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3. PANORAMA DO MERCADO DE PETRÓLEO

3.1. Panorama Internacional

4.2.6 Internacional

A Petrobrás tem como grande objetivo estratégico estabelecer uma forte presença internacional de seus ativos e investimentos. Esse interesse visa aumentar a sua participação no setor energético mundial.

A companhia está presente nos cinco continentes, atuando em 28 países, além do Brasil. Nesses locais, mantêm operações em todos os segmentos da indústria petrolífera, acordos de cooperação para desenvolver tecnologia e novos negócios e possui também escritórios de representação.

Em 2012 foram investidos R$ 5 bilhões no mercado internacional, sendo 91% em exploração e produção, e 9% em atividades de refino, petroquímica, distribuição, gás e energia.

A estratégia de atuação fora do Brasil se baseia no aproveitamento da capacidade técnica e do conhecimento geocientífico em E&P na costa brasileira, para a exploração, principalmente, na costa oeste da África e no Golfo do México, e no foco nos negócios de gás natural para complementar a oferta do gás para o mercado brasileiro.

Segundo relatório da empresa, esta possui os seguintes dados oficiais de suas operações no exterior: reservas de 0,7 bilhões de boe (barris de óleo equivalente); produção diária de 245 mil boe; e capacidade diária de refino de 231 mil barris de petróleo. (VISÃO GERAL PETROBRÁS, 2013)

implantação, sendo intensificada a ênfase no segmento de E&P que representa 90% destes investimentos.

Figura 5 - Quadro com Resumo das Atividades das Áreas de Negócios da Petrobrás Fonte: Elaboração dos autores com dados do site do RI da Petrobrás

Tabela 4 - Resultado por Área de Negócio

Fonte: Petrobrás RI

4.3 Governança Corporativa

A Petrobrás divulga que adota as melhores práticas de governança corporativa e está capacitada para utilizar os mais avançados instrumentos de gestão empresarial

de modo a garantir as práticas internacionais de transparência. No Brasil, obedece às

regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBovespa).

Seguem trechos retirados das informações divulgadas pela empresa aos investidores:

Exploração e Produção

Quadro com Resumo das Atividades das Áreas de Negócios da Petrobrás

•Exploração, desenvolvimen to da produção e produção de petróleo, LGN (líquido de gás natural) e gás natural no Brasil, objeti- vando atender, priori- tariamente, as refinarias do país Abastecimento

Quadro com Resumo das Atividades das Áreas de Negócios da Petrobrás

•Refino, logística, transporte e comercializaçã o de derivados e petróleo, expor-tação de etanol, extra- ção e processamento de xisto, além das participações em empresas do setor petroquímico no Brasil Gás e Energia

Quadro com Resumo das Atividades das Áreas de Negócios da Petrobrás

•Transporte e comercializaçã o do gás natural produzido no país ou importado, de transporte e comercializa- ção de GNL, de geração e comercializa- ção de energia elétrica e negócios de fertilizantes Biocombustível

Quadro com Resumo das Atividades das Áreas de Negócios da Petrobrás

•Produção de biodiesel e seus co- produtos e as atividades de etanol, através de participações acionárias, da produção e da comercializaçã o de etanol, açúcar e o excedente de energia elétrica gerado a partir do bagaço da cana-de-açúcar Distribuição

Quadro com Resumo das Atividades das Áreas de Negócios da Petrobrás

•Distribuição de derivados, etanol e gás natural veicular no Brasil, repre-sentada principalmente pelas operações da Petrobras Distribuidora Internacional

Quadro com Resumo das Atividades das Áreas de Negócios da Petrobrás

•Exploração e produção de petróleo e gás, refino, trasporte, abastecimento de gás e energia e distribuição, realizadas no exterior, em diversos países das Américas, África, Europa e Ásia

No exercício da Governança Corporativa, o Sistema Petrobrás compromete-se a buscar o equilíbrio do poder entre a Alta Administração (Conselhos de Administração e Diretorias Executivas) e a participação dos acionistas, inclusive os minoritários, tendo em vista a compatibilização dos objetivos estratégicos do Sistema com os interesses e direitos de todas as partes interessadas;

O Conselho de Administração visa promover a prosperidade de longo prazo do negócio, por meio de uma postura ativa e independente, considerando sempre o interesse de todos os acionistas.

A estrutura da governança é composta de Conselho e Comitês de Administração, Diretoria Executiva, Conselho Fiscal, Auditoria Interna, Comitê de Negócios e Comitês de Gestão. A participação de cada tipo de acionista é respeitada, mas a maioria dos membros é representante do acionista controlador.

Conselho de Administração

O Conselho de Administração é um órgão de natureza colegiada e autônomo dentro de suas prerrogativas e responsabilidades, na forma da lei e do Estatuto Social. É composto por dez membros, eleitos em Assembleia Geral Ordinária para um mandato de um ano, permitida reeleição, sendo sete representantes do acionista controlador, um representante dos acionistas minoritários titulares de ações ordinárias, um representante dos acionistas titulares de ações preferenciais e um representante dos empregados. (PETROBRÁS)

Diretoria Executiva

A Diretoria Executiva exerce a gestão dos negócios da Companhia, de acordo com a missão, os objetivos, as estratégias e diretrizes fixadas pelo Conselho de Administração. É composta por um presidente e sete diretores eleitos pelo Conselho de Administração, com mandato de três anos, permitida a reeleição, podendo ser destituídos a qualquer tempo. Entre os membros da Diretoria Executiva, apenas o presidente é membro do Conselho de Administração sem, no entanto, presidir o

Conselho Fiscal

Constituído de forma permanente, é independente da administração e dos auditores externos, conforme exigido pela Lei das Sociedades Anônimas. É composto por cinco membros, com mandato de um ano, permitida reeleição, sendo um representante dos acionistas minoritários, um representante dos acionistas titulares de ações preferenciais e três representantes da União, sendo um indicado pelo ministro de Estado da Fazenda, como representante do Tesouro Nacional. (PETROBRÁS)

Auditoria

A Auditoria Interna tem por atribuição planejar, executar e avaliar as atividades de auditoria interna e atender as solicitações da Alta Administração e de órgãos externos de controle. A Petrobrás conta também com auditoria externa, escolhida pelo Conselho de Administração, com restrição de prestação de serviços de consultoria. (PETROBRÁS)

Comitês do Conselho de Administração

A Companhia possui três comitês do Conselho de Administração: Auditoria; Meio Ambiente; e Remuneração e Sucessão. São compostos por três membros independentes do Conselho. (PETROBRÁS)

Comitê de Negócios e Comitês de Gestão

O Comitê de Negócios funciona como um fórum de integração dos assuntos relevantes e estratégicos, que visa promover o alinhamento entre o desenvolvimento dos negócios, a gestão da Companhia e as diretrizes do Plano Estratégico. (PETROBRÁS)

Os membros do Conselho de Administração e da Diretoria Executiva recebem certos benefícios adicionais. A aprovação dos valores máximos a serem desembolsados durante cada exercício fiscal ocorre na Assembleia Geral de Acionistas.

No gráfico 27 seguem os valores divulgados pela Petrobrás.

Gráfico 27 - Remuneração da Diretoria Fonte: Petrobrás RI

A companhia reconhece a importância dos níveis diferenciados de governança corporativa adotados pela BM&FBovespa para o fortalecimento e a credibilidade do mercado de capital brasileiro.

No entanto, a Petrobrás não se enquadra em nenhum dos níveis de governança corporativa da BM&FBovespa. A empresa cumpre diversas exigências para o ingresso de cada nível, mas não pode adotar alguns itens relacionados à alienação de controle, devido à Lei do Petróleo que afirma o monopólio estatal do petróleo da União nas atividades relacionadas à exploração, produção, refino e transporte do petróleo e do gás natural no Brasil. Essa lei foi flexibilizada em 1997 e passou a assegurar à União o controle acionário da Petrobrás em um mínimo de 50% mais uma ação das ações ordinárias (com direito a voto), esse ajuste viabilizou a alienação de 34% das ações ordinárias no mercado.

A companhia chegou a informar ao mercado a intenção de ingressar no Nível 2 de governança corporativa da BM&FBovespa, pois acredita que a adoção das regras previstas resulta em potencial valorização e maior liquidez para as ações já que os investidores institucionais se estimulam a aplicar recursos em empresas que utilizem boas práticas de governança corporativa.

Diversas práticas exigidas para a adesão ao Nível 2 da Bovespa foram adotadas, como o mandato de um ano para os membros do Conselho, mas a exigência de conceder direito a voto nas Assembleias Gerais que venham a decidir sobre assuntos de fusão, de cisão ou de incorporação não pode ser cumprida.

Em relação ao Novo Mercado, uma das principais exigências para a listagem nesse nível é que a empresa tenha apenas ações ordinárias, ou seja, todos os

do Capital Social da Petrobrás, deixaria de ter o controle da companhia e estaria assim em desacordo com a Lei do Petróleo.

A Assembleia Anual de 2013 da Petrobrás reelegeu o ministro da Fazenda, Guido Mantega, no cargo de presidente do Conselho de Administração, causando uma insatisfação dos acionistas minoritários a ponto de alguns se manifestarem. Esse fato realça a posição desses acionistas em serem contra a influência do governo na companhia, mas não terem meios de prevalecer seus interesses.

O fato de o presidente do Conselho de Administração ser o ministro da Fazenda, não é uma boa escolha, pois os interesses do ministro são conflituosos com os da empresa. Outro ponto é que a diretoria executiva deveria ser formada apenas por critérios da meritocracia em vez de critérios políticos.

Uma empresa que vise o lucro não pode adotar políticas de controle de preços da gasolina e do diesel e ficar com o prejuízo dessa operação. Outro exemplo é a preocupação com o controle da inflação. O governo utiliza a Petrobrás como ferramenta para conseguir atingir seus objetivos, não respeitando os interesses dos outros acionistas. Assim, a governança corporativa da Petrobrás é falha e apesar de cumprir muitas das regras estabelecidas não consegue respeitar e compatibilizar os objetivos estratégicos com as medidas práticas executadas.