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A Teoria do Caos Aplicada à Psicologia da Carreira

A Teoria do Caos de Carreira (TCC) promove um “olhar sistêmico e holístico sobre desenvolvimento de carreira e incorpora ideias contempladas por outros autores. O conceito de imprevisibilidade e de agir perante o imprevisto está intrinsicamente ligado à Teoria Planned Happenstance” (SOARES e JANEIRO, 2015, p. 61). Ao estudar o acaso na tomada de decisão de carreira, a TCC pode parecer bastante próxima, ou mesmo uma variante da teoria de Krumboltz (PRYOR e BRIGHT, 2014).

A TCC teve início no fim dos anos de 1990 quando seus articuladores – Pryor e Bright – consideravam necessária uma formulação teórica que fosse consistente não só com o desenvolvimento de carreira, mas também com o jeito pelo qual o restante do universo opera. Eles também queriam investigar o impacto de eventos ao acaso sobre as carreiras e procuravam uma teoria que levasse em conta as questões que estavam considerando. Eles buscavam uma formulação que pudesse oferecer uma explicação coerente que levasse em conta os seguintes fatores (PRYOR e BRIGHT, 2014): contexto, complexidade, conexão (ênfase em considerar a natureza relacional do mundo); mudança e acaso, ou seja, que levasse em conta o impacto daquilo que não é planejado e que reconhecesse a limitação do controle e conhecimento humanos.

A Teoria do Caos de Carreira (TCC) “oferece uma explicação coerente e compreensiva sobre os comportamentos relacionados com o desenvolvimento de carreira na atualidade” (PRYOR e BRIGHT, 2014, p.4, tradução nossa). De maneira alguma, ignoram-se as contribuições das teorias prévias sobre o desenvolvimento de carreira e sobre a escolha de carreira, “contudo, elas falham como explicações suficientes da realidade da experiência contemporânea dos estudantes e trabalhadores do século XXI” (PRYOR e BRIGHT, 2003, p.121). Nas palavras dos autores, sobre a TCC:

buscamos conceber a escolha e o desenvolvimento de carreira de forma contextual, ecológica e sistêmica, a partir de uma epistemologia realista- construtivista. A Teoria do Caos enfatiza a complexidade e a mudança. É uma abordagem teórica sistêmica na qual a complexidade é reconhecida como contribuinte para a suscetibilidade à mudança de um sistema. A complexidade também influencia os efeitos da mudança no sentido de que quanto mais complexo for um sistema, maior é o potencial de que uma pequena mudança nas condições iniciais dele reverbere em seu corpo

causando grandes mudanças. Por exemplo, pensando num exemplo físico, uma pequena infecção causada por um vírus pode ser suficiente, ao longo do tempo, para matar uma grande quantidade de seres humanos ou animais (PRYOR e BRIGHT, 2003, p.121, tradução nossa).

Essa teoria introduziu novos termos e integrou conceitos recentes ao campo do desenvolvimento de carreira (PRYOR e BRIGHT, 2014). Como exemplo de conceitos, citam-se diferentes contribuições produzidas ao longo dos anos no enfoque da Teoria do Caos de Carreira (PRYOR e BRIGHT, 2006, 2007, 2008, 2012, 2014):

Acaso – “[...] perda da previsibilidade e da medida do impacto de eventos não planejados sobre a vida e sobre a carreira das pessoas [...] [que exerce] influência crucial [...] sobre as vidas e carreiras das pessoas” (Pryor e Bright, 2014, p. 6).

Não linearidade – Pryor e Bright indicam que

esse conceito não se refere simplesmente a um padrão de desenvolvimento de carreira não linear (como é geralmente usado); não linearidade se refere geralmente à potencial desproporcionalidade entre causa e efeito, tal como uma mudança aparentemente pequena numa parte de um sistema dinâmico complexo pode resultar numa mudança de grande impacto ao longo do próprio sistema e inclusive em outros sistemas. Esse é o chamado “efeito borboleta”. Esse conceito tem sido usado para desenvolver uma técnica de educação de carreiras para facilitar que os estudantes pensem sobre a natureza das carreiras contemporâneas (PRYOR e BRIGHT, 2014, p. 5-6, tradução nossa).

Fractais – “os traços e padrões evidentes a partir do funcionamento de sistemas complexos dinâmicos incluindo os traços e habilidades de uma pessoa, as tendências do mercado, influências familiares e preconceitos do trabalhador” (PRYOR e BRIGHT, 2014, p. 5, tradução nossa).

Atratores – “características dos padrões de sistemas dinâmicos complexos, especialmente de indivíduos que buscam se entender com o desenvolvimento de suas carreiras, e com a vida em geral, através de sistemas de pensamento abertos ou fechados” (PRYOR e BRIGHT, 2014, p. 5, tradução nossa).

Espiritualidade – Pryor e Bright afirmam o seguinte sobre esse conceito:

dentro do espectro de conceitos centrais como propósito, sentido, intenção, importância, valores e ética, a espiritualidade tem se tornado uma base proeminente para o desenvolvimento de carreira. Conceituar espiritualidade em termos de limites de sistemas dinâmicos complexos permite que a TCC

integre tais motivos especificamente por eles fazerem referência a um “atrator estranho” (PRYOR e BRIGHT, 2014, p. 6, tradução nossa).

Fase de Mudança – Pryor e Bright definem este conceito como

o processo de transformação radical da estrutura ou do funcionamento de sistemas dinâmicos complexos, seja gradualmente (como no desenvolvimento de novas habilidades através da educação ou do treinamento) ou como resultado de uma mudança abrupta (como mudar de emprego ou ser demitido ou ser ferido no trabalho). Conceito base para delinear mudanças significativas no processo contemporâneo de planejamento de carreira (PRYOR e BRIGHT, 2014, p. 5, tradução nossa). Emergência (de emergir) – “a ocorrência de uma nova ordem identificável a partir de uma série de eventos aparentemente aleatórios” (PRYOR e BRIGHT, 2014, p. 5).

Feedback – sobre esse conceito, Bright e Pryor escrevem que

por ser o processo de desenvolvimento de carreira um processo contínuo, e por não se poder garantir os resultados das ações tomadas por uma pessoa, a importância de angariar informações sobre o progresso e sobre os possíveis resultados de ações tomadas tem crescido. Sistemas dinâmicos complexos funcionam amplamente em termos de feedback positivo ou negativo e o trabalho recente de Pryor e Bright (2012) chama a atenção para a importância do desenvolvimento e utilização de sistemas de

feedback, especialmente para desenvolver respostas adaptativas à

incerteza. (2014, p. 6, tradução nossa).

Além dessas, outras contribuições conceituais e articulações teóricas são trazidas pelos autores, contudo não serão apresentadas, pois aqui o objetivo é informar e citar de forma breve mais essa possibilidade de enfoque ao olhar para o desenvolvimento de carreira incluindo o acaso. Considerando a Teoria do Caos de Carreira, também são propostos diferentes trabalhos – Bright e Pryor (2008), Pryor, Amundson e Bright (2008) e Pryor (2009) – que apresentam reflexões, implicações e possibilidades no planejamento de carreira, compartilhando a visão que os novos modelos complementam o que já foi desenvolvido até hoje.

Contudo, apesar dos avanços, de acordo com Bright et al., ainda em 2009, não foi localizado um estudo que investigasse comparativamente o impacto de um único evento fortuito e o de múltiplos sobre a escolha de carreira. Assim, Bright e colaboradores (2009) desenvolveram uma pesquisa que investigou ambos os aspectos e considerou o fato desses eventos fortuitos serem positivos ou negativos para as carreiras dos participantes. Também investigaram se a influência e controle

são dimensões palpáveis dos eventos fortuitos, ou mesmo qual a importância dessas dimensões, relacionadas ou não, sobre a ocorrência de tais eventos.

Para isso, realizaram três estudos que representam uma extensão da investigação feita por Bright e colaboradores (2005) sobre a relação entre eventos fortuitos e carreira, apontando para uma consideração mais acurada sobre a natureza, estrutura e percepção dos eventos fortuitos. Participaram do estudo 43 estudantes, sendo 15 homens e 28 mulheres, em idades entre 18 e 40 anos com até 17 anos de experiência em seus trabalhos (BRIGHT et al., 2009).

Os resultados dos estudos indicaram: que quando há uma conexão entre múltiplos eventos fortuitos o impacto é maior do que quando ocorrem eventos não correlacionados; que eventos fortuitos que geram produtos negativos têm maior impacto sobre as carreiras dos indivíduos, ocorrendo isoladamente ou não; que os indivíduos não conseguem se lembrar com a mesma precisão de todos os tipos de eventos fortuitos e que eventos altamente influentes, mas que não são tão controláveis têm maior probabilidade de serem lembrados do que outros tipos de eventos fortuitos (BRIGHT et al., 2009).

Os resultados sugerem que a maior parte dos eventos não planejados vivenciados pelos participantes são mais conectados do que independentes. A influência de múltiplos eventos conectados e positivos parece ser maior do que a influência de eventos únicos ou múltiplos independentes positivos. Por outro lado, parece que quando falamos de eventos negativos, sejam eles múltiplos ou únicos, eles são percebidos pelos indivíduos como exercendo uma influência similar entre si (BRIGHT et al., 2009).

Os dados dessa pesquisa confirmaram que as pessoas conseguem distinguir as dimensões de influência e controle quando elas são solicitadas a pensarem sobre eventos ao acaso. Indicam que essas dimensões precisam ser levadas em conta quando se busca compreender o impacto de eventos ao acaso sobre o pensamento e memória das pessoas. As pessoas se tornam cada vez mais concentradas no controle conforme o nível de influência dos eventos ao acaso aumenta sobre elas. Parece que as pessoas não estavam concentradas no controle quando os eventos tinham pouco impacto sobre suas carreiras. Eventos ao acaso altamente influentes eram mais prováveis de serem lembrados do que eventos ao acaso com baixa influência (BRIGHT et al., 2009).

Diante também desses achados, confirma-se que o mundo do trabalho tem mudado dramaticamente desde que Parsons (1909) introduziu pela primeira vez sua teoria de traço e fator para a escolha vocacional no início dos anos de 1900. Ao longo dos anos, muitos pesquisadores têm aprimorado a teoria de desenvolvimento de carreira; recentemente foram feitos esforços para explorar possíveis convergências. Em tempos de mudanças rápidas e radicais, precisa-se de teorias que sejam fluidas – teorias que permitam formular problemas de carreira dentro de uma concepção teórica manejável, e mesmo assim flexível o suficiente para dar conta da diversidade de problemas que as pessoas encontram no mundo atual do trabalho.

As reflexões dos teóricos sobre as necessárias mudanças na teoria de desenvolvimento de carreira estão convergindo para a noção de “serendipidade planejada” como um constructo integrativo. Teorias úteis do desenvolvimento de carreira precisam dar conta do planejamento e do autogerenciamento tanto quanto da serendipidade e das forças externas de mudança. A Teoria Planned Happenstance de Mitchell, Levin e Krumboltz (1999) e a Teoria do Caos de Carreira se adequam a esses dois critérios. A responsividade de carreira pode ser o termo que melhor se encaixa nessas teorias emergentes de desenvolvimento de carreira, o que significa que o indivíduo deve ser proativo e ter capacidade de adaptar-se ao pensar em seu desenvolvimento de carreira (NEAULT, 2000).

Cabral e Salomone (1990) defendem que o necessário é um modelo de tomada de decisão de carreira que reconheça tanto as influências normativas quanto as influências do acaso. Corroborando, Hirschi (2010) afirma que embora eventos ao acaso impactem as transições de carreira, a importância do acaso no desenvolvimento de carreira deve complementar os modelos tradicionais que ressaltam a tomada de decisão de carreira racional e o controle sobre a carreira de um indivíduo. De um lado, ele apoia o corpo crescente de pesquisas que afirmam que os eventos ao acaso são percebidos como desempenhando um papel importante no desenvolvimento de carreira. Por outro lado, confirma as noções teóricas e empíricas das teorias tradicionais de desenvolvimento de carreira. Portanto, Hirschi (2010) sugere uma perspectiva integrativa sobre o desenvolvimento de carreira que reconheça ambas as realidades.

Qualquer enfoque de carreiras que não inclua visão do acaso, da incerteza, dos limites do controle e da natureza parcial do nosso conhecimento

quanto ao resultado de nossas ações será, em última instância, inadequada. O mundo do trabalho do século XXI, que inclui a complexidade, a mudança e a interconexão, acelera o ritmo e o potencial de impacto de eventos não planejados. Até o momento, a literatura sobre o comportamento vocacional não representa tal ênfase e aqueles que estão trabalhando na área, precisam começar a dirigir a atenção para esse desafio que, segundo Bright et al. (2009), é desconfortável, mas inescapável.

Perante o apresentado, evidencia-se que o acaso cumpre um papel importante no desenvolvimento de carreira (MILLER, 1983; MITCHELL, LEVIN e KRUMBOLTZ, 1999). Contudo, pesquisar mais promoveria uma maior aceitação dos eventos causados pelo acaso como parte de uma teoria de carreira (PATTON e MCMAHON, 2006). Sabendo disso, Krumboltz (2009) estimula novas pesquisas e justifica que toda teoria precisa de pesquisa adicional para suportar ou refutar as proposições que defende.

A dificuldade em aceitar a realidade da imprevisibilidade e incerteza como perpétua e integral à experiência humana apresenta-se como um dos maiores problemas relacionados ao desenvolvimento de carreira no século XXI (PRYOR, 2009). Frente o exposto até aqui, o presente trabalho visa contribuir com a compreensão da influência dos eventos casuais no desenvolvimento de carreira dos estudantes de graduação. Assim, em relação ao desenvolvimento de carreira nas diferentes fases da formação dos estudantes de graduação, questiona-se:

1. Os eventos casuais estão presentes e são percebidos pelos estudantes como situações que afetam o desenvolvimento de carreira durante o período da graduação?

2. Qual a natureza desses eventos casuais percebidos pelos estudantes do ensino superior?

3. Qual o impacto que os eventos casuais têm sobre o desenvolvimento de carreira, durante o período de graduação?

4. Qual a avaliação que os estudantes fazem do impacto dos eventos casuais sobre seu desenvolvimento de carreira, ou seja, os percebem como positivo ou negativo?

5. A natureza dos eventos casuais, seus impactos, a avaliação que o estudante faz de seu impacto e a fase do curso em que ocorreu, associa-se com variáveis sociodemográficas e acadêmicas dos estudantes?

4 OBJETIVOS

1. Identificar e analisar a ocorrência dos eventos casuais que afetam o desenvolvimento de carreira dos estudantes durante o período de graduação, conforme percebido por estudantes concluintes.

2. Identificar e analisar a natureza dos eventos casuais percebidos pelos estudantes do ensino superior.

3. Identificar e analisar o impacto que os eventos casuais têm sobre o desenvolvimento de carreira dos estudantes durante o período de graduação.

4. Identificar e analisar como os estudantes avaliam o impacto dos eventos casuais sobre seu desenvolvimento de carreira durante o período de graduação.

5. Identificar e analisar a relação entre características dos eventos casuais (natureza, impacto do evento casual, avaliação do impacto e fase do curso em que o evento ocorreu) e variáveis dos estudantes (sexo, faixa etária, estado civil, local de residência, trabalho, turno do curso e área do curso).

5 MÉTODO

O presente estudo, a partir da natureza dos problemas abordados e objetivos estabelecidos, assume um percurso metodológico do tipo exploratório, descritivo, e de abordagem quali-quantitativa.

Um ensaio do tipo exploratório é recomendado quando o objetivo da pesquisa consiste em examinar um tema pouco estudado, sobretudo em situações em que se tem pouca informação. Estudos exploratórios “geralmente determinam tendências, identificam áreas, ambientes, contextos e situações de estudo, relações potenciais entre variáveis; ou estabelecem o ‘tom’ de pesquisas posteriores mais elaboradas e rigorosas” (SAMPIERI, 2006, p.100). As pesquisas descritivas buscam “especificar propriedades e características importantes de qualquer fenômeno que se analise” (SAMPIERI, 2006, p.102).

Quanto à escolha de uma abordagem quali-quantitativa, Richardson (2012, p. 79) menciona que “a abordagem qualitativa de um problema, além de ser uma opção do pesquisador, justifica-se, sobretudo, por ser uma forma adequada para entender a natureza de um fenômeno social” e complementa que a pesquisa qualitativa:

Pode ser caracterizada como a tentativa de uma compreensão detalhada dos significados e características situacionais apresentadas pelos entrevistados, em lugar da produção de medidas quantitativas de características ou comportamentos (RICHARDSON, 2012, p. 90).

Já o método quantitativo, de acordo com Campos (2015, p.55), “prevê a mensuração das variáveis predeterminadas, buscando verificar e explicar sua existência, sua relação ou sua influência sobre outra variável”. Além disso, “caracteriza-se pelo emprego da quantificação tanto nas modalidades de coletas de informação, quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas, desde as mais simples como percentual, média, desvio-padrão, às mais complexas” (RICHARDSON, 2012, p.70).

5.1 A INSTITUIÇÃO DA PESQUISA

A presente pesquisa foi desenvolvida em uma universidade estadual, localizada no interior do estado do Paraná, Brasil. A instituição escolhida para o estudo foi selecionada por conveniência, em função dos contatos da pesquisadora com seus representantes legais e facilidade de comunicação com os coordenadores dos cursos.

A universidade selecionada foi criada em setembro de 2006, reunindo cinco antigas instituições de ensino superior. Com organização na forma multicampi, está presente em três cidades localizadas no interior do estado do Paraná.

São oferecidos 26 cursos de graduação, em diversas áreas de conhecimento, vários cursos de pós-graduação lato sensu e três cursos de pós- graduação stricto sensu: em Ciência Jurídica, em Letras e em Agronomia. Dos campi que constituem a Universidade, o selecionado para o estudo é o que oferece mais cursos. São onze as graduações distribuídas nas seguintes áreas: Área de

Ciências da Saúde: 1. Educação Física, 2. Fisioterapia e 3. Odontologia; Área de Ciências Humanas e da Educação – Licenciaturas em: 4. Ciências Biológicas, 5.

Filosofia, 6. História, 7. Matemática e 8. Pedagogia; Área de Ciências Sociais

Aplicadas: 9. Direito e Área de Letras, Comunicação e Artes: 10. Letras Espanhol

e 11. Letras Inglês.

A universidade funciona em três turnos (matutino, vespertino e noturno) e, de acordo com dados da Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD)8, o número total

de alunos matriculados era de 4.716 no período de coleta de dados, distribuídos nos 26 cursos de graduação oferecidos nas três cidades. O maior número de estudantes matriculados concentra-se na cidade sede, totalizando 2.126 alunos, seguido com 1.521 em um campus e 1.069 no terceiro. Segundo a Pró-Reitoria de Recursos Humanos (PRORH)9, o número total de docentes efetivos atuando em cursos de

graduação e pós graduação era de 228.

8 Dados obtidos por telefone e e-mail em julho de 2017 9 Dados obtidos por telefone e e-mail em julho de 2017

5.2 OS PARTICIPANTES DA PESQUISA

Os participantes desse estudo, num total de 18, eram estudantes de graduação, de ambos os sexos, trabalhadores ou não, com idade entre 20 e 35 anos, sendo que, entre eles, 10 entrevistados tinham idade entre 20 e 22 anos, e os outros 08 apresentavam idade igual ou superior a 23 anos, sendo a média de idade 24 anos.

Em relação ao estado civil dos participantes, 03 entrevistados relataram estar casados e 15 solteiros. Dos 18 estudantes, 11 (61,11%) estavam trabalhando no momento em que participaram da pesquisa e 10 alunos (55,56%) – dos 18 – residiam na mesma cidade da Universidade.

A maior parte, 14 (77.78%) estudantes cursava o turno noturno e todos os entrevistados estavam matriculados em semestres do último ano do curso. Ou seja, no caso dos cursos com duração de quatro anos, os alunos cursavam o sétimo período e para os cursos com duração de cinco anos, os discentes estavam no nono período. A escolha de participantes, na condição de estudantes concluintes, deve-se ao entendimento de que eles apresentam maior possibilidade de resgatar diferentes momentos da trajetória de formação que são relevantes para esse estudo.

Quanto ao número de participantes e distribuição em relação ao sexo e os cursos oferecidos na instituição temos, conforme Tabela 1:

Tabela 1: Distribuição dos participantes por curso e sexo

Área Curso Sexo

Masculino

Sexo Feminino

Saúde Educação Física 01 01

Saúde Fisioterapia 01 01

Humanas e Educação Ciências Biológicas 01 01

Humanas e Educação Filosofia 01 01

Humanas e Educação História 01 01

Humanas e Educação Matemática 01 01

Humanas e Educação Pedagogia 00 02

Sociais Aplicadas Direito 01 01

Letras, Comunic. E Artes Letras Espanhol 01 01

Total: 04 áreas Total: 09 cursos Total: 08 Total: 10

Na composição do grupo de participantes, buscou-se um equilíbrio de distribuição em função do sexo, uma vez que se trata de uma variável de interesse dos objetivos do estudo. Participaram 08 homens e 10 mulheres, sendo que no momento da realização da pesquisa, no último ano do curso de Pedagogia somente mulheres estavam matriculadas.

A distribuição pelos diferentes cursos buscou garantir a presença de estudantes com experiências variadas na formação do ensino superior e incluir o universo de cursos dos campi. Dos onze cursos oferecidos, apenas dois (Odontologia e Letras Inglês) foram excluídos e por diferentes motivos: Odontologia por ser um curso novo na instituição e os alunos, no momento da pesquisa, ainda não serem concluintes, e Letras Inglês porque os alunos não apresentaram interesse em participar do estudo.

5.3 INSTRUMENTOS E MATERIAIS PARA COLETA DE DADOS

Sendo o caráter exploratório uma das características principais desse estudo, optou-se pela entrevista semiestruturada como instrumento de coleta de dados. Na entrevista semiestruturada existe um conjunto de questões previamente estabelecido, mas também a possibilidade de espontaneidade e improvisação pelo pesquisador para conduzir a discussão para o assunto que interessa ao estudo (BONI e QUARESMA, 2005).

Partindo dessa compreensão, com base na literatura, nos problemas e nos objetivos da pesquisa, foi elaborado pela autora do estudo um conjunto de itens que atuou como roteiro de entrevista (APÊNDICE A). Os itens foram divididos em duas partes: 1. Caracterização dos participantes, com predominância de questões fechadas e 2. Eventos casuais e desenvolvimento de carreira, com larga predominância de questões abertas, para as quais se esperava maior elaboração nas respostas.

A primeira parte do roteiro incluiu dados sociodemográficos e acadêmicos: sexo, idade, estado civil, curso de graduação, número total de anos do

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