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É cediço que, em se tratando de estado democrático por absoluta observância dos direitos e garantias fundamentais, o acesso à jurisdição estatal é imprescindível enquanto caminho pelo qual o cidadão tem por resguardado o apoio estatal frente às injustiças possivelmente ocorridas no mundo em que se inserem os fatos das suas vidas cotidianas.

Invariavelmente, as relações laborais típicas ou atípicas são gizadas historicamente por confrontos entre os polos (empregados e empregadores). Em razão disso, o Estado, enquanto ente que detém a função de intervir nessas contendas promulgou em seu texto constituinte, princípios norteadores com o escopo de prover o equilíbrio dessas situações, nas quais o poderio econômico prevalece, gerando, sobretudo, subordinação em malefício do trabalhador.

A igualdade formal perante a lei – também assegurada no texto constitucional – é, de fato, garantida, eis que a mera previsão já sustenta o seu resguardo. Por outro lado, o acesso à Justiça, conexo a esse princípio, necessita de ações práticas do Estado para a sua plena efetividade. Nesse sentido, o doutrinador Mauro Cappelletti (1985, p. 9) vislumbra que:

O ‘acesso à Justiça’ é o meio garantidor que permite às pessoas reivindicar a garantia de direitos e/ou solucionar litígios sob a égide do Estado, devendo ser igualmente acessível a todos e produzir resultados socialmente justos.

Nessa senda, a CF/88, no inc. LXXIV do seu art. 5º, prevê, resguarda e garante a todas as pessoas em evidente estado de hipossuficiência econômica, devidamente comprovada nos autos do processo, a gratuidade de todas as despesas consectárias da utilização da jurisdição estatal, tendo em vista que essa necessidade de resposta decorre justamente da prerrogativa constitucional, e empecilho econômico algum pode barrar o acesso à Justiça:

Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: [...]

LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos; [...]. (BRASIL, 1988).

Dessa situação infere-se a necessidade de distinção do princípio do acesso à Justiça e a sua gratuidade, uma vez que o primeiro se correlaciona à acessibilidade enquanto Direito Constitucional de todos os cidadãos para obtenção da aplicação da jurisdição mediante pronunciamento judicial. O segundo, por sua vez, refere-se à suspensão da exigibilidade de pagamento de todos os encargos que decorrem desse procedimento judicial, se estendendo até aos atos extrajudiciais referentes ao serviço público prestado.

Nesse viés, alude genuinamente José Bittencourt Filho (2006, p. 47):

A assistência jurídica integral e gratuita, direito fundamental com previsão constitucional, deve ser prestada pelo Estado que tem o desafio de compor instituições sólidas que garantam aos seus cidadãos o pleno acesso à justiça, visando a igualdade de condições na conquista dos seus direitos, considerando a premissa de que todas as pessoas são iguais perante a lei, ante ao fato de que a Administração e a Justiça podem e devem tornar-se instrumentos eficazes no combate à desigualdade.

Ademais, salutar rememorar que a inclusão da gratuidade da Justiça no Ordenamento Jurídico pátrio teve seu início com a Constituição brasileira de 1934, sendo excluída na Constituição de 1937, e retornando como direito constitucional fundamental em todas as Cartas Magnas subsequentes. Evidencia-se, de maneira indubitável, a importância desse amplo princípio inerente à existência da cidadania dentro das propostas que justificam a existência de um Estado democrático provedor de direitos e garantias.

Na Constituição republicana atualmente em vigor, há menção e proteção estatal no que concerne à garantia da gratuidade judiciária nos seguintes dispositivos:

Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui- se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: [...] III – a dignidade da pessoa humana;

IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; [...].

Art. 3º. Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I – construir uma sociedade livre, justa e solidária; II – garantir o desenvolvimento nacional;

III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais.

Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: [...]

XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; [...]

§ 2º. Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. (BRASIL, 1988).

Interessante mencionar que os constituintes originários se acautelaram no sentido de resguardar nas importantes linhas dispositivas do texto constitucional a previsão objetiva de gratuidade judiciária aos que dela necessitarem, fazendo com que, por consequência, a relativização dessa previsão afronte, de fato, a Lei Maior.

Não é novidade que haja essa discussão, visto que os mandatários do povo tendem, consecutivamente, a almejar a alteração dos direitos e garantias fundamentais. Por mais impressionante que seja assimilar essa conduta, é irreal crer que os guardiões (integrantes do STF) da última linha entre as mudanças e a constituição ainda se inclinam a aceitar as alterações que calejam o cerne do Estado assistencialista e protetor promulgado por meio dessa mesma Constituição, em nítido desrespeito às necessidades basilares do trabalhador.

Nessa dicotomia entre o objetivo do texto constitucional e o que os legisladores pretenderam com a reforma, não se pode olvidar do que leciona Dirley da Cunha Júnior (2010, p. 699):

O direito de acesso à justiça traduz-se numa das maiores conquistas do Estado Democrático de Direito. Manifesta-se pela inafastável prerrogativa de provocar a atuação do Poder Judiciário para a defesa de um direito.

Em conformidade com a Constituição, a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito (art. 5º, XXXV). Proclamou, com isso, a garantia da inafastabilidade da jurisdição, com o que proibiu qualquer lei ou ato limitar o acesso ao Judiciário.

É nesse cenário jurídico que se instaura a necessidade de observar outro princípio constitucional de grande valia no que tange às conexões principiológicas constitucionais que ensejam azo à gratuidade judiciária – o princípio da inafastabilidade da jurisdição – que traz à tona a premência de insurgência estatal em contrarresposta à provocação da parte.

Assim, o Estado, quando estiver diante de uma situação em que haja violação ou ameaça a direito, deve, inescusavelmente, clarear a situação com a sua imposição por intermédio da jurisdição. Não lhe é permitido tentar se eximir dessa obrigação em qualquer hipótese, eis que, constitucionalmente, a todos que da Justiça estatal necessitarem, é garantido o direito de obter uma resposta hábil.

Em decorrência disso, e na possibilidade de incorrer em omissão no que se refere à jurisdição, o contraponto dessa prestação é a necessidade de litigância gratuita, uma vez que, embora garantido o acesso, as partes que detêm condições pecuniárias deverão arcar com as custas processuais em virtude da onerosidade de toda movimentação da máquina estatal.

Frente a essas divergências é incongruente conceber a ideia de que, mesmo que a parte tenha garantido a gratuidade das mencionadas despesas processuais, acaso venha a sucumbir – mesmo que em parte na sua pretensão – deverá arcar com as custas em prejuízo do seu sustento, assim como de toda a sua família.

Nesse sentido, o seguinte julgamento do E. Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, em composição Plenária:

EMENTA DECLARAÇÃO INCIDENTAL DE INCONSTITUCIONALIDADE. CONFRONTO DO ART. 791-A DA CLT COM REDAÇÃO DA LEI 13.467/2017 COM PRECEITOS CONSTITUCIONAIS QUE GARANTEM A ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA INTEGRAL E O ACESSO À JUSTIÇA. É inconstitucional parte da norma inserida no § 4º art. 791-A da CLT, por força da Lei 13.467 de 13.07.2017, na medida em que impõe ao trabalhador beneficiário do instituto da assistência judiciária gratuita limitação ao exercício do amplo direito de ação e aos efeitos da concessão da justiça gratuita de forma integral, como garantem os preceitos constitucionais expressos nos incisos XXXV e LXXIV do art 5º da CF/88, in verbis: "o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que

comprovarem insuficiência de recursos." e " a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito." (TRT da 4ª Região, Tribunal Pleno, 0020068-88.2018.5.04.0232 RORSUM, em 13/12/2018, Desembargadora Beatriz Renck).

De qualquer sorte, ponderando as situações de previsão constitucional de livre acesso ao Judiciário daqueles que necessitam do benefício, zeteticamente é inviável apoiar tais mudanças, especialmente por ser expresso e não interpretativo: as partes que litigarem sob o pálio da Justiça gratuita serão isentas de quaisquer custas processuais e honorários advocatícios. Tal premissa aferida de diversos textos legais não é discutível e não possui balizadores. Deveria ser, em tese, respeitada ipsis litteris.

CONCLUSÃO

Não é todo o ser humano que consegue conviver pacificamente em sociedade e seguir as suas normas. Em consequência, surgem os conflitos que o Estado tem a responsabilidade de resolver mediante a aplicação do Direito, garantindo, assim, a ordem e a Justiça. E, para que ninguém seja privado da garantia jurisdicional há necessidade da efetivação de garantias no Ordenamento Jurídico.

No decorrer dos anos, o Estado passou a controlar a aplicação do Direito e foi obrigado a criar vários dispositivos a fim de garantir o acesso da população ao direito de ação e defesa. A maneira mais eficaz para tanto foi o dispositivo da gratuidade, que beneficiou até a parcela mais vulnerável da população.

Com a criação de novas legislações no Ordenamento Jurídico brasileiro, como a Lei nº 13.467/2017 – Reforma Trabalhista – com mudanças significativas no Direito Processual Trabalhista, o acesso à Justiça foi se adaptando de acordo com a realidade econômica, política e social da população. É o caso da gratuidade, que possibilitou até à parte mais vulnerável da população a dialogar com a Justiça.

A Reforma Trabalhista, representada pela Lei nº 13.467/2017, surgiu da necessidade de mudança na legislação trabalhista, a qual já era considerada

ultrapassada por muitos doutrinadores, tendo também que se adequar com a realidade social, econômica e política do país. Desse modo, a Reforma Trabalhista buscou atender a todas as necessidades do cidadão brasileiro, tornando-se o dispositivo mais eficaz para a solução de conflitos judiciais.

Obviamente que a nova legislação proporcionou grandes mudanças em matéria de gratuidade de Justiça, e muitas das novas orientações ocasionaram perdas ao cidadão mais hipossuficiente, que não tem condições de arcar com o custo de ingressar na Justiça pelos meios convencionais, indo de encontro às bases do Ordenamento Jurídico brasileiro.

Segundo as mudanças determinadas pela Reforma Trabalhista, aquele que for beneficiário da gratuidade da Justiça em matéria do processo do trabalho, caso perca a ação, terá que arcar com as custas de honorários periciais (art. 790-B, caput, da CLT), e ainda com os honorários do advogado (art. 791-A, § 4º, da CLT).

Nesse sentido, entende-se que, mesmo sendo comprovada a hipossuficiência de recurso, o beneficiário também corre o risco de arcar com as custas no processo, o que incorre na inconstitucionalidade dos dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). No tocante à matéria da gratuidade, observa-se que é inconstitucional criar obstáculos ao acesso à Justiça, dificultando o cidadão comprovadamente hipossuficiente a pleitear ações na Justiça do Trabalho.

Destarte, diante do cenário de alterações da CLT, e analisando os dispositivos acerca da gratuidade de acesso à Justiça, observa-se que tais mudanças afetam diretamente os direitos do cidadão de agir, criando um receio de ingressar com ações perante a Justiça do Trabalho. Os direitos do hipossuficiente, portanto, continuam a ser limitados, violando a própria dignidade da pessoa humana.

De modo geral, o que se pode concluir da análise dos dispositivos da Reforma Trabalhista é que carecem de constitucionalidade e representam evidente quebra dos preceitos positivados na legislação laboral. Ao ceifar alguns dos direitos mais basilares do trabalhador infringe-se a equidade nas relações de trabalho e, portanto, coloca-se o empregador em situação de inquestionável credibilidade.

Conclui-se, portanto, que fica clara a necessidade de revisão da inconstitucionalidade da Consolidação das Leis do Trabalho, assegurando as garantias constitucionais a todo cidadão brasileiro, principalmente à parcela mais vulnerável, a fim de lhe garantir igualdade e proteção. O Direito do Trabalho deve ser consonante com os princípios constitucionais para que não seja violado, devendo sempre estar presente no Ordenamento Jurídico brasileiro.

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