% 5,66% 7,55% 9,43% 16,04% 49,06% 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% PUCSP UFSC UNINOVE UNIR USP FGV UNB UNP UFBA IFRN UFERSA UFPB UFRN

No entanto, a qualidade vai além disso. E é o que Camí (1997) e Vercesi et al. (2002) disciplinam. Os autores dizem que a qualidade não se limita apenas ao âmbito interno da área em que a pesquisa foi desenvolvida, por exemplo, mas se expande, tornando-se a maneira de

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