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A redefinição das Entidades Regionais de Turismo

2. A PROMOÇÃO TURÍSTICA DO PORTO E NORTE DE PORTUGAL

2.2. Apresentação do Turismo do Porto e Norte de Portugal

2.2.1 A redefinição das Entidades Regionais de Turismo

Em 2003 foi tomada uma decisão que iria balizar a promoção turística interna e externa, em Portugal, passando os produtos regionais a serem coordenados por uma parceria entre o sector público e o privado. O Estado juntou-se assim, para efeitos de promoção do turismo nacional, às entidades regionais (29 que fazem parte das 5 áreas

regionais e 2 direcções regionais de turismo [Madeira e Açores])8, através das futuras agências regionais para a promoção turística, em parceria com as associações empresariais. Para o efeito, foi assinado um protocolo entre o Investimento, Comércio e Turismo de Portugal (ICEP), Confederação do Turismo Português (CTP) e Associação Nacional das Regiões do Turismo (ANRET). Com este protocolo o sector turístico beneficiou de uma nova configuração. O Conselho Estratégico de Promoção Turística definiu as linhas de orientação fazendo parte desse órgão, para além do Presidente, um dos representantes das agências regionais de promoção, três da CTP, um da ANRET e um do ICEP, bem como representantes dos governos da Madeira e dos Açores.

A apresentação e execução de planos regionais de promoção turística ficaram a cargo das agências de promoção e passaram ser dirigidos às cinco áreas promocionais do Continente (Porto e Norte, Beiras, Lisboa, Alentejo e Algarve) (Sequeira, 2003)9.

No ano de 2007 o Governo decidiu rever o regime legal das regiões de turismo. O novo projecto manteve na sua essência o anterior, limitando-se a reduzir o número de entidades regionais abrangidas anteriormente, passando de dezanove para onze (cinco Áreas Regionais [Porto e Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve] e seis Pólos de Desenvolvimento Turístico [Porto e Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo, Algarve, Açores e Madeira] (PENT, 2011: p. 18). De acordo com a experiência, o desempenho mais eficiente é sempre associado a um maior profissionalismo e especialização, como acontece com as agências regionais de promoção turística mais próximas do modelo empresarial. Nesta medida, as novas regiões de turismo constituíram-se como associações de municípios, visando a articulação das metas turísticas a alcançar pela política nacional do sector em estreita ligação ao desenvolvimento regional e local, através da concretização de planos de desenvolvimento turístico regional, com respeito pela planificação de ordenamento da vertente turística, incidindo sobre as áreas da região respectiva e articulando políticas de desenvolvimento local e de gestão territorial.

Optou-se também por fazer coincidir as regiões de turismo com as NUT II, definindo assim áreas promocionais de turismo de acordo com a sua respectiva delimitação territorial: “A Lei n.º 33/2013, de 16 de Maio, estabelece cinco áreas regionais de turismo em Portugal Continental, que reflectem as áreas abrangidas pelas unidades territoriais utilizadas para fins estatísticos, a Nomenclatura das Unidades

Territoriais para Fins Estatísticos (NUTS) II – Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo,

Alentejo e Algarve. Esta Lei define ainda o regime jurídico da organização e funcionamento das entidades regionais de turismo, às quais compete valorizar e desenvolver as potencialidades turísticas e gerir de forma integrada os destinos no quadro do desenvolvimento turístico regional de cada uma das áreas correspondentes, de acordo com as orientações e directrizes da política de turismo definida pelo Governo.

8 “Evolução na organização regional de turismo” in Plano Estratégico Nacional de Turismo: Propostas para revisão no horizonte de 2015 – versão 2.0

O modelo de gestão estimula o envolvimento dos agentes privados na acção destas entidades e determina também a existência de quatro órgãos: a assembleia geral, onde têm assento as entidades participantes; a comissão executiva, órgão executivo e de gestão da entidade regional; o conselho de marketing, responsável pela aprovação e acompanhamento da execução do plano de marketing; e o fiscal único.

De acordo com os respectivos estatutos, as entidades regionais de turismo adoptaram as seguintes denominações:

- Turismo do Porto e Norte de Portugal, com sede em Viana do Castelo; - Turismo Centro de Portugal, com sede em Aveiro;

- Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa, com sede em Lisboa; - Turismo do Alentejo, com sede em Beja;

- Região de Turismo do Algarve, com sede em Faro (Turismo de Portugal, 2015e [Online]).

Na sequência da reorganização das regiões de turismo, toda a dinâmica atinente à reforma pretendida aponta para a promoção externa das políticas do sector, embora a acção resultante da implementação do conjunto de decisões tomadas seja necessariamente desenvolvida no espaço territorial do país.

No quadro alargardo do turismo nacional, que incide no todo territorial de Portugal, com as diferenças inerentes às diversas realidades regionais, nos anos mais recentes, foi assinado o “Protocolo para a Promoção Turística Externa Regional”, a 26 de Novembro de 2010, para o período temporal compreendido entre 2011 e 2013, por um conjunto de entidades reguladoras do sector.

As entidades signatárias foram as seguintes: o Turismo de Portugal, a Secretaria Regional do Turismo e dos Transportes da Madeira, a Secretaria Regional de Economia dos Açores, a Confederação do Turismo Português e as sete Agências Regionais de Promoção Turística (ARPT): Porto e Norte, Centro de Portugal, Lisboa, Alentejo, Algarve, Madeira e Açores.

A definição destas novas orientações visou, assim, a implementação de novas práticas de promoção turística, de forma a tornar mais apelativos os principais destinos turísticos de Portugal Continental e ilhas e os seus respectivos produtos. Para o efeito, o documento assinado pelos diferentes parceiros, procurou, no âmbito das orientações seguidas, especificar o modelo estratégico de actuação que cobrisse a promoção externa, para ser seguido por cada uma das Entidades Regionais de Turismo. De seguida, dá-se conta do conjunto dessas linhas de orientação:

“1. Reforçar o apoio às empresas turísticas, fortalecendo a articulação entre as actividades promocionais e comerciais;

2. Assumir 4 mercados estratégicos como prioritários: Espanha, Alemanha, Reino Unido e França, nos quais todas as ARPTs devem trabalhar;

3. Reforçar a aposta em mercados em crescimento e de procura sazonal;

4. Focalizar a actuação na redução da sazonalidade, potenciando as operações de Inverno e sobretudo “shoulders”, alargando assim a Época Alta;

5. Focalizar a actuação promocional nas “áreas de influência” dos Aeroportos com ligações directas a Portugal;

6. Manter o esforço na captação de novas rotas aéreas de interesse turístico nos mercados-alvo para cada região e estimular o aumento de frequências em rotas aéreas já em operação;

7. Conceder especial atenção à manutenção das operações prioritárias para os destinos regionais;

8. Aumentar os investimentos nos canais online, dando especial destaque ao desenvolvimento de novos canais de apoio à venda;

9. Seguir uma linha de sustentabilidade e respeito pelo meio ambiente;

10. Priorizar a actuação junto ao consumidor final, quer através dos canais

online, quer potenciando as acções de vendas dos parceiros.” (Patrão, 2010).

Como se pode verificar, foi através das linhas de orientação atrás enunciadas que, em 2012 uma das sete Agências Regionais de Promoção Turística, a Agência Regional de Promoção Turística do Porto e Norte – Associação de Turismo do Porto, Presidida pelo Dr. Melchior Moreira, foi transformada em Entidade Regional,Turismo do Porto e Norte de Portugal (E.R., TPNP). De acordo com o artigo 3.º, n.º 2, alínea c), d) e g), do Capítulo I, dos Estatutos do Turismo do Porto e Norte de Portugal, E.R, ano de 2013, o Governo definiu as orientações, directrizes e a política de turismo para o desenvolvimento turístico nacional a partir das potencialidades turísticas de cada área regional de turismo com a colaboração dos municípios pertencentes à região10.

10 Artigo 3.º, n.º 2, alínea c) “Assegurar o levantamento da oferta turística regional e sub-regional e a sua permanente atualização, no quadro do registo nacional de turismo, e realizar estudos de avaliação do potencial turístico da respetiva área territorial;

d) Organizar e difundir informação turística, mantendo e/ou gerindo uma rede de lojas e/ou postos de turismo e de portais de informação turística;

g) Assegurar a realização da promoção da região, enquanto destino turístico e dos seus produtos estratégicos, no mercado interno alargado, compreendido pelo território nacional e transfronteiriço com Espanha” in Turismo do

Depois desta breve exposição, convém assinalar que a promoção turística que a Loja Interactiva de Turismo implementa na região do Porto e Norte de Portugal e que se traduz no objecto de investigação do presente estudo, desenvolve-se através do funcionamento de uma rede de Lojas Interactivas de Turismo.

2.2.2. Orientações do Turismo do Porto e Norte de Portugal para a