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A Tempestade num copo d’água

CAPÍTULO I: ESCOLHENDO AS CORES

1.2 QUE VENHA A TEMPESTADE

1.2.1 A Tempestade num copo d’água

Parte da complexidade das tramas elaboradas por William Shakespeare se deve à grande quantidade de personagens que cada um de seus textos dramáticos possui, e com A

Tempestade não é diferente. Por conta disto, segue abaixo um gráfico que talvez seja de

utilidade no momento de acompanhar o resumo da peça, apresentado logo na sequência.

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Comentário elaborado a partir do que Sandra Clark diz acerca dos romances shakespeareanos: “A Tempestade é a última delas e, muitos diriam, a melhor das quatro” (CLARK, 1998, p.07). Minha tradução de: “The Tempest is the last and, many would say, the finest of the four”.

Imagem 01: As personagens de A Tempestade. Gráfico elaborado pela própria pesquisadora a partir da imagem disponível em CRYSTAL, 2002, p. 576.

A história começa em alto-mar, com uma forte tempestade ameaçando naufragar um navio e matar todos a bordo. Na embarcação encontram-se, além da tripulação, Alonso, rei de Nápoles, seu irmão Sebastião, seu filho Ferdinando, Antônio, Duque de Milão e Gonçalo, um antigo conselheiro da corte de Milão. Apesar dos esforços do contramestre e dos marujos a bordo, a tempestade vence a resistência da tripulação e o navio naufraga.

Perto dali, em uma ilha, a jovem Miranda fala a seu pai, Próspero, da tristeza que sentiu ao ver o navio naufragar. Próspero a acalma, dizendo que foi ele o responsável pela tempestade que fez a embarcação afundar, e que cuidou para que todos sobrevivessem. Em seguida, conta à filha a história de como foram parar na ilha, doze anos antes: seu irmão Antônio o traiu, tomou seu lugar como Duque de Milão e, após unir-se a Alonso, rei de Nápoles e inimigo de Próspero, cuidou para que pai e filha fossem lançados ao mar em um barco. Depois de algum tempo, os dois chegaram àquela porção de terra. Agora Antônio estava perto da ilha, no navio que Miranda viu naufragar. Próspero revela que providenciou o acidente para fazer com que seu irmão chegasse à ilha propositalmente, para um acerto de contas.

Miranda adormece assim que o pai termina de contar a história. Próspero evoca o espírito Ariel, um criado seu, e lhe pergunta sobre o estado dos náufragos. Ariel confirma que estão todos bem e, ao ser informado de que ainda terá que executar mais algumas tarefas, cobra de Próspero sua prometida liberdade. Irritado, Próspero lembra a Ariel que este lhe deve gratidão por tê-lo libertado, após doze anos de confinamento, do tronco de um pinheiro, no qual seu espírito havia sido aprisionado pela bruxa Sicorax. Ariel se conforma. Próspero então

promete libertá-lo dois dias depois e lhe delega nova tarefa, que o espírito prontamente sai para executar.

Miranda desperta e com Próspero encontram-se com Caliban, filho de Sicorax e escravo deles. Próspero e Caliban trocam ofensas: Caliban acusa Próspero de tê-lo escravizado ao chegar à ilha, e Próspero o acusa de ter tentado violentar Miranda. Esta, por sua vez, acusa Caliban de ter usado a língua que ela o ensinou para praguejar. Próspero ordena que Caliban saia para pegar lenha, e ele o obedece.

Em seguida, Ferdinando chega acompanhado de Ariel, que está invisível. Ele lamenta a morte do pai, Alonso, e dos outros nobres. Próspero faz com que Miranda veja Ferdinando, e ela se interessa por ele. Os jovens interagem e se apaixonam. Próspero finge rispidez e proíbe o envolvimento dos dois. Ele submete Ferdinando, levando-o consigo e arquitetando novo plano.

Enquanto isso, dando Ferdinando como morto, Alonso, Sebastião, Antônio, Gonçalo e outros lordes vagam pela ilha. Ariel faz com que todos adormeçam, menos Sebastião e Antônio, que se aproveitam da situação para tentar matar Alonso e Gonçalo. Ariel, contudo, faz com que os outros acordem a tempo de inibir a ação. O grupo então parte em busca do corpo de Ferdinando. Em outra parte da ilha, Caliban pragueja contra Próspero, e se depara com Trínculo, o bufão, acompanhado do copeiro Estéfano. Após interagir e embriagar-se com eles, Caliban decide servir a Estéfano, considerando-o seu novo amo.

Ferdinando faz os trabalhos de lenhador que lhe foram impostos por Próspero e, ao mesmo tempo, troca juras de amor com Miranda. O casal se promete em casamento. Próspero, que observa tudo de longe, aprova e abençoa a união dos jovens, sem saber que está sendo alvo de um plano arquitetado por Caliban, que consegue convencer Estéfano a matá-lo e tomar Miranda como esposa. Ariel, em defesa de seu amo, distrai Caliban, Estéfano e Trínculo, fazendo com que sigam uma melodia tocada por ele.

Alonso e os demais náufragos também são surpreendidos por uma música misteriosa e por um grupo de criaturas estranhas que servem um banquete. Quando estão prestes a se servir, são surpreendidos por Ariel que, em forma de harpia, faz desaparecer o banquete e lhes intimida com lembranças sobre o que foi feito a Próspero.

Próspero libera Ferdinando das obrigações que lhe impingiu e autoriza sua união com a filha. Ariel e outros espíritos chegam para celebrar o amor de Ferdinando e Miranda. Próspero, alertado por Ariel, se prepara contra Caliban, que está prestes a atentar contra sua vida. Ele convoca Ariel para, juntos, escorraçarem Caliban, Trínculo e Estéfano.

Próspero pede a Ariel que busque os nobres naufragados e renuncia a seus poderes mágicos. Perdoa aos que lhe haviam feito mal, reforça seu vínculo de afeto com Gonçalo, revela ao grupo que Ferdinando está vivo e que irá se casar com sua filha Miranda. Depois, pede a Ariel que busque Caliban, Trínculo e Estéfano. Ele perdoa o bufão e o copeiro, mas mantém Caliban como escravo. Ariel finalmente ganha sua liberdade, e Próspero, novamente como Duque de Milão, promete que todos regressarão em segurança aos seus lares.