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5.Programas adaptados a portadores de deficiência

O Deficiente e o Desporto

Não existem grandes diferenças nos motivos, pelos deficientes e pelos atletas dito normais, como responsáveis na sua decisão de praticar desporto.

Ao longo do tempo o conceito de desporto tem sofrido algumas variações devido à evolução da cultura dos diferentes povos e a um melhor conhecimento do fenómeno desportivo. Durante muito tempo o desporto foi associado à masculinidade, à força, resistência e velocidade, ao jovem de ombros largos e perfeito em todo o seu ser.

Esta imagem ficou abalada ao emergir o lema “ Desporto para todos”. Hoje praticam desporto os homens e as mulheres, as crianças e jovens, os adultos e os idosos, os saudáveis e os doentes, os “ normais” e os deficientes.

O deficiente tem direito à prática desportiva. O desporto é um direito que assiste a todos os cidadãos, independentemente da sua condição. O desporto deve chegar a todos e a cada um.

Inicialmente, o desporto para deficientes contemplava uma vertente clinicamente terapêutica. Mais tarde, juntamente como valor fisiológico.

Com esta evolução, passa a ser notório, que, o desporto contribui para o desenvolvimento da performance dos deficientes, para um melhor conhecimento das suas capacidades efetivas, para aumentar a sua autoestima e para alertar a população em geral. Isto é, o desporto dá a possibilidade do deficiente demonstrar à sociedade e a si próprio que ser deficiente não significa ser inválido.

35 Assim, o desporto passa a ter um papel fundamental para o deficiente pois contribui para a sua (re)integração na sociedade.

Então ao participar em atividades desportivas proporciona ao deficiente:

 Auto conceito / imagem corporal

 Capacidade física

 Ajustamento social

 Favorecer a imagem corporal, contribuindo para o “aceite” do corpo e consequente relação corporal e afetiva com os outros.

O desporto deverá permitir ao doente visualizar um caminho positivo para a vida, orientando o seu comportamento para a saúde, para a sua personalidade, para a sua vida em sociedade, para a sua motricidade e perante si mesmo.

Eis alguns exemplos de modalidades desportivas:

 Atletismo (a pé ou em cadeira de rodas)

 Natação

 Futebol (de 5 e de 7)

 Boccia

 Basquetebol (a pé ou em cadeira de rodas)

 Voleibol

 Ténis (a pé ou em cadeira de rodas)

 Ténis de Mesa (a pé ou em cadeira de rodas)

 Ciclismo (triciclo, bicicleta e tandem)

 Xadrez  Goal Ball  Bowling  Ginástica  Pesca  Tiro

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 Tiro com Arco

 Esgrima

 Halterofilia

 Judo

 Remo (na água ou indoor)

 Vela

 Hipismo

Programação de animação desportiva para pessoas com deficiência mental

A deficiência mental refere-se a um estado de funcionamento atípico no seio da comunidade, manifestando-se logo na infância, em que as limitações do funcionamento intelectual (inteligência) coexistem com as limitações de comportamento adaptativo.

Atitudes, comunicação e comportamentos

 Recolha de informações (história familiar, ambiente socioeconómico,...).

 Determinar as capacidades da pessoa. Não subestimar as capacidades e interesses.

 Não assumir que a pessoa com deficiência terá também outras.

 Com uma pessoa em cadeira de rodas ou baixa estatura assumir a posição de sentado em frente da mesma.

 Ser paciente, sem ser super-protector ou indulgente.

 Não assumir de imediato que uma pessoa em cadeira de rodas necessita de ajuda.

 Permitir a participação em todas as atividades que se oferece ao grupo.

 Comunicar de forma aberta e clara independentemente da sua incapacidade.

 Ofereça ajuda para realização das atividades, mas não o faça antes de lhe ser solicitada.

 Repetir as instruções e sempre que possível demonstrar. Dar feedback frequentes.

 Use terminologia apropriada na comunicação.

 Limite as barreiras do envolvimento.

 Explicar a atividade e assegurar-se que a pessoa percebeu as instruções.

 Assegurar de que o tempo de execução é suficiente. Permitir a repetição.

 Rever todos os procedimentos de segurança. Alguns indivíduos podem não ter a noção do risco.

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 Caso uma PPDM caia espere indicação da pessoa se precisa de ajuda. Se for pedida ajuda, pergunte de que forma o deve fazer.

 Não remova os equipamentos auxiliares da área de atividade das PPDM.

 Elabore programas que permitam oportunidades de sucesso, novas experiências e desafios para os participantes.

 Providenciar igualdade de oportunidades na realização das atividades. Adaptar as atividades.

 Encontrar soluções para que as pessoas se sintam em segurança, desejem agir e possam conquistar autonomia.

Atividades

 Dança tradicional/ moderna

 Tiro com arco

 Atividades em aparelhos com cordas

 Escalada  Jogos tradicionais  Atividades aquáticas  Musculação/ cardiofitness  Passeios pedestres Materiais  Materiais similares

 Ser criativos, inovadores e ter a capacidade de adaptar os equipamentos, sem desprezar nunca os aspectos de segurança.

 Critério de participação deve ser adequado ao potencial do participante, às possibilidades de adaptação dos equipamentos e às questões de segurança e não relativa deficiência do sujeito.

Espaços

 Fase inicial é; preferível que as sessões decorram em espaços mais reservados e só depois do grupo estar preparado que devemos “utilizar espaços abertos”.

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 É necessário criar condições no espaço físico envolvente que restrita o movimento e a participação, reduzir as barreiras arquitetónicas –portas, escadas, etc., e as barreiras naturais.

Nº de pessoas a enquadrar

Atividades Nº máx. Pessoas a enquadrar

Nº máx. PPDM

Dança tradicional/ moderna 1 15

Tiro com arco 3 8

Atividades em aparelhos com cordas 3 8 Escalada 3 8 Jogos tradicionais 2 8 Atividades aquáticas 3 11 Musculação/ cardiofitness 2 8 Passeios pedestres 2 8 Aspectos de segurança:  Linguagem simples.  Flexíveis e criativos.

 Sessões previamente preparadas.

 Informar os técnicos que ajudam a enquadrar a atividade sobre os aspectos de segurança e sobre o plano de sessão.

 Sobre o risco da atividade, planear quando e como o comunicamos às pessoas, porque se sentem insegurança já não realizam a atividade.

Tipo de organização das atividades

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 Visualização de revistas e vídeos

 Desenho

 Conversámos

 Selecionamos os alunos de acordo com o seu interesse pela atividade

 Formámos um grupo de 9 utentes

 Primeira Fase Escalada - Numa parede indoor os alunos efetuaram travessias laterais. Como equipamento de segurança foram usados capacetes e colchões para eventuais quedas.

 Segunda fase Escalada - Exemplificamos a escalada de uma via de 3 metros numa parede em outdoor, após o qual os alunos iniciaram a realização.

 Terceira fase Escalada - Abrimos duas vias de 5 metros, uma ao lado da outra. Como estratégia o técnico escalou ao mesmo tempo que o aluno dando-lhe feedbacks positivos e de informação sobre qual a melhor presa para agarrar. Com alguns alunos não foi necessário utilizar esta estratégia uma vez que não apresentaram receio na realização.

Passeio Pedestre - Alguns conselhos…

 Caminhadas Curtas e Pedagógicas;

 Foto Paper;

 Jogos Tradicionais ou lúdicos (pistas);

 Brincadeiras”;

 Comunicação;

 Muitas Paragens;

 Fotografia;

Tiro com Arco - Alguns conselhos…

•1º Distância Pequena (+-3/4 metros)

•Ajudar a efetuar a puxada com pequena abertura, sempre com apoio •+ de 4 metros só se o grupo tiver experiência ou se já passamos a 1ª fase

40 •2 monitores para o controlo do grupo em espera;

•Atividade de risco (zona de segurança);

Dança Tradicional e Moderna - Alguns conselhos…

 Música Tradicional (Zumba na Caneca)

 Música Moderna (Portuguesa ou Brasileira)

 Gestos Simples (comer, beber, chuto, palmas)

 Repetir e repetir…

 Promover Espetáculos

Recomendamos para o ensino de atividades de recreação e de desporto de natureza com PPDM, que as habilidades básicas ou fundamentais sejam incluídas e consideradas como conteúdos básicos numa primeira fase dos programas de intervenção.

Só após haver um nível de execução adequados e deverá avançar para o ensino/experimentação das suas formas mais exigentes e para a sua integração em atividades desportivo-motoras mais complexas.

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