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6.Adaptação de programas ao espaço

Adaptação de jogos recreativos na água

As atividades recreativas levam ao doente o descobrimento do seu próprio corpo, a uma relação entre o movimento e o desenvolvimento tanto intelectual como físico, às relações sociais, à comunicação verbal e não-verbal e à aprendizagem da maioria das capacidades de autonomia possível.

O efeito lenificado da água proporciona ao deficiente o tempo suficiente para reagir e aprender a utilizar o seu corpo com maior liberdade, considerando que neste meio se podem suprimir grande número de ajudas de carácter técnico.

Será de grande importância a forma como se segura debaixo da água, para que se sinta segura, mas sem anular as sensações que provoca este meio.

Na água os deficientes vão encontrar: uma maior mobilidade articular, a facilitação de movimentos e uma perceção afinada das manobras, a um relaxamento muscular, a sedação das dores, à diminuição da resistência dos deslocamentos, a um trabalho propriocetivo, a tranquilidade e relaxamento.

A piscina

É de grande importância a temperatura a que se encontra a água. É com grande facilidade que podemos alterá-la, obtendo efeitos bem diversos. O organismo humano consegue manter a sua temperatura, sem que haja necessidade de adicionar mecanismos termorreguladores.

42 É preciso ter em conta em não manter o deficiente durante tempos prolongados a uma determinada temperatura, este apresentará uma menor capacidade de defesa. Por isso temos que ter cuidados especiais quando colocamos um deficiente na água.

O deficiente encontrará uma certa dificuldade a resistir à turbulência (ao movimento da água) e à força que se opõe à deslocação do corpo ou segmento. Apresenta mais instabilidade quando é colocado em piscinas de ondas, no mar, ou jatos de água.

Os deficientes serão apropriadamente equipados com: bóias nos braços, ou um colete para permitir uma maior mobilidade e para o deficiente não tocar tanto no chão da piscina. Dentro da piscina deverá encontrar-se um terapeuta.

A altura da água deve aproximar 85 metros, para dar mais segurança ao deficiente. A piscina deve ter escadas num dos cantos, e à sua volta deve ter um corrimão.

Jogos recreativos adaptados

“ Disco voador”

Atividade: Formar grupos de duas pessoas e lançar o disco voador de um jogador para outro.

Adaptação:

A distância que separa os dois jogadores deve ser curta - O tipo de lançamentos deve variar

- Os jogadores poderão jogar sentados, numas cadeiras de borracha que flutuam em cima da água

- Os discos deverão ser leves, e deverão ter uma adaptação própria para os jogadores terem facilidade a pegarem no disco

Material: Discos, cadeiras de borracha.

43 Atividade: Formar as equipas e colocar uma rede no meio da piscina, com o objetivo de passar a bola por cima da rede em direção à equipa adversária.

Adaptação:

- A bola não deve ser pesada, e o tamanho poderá variar (ex. bola de praia) - A altura da rede deve ser baixa, de modo que os jogadores tenham facilidade a passar a bola para a equipa adversária

- Introduzir algumas regras mais acessíveis. Por exemplo: um jogador pode tocar duas vezes seguidas na bola, a equipa não pode tocar na bola mais de quatro vezes, sem passar para o outro campo

Material: Rede, bolas

“ A bola gigante”

Atividade: Formar grupos de três, e cada grupo colocará a sua bola gigante num canto da piscina; um jogador coloca-se em cima da bola, e com a ajuda dos restantes membros, vai ser realizado um movimento de deslize (da bola).

Adaptação:

- O jogador poderá optar por várias posturas: deitado de boca para baixo ou de boca para cima, sentado…

- Um dos membros da equipa deve ser o terapeuta, para agarrar a bola com mais força, para esta não rebolar. Deve agarrar o jogador (conforme a postura do jogador)

- A bola deverá ter de cada lado umas pegas onde o jogador poderá colocar as mãos, sentindo-se seguro (não necessitando ajuda do terapeuta).

- A bola deve ser resistente

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“Aquacesto”

Atividade: Formar equipas, com objetivo de lançar bolas para dentro dum cesto. Adaptação:

- A bola não deve ser pesada

- A altura do cesto deve distanciar aproximadamente 1 m e 20 cm da água - Os jogadores deverão estar sentados em cima dum flutuador

- As medidas do campo não devem ser grandes, para os jogadores não se afastarem muito do cesto

- Aumentar o número de cestos consoante o número de jogadores Material: bola, flutuadores, tabela e cesto de Basquetebol.

“Tiro ao Meco”

Atividade: Lançamentos de bolas com o objetivo de derrubar objetos que se encontram na borda da piscina

Adaptação:

- A distância do lançamento deve ser curta para facilitar o movimento

- O tamanho dos objetos deverão ser de grande volume, para facilitar a visualização do objeto e o seu derrubamento

- O tamanho da bola deverá ser pequena e não muito pesada (ex. bola de ténis) - A posição de jogador poderá ser sentado (nos flutuadores), de pé ou em cima dumas camas;

- A resistência das camas flutuadoras deve ser grande

- Os objetos a derrubar devem ser leves para facilitar o derrubamento Material: bolas, flutuadores, camas flutuadoras, garrafas de refresco, tábuas.

45 “ Vamos à pesca”

Atividade: Pescar peixes de plástico com canas de pesca Adaptação:

- O tamanho dos ganchos (tanto do peixe como o das canas) devem ser grandes, para facilitar a pesca

- Os ganchos devem ter íman, para facilitar a aproximação

- Os jogadores poderão estar de pé ou em cima de pranchas de windsurf - Os peixes devem ser flutuadores, encontrando-se ao nível da água

- Os peixes devem ser de várias cores, e estas devem ser cores garridas para facilitar a visualização

- A cana deverá ter cerca de 1m de comprimento e o fio cerca de 30cm - A espessura da cana deve ser moderada para facilitar a preensão - A cana deve ser leve.

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Bibliografia

AA VV., Recursos para a animação de grupos, Anigrupos, 2007

AA VV, Turismo acessível, turismo para todos - Guia de referência para profissionais de turismo – uma resposta às necessidades especiais dos turistas com deficiência. CNAD – Cooperativa Nacional e Apoio a Deficientes, 1999

Jacob, Luís, Animação de Idosos, Ed. Âmbar, 2007

Jiménez Casas, Cipriano Luís (coord). Lazer sem barreiras: Guia de turismo adaptado para pessoas com deficiência – projecto CAMI, Kadmos S.C.L. – Salamanca, 2004

Torres, Zilah (2004) Animação Turística, 3ª edição, São Paulo, Editora Roca.

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