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A secularização da sociedade

No documento Filosofia da religião (páginas 39-45)

7. A secularização da sociedade

O processo de secularização e de descristianização da sociedade tem sua O processo de secularização e de descristianização da sociedade tem sua origem nos séculos XVII e XVIII, a partir de Descartes e Kant, quando começou a origem nos séculos XVII e XVIII, a partir de Descartes e Kant, quando começou a derrubada da filosofia realista, substituída pelo idealismo, onde o homem passa a derrubada da filosofia realista, substituída pelo idealismo, onde o homem passa a ser o centro de tudo e a realidade passa a ser o pensado pelo homem. Hegel e ser o centro de tudo e a realidade passa a ser o pensado pelo homem. Hegel e Marx, nos séculos XIX e XX,

Marx, nos séculos XIX e XX, levarãlevarão esse o esse idealisidealismo a mo a suas últimas conseqüsuas últimas conseqüênci-ênci- as, desembocan

as, desembocando no do no materimaterialismo onde não há alismo onde não há lugar para Deus. Assim, lugar para Deus. Assim, toda atoda a alta cultura torna-se anti-religiosa.

alta cultura torna-se anti-religiosa.

A classe dirigente européia (políticos, jornalistas, professores), formada nas A classe dirigente européia (políticos, jornalistas, professores), formada nas univer

universidades segundo a sidades segundo a matriz de matriz de três filosofitrês filosofias as básicas – básicas – marxismarxismo, neopositi-mo, neopositi- vismo e existencialismo –, irá conceber a vida social à margem da religião e na vismo e existencialismo –, irá conceber a vida social à margem da religião e na crença de sua desnecessidade e de sua irrelevância teórica. Assim, o século XX crença de sua desnecessidade e de sua irrelevância teórica. Assim, o século XX será marcado pela descristianização da cultura ocidental e pelo ataque a qual- será marcado pela descristianização da cultura ocidental e pelo ataque a qual- quer forma de religião por parte dos intelectuais, ainda que a fé popular permane- quer forma de religião por parte dos intelectuais, ainda que a fé popular permane-

ça firme, mas agora fundada mais no sentimen

ça firme, mas agora fundada mais no sentimento do que na to do que na razão (falrazão (falta o pão ta o pão dada cultura católica, que é a doutrina sólida difundida desde as cátedras).

cultura católica, que é a doutrina sólida difundida desde as cátedras).

A secularização da sociedade é, pois, a dissociação entre a religião e sua vi- A secularização da sociedade é, pois, a dissociação entre a religião e sua vi- vência no cotidiano dos cidadãos: já não há lugar nem lembrança para Deus nas vência no cotidiano dos cidadãos: já não há lugar nem lembrança para Deus nas atividades normais da vida. É a prevalência do mundanismo, marcado pela de- atividades normais da vida. É a prevalência do mundanismo, marcado pela de- gradação moral que segue ao afastamento de De

gradação moral que segue ao afastamento de Deus.us.

Buscam-se, assim, sucedâneos para Deus: dedicar a vida à ecologia (defesa Buscam-se, assim, sucedâneos para Deus: dedicar a vida à ecologia (defesa das espécies em extinção, mas esquecimento da defesa da vida humana em ges- das espécies em extinção, mas esquecimento da defesa da vida humana em ges- tação), culto do corpo através do esporte (paraliturgia dos jogos olímpicos), a New tação), culto do corpo através do esporte (paraliturgia dos jogos olímpicos), a New Age moderna, pregando uma imersão estática no processo cósmico (uma religiosi- Age moderna, pregando uma imersão estática no processo cósmico (uma religiosi- dade sem religião e sem Deus: o que existe seria uma energia espiritual que im- dade sem religião e sem Deus: o que existe seria uma energia espiritual que im- pregnaria todas as coisas), etc.

II. DEFINIÇÃO E FUNDAMENTAÇÃO DA RELIGIÃO II. DEFINIÇÃO E FUNDAMENTAÇÃO DA RELIGIÃO

1. Definição 1. Definição

A origem etimológica da palavra religião é explicada de 3 modos distintos: A origem etimológica da palavra religião é explicada de 3 modos distintos: a) “Relegere” (Cícero) – voltar a ler as orações previstas nos ritos religiosos, a) “Relegere” (Cícero) – voltar a ler as orações previstas nos ritos religiosos, quando não recitadas corretamente, dado o seu caráter sagrado;

quando não recitadas corretamente, dado o seu caráter sagrado;

b) “Reeligere” (S. Agostinho) – voltar a eleger a Deus, depois da queda do b) “Reeligere” (S. Agostinho) – voltar a eleger a Deus, depois da queda do pecado original;

pecado original;

c) “Religare” (Lactâncio) – reconhecer a dependência pessoal em relação a c) “Religare” (Lactâncio) – reconhecer a dependência pessoal em relação a Deus, ligando-se novamente a Ele.

Deus, ligando-se novamente a Ele.

Santo Tomás adotará esta terceira definição, dando perfis mais exatos ao Santo Tomás adotará esta terceira definição, dando perfis mais exatos ao sentido desta religação, recordando o seu estatuto metafísico ou ontológico. Com sentido desta religação, recordando o seu estatuto metafísico ou ontológico. Com imensa simplicidade e clareza, descreverá a nossa dependência a Deus, desta for- imensa simplicidade e clareza, descreverá a nossa dependência a Deus, desta for- ma:

ma:

• o mundo inteiro, antes de existir em si, existia na mente de Deuso mundo inteiro, antes de existir em si, existia na mente de Deus

(eis a nossa primeira dependência

(eis a nossa primeira dependência com relação ao Criador)com relação ao Criador)

• pelo ato criador, o universo vem à existência (epelo ato criador, o universo vem à existência (eis a separação; só queis a separação; só que

esta separação não é total como a de uma pedra que se desprende esta separação não é total como a de uma pedra que se desprende do seu bloco original; o universo continua “ligado”, mais ainda, “ten- do seu bloco original; o universo continua “ligado”, mais ainda, “ten- dente” para Deus, como um

dente” para Deus, como um objeto que está preso por um objeto que está preso por um elásticelástico eo e se distancia do seu ponto original)

se distancia do seu ponto original)

• a criatura racional, tendente para Deus, reconhece a existência des-a criatura racional, tendente para Deus, reconhece a existência des-

ta ligação, desta “força”, retor

ta ligação, desta “força”, retornando a Ele, nando a Ele, de modo consciente e lide modo consciente e li-- vre (eis aí a re-ligação, a religião)

vre (eis aí a re-ligação, a religião)

2.

2. Fundamentação Fundamentação ôntica dôntica da religa religiãoião

 Trata-se agora de provar no âmbito metafísico o que foi dito acima: que to-  Trata-se agora de provar no âmbito metafísico o que foi dito acima: que to- das as criaturas não só estão ligadas a Deus, mas tendem a Ele de modo neces- das as criaturas não só estão ligadas a Deus, mas tendem a Ele de modo neces- sário.

Os passos que seguiremos serão os seguintes: Os passos que seguiremos serão os seguintes:

1.

1. Passo uPasso um: Partm: Partindo da indo da idéia quidéia que a existe a existência é uência é um movimm movimento (pento (pas-as- sagem da “potência de existir” ao “ato de existir), provar a Primeira sagem da “potência de existir” ao “ato de existir), provar a Primeira Via de S. Tomás e chegar à conclusão que Deus sustenta todo movi- Via de S. Tomás e chegar à conclusão que Deus sustenta todo movi- mento e, por conseqüência, o “movimento da existência”.

mento e, por conseqüência, o “movimento da existência”. 2.

2. PaPasssso o dodoisis: : PrProvovarar, , alalém ém didissosso, , quque e o o “m“movovimimenento to da da exexisistêtêncincia”a” deve vir diretamente de Deus, não podendo vir de um anjo ou outro deve vir diretamente de Deus, não podendo vir de um anjo ou outro ser criado (dependência direta).

ser criado (dependência direta). 3.

3. Passo Passo três: Ptrês: Provar rovar a inclia inclinação nação de toda de toda criatucriatura ao Cra ao Criadorriador..

1) Passo um: o existir depende em última instância de Deus 1) Passo um: o existir depende em última instância de Deus

De fato, podemos dizer que a existência é um movimento pois é a passa- De fato, podemos dizer que a existência é um movimento pois é a passa- gem da “potência de existir” ao “ato de existir”.

gem da “potência de existir” ao “ato de existir”.

Sendo a existência um movimento, temos que provar agora que Deus sus- Sendo a existência um movimento, temos que provar agora que Deus sus- tenta todo movimento e, por conseqüência, o existir. Provar que Deus sustenta tenta todo movimento e, por conseqüência, o existir. Provar que Deus sustenta todo movimento é percorrer a Primeira Via de S. Tomás.

todo movimento é percorrer a Primeira Via de S. Tomás.

Antes, provaremos algo prévio que está incluído na Primeira Via: “que tudo Antes, provaremos algo prévio que está incluído na Primeira Via: “que tudo o que se move é movido p

o que se move é movido por outro”:or outro”: 1.

1. SabemoSabemos que é vers que é verdadeiro o dadeiro o princíprincípio da nãpio da não-cono-contradiçtradição metaão metafí-fí- sico (algo não pode estar em ato e potência ao mesmo tempo, sob sico (algo não pode estar em ato e potência ao mesmo tempo, sob o mesmo aspecto).

o mesmo aspecto). 2.

2. SabSabemoemos, por ous, por outro latro lado, que o movdo, que o movimeimento é a passagnto é a passagem da po-em da po- tência ao ato (referente ao mesmo aspecto: falar, andar, cantar, tência ao ato (referente ao mesmo aspecto: falar, andar, cantar, etc.).

etc.). 3.

3. Ora: se aOra: se algo se molgo se moveu, estveu, este, num dae, num dado momedo momento, ennto, enquantquanto esta-o esta- va em potência (de pensar, por exemplo) começou a ter a presen- va em potência (de pensar, por exemplo) começou a ter a presen- ça de um ato (de pensar) simultaneamente.

ça de um ato (de pensar) simultaneamente. 4.

4. SegSeguinuindo o do o priprincíncípio da não contpio da não contradradiçãoição, vê-se que este ato só, vê-se que este ato só pode vir de outro.

pode vir de outro. 5.

5. ConclConclui-se, poui-se, portantrtanto, que tudo, que tudo o que se mo o que se move, tudove, tudo que passo que passa daa da potência ao ato, é movido por outro, recebe o ato de outro.

potência ao ato, é movido por outro, recebe o ato de outro. Algumas conclusões que se pode tirar desta prova:

Algumas conclusões que se pode tirar desta prova: 1.

1. Não exiNão existe o autoste o automovimemovimento. Se exinto. Se existissstisse, forçoe, forçosamentsamente algo tere algo teria queia que estar em algum momento em ato e potência ao mesmo tempo sob o estar em algum momento em ato e potência ao mesmo tempo sob o mesmo aspecto. Ex: se algo se automoveu a falar, por exemplo, em al- mesmo aspecto. Ex: se algo se automoveu a falar, por exemplo, em al- gum momento esteve, ele

gum momento esteve, ele mesmomesmo, , ao mesmo ao mesmo tempo, simultatempo, simultaneamen-neamen- te, em “potência de falar” e “ato de falar”; ora, isto é absurdo!

te, em “potência de falar” e “ato de falar”; ora, isto é absurdo! 2.

2. TodToda “potêa “potêncincia de a de algalgo” será sempo” será sempre relegre relegada a ser ada a ser “po“potêntência destcia destee algo”. Caso contrário, feriria o princípio da não-contradição.

Agora a prova da Primeira Via.

Agora a prova da Primeira Via. São Tomás a formula assim:São Tomás a formula assim: “A primeira e mais

“A primeira e mais manifemanifesta via (para provar a sta via (para provar a existexistência de Deus) é ência de Deus) é a doa do movimento. É inegável e se comprova pelo testemunho dos sentidos, que neste movimento. É inegável e se comprova pelo testemunho dos sentidos, que neste mundo existem coisas que se movem. Assim sendo, tudo o que se move é movido mundo existem coisas que se movem. Assim sendo, tudo o que se move é movido por outro

por outro, já , já que nada se que nada se move quando está em potência , pois mover requer es-move quando está em potência , pois mover requer es- tar em ato, mover é fazer passar algo da potência ao ato. Isto só pode ser feito por tar em ato, mover é fazer passar algo da potência ao ato. Isto só pode ser feito por algo que está em ato, por exemplo; o calor em ato, como o fogo, faz a madeira, algo que está em ato, por exemplo; o calor em ato, como o fogo, faz a madeira, que é calor em potência, ser calor em ato, e por isto o move e o altera”. Mas não é que é calor em potência, ser calor em ato, e por isto o move e o altera”. Mas não é possív

possível que uma el que uma coisa esteja ao mesmo tempo em ato e em coisa esteja ao mesmo tempo em ato e em potênpotência sob o mescia sob o mes-- mo aspecto; o que é calor em ato não pode ser ao mesmo tempo calor em potên- mo aspecto; o que é calor em ato não pode ser ao mesmo tempo calor em potên- cia. Conseqüentemente, é impossível que algo seja, sob o mesmo aspecto, motor e cia. Conseqüentemente, é impossível que algo seja, sob o mesmo aspecto, motor e movido, isto é, que se mova a si mesmo. Portanto, tudo o que se move é movido movido, isto é, que se mova a si mesmo. Portanto, tudo o que se move é movido por outro. Mas, se aquilo pelo qual se move é também movido, é necessário que por outro. Mas, se aquilo pelo qual se move é também movido, é necessário que se mova por outro, e este por outro. Como não se pode proceder até o infinito, se mova por outro, e este por outro. Como não se pode proceder até o infinito, porque então não haveria primeiro motor e, conseqüentemente, nenhum outro porque então não haveria primeiro motor e, conseqüentemente, nenhum outro motor, visto que os motores segundos não movem mas são movidos pel

motor, visto que os motores segundos não movem mas são movidos pel o primeiro,o primeiro, como o báculo, que só se move quando movido pela mão. Por tanto, é necessário como o báculo, que só se move quando movido pela mão. Por tanto, é necessário chegar a um

chegar a um primeiprimeiro motor que não ro motor que não seja movido por ninguém e, por seja movido por ninguém e, por este, todoseste, todos entendem a Deus (I, q. 2, a. 3).

entendem a Deus (I, q. 2, a. 3).

Podemos colocar a “Primeira Via” na seguinte forma esquemática: Podemos colocar a “Primeira Via” na seguinte forma esquemática:

1.

1. SabemoSabemos por s por experiexperiência ência que as que as criatucriaturas se ras se movemmovem.. 2.

2. SabSabemoemos, por outs, por outro ladoro lado, que tudo o que se move é mov, que tudo o que se move é movido por ouido por ou-- tro; assim, se algo se moveu, deve-se a um outro e assim sucessiva- tro; assim, se algo se moveu, deve-se a um outro e assim sucessiva- mente.

mente. 3.

3. Não é possNão é possível estível estendender ao infier ao infinitnito a o a sérsérie dos motie dos motoreores que por suas que por sua vez são movidos.

vez são movidos.

• Pensemos, por exemplo, numa luz que chega aos nossos olhos.Pensemos, por exemplo, numa luz que chega aos nossos olhos.

Podemos dizer que provém de um espelho e por sua vez de outro Podemos dizer que provém de um espelho e por sua vez de outro espelho, e assim sucessivamente. Porém isso não explica porque espelho, e assim sucessivamente. Porém isso não explica porque chega até nós. Para explicar, precisamos dizer que há uma fonte chega até nós. Para explicar, precisamos dizer que há uma fonte de luz inicial que provoca todas as outras.

de luz inicial que provoca todas as outras.

•  Também podemos dizer que o conceito de infinito é um conceito Também podemos dizer que o conceito de infinito é um conceito

matemático, formal, que não explica o movimento real. Dado um matemático, formal, que não explica o movimento real. Dado um movimento real, é preciso encontrar uma causa real.

movimento real, é preciso encontrar uma causa real. 4.

4. AssAssim, devim, deve existe existir um motoir um motor imóver imóvel que move a todol que move a todos os outros os outros,s, sem ser movido. A este chamamos Deus.

sem ser movido. A este chamamos Deus. Subsídio: prova de que o Motor Imóvel é Deus Subsídio: prova de que o Motor Imóvel é Deus..

1.

1. Se é um MoSe é um Motor imótor imóvel, e tovel, e todos os modos os movimentvimentos proos provém dele, e nvém dele, e nãoão depende de nenhum outro para mover todo e qualquer movimen- depende de nenhum outro para mover todo e qualquer movimen- to, então não possui nenhum potência.

to, então não possui nenhum potência. 2.

2. Não teNão tendo nendo nenhunhuma potma potênciência, é puro atoa, é puro ato, ou ato puro, ou ato puro. Todo. Todos oss os movimentos que vemos, inclusive a existência, provém dele sem movimentos que vemos, inclusive a existência, provém dele sem depender de ninguém.

3.

3. LogLogo, tem o seo, tem o ser por si mesr por si mesmo; e aqumo; e aquele a queele a quem tem o ser pom tem o ser por sir si mesmo, chamamos Deus.

mesmo, chamamos Deus.

Uma vez provado que todo movimento se sustenta por Deus e que a exis- Uma vez provado que todo movimento se sustenta por Deus e que a exis- tência é um movimento, chegamos à conclusão que a existência de qualquer cria- tência é um movimento, chegamos à conclusão que a existência de qualquer cria- tura é sustentada por Deus. Se Deus deixasse de sustentar este movimento, a tura é sustentada por Deus. Se Deus deixasse de sustentar este movimento, a criatura cairia ao nada imediatamente.

criatura cairia ao nada imediatamente.

2) Passo dois: a existência deve vir diretamente de Deus e não de um ser intermediá- 2) Passo dois: a existência deve vir diretamente de Deus e não de um ser intermediá- rio

rio

Para se provar isto, basta seguir es

Para se provar isto, basta seguir este raciocínio:te raciocínio: 1.

1. ConsConsideremoideremos todos todos os seres qus os seres que não se idene não se identificatificam com o Ato Pm com o Ato Puro:uro: ou seja, todas aqueles que para existirem receberam o ser, porque o ou seja, todas aqueles que para existirem receberam o ser, porque o ser não lhes é próprio.

ser não lhes é próprio. 2.

2. Ora, sOra, se o ser nãe o ser não lhes é po lhes é própriróprio, se ro, se recebem e estecebem e estão reão recebendo cebendo o ser,o ser, em nenhuma hipótese poderão, em algum

em nenhuma hipótese poderão, em algum momento, dar o ser a algomomento, dar o ser a algo ou alguém, pois isto feriria o princípio da não-contradição (a potên- ou alguém, pois isto feriria o princípio da não-contradição (a potên- cia de existir não pode ser ato de existir em nenhum momento). cia de existir não pode ser ato de existir em nenhum momento). Logo, só quem tem o ser como próprio pode dar o se

Logo, só quem tem o ser como próprio pode dar o ser.r. A figura abaixo ilustra a nossa dependência a Deus.

3) Passo três: a tendência de toda criatura a Deus 3) Passo três: a tendência de toda criatura a Deus

Uma vez explicada a dependência radical do ser da criatura do Ser de Uma vez explicada a dependência radical do ser da criatura do Ser de Deus, falta-nos ainda um passo para que se justifique a existência –no âmbito Deus, falta-nos ainda um passo para que se justifique a existência –no âmbito metafísico– de uma inclinação, de uma “religiosidade”, de um “tender para Deus” metafísico– de uma inclinação, de uma “religiosidade”, de um “tender para Deus” na criatura. Se esta inclinação não existisse, a re-ligação do homem seria “fria”, na criatura. Se esta inclinação não existisse, a re-ligação do homem seria “fria”, uma ato puramente racional, levado pela descoberta da dependência com o Cria- uma ato puramente racional, levado pela descoberta da dependência com o Cria- dor.

dor.

É possível afirmar que há uma “inclinação” no âmbito metafísico, uma É possível afirmar que há uma “inclinação” no âmbito metafísico, uma “pendência” de toda criatura para o Criador? É possível. E isto se prova relem- “pendência” de toda criatura para o Criador? É possível. E isto se prova relem- brando a teoria da causalidade

brando a teoria da causalidade e do Ato Puro.e do Ato Puro.

Como bem sabemos, todo efeito guarda em si um vestígio da causa do

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