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PSICOLOGIA EDUCACIONAL

A POLARIDADE ENSINO APRENDIZAGEM

de sua influência abrange todos os aspectos da vida humana, desde as ações mais comuns, tais como andar e escrever, até as mais altas funções mentais do pensamento e do juízo. A formação dos hábitos é a base da educação. Sem o hábito a aprendizagem seria impossível, pois a educação consiste em grande parte nos processos de formação de hábitos, variando dos relativamente simples aos muito complexos. É quase impossível superestimar a importância do hábito.

A formação de hábitos é particularmente importante para o professor, pois um dos principais objetivos da educação é infundir bons hábitos físicos, mentais e morais. Considera-se que a missão do professor é orientar a criança nessa formação. O progresso nessa atividade é um barômetro para aferir o progresso educacional.

O ensino bem sucedido consiste na criteriosa seleção dos hábitos que devem ser formados. Em geral só existe um meio plenamente eficaz de se fazer cada coisa, e esse meio deve tornar-se habitual. Os efeitos da educação sobre o hábito são: persistência nos esforços e nitidez nos objetivos. Os hábitos constroem ou destroem um indivíduo, pois determinam em grande parte seu caráter. Portanto, é dever do professor auxiliar a criança a contrair grande número de bons hábitos, cuja utilidade perdure em toda a sua vida. A escola não é somente o local onde o indivíduo adquire uma quantidade maior ou menor de informações; é o lugar onde o seu caráter é moldado, principalmente por meio dos hábitos que contrai.

A POLARIDADE ENSINO APRENDIZAGEM

No estabelecimento de um modelo instrutivo de cunho formativo, a polaridade ensino-aprendizagem estrutura-se na habilidade do docente e na capacitação do discente como responsáveis pelo processo de aprendizagem. É nesse sentido que dizemos que a educação é um processo essencialmente dialético onde aquele que ensina também aprende e vice-versa. Do mesmo modo, também verificamos que, de acordo com o referencial teórico utilizado pelo docente, o enfoque do conceito de aprendizagem transforma-se em função da abordagem conceitual adotada e, evidentemente, isso acaba se refletindo na metodologia de trabalho adotada em sala de aula.

Constatamos, contudo, que, independentemente do modelo ideológico adotado, todos entendem a aprendizagem como o resultado de um processo de exclusividade humano. Posto que, através de procedimentos didático-metodológicos, o homem passa a outro homem a capacidade para resolver, de forma independente, problemas mais avançados. De tal evidência, podemos determinar ser a dimensão ensino aprendizagem uma função social por excelência, e sua constituição pertencer, essencialmente, a uma categoria simbólica.

Segundo Vygotsky, “o aprendizado humano pressupõe uma natureza social

específica e um processo através do qual as crianças penetram na vida intelectual daqueles que as cercam”. Trabalhando um pouco mais o conceito do autor acima

referido, vemos que toda e qualquer ação que proporcione conhecimentos e capacidades pertence ao aspecto docente; enquanto a aquisição de ditos conhecimentos e capacidades são exclusivas do discente. Observamos, também, que a polaridade ensino aprendizagem não é privilégio, unicamente, obtido através da modalidade institucional educativa; tendo na instituição escolar o local para sua expressão. Mas, esta dimensão está presente, também, em outras esferas institucionais e sociais, tais como as religiosas, as familiares, as jurídicas etc., que contribuem com normas e pautas formalizantes dos valores prescritos nas atividades humanas, regulando as relações sociais.

No entanto, por ser esta disciplina “Fundamentos Psicológicos da Educação” uma pauta para a objetivação do processo pedagógico, restrito à ambientação escolar, passaremos a discutir de forma particular este enfoque, sem perder de vista que, no processo de produção do conhecimento, faz-se necessário uma articulação, e uma análise que englobe o desvelar dos problemas, necessidades, demandas, condições de vida e recursos envolvidos nesta “produção-aquisição” do saber. Sabemos que toda meta instrutiva-formativa tem como dispositivo básico regimentar procedimentos para potencializar e favorecer a formação de estruturas psíquicas superiores (a saber: o pensamento, a atenção dirigida e a motivação voluntária), a fim de alcançar a capacitação da autonomia (ou a resolução independente de problemas) por parte daquele que aprende.

Para tal efeito ou resultado, denominado como intenção educativa, todo processo de aquisição de conhecimento deve ser proporcionado através de procedimentos que visem a conscientização, a abstração, a generalização e a automatização de

conceitos viabilizadores da autonomia e da autoria do pensar, como diria Paulo Freire, nos dando a possibilidade de sermos sujeitos de nossa própria história. Assim sendo, a formulação de ditas “intenções” deve atingir um grau de concretização de tal ordem, que abarque diferentes pontos de vista acerca das modalidades expressivas e dos resultados obtidos frente às modalidades esperadas. Para tanto, se faz necessário compreender que na formação de uma personalidade, a experiência pessoal é elemento de fundamental importância para a aprendizagem e o processamento de um conhecimento pleno.

Toda personalidade configura-se como resultado de uma atividade (ação) expressa por um comportamento ou atitude, que convertida em uma habilidade, possibilita a inserção social do indivíduo no seu meio. Ao mesmo tempo, a personalidade é uma unidade que integra estruturas cognitivas, afetivas e volitivas, as quais possibilitam ao sujeito uma identidade preparada para assumir o seu papel individual e social no seu contexto cultural.

Para proporcionar conhecimentos, dentro do marco instrutivo-formativo, faz-se necessário compreender o discente como pessoa em seus aspectos psicobiológicos e sociais a fim de melhor orientá-lo para suas futuras escolhas pessoais, na condução e realização de sua individualidade.

É importante reconhecer que a aquisição de conhecimentos por parte do discente é também o resultado da atividade do docente, o qual utiliza-se de métodos e meios de ensinar, que instrumentalizam a relação aluno (sujeito da ação de aprender) com o conteúdo (o objeto do aprendizado). Aí reside a importância da didática e a necessidade de seu emprego de forma eficiente e atualizada. Nesta relação, proporcionada pelo professor, o sujeito e o objeto se confrontam resultando, no plano psíquico, nas seguintes modalidades de acordo com o quadro esquemático: o aluno, o conteúdo, meios de ensinar = relação aluno – conteúdo.

Quando é dada ao aluno a possibilidade de experimentar e manipular o objeto do seu conhecimento (através de debates, de experimentos, de investigações) a partir de uma apresentação (familiarização ou sensibilização com o conteúdo de uma disciplina), feito previamente pelo professor, ele se torna capaz de identificar o objeto em distintas ocasiões, apresentadas por generalização do conhecimento proporcionada pelo próprio sujeito da ação, garantindo o reconhecimento e a valorização pessoal pela execução, criação e condução de sua própria ação. Podemos completar o nosso pensamento afirmando que, no ato de educar, objetiva-

se, através de procedimentos de análise e síntese, a relação entre as funções mentais necessárias à cognição com o conteúdo específico da atividade, gerando a competência determinada pela atividade objetivada.

Por outro lado, o aprender é determinado através de procedimentos mentais. Cabendo ao docente, portanto, a inquisição de quais meios viabilizarão a aquisição dos conhecimentos, estipulando ações orientadoras para tal alcance e formação intelectual de seu aluno. Por isso, cabe àquele que proporciona os conhecimentos e informações a análise crítica do para quê ensino, do porquê ensino o quê ensino e do

como ensino. A normatização ou formalização das formulações referidas acima são

os “fundamentos” necessários à aprendizagem ou ao aspecto psicológico do processo educativo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. UNIDADE 5

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