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CAPÍTULO IV TRABALHOS REALIZADOS

IV. 1.3.3 – Acompanhamento/Fiscalização da Obra

No acompanhamento da obra procedia-se, ao registo fotográfico das várias fases da obra de acordo com o desenvolvimento da mesma, às respetivas medições para a realização de autos de medição mensal, nomeadamente, medições de muros, de colocação de guias e lancil, assentamento de calçada e todos os trabalhos necessários para uma boa realização dos mesmos. Procedia-se ainda à piquetagem das diversas infraestruturas.

Para se proceder à piquetagem dos diversos pontos necessários à implantação da obra, recorreu-se ao método por irradiação (Figura 40).

Como no momento do levantamento topográfico em campo, fixaram-se várias estações de apoio à realização da piquetagem, foram usadas duas estações uma para estacionar a Estação Total e outra para a sua orientação.

Figura 40 - Método de irradiação para piquetagem

Ao oposto do levantamento topográfico por irradiação em que se mede uma distância e um rumo para determinação das coordenadas, na piquetagem as coordenadas dos pontos são conhecidas e inseridas na Estação Total. Em campo, as indicações para a marcação dos respetivos pontos que se visualizam na Estação Total é uma distância e um rumo.

Desta forma, em campo teve-se que direcionar a Estação Total para o local a piquetar, até que o rumo indicado na Estação Total atingisse o valor de 0,000 grados. Em seguida, foi

Legenda: E1 - Estação 1 E2 - Estação 2 Orientação

Alinhamentos para piquetagem dos pontos

ou outro até se encontrar no alinhamento correto. Estando no alinhamento correto e o bastão devidamente verticalizado, fazendo as medições na Estação Total, foi visualizado no ecrã da mesma que distância teria de se deslocar, para trás ou para a frente até se posicionar no local exato.

Como também era necessário indicar a cota do mesmo ponto, aquando o posicionamento correto foi igualmente visualizado no ecrã qual o valor em metros, que poderia corresponder a escavação ou aterro.

Era ainda um objetivo deste trabalho verificar se as obras decorriam de acordo com o projeto ou em caso de alterações, serem analisadas se estas seriam benéficas ou não para a obra. Caso as alterações fossem positivas eram implementadas.

 Movimento de Terras e Demolições

Para a tarefa de movimento de terras e demolições, procedeu-se em primeiro lugar à remoção de resíduos sólidos existentes no local (Figura 41) e igualmente à remoção total do asfalto existente (Figura 42).

Relativamente ao que se visualiza na Figura 41, remoção de resíduos sólidos, antes de se dar início a estes trabalhos foram colocadas em locais específicos estacas com a indicação das cotas aproximadas que a plataforma iria ter no final.

Figura 42 - Remoção do asfalto

Relativamente ao asfalto e outros materiais que não pudessem ter qualquer utilidade, foram transportados para um local destinado a depósito de resíduos sólidos. Os restantes resíduos (Figura 41), como a sua composição era da mesma qualidade do restante solo do terreno, foram utilizados para terraplanagem da área a ser intervencionada.

Conforme o previsto em projeto, teve-se igualmente de se proceder à demolição de muros, nomeadamente, o muro em xisto (Figura 43), os muros que serviam de vedação ao início do arruamento (Figura 44) e o muro do alçado principal, resultante da primeira ampliação a que foi sujeito o cemitério (Figura 45).

Figura 43 - Demolição de muro de xisto

Figura 45 - Demolição de muro que servia de alçado principal

Com a demolição dos muros e remoção dos resíduos sólidos, a tarefa seguinte foi a de transplantar as árvores existentes no local (Figura 46), para um outro indicado pela Junta de Freguesia de Benquerença.

Como seria de prever, com a circulação de máquinas pesadas no local o terreno começou por ficar de certa forma compactado. Desta forma, e também como previsto em projeto, iniciou-se à escavação com máquinas apropriadas nos locais onde seriam implantados os talhões. A profundidade da escavação de 2 metros para o caso do subsolo ser composto por rocha maciça, tendo-se verificado que era da mesma composição dos terrenos envolventes (Figura 41). Assim, procedeu-se à reposição desse mesmo material nos talhões após ser devidamente crivado.

Para se proceder à escavação, o empreiteiro teria de ter conhecimento da localização dos futuros talhões. Assim sendo, procedeu-se à piquetagem de pontos, mas, com um afastamento de 0,40 m relativamente ao posicionamento exato das guias de betão, sendo este afastamento para o interior dos talhões conforme se representa esquematicamente na

Figura 47. Isto, porque não faria sentido escavar toda a zona do talhão a uma profundidade

de 2 metros, se de acordo com o regulamento a abertura de sepulturas teria que cumprir um afastamento relativamente ao limite dos talhões no mínimo de 0,40 metros. Sendo assim, todos os pontos foram piquetados respeitando o afastamento de aproximadamente 0,40 metros.

Ainda é de salientar que esta tarefa afeta à equipa de topografia não foi realizada na sua totalidade de uma só vez, para que as máquinas pudessem ser manobradas com melhor facilidade, tendo sido piquetado um talhão de cada vez.

É de evidenciar que esta piquetagem foi marcada inicialmente por estacas, mas para uma melhor visibilidade dos operadores de máquinas foram substituídas por bandeirolas sinalizadoras (Figura 48).

Figura 48 - Escavação de área destinada a talhões

Conforme avançava a escavação, todo o material era crivado (Figura 49), sendo que a parte do solo resultante do método de crivo era reposto na parte escavada (Figura 50). As partes do solo com maior granulometria foram transportadas para o depósito de resíduos sólidos.

Para devolver aos locais de escavação as mesmas quantidades de terra, houve a necessidade de recorrer a câmaras de empréstimo com solo adequado para o efeito.

Figura 49 - Material resultante do crivo

Figura 50 - Colocação do material crivado nas áreas destinadas aos talhões

 Construção de Muros e Elementos Estruturais

Após a conclusão do movimento de terras e das demolições, deu-se início à construção dos novos muros para delimitar o local. Começou-se por fazer as fundações para o muro que substituiu o antigo, composto por pedra de xisto (Figura 51). Para isso houve a necessidade de se fazer o alinhamento do muro a construir, tendo-se procedido à piquetagem de três pontos que definiram o respetivo alinhamento.

Para não recorrer à câmara de empréstimo, nomeadamente de rocha para as fundações do respetivo muro, as pedras de xisto que compunham o muro antigo foram utilizadas para a base das fundações de forma a suportar o muro em blocos com uma altura aproximada de 2 metros (Figura 51).

Figura 51 - Colocação de rocha para fundações

Para a estabilidade do muro foram construídos pilares em betão armado com um espaçamento entre eles de 2 metros (Figura 52), de acordo com o projetado e representado na Peça Desenhada n.º 4, do Anexo 1.

O muro já existente situado a Norte da área a intervencionar, aquando a escavação dos talhões junto ao mesmo, verificou-se não estar nas devidas condições de segurança, tendo- se optado por demoli-lo e construir de novo com a aplicação de pilares em betão armado de forma a ficar mais estável e a não se desmoronar num futuro próximo (Figura 53).

Figura 53 - Construção de muro a Norte da área a intervencionar

Concluída a construção dos respetivos muros, iniciou-se a aplicação do reboco (Figura

54). Para finalizar as tarefas realizou-se a fase de acabamentos, as pinturas.

 Aplicação de Elementos de Betão

Concluída a fase de construção de muros e elementos estruturais nesta área, procedeu-se à piquetagem dos pontos específicos para a delimitação correta dos talhões para serem colocadas as guias de remate de passeios (Figura 55).

Figura 55 - Piquetagem dos vértices dos talhões

Relativamente à zona de implantação dos talhões, foi solicitado por parte do encarregado de obras se haveria a possibilidade de em vez de se fazer a piquetagem e materialização dos locais exatos para a definição da plataforma, implantar já nesta fase os pontos de delimitação dos talhões com indicação da cota a que deveria ficar o topo da guia. Isto, para não haver mais movimentos de máquinas para a terraplanagem final da plataforma nas áreas que seriam destinadas a abertura de sepulturas, o que iria compactar demais essas mesmas zonas.

Sendo possivel a implantação e materialização dessa forma, em gabinete, tal como se determinou a rasante em locais específicos para a definição da plataforma, procedeu-se da mesma forma para os pontos específicos dos limites dos talhões. Para se calcular as respetivas cotas, foi necessário traçar perfis longitudinais, quantos os necessários, isto é,

cotas de início dos perfis longitudinais (passeio interior do cemitério), as distâncias e a inclinação, traçaram-se as respetivas rasantes a passar nos alinhamentos dos talhões. Mas como o pretendido era a cota do topo da guia (Figura 56), apenas houve a necessidade de somar 0,05 m às cotas obtidas, isto porque a diferença de cota do cimo das guias relativamente à dos passeios era de 0,05 m.

Figura 56 - Indicação de referência da cota relativamente à guia

Com a implantação das guias, colocaram-se de seguida as caleiras com grelha (Figura 57) de acordo com o projetado para a drenagem de águas pluviais, as quais se situavam aproximadamente do local onde era o alçado principal da primeira ampliação do cemitério (Figura 58).

Figura 58 - Local de colocação das caleiras de drenagem

Com a colocação de todas as guias que iriam delimitar os talhões, deu-se início à colocação da calçada sobre uma almofada de areia misturada com cimento (Figura 59).

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