• Nenhum resultado encontrado

2. GESTÃO BASEADA EM VALOR (VBM)

2.7 Abordagem Contábil Tradicional

A contabilidade tradicional não atende as necessidades de mensurar o valor agregado a empresa e nem fornece meios de análise que proporcionem uma estrutura conceitual sobre a geração de valor. Não é a maximização de índices que indicam o aumento de valor da companhia. Muitas vezes a redução deles acontece pela aplicação do lucro da empresa em pesquisas e desenvolvimento que têm uma expectativa de criar oportunidades valiosas para a empresa no longo prazo.

Os lucros contábeis ignoram o fator tempo, que deveria ser considerado, pois o dinheiro investido hoje vai ter um retorno no futuro. O aumento ou a diminuição dos lucros contábeis pode gerar um acréscimo ou decréscimo de valor ao acionista, portanto, a análise baseada apenas nesses indicadores é inconclusiva, como destaca (ASSAF NETO, 1999). Se a gestão de uma companhia for guiada apenas pelos lucros contábeis é provável que as decisões destruam seu valor. A explicação consiste em eles não refletirem os riscos financeiros e do negócio, o capital de giro e os ativos necessários para o crescimento.

Outra deficiência encontrada é que os modelos tradicionais contábeis de mensuração de resultados não analisam o custo do ponto de vista do capital próprio.

O fato de os indicadores tradicionais contábeis não serem confiáveis na tomada de decisões para gerar valor ao acionista, não consiste em uma falha da contabilidade, mas sim em uso inapropriado para tais objetivos.

O VBM não descarta as métricas contábeis existentes, ele as seleciona e dá um tratamento diferente associando a novas métricas que possam refletir pontos importantes da geração de valor ao acionista. Esse conjunto de ferramentas auxilia a análise de desempenho e ajudam a encaminhar a operação da empresa. Elas geralmente obtêm medidas baseadas nos fluxos de caixa no lugar das medidas baseada nos lucros de curto prazo.

A empresa que estiver interessada em direcionar sua gestão para a maximização do seu valor deverá fazer a escolha da métrica que mais atenda suas

expectativas e que melhor possa se adequar com as políticas da empresa. Muitos estudos de casos foram feitos por diversas consultorias e existe um número crescente de empresas que tiveram sucesso com a implementação dessas ferramentas.

Métricas de retorno e lucro

Isoladamente as métricas apresentadas nesse tópico não são suficientes para avaliar se há maximização do valor ao acionista, mas são muito usadas para analisar as empresas, em conjunto com outros dados.

As fórmulas desse tópico foram retiradas do livro Princípios de Administração Financeira, do autor GITMAN, L. J.

Retorno:

Retorno sobre Investimentos (ROI)

O ROI (Return on Investment) é o retorno do investimento realizado.

Retorno do Investimento (ROI) = Lucro Líquido

Investimento Total

(RAPPAPORT, 1986) diz que a utilização do ROI como uma padrão na avaliação da estratégia e do desempenho de unidades de negócios pode levar a uma alocação errônea de recursos. Como exemplo, temos que um projeto de uma unidade de negócio que tenha uma base de investimento inicial maior, e com isso terá menor ROI durante o período de planejamento se comparado com outra unidade de negócio que apresente um plano de negócios com as mesmas estratégias e expectativas. Isso porque o ROI não depende apenas da perspectiva de investimentos futura e do fluxo de caixa, mas também dos investimentos passados não depreciados.

Isoladamente o ROI, se maximizado não é suficiente para maximizar o valor ao acionista. A empresa pode obter essa elevação e ter uma redução no crescimento da empresa. Para uma melhor análise é importante ver a evolução do ROI. Uma série de ROI crescente é mais importante que um valor alto isolado. Porém o ROI não é um indicador preciso de geração de valor, ele às vezes subestima, mas na maioria das vezes ele superestima.

Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE)

ROE (Return on Equity) mede o percentual de lucro que a empresa agrega valor a ela mesma em relação aos seus recursos próprios. É utilizado para acompanhar o potencial e estabilidade de uma empresa.

ROE = (Lucro Liquido /Vendas) * (Vendas/Total de Ativos) * (Total de Ativos/Patrimônio Líquido)

= Lucro Líquido

Patrimônio Líquido

O aumento do ROE pode indicar que a empresa melhorou suas margens de lucro ou aumentou seu giro de ativos. O ROE apresenta deficiências similares ao ROI, mas ele é mais sensível a alavancagem.

Retorno sobre o Ativo (ROA)

O ROA (Returno on Assets) é o retorno sobre os ativos da empresa.

ROA= Lucro Líquido

Ativos Totais

Que significa o mesmo que margem líquida multiplicada pelo giro do ativo total da empresa.

Retorno sobre os Ativos Líquidos (RONA)

O RONA (Returnon Net Assets) é o retorno sobre os ativos líquidos.

RONA= Lucro Líquido + Capital de Giro Líquido

Ativo Permanente

O Retorno sobre o Capital Investido (ROIC)

O ROIC (Returno on Invested Capital) mede a capacidade da empresa de obter lucro a partir de seus investimentos. A margem e o giro da empresa devem ser acompanhados para contribuir para o aumento desse retorno.

ROIC = Lucro Líquido operacional

Lucro por Ação:

O Lucro por Ação (LPA) indica quanto do lucro foi destinado para cada ação.

LPA = Lucro líquido

Quantidade de ações

P/L = Preço de mercado por ação Lucro por ação

Índice Preço / Lucro (P/L) é um índice para medir se a ação está barata ou cara.

Margem:

Margem mede quanto da fração da receita resultou em lucro.

Margem Líquida = Lucro Líquido

Receita Líquida

Margem Operacional = Lucro Operacional

Receita Líquida

Margem Bruta = Lucro Bruto

Receita Líquida

Endividamento:

O Endividamento mede a dependência de capital de terceiros da empresa.

Endividamento = Passivo

Ativo Total

O Endividamento Oneroso mede a participação do endividamento que gera despesa financeira para empresa em relação ao total do ativo

Endividamento Oneroso = Passivo Oneroso

Valor Patrimonial da Ação (VPA):

O VPA representa o valor contábil de cada ação.

VPA = Patrimônio Líquido

Quantidade de Ações

Quando uma empresa é negociada acima de seu VPA, entende-se que o mercado aceita pagar mais pela ação, na expectativa de crescimento e resultados favoráveis.