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2.  ATIVOS BIOLÓGICOS, CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS 25 

2.1.  Floresta 26 

2.1.4.  A propriedade da terra 30 

Para a STCP (2011) um dos determinantes do sucesso ou fracasso de um empreendimento florestal é a captação da terra. Podem-se destacar quatro modelos básicos para a captação da terra visando à atividade de silvicultura, a saber: (1) aquisição da terra para

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Duratex S.A - Demonstrações Financeiras Padronizadas - 31/12/2010 - V2, disponível em:

<http://www.rad.cvm.gov.br/enetconsulta/frmGerenciaPaginaFRE.aspx?CodigoTipoInstituicao=2&NumeroSequ encial>

plantio para consumo próprio ou venda a terceiros; (2) arrendamento; (3) parcerias e (4) fomento.

Aquisição: a principal característica desse modelo é a necessidade de elevados desembolsos nos primeiros anos de operação.

Arrendamento: segundo STCP, o arrendamento rural corresponde a um aluguel pelo uso da terra. O proprietário cede a terra e recebe um pagamento pré-fixado pelo seu uso, em dinheiro ou em produtos. Independente do resultado do empreendimento, o arrendatário é obrigado a pagar um valor fixo ao arrendador. A legislação prevê, inclusive, o penhor dos bens do arrendatário caso os compromissos não sejam cumpridos.

Parceria: a STCP define parceria como o investimento em conjunto entre o proprietário da terra e um terceiro responsável pela implantação, manutenção e gestão do empreendimento florestal, dividindo os riscos e os resultados da associação na proporção combinada.

Uma forma de parceria é o Fomento Florestal, que segundo o IEF – Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais (2011) é um incentivo à produção de madeira que normalmente consiste no fornecimento de mudas, assistência técnica e insumos a produtores rurais cadastrados. Os projetos são executados pelos próprios produtores em suas terras utilizando mão-de-obra própria. Quando a madeira atingir o ponto de colheita o produtor pode vender parte ou todo o volume para a empresa que promoveu o fomento.

Na figura 4, podemos observar um resumo das vantagens e desvantagens de cada modelo de captação de terras segundo a STCP. Em relação ao tratamento contábil e de mensuração, a contabilização e os impactos são diferentes para cada modelo de captação da terra.

Figura 4 – Terras próprias e de terceiros, vantagens e desvantagens Fonte: Informativo STCP 2010/2011, p. 13.

VANTAGENS DESVANTAGENS

■ Segurança patrimonial e de suprimento;

■ Potencial de valorização. ■ Desembolso inicial elevado;■ Baixa liquidez.

■ Maior liquidez;

■ Contribui para a imagem (aspecto social); ■ Menor risco de problemas fundiários; ■ Não imobiliza grandes volumes de capital.

■ Auto custo de gestão (contratos, equipes etc);

■ Melhorias e benfeitorias são custos/despesas.

TERRAS PRÓPRIAS

No entanto, o CPC 29 não estabelece nenhuma regra específica de tratamento contábil para terras agrícolas, sendo aplicado para esse ativo o CPC 27 – Ativo Imobilizado, que especifica que as terras podem ser mensuradas:

 Pelo seu custo;

 A valor justo, em caso de permuta;

 Ajustado a valor presente, quando o prazo de pagamentos excede os prazos normais de crédito (CPC 12 – Ajuste a Valor Presente);

 Por reavaliação, se assim a legislação permitir, embora a reavaliação deva refletir o seu valor justo;

 Pelo seu valor recuperável, conforme CPC 01;

 Outros tratamentos em caso de ativo mantido por arrendatário (CPC 06) e subvenções governamentais (CPC 07).

Azevedo (2005) comenta que existem algumas discussões a respeito de aplicar o IAS 16 Property Plant and Equipment (correspondente ao CPC 27) para mensuração do valor das terras agrícolas. A autora explica que existem vários defensores dessa aplicação, embora estes tenham consciência de que existem muitas situações onde é difícil separar o valor das terras do valor dos ativos biológicos.

Por outro lado, a autora também comenta que existem outros que defendem que o valor das terras deve ser mensurado ao valor justo, em conjunto com o ativo biológico.

Apesar do CPC 29 não especificar qualquer princípio ou tratamento para terras agrícolas, vale ressaltar os aspectos relacionados a Ativos Contribuintes no item 3.6., onde são feitas algumas considerações sobre a possibilidade de subtrair do valor do ativo biológico o custo de uso dos ativos contribuintes.

CAPÍTULO III  

 

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Iudícibus (2009, p. 123) afirma que “é tão importante o estudo do ativo que poderíamos dizer que é o capítulo fundamental da Contabilidade, porque à sua definição e mensuração está ligada a multiplicidade de relacionamentos contábeis que envolvem receitas e despesas”.

Iudícibus alerta ainda da grande importância de conceituar bem o ativo para que sejam evitados problemas futuros com a apreciação desse ou daquele elemento específico do ativo, desse ou daquele grupo.

Gassen e Schwedler (2008), em sua pesquisa com investidores e consultores europeus, constataram que para esses profissionais, as informações financeiras e contábeis são as mais importantes fontes de dados quando fornecem consultoria ou tomam decisão de investimento.

Os mesmos autores sugerem com base nas suas pesquisas que seja considerada uma diferenciação na determinação de valor utilizando preços de mercado (Mark-to-market) e outras formas de avaliação (Mark-to-model) na determinação do valor justo quando se tratar de informação útil para a tomada de decisão.

Although this distinction is not easy to draw, especially with respect to financial assets, for most non-financial assets it is obvious whether a fair value was determined on a sufficiently liquid market or whether it is based on assumptions which are at least in part subject to management’s expectations. Also, the decision-usefulness of different measurement concepts should be evaluated separately for different asset and liability groups (GASSEN e SCHWEDLER, 2008, p. 2).

Como o CPC 29 (item 12, p. 5) determina que o ativo biológico seja mensurado ao valor justo menos a despesa de venda no momento do reconhecimento inicial e no final de cada período de competência, cabe começar esse capítulo tratando os conceitos de valor do ativo, valor justo e a posição dos diferentes organismos contábeis a respeito do valor justo. Após, será verificado as formas de obtenção do valor justo segundo o CPC 29, dando ênfase aos diversos aspectos que envolvem o fluxo de caixa descontado.