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A Prática Pedagógica

No documento Aula 10 o aprendizado da geometria (páginas 37-42)

1.3 A Importância da Geometria

1.3.3 A Prática Pedagógica

Na maioria das escolas brasileiras, a prática pedagógica fundamenta-se na transmissão de conteúdos curriculares fragmentados, memorizáveis e mensuráveis, correspondendo aos padrões reconhecidos e aplicáveis no modelo de uma sociedade ultrapassada. É necessário, porém que as mesmas procurem adotar uma prática pedagógica centrada na construção do conhecimento, baseada em teorias cognitivas de aprendizagem, tentando, desta forma, incorporar tendências e comportamentos originários da moderna sociedade da informação.

Quando os eixos temáticos da matemática são abordados, focaliza-se o tratamento da informação como um tema a ser valorizado para que o aluno possa usá-lo em diversas situações do cotidiano. Idéias de matemática, tais como função, proporcionalidade, medidas, probabilidade e teorias de jogos estão intrínsecas a problemas relacionados com: nas relações sociais de cada época, nas transformações e na criação de novas necessidades, nas condições de vida, no cotidiano onde aparecem muitas vezes de forma implícita.

Portanto, é possível identificar relações importantes entre a matemática e os temas transversais, ocorre então o que chamamos de contextualização sócio-cultural.

Veja alguns exemplos conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais/PCN’s:

• O uso da geometria clássica ou da analítica para resolver um mesmo problema pode mostrar duas formas distintas de pensar e representar realidades comparáveis em momentos históricos diferentes.

• Ao se perceber a origem do uso dos logaritmos ou das razões trigonométricas como resultado do avanço tecnológico do período das grandes navegações do século 16,

pode-se conceber a Matemática como instrumento para a solução de problemas práticos e que se desenvolve para muito além deles, ganhando a dimensão de idéias gerais para novas aplicações fora do contexto que deu origem a elas.

As investigações geométricas irão contribuir para perceber aspectos essenciais da atividade matemática, tais como a formulação e teste de conjecturas e a procura e demonstração de generalizações. A contextualização dos conteúdos irá despertar no aluno à vontade de aprender a geometria. Para que isso ocorra é essencial que o aluno manipule os objetos apresentados. O trabalho manipulado associado ao pensamento crítico é fundamental para o desenvolvimento da aprendizagem em geometria. Esse aprendizado tem a intenção de levar de forma diferente o trabalho com a geometria contextualizada, deixando o aluno usar o seu raciocínio lógico e estimulando a sua criatividade.

Uma condição fundamental para o ensino e aprendizagem da matemática é desenvolver a capacidade de aprender, oferecendo um conjunto mais rico de materiais, técnicas e sistemas que visem a contribuir significativamente para a incorporação dessa habilidade.

A resolução de situações-problema contextualizadas estimula a criatividade na elaboração de problemas vivenciados pelo aluno. O trabalho com conteúdos contextualizados enriquece a aula e ajudam a despertar no aluno o gosto pela geometria. Esta relação desenvolve atitudes positivas em relação à matemática.

A preocupação presente neste trabalho é discutir e analisar as dificuldades encontradas pelos alunos no estudo da Geometria, com a intenção de buscar alternativas adequadas para a minimização ou superação dos problemas de aprendizagem nessa parte da Matemática.

A sociedade atual, através de seus meios de comunicação, molda os jovens para uma era do vazio, pois os meios de comunicação insistem em não dizer nada. Rojas, 1996.

O resultado disso são jovens que têm muita iniciativa e pouca “acabativa” (esforço e dedicação), ou seja, eles apresentam dificuldades em manter o entusiasmo e a persistência quando os resultados não são imediatos.

“A ociosidade está na moda; está na moda a vida arrebentada, descosturada, como os personagens sem mensagem interior”.(Rojas, 1996, pag 29).

Cientistas descobriram que o circuito nervoso não está completamente instalado na maior parte dos jovens até 20 anos, o que pode explicar as peculiaridades de comportamento (indisciplina, preguiça, apatia). Brownlee, 1999.

Os gregos acreditavam que o desenvolvimento de todas as potencialidades humanas capacita melhor o indivíduo. O conceito foi perdido na Idade Média quando o Ocidente começou a caminhar em direção à especialização, em detrimento do desenvolvimento integrado e, hoje, presencia-se o custo que esta associação trouxe.

A prática educacional pode e deve ser sustentada no cotidiano do aluno, a fim de contribuir com uma melhor compreensão do conteúdo matemático, isto faz com que desperte no aluno o gosto e a vontade para estudar. Sendo assim, o uso desta prática, pode até mesmo diminuir a evasão escolar.

Através da matemática contextualizada, cuja qual pode ser aplicada no cotidiano do aluno, deve se desenvolver aspectos no dia a dia que desperte a curiosidade para querer saber mais, levando-o a ver que esta ciência exata não é constituída apenas de formulas, números ou equações impossível de ser entendida, mas que isso faz parte de tudo que esta a sua volta.

Conhecimento não se reduz à informação. Este é um primeiro estágio daquele, conhecer implica em um segundo estágio, o de trabalhar as informações classificando-as, analisando-as e contextualizando-as. O terceiro estágio tem a ver com a inteligência, a consciência ou sabedoria. Inteligência tem a ver com a arte de vincular o conhecimento de maneira útil e pertinente, isto é, de produzir novas formas de progresso e desenvolvimento; consciência e sabedoria envolvem reflexão, isto é, capacidade de produzir novas formas de existência de humanização. E é nessa trama que se pode entender as relações entre conhecimento e poder. Um enorme poder flui do conhecimento, mas não daqueles que o produzem. Portanto não basta produzir conhecimento, mas é preciso produzir as condições de produção do conhecimento. (Pimenta, 1996, pág 30).

No entanto para que essa contextualização matemática aconteça tanto professores de matemática quanto à escola, devem aprender a aplicar o que é estudado, no que o aluno faz fora da escola e isso exige do professor mais tempo de dedicação e pesquisa. As avaliações aplicadas aos alunos não são um meio de saber se ele realmente aprendeu, mas experimentos feitos com jogos que trata da matemática podem aguçar os seus sentidos e solidificar mais o seu conhecimento. O uso de materiais alternativos, como jornais, revistas, o uso de uma situação problema referente a um dado conteúdo, filmes, charadas para que possa desenvolver o seu raciocínio lógico e abstrato faz com que o aluno queira se interar mais ao seu estudo.

Melhorar a qualidade de ensino é uma questão defendida, hoje, por governantes, educadores, técnicos e especialistas em educação. Uma das exigências para se alcançar um elevado nível de qualidade na educação é aprimorar o conhecimento sobre os processos de ensino-aprendizagem, de forma a torná-los mais capazes de responder às imposições deste novo tempo.

O educador no geral deve formar cidadãos críticos com disposição de querer sempre mais e levá-los a ter um olhar matemático para várias situações distintas.

Numa sociedade cada vez mais complexa e dinâmica e que depende tão completamente da Matemática e da Ciência, acredita-se que o professor é uma figura central.

Logo, ele precisa refletir sobre a concepção da escola, como instituição que transmite o conhecimento e como local que ajuda o aluno a desenvolver seu potencial, ensinando-o a pensar e a descobrir caminhos para transformar o mundo em que vive.

A prática contextualizada pode desenvolver no aluno o interesse pela matemática, sem dúvida, os conhecimentos que permitem compreender a realidade e operar sobre ela, funcionando como instrumento para o desenvolvimento e socialização dos sujeitos e para o exercício de sua cidadania.

Faz-se necessário, portanto, que o professor represente seu papel frente às novas possibilidades que compõe o mundo do conhecimento e da cultura, enfrentando o desafio da formação continuada em cursos de pós-graduação (mestrado e doutorado). Sustenta-se que esses procedimentos concorram para que o educador vivencie sua autonomia intelectual na escolha de metodologias, procedimentos didáticos e paradigmas científicos objetivando melhorar a qualidade do ensino.

Embora as investigações no campo da matemática se situem ora dentro do campo da chamada matemática pura, ora dentro da chamada matemática aplicada, o conhecimento matemático é fruto de um processo de que fazem parte à imaginação, os contra-exemplos, as conjunturas, as críticas, os erros e os acertos que se apresentam de forma descontextualizada, mas o próprio aluno tem que atribuir significados individualmente.

A arte de fazer e ensinar matemática não é criação livre e isolada da mente humana, totalmente descompromissada com a realidade do homem e ao seu momento histórico. Pelo contrário, criar e lecionar essa disciplina é antes de tudo uma busca contagiante do nosso passado epistemológico. O ensino desta disciplina baseado em experiências educacionais do passado tem produzido em nossos estudantes um verdadeiro sentimento de repúdio e apatia. Este modo de abordar a matemática funciona, em parte, nos séculos anteriores, quando não conhecíamos o cinema, o automóvel, o raio laser, a televisão, enfim não existia o mundo moderno e agitado dos computadores. (A. Prandini, 1991, pág 31).

No documento Aula 10 o aprendizado da geometria (páginas 37-42)

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