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Adaptações da Fórmula Descritiva Final para o Diagnóstico Físico Conservacionista (DFC)

Mapa 01 – Básico do Médio Curso do Rio Aracatiaçu.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.3. Adaptações da Fórmula Descritiva Final para o Diagnóstico Físico Conservacionista (DFC)

A metodologia utilizada por Beltrame (1994) deu suporte para o diagnóstico físico-conservacionista (DFC) do médio curso do rio Aracatiaçu. Nesse sentido, realizaram-se algumas adaptações na determinação dos parâmetros propostos na fórmula descritiva, como também nos seus respectivos índices, conforme se observa no quadro 04.

Quadro 04 – Adaptações da Fórmula Descritiva Final do DFC

Diagnóstico Físico-Conservacionista (BELTRAME, 1994)

Adaptações realizadas no Diagnóstico Físico- Conservacionista no presente estudo

Cobertura Vegetal Original (CO), por meio do mapa fitogeográfico (escala 1:1.000.000) com descrições de Klein (1978).

Índice de Vegetação da Diferença Normalizada (NDVI) com o processamento de imagens orbitais Landsat 2 do ano de 1981.

Cobertura vegetal atual (CA), por meio de imagens do LANDSAT TM-5 e fotografias aéreas.

Índice de Vegetação da Diferença Normalizada (NDVI) com o processamento de imagens orbitais Landsat 5 do ano de 2009.

Erosividade da chuva (E), por meio da equação de Bertoni & Moldenhauer (1980) citado em Bertoni e Lombardi (1985)

Fator Erosividade da chuva (R) com resultados estimados pelo método de Bertoni & Lombardi Neto (1999)

Declividade Média (DM) pela média aritmética da longitude das curvas de nível, equidistância entre as curvas de nível e a área da bacia.

Declividade Média (DM) por meio da

ferramenta “Create Contours”, e com a ferramenta “Clip”, “Create TIN” “Simbology”

do ArcGis 10. Potencial erosivo do solo (PE), por associação

da suscetibilidade da textura do solo à erosão e declividade

Fator erodibilidade do solo (K), por meio da equação proposta por Römkens et al (1987). Densidade de drenagem (DD), pela equação de

Horton (1945), citada por Christofoletti (1980).

Densidade de drenagem (DD), pela equação de Horton (1945), citada por Christofoletti (1980). Balanço hídrico (BH), obtido pelo método de

Thornthwaite e Matter (1955) citado em Orselli & Silva (1988).

Índice climático (IC), obtido pelo produto da relação entre índice efetivo de umidade (Im) e números de meses secos (Ms) fundamentado em Thornthwaite (1955).

Fonte: Adaptado de Beltrame (1994); Melo (2008); Pinheiro (2011).

A análise de alguns parâmetros foi substituída por motivo de adequação aos dados da área de estudo. É importante salientar que essas modificações concederam uma maior otimização na obtenção dos índices da fórmula descritiva final sem comprometer o resultado quantitativo e qualitativo das informações.

59 A respeito das adaptações que foram feitas, observa-se que a mudança mais significativa ocorreu com a troca dos parâmetros Cobertura Vegetal Original (CO) e Atual (CA) pelo parâmetro Índice de Cobertura Vegetal (ICV), que representa a obtenção da quantidade e vigência da vegetação existente em uma determinada área por meio do NDVI (Normalized Difference Vegetation Index). O NDVI utiliza imagens de satélite, baseando-se em suas características espectrais particulares, obtendo pelo processamento de imagens de onde se realiza a razão entre bandas, considerando os valores dos dados das bandas do vermelho e infravermelho próximo, o que permite a visualização e o nível de densidade da vegetação, sendo também possível esta verificação em diferentes espaços de tempos e/ou períodos.

Sobre o Índice Climático (IC), utilizou-se o balanço hídrico na análise deste parâmetro, sendo também efetivada a representação das informações dos índices climáticos que são importantes para análises em ambiente semiárido, como é o caso em particular do estudo. Considerou-se dessa maneira o Índice Efetivo de Umidade (Im) e o Número de Meses Secos (Ms), sendo que o produto da relação entre o Im e Ms resultou no Índice Climático (IC) utilizado na fórmula descritiva final.

Desse modo, as mudanças realizadas na fórmula descritiva final, foram condicionadas especificamente nos meios de obtenção dos índices determinados na análise de cada parâmetro sugerido no DFC. Dessa maneira, a partir dessas adaptações a metodologia utilizada para diagnosticar o estado de conservação e/ou de degradação no médio curso do rio Aracatiaçu, é demonstrada pela seguinte fórmula descritiva:

EDA = (IC) + (R) + (K) + (DM) + (DD) + (ICV) Onde:

EDA – é o estado de degradação ambiental do médio curso. (IC) – é o Índice climático.

(R) – é o Erosividade da chuva. (K) – é o Erodibilidade do solo. (DM) – é a Declividade média. (DD) – é a Densidade de drenagem. (ICV) – é o Índice de cobertura vegetal.

60 Em todos os parâmetros foram estabelecidos como índice mínimo o valor um (1) enquanto que o índice de maior valor encontrado na bacia é considerado o parâmetro mais alto, nota-se dessa maneira, que quanto maior a soma desses índices maior o risco de degradação ambiental no médio curso do rio Aracatiaçu.

Esta fórmula foi aplicada em dois períodos, considerando os ICV de cada intervalo analisado. Diante disso, realizou-se uma análise de comparação do nível de degradação ambiental no médio curso do rio Aracatiaçu, entre os anos de 1981 e 2009, por meio da aplicação da fórmula descritiva final obtida com dos dados dos parâmetros do DFC. Esse procedimento indica a variação que a região da bacia estudada, evidencia em relação ao estado de conservação e/ou degradação dos recursos naturais no espaço de tempo das análises. Dessa maneira, tem-se a seguinte fórmula:

EDA (1981) = (IC) + (R) + (K) + (DM) + (DD) + (ICV 1981) e

EDA (2009) = (IC) + (R) + (K) + (DM) + (DD) + (ICV 2009)

Para a aplicação destas fórmulas, dividiu-se por setores (A, B e C) o médio curso do rio Aracatiaçu, onde se aplicou cada uma com o objetivo de demonstrar qual setor que necessita de maiores ações de planejamento e de gestão ambiental visando à intervenção para a recuperação de áreas degradadas, vislumbrando o desenvolvimento sustentável no semiárido.

Visando a complementação das análises oportunizadas pela aplicação do DFC, elaboraram-se mapas de cobertura e uso do solo referente aos anos de 1981 e 2009. O motivo pela escolha desses dois anos deve-se a disponibilidade de imagens de satélite que pudessem representar a região estudada em um período mais antigo e outro mais recente, o que oportunizaria compreender a dinâmica da paisagem. A análise comparativa desses mapas possibilita a verificação das mudanças ocorridas ao longo desse período. Cabe salientar, que esses mapas foram produzidos com o intuito de observar a intensidade da ação humana no manejo da terra e os seus efeitos sobre a cobertura vegetal e os recursos hídricos.