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A via schumpeteriana da destruição criativa para a dinâmica do

Mapa 3- Distribuição espacial das OTMH de Belém (PA) Projeto do

3 TEORIA DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

3.1 A via schumpeteriana da destruição criativa para a dinâmica do

Não há como refletir o desenvolvimento econômico da atual sociedade capitalista, na perspectiva da dinâmica das organizações, sem ter o conhecimento e a leitura apropriada do legado da teoria do desenvolvimento econômico desenvolvida pelo economista austríaco Joseph Alois Schumpeter (1883-1950).

O contexto histórico do desenvolvimento do pensamento econômico de Schumpeter estava imerso nos períodos das guerras entre as principais potências mundiais. Esse contexto histórico, marcado violentamente pela bancarrota das economias das principais potências mundiais, favoreceu o surgimento de ideias que alavancaram e impulsionaram o desenvolvimento econômico.

Atualmente, verifica-se que há uma extensa e exaustiva literatura sobre o desenvolvimento econômico na perspectiva do processo dinâmico e evolucionário da economia capitalista proveniente das ideias de Schumpeter. Os termos “inovação” e “empreendedorismo” foram fortemente conhecidos, alargados, articulados e empregados na sociedade como estratégias para o desenvolvimento, com vistas a uma evolução econômica fertilizada pelo próprio sistema econômico, a ter a orientação do pensamento schumpeteriano. Isto é, a base teórica é schumpeteriana e neoschumpeteriana para a discussão sobre inovação e empreendedorismo.

As insignes publicações “Die Theorie der Wirschaftlichen Entwicklung”, de 1911, “Business cycles”, de 1939, e “Capitalism, Socialism and Democracy”, de 1942, proporcionaram a Schumpeter suscitar polêmicas à época, ao propor uma leitura do processo de desenvolvimento econômico, a partir de uma análise de desertação dos pressupostos de equilíbrio do mercado, por meio da introdução do processo de inovação, cujas condições do ambiente favoreceram mudanças e transformações na organização industrial dos mercados.

A teoria do desenvolvimento econômico de Schumpeter (2012) explica o comportamento dos sistemas econômicos tangente a um estado de turbulências no equilíbrio que motiva, forçadamente, a tomada de decisão com vistas a arar um terreno fértil para a mudança estrutural da organização neoclássica. Para isso, Schumpeter (2012) centrou esforços, primeiramente, em cima do elemento humano, na figura do empresário da organização, como estratégia para o desenvolvimento de ideias que pudessem causar mudanças no padrão de produção.

Nessa perspectiva, percebe-se na óptica de Schumpeter (2012) que a questão da turbulência do equilíbrio econômico, muito presente em Walras (1834- 1910)10, é fulcral para dar direcionamento às relações estabelecidas no sistema econômico. De fato, Schumpeter (2012) afirmou que há uma tendência ao equilíbrio geral dos sistemas econômicos por meio da expansão de forma análoga do seu estado de essência, a transcorrer repetidos comportamentos, tanto na produção como no consumo.

10 O francês Léon Walras (1834-1910) foi não apenas um dos pioneiros da teoria neoclássica, mas o seu equilíbrio geral permanece ainda como o modelo de referência para numerosos economistas contemporâneos. É o fundador da Escola de Lausana, cujo o discípulo mais célebre no seio desta escola foi incontestavelmente o italiano Vilfredo Pareto (1848-1923), que aprimorou o sistema de equações walrasiano a originar um prolongamento do modelo inicial, num sentido normativo, o equilíbrio walrasiano realiza um bem estar coletivo óptimo, que ficou conhecido na literatura como o Óptimo de Pareto (Saby & Saby, 1997, p. 66;118).

Schumpeter (2012) enfatizou que a mudança no fluxo circular do desenvolvimento econômico, advindo da iniciativa da organização, é importante para que haja a desertação do estado de equilíbrio, para, com isso, promover um espiral estocástico a fim de promover as mudanças que, na sua visão, são necessárias para dar uma renovação no fluxo circular do desenvolvimento econômico.

Para Schumpeter (2012), a situação de instabilidades e incertezas, a qual o mercado estava vulnerável, descortinava um cenário econômico propício para que os empresários das organizações tomassem a decisão de renovar os pretéritos padrões de produção, por meio da introdução de ideias de destruição da criação, para que houvesse a dinâmica no processo produtivo, a possibilitar a descoberta de novos padrões focados na exploração de inovações.

Ao avançar-se nos entendimentos sobre a teoria do desenvolvimento econômico schumpeteriana, Schumpeter (2012) enfatizou, com veemência, que o empresário da organização é quem inicia o processo de mudança no sistema econômico, instrumentalizando meios eficazes de influenciar o comportamento dos consumidores, fazendo-os adquirir bens novos ou bens dissemelhantes, em alguns aspectos, daqueles bens que os mesmos tinham o consumo frequente. Para Schumpeter (2012), o papel do empresário da organização é o de dar condições para que o padrão de produção possa ser constantemente renovado, explorando invenções e possibilidades de tecnologias para a promoção de novos bens de consumo.

Schumpeter (2012) destacava que o empresário das organizações se diferenciava dos demais empresários, à época, porque tinha o espírito de inovação para destruir os pensamentos pretéritos e limitados, direcionando os recursos existentes para a transposição do contexto de inércia e resistência; e esse foi o motivo precípuo que induziu a dinâmica da economia capitalista, quando se propôs a agir em prol do desenvolvimento econômico territorial.

De fato, na concepção schumpeteriana de desenvolvimento econômico, o papel do empresário da organização tem uma importância fundamental na economia, uma vez que ele era incumbido de iniciar o processo de mudança, por meio da obtenção de crédito do mercado, que o permitiu introduzir as ideias que causaram, à época, novidade e renovação no processo produtivo de bens para o consumo potencial no mercado capitalista.

Quanto a essa questão da obtenção de crédito, destaca-se que Schumpeter (2012) viveu em um ambiente cerceado dos negócios e da ascensão econômica das elites, que, à época, tinham o poder de decisão para emitir o crédito necessário para o desenvolvimento econômico com vistas a favorecer a imunidade do desempenho dos seus negócios, uma vez que os donos do crédito eram os empresários das organizações, muito ligados ao mercado financeiros, como banqueiros e outros agentes financeiros, que mobilizavam a circulação do capital, avaliavam as possibilidades de riscos dos projetos de inovação submetidos e monitoravam a gestão do mercado.

Schumpeter (2012) apontava para o fato de que a construção do conhecimento de ciência e tecnologia voltado para a inovação das organizações estava concentrado nas elites com o poder do capital. Neste aspecto, verificou-se que a ciência e a tecnologia, à época, não eram independentes e eram vistas como produto da cultura elitista detentora dos negócios e as qualificações profissionais excepcionais e os “homens” excepcionais “pensantes” encontravam-se no seio pujante da cultura burguesa do poder.

Nesse caso, adverte-se que sem um sistema de crédito para financiar as inovações das organizações, as mesmas seriam fadadas a colocar em risco as suas sobrevivências. Assim, a questão do crédito, na concepção schumpeteriana, era fulcral para o desenvolvimento econômico.

Ademais, Schumpeter (2012) considerava que as relações intertemporais de consumo eram explicadas pela teoria dinâmica a fim de compreender o papel das organizações no processo de desenvolvimento econômico. Acredita-se que aí resida uma das limitações da teoria schumpeteriana: ver o desenvolvimento econômico como uma fração da realidade social por meio apenas da óptica das organizações, pois Schumpeter (2012) concentrou os esforços de construção cognitiva da sua teoria nas causas internas econômicas do processo produtivo das organizações, sem explorar outras preocupações do desenvolvimento econômico.

Para Schumpeter (2012), a dinâmica do desenvolvimento econômico estava centrada no ambiente de fazimento dos negócios e o mesmo defendia a tese de que o Estado deveria concentrar esforços para investimentos na construção de um ambiente favorável aos negócios com a instituição de políticas em benefício das inovações para o fortalecimento do poder econômico das organizações. Ele afirmava que a dinâmica das inovações, à época, era o motor do desenvolvimento

econômico, pois articulava as ideias de inovação, ação do empresário e a criação de novos mercados.

Schumpeter (2012) percebia que a destruição criativa era a estratégia para a dinâmica dos sistemas econômicos por meio da gestão para o desenvolvimento de vantagens competitivas com vistas à produtividade e ao crescimento econômico. Esta expressão foi criada em 1942 por ele e usada como metáfora para descrever a natureza subjacente da substituição dos produtos pretéritos e das pretéritas formas de produção por novos produtos e novas formas de produção.

Portanto, depreende-se que, no tocante às dinâmicas das inovações, as organizações assimilavam as suas orientações metodológicas como a via para a mudança no processo produtivo. Para Schumpeter (2012), as inovações vinham em “ondas” e uma “onda” de inovação puxava a outra, e assim por diante, até delinear uma nova maneira de relacionar-se com o mercado ao produzir os bens e, com isso, permitir a abertura de novas fronteiras mercadológicas, explorando possibilidades de novas matérias-primas e estabelecendo uma ruptura para a renovação da estrutura de organização industrial.

Diniz (2008) corrobora com essa assertiva ao mencionar que, para Schumpeter, o sistema capitalista era visto numa perspectiva evolucionária que nunca chegaria a atingir o equilíbrio, mas sim estaria em permanente mudança para promover outras mudanças e assim gerar a inovação para a dinâmica ondulatória do processo produtivo com vistas ao desenvolvimento econômico.

Dathein (2015, p. 197) destaca que:

A partir da análise de Schumpeter, os dois padrões básicos de inovações ou regimes tecnológicos das empresas foram classificados como de tipo Mark I (ou ampliador) e Mark II (ou de aprofundamento). O primeiro é um padrão de “destruição criadora”, a partir de firmas que nunca inovaram antes, com baixas barreiras tecnológicas à entrada, com papel fundamental dos empresários e de novas firmas. O segundo é um padrão de “acumulação criadora”, a partir de firmas que já possuem um histórico inovador, em que prevalecem grandes empresas já estabelecidas e existem maiores barreiras à entrada para novas firmas. Esse último, portanto, está relacionado positivamente com o grau de concentração das atividades inovadoras e com a estabilidade hierárquica das firmas inovadoras, e negativamente com a importância da presença de novos inovadores (Breschi; Malerba; Orsenigo, 2000; Nelson; Winter, 1982, parte V).

Ainda, Dathein (2015, p. 198) mostra que esses padrões básicos de inovações ou regimes tecnológicos das firmas são definidos pela combinação de 4 fatores:

1) Altas oportunidades tecnológicas: significa que, para um dado montante de recursos aplicados, existe elevada probabilidade de ocorrência de inovações;

2) Apropriabilidade de inovações: representa a possibilidade de proteção contra a imitação e, portanto, captura de lucro;

3) Cumulatividade dos avanços tecnológicos: significa a capacidade de inovações presentes gerarem um fluxo de inovações subsequentes;

4) Natureza do conhecimento: representa a generalização, codificação ou a especificação tácita e complexa maneira de manifestação do saber fazer.

Então, conforme o quadro 1 abaixo, percebe-se que:

Quadro 1- Padrão tipo de inovações ou regimes tecnológicos

Fonte: Adaptado de Dathein (2015, p. 198).

Com isso, verifica-se que essa padronização da dinâmica de inovações em tipo Mark I (destruição criadora) e II (acumulação criadora) constitui um enfoque interessante para analisar as variáveis de processos de inovação e evolução industrial das organizações. Dathein (2015) afirma que a análise dos padrões de inovações pode ser aplicada para o ciclo de vida das indústrias, no tocante, às vulnerabilidades que as organizações estão expostas e que ocasiona a substituição de um padrão Schumpeter Mark I para um padrão Schumpeter Mark II. Isto é, em um contexto de grandes descontinuidades tecnológicas, proporciona-se o surgimento de novas organizações com atuação em novas tecnologias e novas demandas.

É importante ressaltar que, segundo Llerena & Oltra (2002) apud Dathein (2015, p. 198), a existência de diferentes estratégias inovativas por parte das organizações favorece o surgimento de resultados importantes sobre a estrutura do mercado e a dinâmica tecnológica. Dathein (2015, p. 198) menciona que:

Em um modelo de duas estratégias coexistentes, existem dois tipos de firmas, as com estratégia cumulativa (C-firmas) e as com estratégia não cumulativa (NC-firmas). As C-firmas adotam uma estratégia interna de aprendizado por busca (learning by searching), enquanto as NC-firmas usam uma estratégia de aprendizado de fontes externas, absorvendo conhecimento. Essas estratégias inovativas determinam a evolução da estrutura industrial. A estratégia das C-firmas tende a gerar uma estrutura de mercado altamente concentrada, muito intensa em capital e em P&D, enquanto a estratégia das NC-firmas tende a produzir um mercado muito menos concentrado/mais homogêneo.

E, ainda, Dathein (2015, p. 198) endossa que:

A coexistência entre as duas produz uma estrutura de mercado oligopolista, com um núcleo de poucas C-firmas e um grande número de NC-firmas entrantes sobreviventes. Segundo Llerena e Oltra (2002), existe uma forte correlação, com mútua determinação, entre o tamanho das firmas e sua estratégia inovativa, com as C-firmas ampliando seu estoque de capital e, por isso, possuindo altos e heterogêneos market shares, enquanto as NC- firmas (com menor estoque de capital) têm baixos e homogêneos market shares. Por fim, concluem que a diversidade de estratégias também tende a produzir uma melhor performance tecnológica da indústria como um todo.

Logo, percebe-se que o legado da teoria schumpeteriana do desenvolvimento econômico foi reconhecer que a inovação por meio da metáfora da destruição/acumulação criativa foi e é, nesses tempos mais contemporâneos, a força motriz propulsora dos sistemas econômicos.

Schumpeter (2012) verificou que o fluxo circular do desenvolvimento econômico conectado à destruição criativa descortinava possibilidades de dinâmicas territoriais para a inovação das organizações e, consequentemente, a reorganização da atividade econômica, a partir da introdução de processos disruptivos na produção.

Todavia, ressalta-se a importância de perceber que a teoria do desenvolvimento econômico, na visão schumpeteriana, expressa as mudanças provocadas pelas dinâmicas de inovações do processo produtivo dos sistemas econômicos. Para Diniz (2008, p. 25), a inovação, no seu sentido mais amplo, é entendida, na perspectiva de Schumpeter, como o resultado da busca constante de lucros extraordinários, mediante a obtenção de vantagens competitivas entre as empresas que procuram se diferenciar uma das outras, nas mais variadas dimensões do processo produtivo, tanto tecnológico como de mercado.

Nessa acepção, percebe-se a inovação como a dinâmica do crescimento econômico. Assim, tem-se a (re) afirmação do empoderamento do modo de produção capitalista nas economias da sociedade global. Ademais, salienta-se evidenciar que a via para essas mudanças e dinâmicas de inovações dá-se por meio da adoção de estratégias utilizadas pelas organizações para potencializar esforços num processo dinâmico de vantagens competitivas.

Para tanto, destacam-se as estratégias para investimentos em empreendedorismo como um conjunto de medidas para a dinâmica de inovações. Essas estratégias são pensadas e delineadas pelos valores psicossociais dos empresários, o empreendedor, que constroem o ambiente empreendedor das organizações. Diniz (2008, p. 23) aponta que a mudança tecnológica não está no indivíduo, mas num processo social e coletivo, em que os ambientes institucional e econômico desempenham papéis fundamentais; porém, o indivíduo é o canal para a via da mudança tecnológica e o ambiente empreendedor (institucional e econômico) é o processo para a efetivação desta mudança.

A seguir essa via, Dathein (2015, p. 195) corrobora ao destacar que:

A partir do modelo schumpeteriano, surge uma análise dos microfundamentos das inovações (uma microeconomia evolucionária), com pressupostos de incerteza e de diferenciação da importância dessas inovações (incrementais ou radicais), assim como uma teoria sobre o desenvolvimento econômico (VERSPAGEN, 2005, p. 493).

Logo, entende-se o ambiente empreendedor e inovativo das organizações como o território da inovação e da destruição criativa e a figura do empresário- empreendedor como o agente da inovação e da destruição criativa. Desta forma, criam-se meios para o empoderamento dinâmico da economia capitalista com vistas às tendências evolucionárias de desenvolvimento econômico, sem precisar, de fato, se as previsões serão acertadas, uma vez que o caráter de incertezas e turbulências do mercado é a conexão para a dinâmica de inovações.

A figura 1, abaixo, exemplifica a composição dos elementos conceituais presentes no pensamento schumpeteriano e mostra a articulação das ideias em torno do que pode-se denominar de uma especulação teórica para o desenvolvimento econômico capitalista. A figura do empresário torna-se imprescindível nessa articulação, para a dinamização deste processo, com vistas a promover a economia capitalista com “ondas” de estímulo à criação e à destruição

das inovações, proporcionando um incremento na oferta de bens e produtos para afetação no mercado e estimulando o consumo e o poder de compra dos consumidores.

Figura 1- Diagrama dos elementos conceituais do pensamento econômico schumpeteriano

Fonte: Autoria própria, a partir de Schumpeter (2012).

Em que: 1) Mercado financeiro é o ambiente onde acontecem as transações financeiras; 2) Capitalista é o capital humano responsável pela captação de receitas; 3) Banqueiro é o capital humano proprietário do dinheiro; 4) Crédito é o mecanismo de concessão de financiamento das inovações; 5) Empresário é o capital humano responsável pelas inovações; 6) Empreendedorismo é o desenvolvimento das ideias inovadoras; 7) Inovação é o processo de empreender uma ideia para mudança com vistas à produtividade e à competitividade; 8) Processo produtivo é o meio introdutório para o desenvolvimento da dinâmica de produtividade de bens e produtos (input); 9) Destruição criativa é o modelo schumpeteriano que dá luz à inovação; 10) Bens, produtos, tecnologias, novos métodos são o resultado do processo produtivo (output); 11) Consumidor é o capital humano responsável pelo ato do consumo de bens e produtos gerados pelo processo produtivo.

A perspectiva schumpeteriana para o desenvolvimento econômico opõe-se aos postulados ortodoxos da economia neoclássica de maximização e equilíbrio geral e rompe com o inerte processo de afetação de recursos das organizações. Nisso, percebe-se que há uma visível crítica à teoria do equilíbrio geral acerca de

argumentos explicativos para o fenômeno da “onda” evolucionária da dinâmica dos sistemas econômicos.

Por essa perspectiva, verifica-se que as organizações têm um papel importante, na visão schumpeteriana, ao evidenciarem mudanças nos seus comportamentos; essas mudanças são explicadas por meio do procedimento de rotina, busca e seleção, com vistas à dinâmica de inovações para a obtenção de produtividade e competitividade e para, com isso, promover o desenvolvimento econômico.

Percebe-se que o desenvolvimento econômico na perspectiva schumpeteriana é um processo descontínuo evolucionário que, gradualmente, modifica o comportamento maximizador e de equilíbrio das organizações e potencializa a dinâmica de inovações. Esse processo deu-se por meio do empoderamento articulador do papel do empresário como o agente da inovação.

Na perspectiva schumpetariana, o empresário era o capital humano responsável por provocar a renovação dos ciclos econômicos através da introdução, no processo produtivo, de ideias concebidas para destruir as pretéritas e promover as novas, com vistas a permitir a dinâmica na economia capitalista ao direcionar os recursos existentes para novos usos e funcionalidades.

De fato, ressalta-se que esse processo de dinâmica para a introdução de inovações nos sistemas econômicos teve o apoio fulcral do atributo de créditos, nomeadamente concedidos pelos donos do capital, que à época eram representados pelos banqueiros. O crédito teve o propósito de financiar as ideias inovadoras dos empresários, que gozavam de um ambiente institucional e econômico favorável à produção do conhecimento necessário à promoção do potencial criativo no processo inovativo.

3.2 A via neoschumpeteriana evolucionária para a dinâmica do