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A Política e a Santa Sé no Papado de João Paulo II

A Política e a Santa Sé no Papado de João Paulo II

“João Paulo é o [papa] da perda do poder espiritual”

Patrick Michel

Introdução

Na análise do discurso do papa não podemos deixar de lado as questões políticas que envolvem a burocracia, a hierarquia e as lutas internas e externas que se empreendem no interior do todo campo religioso. Mary Douglas64 em seu livro Como

as instituições pensam, trata da forma como as instituições fabricam para consumo

próprio e externo uma visão de mundo, uma identidade. É preciso ir além e usar a imaginação sociológica para abordar como as instituições agem retoricamente para mudar a forma delas serem socialmente percebidas. Trata-se, segundo Halliday65, de verificar como por meio da retórica as multinacionais do Brasil se tornaram de organizações indesejáveis (persona non grata), em pessoas bem recebidas. A retórica é, nesse caso, uma forma de mudar percepções, e a Igreja se aproveitou muito bem disso, especialmente nas últimas quatro décadas do século XX, em especial após o pontificado de João XXIII e do Concílio Vaticano II. Assim, neste capítulo iremos abordar o funcionamento interno do Vaticano, as relações entre seus funcionários e entre as autoridades, bem como seus reflexos na elaboração do discurso e da retórica da Santa Sé. Analisamos também como se dá a relação política e de que forma ela se faz presente no dia-a-dia desse Estado Soberano chefiado na figura do Papa. A diplomacia é uma extensão da política, porém em âmbito internacional. A tradição diplomática da Santa Sé também será tratado neste capítulo. A representatividade da figura do Papa será

64 DOUGLAS, Mary. Como as instituições pensam. Edusp, São Paulo. 1998 65 HA LLIDA Y, Tereza. A retórica das multinacionais. São Paulo, Su mmus, 1987.

analisada, vez que autores como Thomas Reese defendem a idéia de que o papado é tanto uma instituição como um indivíduo. Em um segundo momento, abordamos a figura emblemática de João Paulo II, e veremos algumas peculiaridades de seu papado que, segundo Patrick Michel, é um dos Papas mais político da história do Vaticano. Pretendemos abordá-lo à luz das relações estabelecidas interna e externamente por este Papa. Tomando a queda do comunismo como o principal fato neste período, tentaremos mostrar como o fator político se apresentou e o quanto representou para João Paulo II.

2.1 – O viés político do Vaticano

Por ser uma instituição, a burocracia está presente no funcionamento do Vaticano. E se existe burocracia, existem relações de hierarquia, poder e política. Se no plano interno esta questão é cotidiana, provavelmente acarreta em reflexos além dos muros da Cidade Estado do Vaticano. É necessária grande habilidade por parte da Cúria e membros da Igreja em relacionar esta condição com os princípios e dogmas católicos.

2.1.1 - A estrutura interna do Vaticano

A sobrevivência da religião em um contexto secular está atrelada ao seu capital simbólico, indubitavelmente. Porém, pode-se afirmar também que sua identificação com um papel diferente do religioso de outrora é outro aspecto que pode certamente corroborar para que a religião sobreviva. A secularização, que é comumente associada à separação e laicidade do Estado, dita os rumos da Igreja Católica nesse período.

O Vaticano é um Estado criado em 1929, oriundo do Tratado de Latrão, um pacto feito entre o reino da Itália e a Santa Sé, tendo em vista a criação de um Estado soberano que dotasse a ICAR de uma ampla presença política mundial. Assim, a Cidade do Vaticano é um estado eclesiástico, governado pelo Bispo de Roma, o Papa. A maior parte de seus funcionários públicos é formada de clérigos católicos. Segundo Thomas Reese66, ―Vaticano‖ é o antigo nome romano para uma colina e um terreno localizado a sua volta, onde se construiu a Basílica de São Pedro, o Palácio Apostólico e os Museus do Vaticano. Assim, o Estado da Cidade do Vaticano – sua denominação oficial – tomou para si o nome desta colina e suas redondezas.

Reese67 afirma que o ―Vaticano mudou suas estruturas e procedimentos no decorrer do tempo‖, atribuindo essa mudança ―não apenas por causa dos diferentes papas, mas devido às mudanças no ambiente dentro do qual a Igreja operava‖. Hoje em dia, continua afirmando o autor, o próprio Vaticano não considera seu modelo de governo um exemplo para outras nações, este modo organizacional tem por finalidade ―proporcionar um território internacionalmente reconhecido onde a Santa Sé possa atuar em total liberdade, sem interferência política‖.68

O Vaticano é o território soberano da Santa Sé e o local de residência do pontífice. Durante o processo de unificação da Itália, no final do século XIX, os pequenos estados da península foram sendo absorvidos e, dentre estes, os Estados Pontifícios69. Neste processo, é oferecida uma indenização ao Papa Pio IX através do compromisso de mantê-lo como chefe do Estado do Vaticano.Porém, o Papa se recusou a aceitar esta situação e se considerou prisioneiro do poder laico. Esta questão de disputas entre o Estado e a Igreja só terminou em 1929 através do Tratado de Latrão, quando Pio XI aceita a condição anterior oferecida pelo reino da Itália, reconhecendo a soberania da Santa Sé sobre o Vaticano, declarando um Estado soberano, neutro e inviolável.

Reese afirma que, além de incluírem durante séculos grandes partes da Itália, os Estados papais enfrentaram crise na ordem civil. O autor afirma que alguns papas tiveram êxito em proteger seu povo através de negociações ou armas. No ano de 452, o então Papa Leão Magno convenceu Átila, um huno, a não atacar Roma. No ano de 590, Gregório Magno tornou-se governante da Itália. Quando leigo, foi prefeito de Roma e, quando Papa, nomeou generais, remunerou soldados e negociou tratados; fez tudo isto sem que existissem os Estados Papais ainda. Pode-se notar que desde os primeiros séculos de sua história, a diplomacia, a construção retórica, a persuasão (como o exemplo de Leão Magno) sempre estiveram presentes e foram bem articuladas em seu uso pela Igreja Católica. E tal prática é presente em seu modo de gerir até os dias de hoje. A história nos mostra então que a Igreja participou com intensidade, ao longo dos séculos, da luta pelo poder temporal. Reese registra que:

67 Idem, Ibid. p.17 68 Idem, Ibid. p.30

69 Estados Pontifícios eram um aglo merado de territórios, independentes, localizado no centro da

Durante onze séculos seguintes, os papas lutaram através da diplo macia e da guerra para manter ou reconquistar os Estados papais. Os nomes e as nacionalidades dos atores constantemente mudavam, mas a geopolítica permanecia constante. Como os Estados papais situavam-se no meio da Itália, os papas não queriam o mesmo poder controlando o norte e o sul da Itália. Quando um g igante tornava-se todo-poderoso na Itália, o papado sofria70.

Tecnicamente, o Estado da Cidade do Vaticano é uma monarquia eletiva. Pode- se dizer também que o Vaticano é uma autocracia, pois todos os poderes (executivo, legislativo e judiciário) são centrados na figura do Papa que não possui qualquer órgão que fiscalize seus atos como gestor. Por ser considerado sucessor do Apóstolo Pedro, o Papa não deve a prestação de contas a ninguém, pois é considerado o representante de Cristo na Terra. Reese71 defende que a Cidade do Vaticano proporciona ao papa uma base política independente ao mesmo tempo em que lhe fornece uma ―plataforma historicamente majestosa para eventos públicos‖. Logo o Vaticano é um lugar de ―trabalho ineficiente, servindo melhor como museu que como quartel-general da maior organização multinacional do mundo‖. Porém, continua o autor, ―ainda assim consegue projetar certa imagem de mistério e tradição, consegue também transmitir uma imagem de uma instituição rica e arcaica‖, que chega a parecer de algum outro século longínquo. Reese também observa que o Vaticano possui suas próprias leis, porém por conveniência optou por seguir as leis italianas. Usa a lira italiana como moeda. Possui coleta de lixo, bombeiros, lojas e museus. Possui também correio, jardins, prédios, escritórios, uma estação ferroviária e uma força policial. Tem mais empregados do que cidadãos e é um dos poucos governos que consegue produzir lucro. Tais características nos levam a crer que o Vaticano é um Estado estruturado como a grande maioria. O que difere o Vaticano dos outros Estados é ser administrado por uma instituição religiosa. Ele possui sistemas legais de representação, é reconhecido no direito internacional mesmo sendo um estado confessional. Bobbio72 afirma que é ―impossível considerar a ligação entre o Estado e as confissões religiosas com o mesmo critério usado na análise dos vínculos entre os Estados‖. Portanto, a relação da religiosidade com um Estado assumiu uma característica peculiar ao Vaticano e a Santa Sé.

70 Idem, Ibid. p.31 71 Idem, Ibid. p.39

O termo Sancta Sedes ou Sé Apostólica veio do latim e, do ponto de vista legal, é distinta do Vaticano, ou mais precisamente do Estado da Cidade do Vaticano. Ela é um instrumento de representação do governo central da Igreja, formado pela Cúria Romana e pelo Papa. Já o Vaticano, conseqüentemente, é o território sobre o qual a Santa Sé tem soberania. O atual Código de Direito Canônico73, quando trata da autoridade suprema da Igreja, dispõe:

Co m o no me de Sé Apostólica ou Santa Sé designam-se neste Código não só o Ro mano Pontífice, mas ainda, a não ser que por natureza das coisas ou do contexto outra coisa se deduza, a Secretaria de Estado, o Conselho para os negócios públicos da Igreja, e os demais Organismos da Cúria Ro mana. (Can. 361).

A Santa Sé é o órgão que trata das relações internacionais do Vaticano. Os embaixadores estrangeiros não apresentam suas credenciais para a Cidade do Vaticano, mas sim para a Santa Sé. A Santa Sé possui uma secretaria própria para tais assuntos internacionais: a Secretaria de Estado. Segundo Reese74, a administração da Igreja em Roma é feita pelo papa e pela Cúria Romana. Para o autor, o termo Cúria Romana designava até a época de Pio X todos os escritórios papais. É uma burocracia que administra a instituição. O autor afirma ainda que ―devido ao seu tamanho relativamente pequeno e jurisdição ampla, alguns a consideram a burocracia mais eficiente do mundo‖.

A Secretaria de Estado do Vaticano é o órgão que trata das relações internacionais. É ela a responsável por toda a parte diplomática além dos limites deste Estado. Segundo Reese75, originalmente a Secretaria de Estado era um escritório da Chancelaria Apostólica e tinha por função lidar com as correspondências secretas e diplomáticas. No papado de Leão X (1513-1521) foram criadas as funções de núncios apostólicos, diplomatas que reportavam a esta secretaria. Havia também o hábito de o Papa escolher como seu secretário um sobrinho ou um parente para a função de executivo-chefe, pois se pensava que a lealdade familiar o ligaria intimamente ao Papa. A partir do século XVII, o secretário de Estado, por hábito, passou a ser escolhido entre os cardeais. Isso significou que o cardeal incumbido desta função tornou-se o mais

73 Código de Direito Canônico, pro mulgado em 25 de Janeiro de 1983, pelo Papa João Paulo II,

disponível em < http://www.vatican.va/archive/ESL0020/_INDEX.HTM >. Acessado em 15/05/2010.

74 REESE, Tho mas. Ibid. p.155 75 Idem, Ibid. p.157-158

poderoso conselheiro papal, com capacidade de influenciar em questões políticas e religiosas.

Os Papas também passaram a utilizar tais secretários em outras funções, levando o cardeal que ocupava o cargo a ser equivalente a um primeiro-ministro. Para Reese76, ―um dos instrumentos mais importantes de que dispõe [o Papa] para controlar a Cúria e tornar sua influência sentida por toda a Igreja e pelo mundo é a Secretaria de Estado‖. Ainda segundo o autor, devido ao seu papel dentro do Vaticano, nem todos os membros da Cúria gostam desta secretaria.

Co mo descreve um ex-funcionário do Vaticano, ―A Secretaria de Estado é o órgão que está entre o Papa e todos os outros. Vários funcionários da Secretaria consideram-se uma classe acima de todos os outros. Essa é uma atitude não facilmente aceita por todos os outros. Mas não se pode generalizar. Há muitas pessoas muito simp les em seu contato, amáveis e com uma mente pastoralmente aberta. Há também mu itos, talvez um nú mero grande demais, que desejam se tornar núncios e se consideram dois pontos acima dos outros. Isto é humano.‖77

A Secretaria de Estado possui, nos dias de hoje, duas seções: a primeira seção que atua sobre as correspondências e documentos papais; a segunda seção que trata das relações com os Estados. Ainda para Reese78, às vezes a primeira seção é chamada de casos ordinários, enquanto que a segunda seção é chamada de casos extraordinários. A primeira seção funciona como a secretaria do Papa; qualquer documento ou correspondência que for expedida ou mesmo recebida pelo Papa, internamente ou externamente, passa por esta seção. Antes de tais documentos chegarem ao Papa, esta seção da secretaria pode levar a correspondência a outras repartições da Cúria. Esta seção é dividida em oito idiomas. Mesmo que o italiano seja o idioma cotidiano na Cúria, são necessárias outras línguas diferentes, pois correspondências chegam de diferentes partes do mundo. Para o autor, a maioria dos católicos do mundo é de língua espanhola, porém a maioria das pessoas usa o inglês nas correspondências internacionais. O autor afirma que ―milhares de cartas provêm de chefes de Estados, bispos, padres, leigos e malucos‖.

76 Idem, Ibid. p.241 77 Idem, Ibid. p.242 78 Idem, Ibid. p.243-258

Quando uma carta vem de algum governo, e é de caráter oficial, esta vai para a segunda seção. Esta seção equivale ao Ministério das Relações Exteriores da Santa Sé. Qualquer questão que chega e é relacionada com a política, vai para esta seção. Esta seção é organizada por países, semelhante às secretarias de Estados de muitos governos, inclusive em sua maioria os governos laicos. O que difere a Santa Sé dos outros governos é a dimensão desta segunda seção; por ser reduzida, um funcionário fica responsável por diversos países. Reese afirma que pensar que a primeira seção lida somente com questões religiosas e pastorais enquanto que a segunda seção trabalha com questões políticas e diplomáticas é um erro. Ele afirma que ―para a Santa Sé, questões políticas importantes estão freqüentemente interligadas com questões religiosas‖. Devido a esta condição, a divisão da segunda seção, por países, segue não só as ―relações Igreja-Estado, mas também a vida interna da Igreja em seus países‖.

Freqüentemente, as duas seções trabalham juntas nas comunicações com os governos. Tudo que for escrito e que possa ter alguma utilidade política, passa pela segunda seção. Assim, é contínua a interação entre as duas seções. Segundo Reese79, os pronunciamentos papais ao corpo diplomático, por exemplo, são oriundos da segunda seção. Já documentos para organizações internacionais podem ser de qualquer uma das duas. E as cartas credenciais para novos embaixadores provem da primeira seção. Em outros tempos, a Santa Sé teve que negociar com muitos governos sobre indicações de bispos. Essa questão era tratada na segunda seção. Portanto, tudo que envolve Igreja e Estado é por lá que passa.

Um dado interessante de se relevar é que, segundo Reese80, como o Papa não pode escrever todos os documentos, cartas e pronunciamentos que são divulgados em seu nome, muitos destes são escritos na Cúria, em especial na Secretaria de Estado. O autor afirma que esta é uma antiga tradição na Secretaria, pois são capazes de ―entrar na mentalidade do Papa‖. Nesse sentido, os funcionários que escrevem estes discursos não são escritores, mas sim ghost writers81, na medida em que procuram ser fiéis ao

pensamento do Pontífice.

79 Idem, Ibid. p.246 80 Idem, Ibid. p.263

81 Ghost Writer é o nome dado à pessoa que, tendo escrito uma obra ou texto, não recebe os créditos de

autoria, ficando estes com aquele que o contrata ou compra o seu trabalho. Neste caso da Santa Sé, o crédito é do seu superior.

Nessa hierarquia, a Secretaria de Estado, como observa Reese82, é o segundo escalão no Vaticano. No século XX, praticamente todos os secretários que serviram à diplomacia da Santa Sé foram italianos, com exceção do cardeal francês Jean Villot (1969-1979). Os secretários de Estado em sua maioria concentraram-se mais em questões diplomáticas do que em questões internas, especialmente em épocas de transtornos internacionais, afirma Reese. O autor exemplifica isso citando o cardeal Agostino Casaroli, que foi secretário das relações internacionais de Paulo VI e foi também quem arquitetou a política da Santa Sé com os governos dos países do Leste Europeu na década de 70, a Ostpolitik. Dentro da Igreja, muitos não acreditavam na permanência de Casaroli quando João Paulo II assumiu a função de Papa. Entretanto, impressionado com a competência do funcionário, o novo papa não só o manteve como secretário de Estado como também o nomeou cardeal. Quando este cardeal se aposentou no ano de 1990, João Paulo nomeou como secretário o cardeal Angelo Sodano, ―talvez tendo sido convencido por aqueles que defendiam a tese de que um papa não italiano precisava de um secretário de Estado italiano‖.83 Sodano foi núncio apostólico no Chile

entre 1978 e 1988, durante o regime militar de Pinochet. Nesta função, segundo Reese, ele ―desencorajou confrontações com o governo e supervisionou a indicação de bispos conservadores‖. Não se pode afirmar concretamente qual das qualidades impressionou mais João Paulo, se a não confrontação com governos ou as indicações de bispos conservadores, mas Sodano assumiu o segundo posto mais importante do Vaticano.

Depois do secretário de Estado, o funcionário mais influente é o que preside a seção dos assuntos gerais (primeira seção), chamado de sostituto (substituto). Reese afirma que embora o sostituto seja somente arcebispo, ele é mais influente que a maioria dos cardeais. Alguns dentro da Cúria chegam a queixar-se do ―poder excessivo centralizado nesta função‖.84 Toda indicação e todo documento passa por este

funcionário.

Diante deste panorama, nota-se que dentro do Vaticano a relação entre funcionários e membros é política, hierárquica e de poder. Quanto mais próximo ao Papa, mais influência esta pessoa tem dentro da Cúria. Há uma relação política e diplomática interna, uma barganha aqui, outra acolá, sempre visando seu interesse nesta

82 Idem, Ibid. p.249 83 Idem, Ibid. p.250 84 Idem, Ibid, p.252

burocracia. O jogo de poder interno é constante nesta instituição. Sobre isso vale a pena continuar citando aqui Reese:

Co mo está ocupado tratando com os governos, o secretário das relações internacionais em geral não des afia a posição do sostituto, exceto em questões políticas e diplomáticas. A única pessoa que está em posição de desafiar o sostituto é o secretário particular do papa, que está em contato constante com o papa. Em mu itos pontificados, o secretário pessoal d o papa tem atuado como uma porta dos fundos para o papa que passa por cima do Secretário de Estado. Na melhor das hipóteses, há uma tensão produtiva entre os dois funcionários, mas em alguns pontificados eles tiveram discussões sérias.85

O secretário particular de João Paulo II Entre 1966 e 1978 foi o Monsenhor Stanislaw Dziwisz. Dziwisz foi capelão e secretário particular do então arcebispo da Cracóvia, Karol Wojtyła, o futuro João Paulo II. Desde a eleição deste pontífice, em outubro de 1978, até a sua morte, em abril de 2005, Dziwisz desenvolveu a função de secretário particular do Papa, tornando-se o seu mais direto e íntimo colaborador. Reese86 afirma que Dziwisz foi o secretário pessoal de um Papa mais poderoso da atualidade. Por acompanhar João Paulo desde quando era Karol Wojtyla e ser tão próximo ao Papa, os funcionários do Vaticano, incluindo o Secretário de Estado e o

sostituto ―tratam-no com deferência‖, afirma Reese.

―Aqueles que desejam favores especiais‖ procuram o Monsenhor

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