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5.7 Considerações sobre a análise dos dados

5.7.3 A restrição do participante 1 nas predicações deverbais

Na comparação dos casos de restrição, verificamos que o participante 1 apresenta maior restrição nas predicações adverbiais com valor de lugar e de tempo. A restrição é menor nas predicações finais e nas predicações objetivas.

Gráfico 08: Restrição do participante 1 por tipo de predicação

As predicações com função de predicativo e as adverbiais modais respondem pelas menores ocorrências de restrição.

Os exemplos analisados nos permitiram identificar algumas estratégias de restrição, não vinculadas à função sintática das predicações:

(i) a restrição pode ser motivada pela concorrência de identidades de sujeitos para um mesmo evento, fato que permitiu observar a existência de uma identidade híbrida, em que um sujeito pode deter a volição de um evento enquanto outro pode apenas executá- lo;

(ii) pode haver, em predicações combinadas, um sujeito mais proeminente na predicação matriz, que, controlando um verbo manipulativo, pode ser repercutido como participante 1 na predicação subordinada;

(iii) uma predicação deverbal pode inserir um participante humano por via cognitiva, conforme constatado nos casos em que se pode substituir a

predicação por uma predicação nominal como em votação/voto; pontuação/ponto;

(iv) a restrição do sujeito pode ser consequência de uma referência hipotética ou genérica, situação em que a intenção do falante é falar sobre o processo, descartando o sujeito envolvido; e

(v) a identidade do participante 1 pode ser difusa em razão da existência de mais de um candidato a sujeito no contexto;

CAPÍTULO 6

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Iniciamos este estudo com base na premissa proposta por Dik (1997) de que existem numerosos mecanismos restritores dos argumentos das predicações. Juntamos a essa premissa o fato de que as predicações deverbais são predicações derivadas de predicações verbais, o que a GF chama de nominalização, e que esse processo se dá por um ajuste formal da predicação verbal a uma predicação nominal dentro de um contexto oracional.

A partir dessa conjunção teórica, enveredamos na análise de predicações deverbais, observando que, ao se ajustarem a uma forma nominal com uma função sintática específica dentro da oração, as predicações verbais revelam quadros em que o sujeito, participante 1 dos eventos deverbais, é codificado de maneiras distintas, dada a relação gramatical que a predicação derivada deverbal estabelece com outras predicações dentro da oração, uma vez que passa, nos termos estruturais da GF, a argumento e satélites de outras predicações.

Buscando alcançar nossos objetivos, aliamos a análise de questões pragmáticas e discursivas que envolvem a codificação do sujeito de eventos deverbais a uma análise descritiva e quantitativa da forma com a qual ele se manifesta, tomando como fator constante de observação a função sintática desempenhada pela predicação dentro da oração.

Tal método nos permitiu traçar comparações e identificar nas predicações com função de predicativo do sujeito, o contexto mais favorável à explicitação, assim como, observar que as predicações adverbiais finais e locativas praticamente não explicitam sujeitos, o que coloca a função semântica da predicação como condição anterior ao controle pragmático dos participantes, o que nos levou à constatação de que ao assumirem funções sintáticas específicas, as predicações verbais ajustam o modo como o sujeito é codificado ao contexto sintático-semântico da predicação.

No exame da correferência, identificamos nas predicações adverbiais finais, ocorrências estatisticamente mais produtivas em relação às demais predicações, assim como apontamos, nas predicações adverbiais temporais, as predicações com índice de correferência mais baixo. Essa comparação, a nosso ver, parece ter demonstrado a pertinência da análise sintático-semântica da função da predicação na análise do processo de codificação do sujeito, pois, apesar de serem ambas adverbiais, o valor de finalidade leva a predicação a correferir a identidade de um participante de uma predicação verbal anterior, o que não ocorre com as predicações adverbiais temporais e locativas, que demonstraram ser mais independentes semanticamente da referência a um sujeito.

A restrição se mostrou mais produtiva também nas predicações adverbiais temporais e locativas, em que se observa que a estratégia do falante é a de se valer da referência ao processo veiculado pelo evento deverbal para codificar tempo e espaço, tornando desnecessária a referência ao participante da ação.

A restrição apresentou o menor número de ocorrências nas predicações com função de predicativo do sujeito. Neste caso, a explicação deve-se ao papel anafórico que estas predicações desempenham, já que conseguem retomar sequências/segmentos textuais por meio de um processo de nomeação, retomando também por anáfora zero os argumentos contidos nos segmentos recuperados, o que aumenta os casos de correferência.

Considerando a posição de Camacho (2007), acerca do estatuto categórico do nome deverbal, em que afirma que quanto mais mantém a sua estrutura argumental, mais como verbo se comporta, acreditamos, com base nos dados aqui levantados, que tal premissa se confirma, contudo, cremos ter demonstrado que são os contextos sintático-semânticos em que a predicação deverbal ocorre que favorecem a percepção dos seus argumentos.

Se considerarmos que a EAP (Du bois, 1985) pode possuir medida em predicações verbais nominalizadas, podemos dizer que nos deverbais determinadas funções veiculam, preferencialmente, uma forma de manifestação do sujeito, contudo, os resultados obtidos com a variável função sintática de certo modo sugerem que a codificação do participante 1 do deverbal está intimamente ligada ao envolvimento sintático e semântico com predicados verbais que apresentam participantes. Pode-se

dizer, ainda, que quanto mais afastada a predicação deverbal da predicação verbal, menor é a percepção de um sujeito na forma verbal nominalizada, o que implica admitir nesse caso que ela tende a assumir funções textuais e semânticas mais específicas e menos verbais.

Assim, observar a função sintática da predicação na análise do processo de ajuste da forma verbal à forma nominal, com intuito de ampliar o entendimento da manifestação dos sujeito dos deverbais, pode ser critério determinante para a análise de seu comportamento categórico mais ou menos verbal.

A proposta da GF em relação à existência de um sistema subjacente (Dik, 1989/1997), controlado pelo uso, foi, de certo modo, reforçada nesta tese. Porém, quanto à perspectiva acerca da restrição dos argumentos da predicação provocada por outras predicações, pode-se dizer que algumas ocorrências sugerem existir também o contrário: há predicações, como as predicações verbais que apresentam participantes, que fomentam a existência de participantes em predicações nominalizadas, principalmente, os correferidos por anáfora zero.

O ajuste formal, ou nominalização (Dik, 1985), facultou, neste trabalho, a análise das formas deverbais e de seus argumentos sob uma perspectiva funcional. Foi importante, entretanto, aliar o resultado de trabalhos ligados ao funcionalismo americano, o que permitiu, por exemplo, a observação, de modo análogo, nas predicações objetivas, do fenômeno da combinação de orações (Hopper & Traugott, 1993).

As predicações deverbais oferecem um vasto campo para a inquirição linguística, por situarem-se no intervalo contínuo dos dois pontos fundamentais da linguagem: nome e verbo. Inúmeras variáveis podem ainda se tornar fatores de descrição do fenômeno da nominalização.

Outros trabalhos poderiam se concentrar, por exemplo, no exame da tipologia sintática dos deverbais em estruturas textuais delimitadas tanto do ponto de vista do tipo de texto (opinativo, narrativo ou descritivo) como do ponto de vista sócio- comunicativo, sendo definido neste caso o gênero textual, ou, ainda, poderiam enveredar pelo universo diacrônico da história, inserindo o fenômeno da nominalização no mesmo paradigma analítico que se encontra hoje o fenômeno da gramaticalização.

Uma tese não é um fim em si só, nem tem por pretensão esgotar todas as possibilidades de observação de um dado fenômeno. Nesta tese, procuramos apresentar uma metodologia diferente em relação às variáveis que têm sido aplicadas aos estudos referentes ao comportamento do sujeito em predicações deverbais. Acreditamos que os resultados obtidos demonstrem a pertinência da delimitação do tipo sintático da predicação deverbal e que contribuam de algum modo para outros estudos funcionais na área da codificação dos argumentos.

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RESUMO

Com base no conceito de predicação da Gramática funcional, este trabalho investiga o processo de codificação do sujeito como participante 1 de predicações derivadas deverbais tomando como variável a função sintática desempenhada pela predicação dentro da oração.

A partir da hipótese de Dik (1997) de que predicações adjacentes oferecem elementos restritores para a codificação do argumentos, analisamos 1000 ocorrências de formas deverbais, sendo 500 da língua escrita e 500 da língua falada, buscando traçar perfis e identificar qualitativa e quantitativamente o modo como o sujeito, participante 1 das predicações deverbais terminadas em –cão, se comporta, quando a predicação verbal é ajustada a termo da oração.

A análise dos dados revelou que: (i) a explicitação do participante 1 das predicações deverbais é mais produtiva quando a predicação funciona como predicativo do sujeito e como objeto de verbos argumentais; (ii) a correferência é mais produtiva quando a predicação funciona dentro do processo de combinação de predicações com as funções de advérbio de finalidade e de modo; (iii) a restrição é mais produtiva quando a predicação desempenha as funções adverbiais de lugar e tempo.

Algumas ocorrências revelaram um pequeno grupo de estratégias de codificação do sujeito restrito que merecem ser destacadas: (i) o sujeito pode ser híbrido, no sentido de que mais de uma entidade pode concorrer para esta função; (ii) o sujeito pode ser hipotético, situação que provoca naturalmente sua restrição e (iii) o sujeito pode ser omitido por haver um elo de eventos contíguos em que o sujeito do verbo da predicação matriz é manipulador, tornando-se mais proeminente do que o sujeito da predicação subordinada.

ABSTRACT

Based on the Functional Grammar’s predication concept, this job looks into the agent codification process in deverbals derivated predications, taking as variable its sintax function on the sentence.

Following the Dik´s (1997) theory, whose adjacents predications offers restriction to te arguments codification, we analyse 1000 ocurrences of deverbals forms, being 500 from writen language and 500 from spoken language, looking for making profiles and identify qualitatively and quantitatively the way as the deverbal predication’s agent finished in –tion behaviour themselves when verbal predication is adjusted to a sentence’s term.

The analysis showed that: (i) the participant is more productive when the predication works as a subject predicative; (ii) the correferences of the participant is more productive when works in the predications combinated as an purpose adverb; (iii) the restriction of the is more productive when the predication works as a place and time adverb.

Some ocurrences showed a small strategies group of restricted participant codification that deserves be highlighted: (i) the participant may be hybrid, because two or more entities may compete to this function; (ii) he may be hypothetical, situation that makes, naturally, its restriction and (iii) he may be omitted for exist a link of contiguos, in which the verb’s subject of the matrix predication is handler, becaming more prominent that the participant of subordinated predication.

LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS

TABELAS

Tabela 1: Representação do processo de ajuste formal... 41 Tabela 2: Função sintática das predicações deverbais... 61 Tabela 3: Quantidade de predicações deverbais por função e tipo codificação do participante 1... 68

GRÁFICOS

Gráfico 1: Codificação do participante 1 em predicações com função de objeto...84 Gráfico 2: Codificação do participante 1 em predicações com função de sujeito...95 Gráfico 3: Codificação do participante 1 em predicações com função de predicativo do sujeito...99 Gráfico 4: Codificação do participante 1 em predicações com função adverbial...111 Gráfico 5: Codificação do participante 1 em predicações adnominais...115 Gráfico 6: Explicitação do participante 1 por tipo de predicação...116

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