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ambientais  acima dos limites permissíveis, face aos riscos gerados em seus processos produtivos.

5.1.2 Breve histórico da insalubridade

A prática da insalubridade teve sua origem durante a Revolução Industrial Inglesa (1760 – 1830).

Quando os adicionais foram criados, a finalidade era de que servissem como uma verba alimentar. A expectativa era de que se alimentando melhor, o trabalhador ficaria mais resistente às doenças ocupacionais. Ora, saúde não se troca por dinheiro.

No Brasil, o adicional de insalubridade teve origem em 1938, durante o governo de Getúlio Vargas, através do decreto-lei nº 399. Quando instituídos os critérios de insalubridade a orientação oficial era que eles teriam um caráter temporário. Durante a implantação da CLT – Consolidação das Leis do Trabalho, em 1º de maio de 1943, foi previsto que as condições  insalubres poderiam ser eliminadas pelo tempo limitado da exposição ao risco, pela utilização de processos, métodos ou disposições especiais, ou ainda pela adoção de medidas, gerais ou individuais, capazes de defender e proteger a saúde do trabalhador.

5.1.3 Conseqüências do adicional de insalubridade

O aumento nos vencimentos acabou por ser um atrativo para que houvesse cada vez mais pessoas dispostas a se exporem aos riscos e, com isto, o contingente de adoecimentos cresceu ao invés de diminuir.

De um lado, empregadores achando que sai mais barato pagar o adicional do que melhorar os processos de trabalho ou investir em proteções coletivas e individuais.

De outro, os trabalhadores que se sujeitam a permanecerem desprotegidos pela “vantagem financeira” que acreditam estar levando.

Além do pagamento do adicional há a expectativa da aposentadoria especial, esta sim parecendo ser a verdadeira mola propulsora da permanência dos adicionais. A maioria da população brasileira não consegue sobreviver como ‘beneficiário’ do INSS, mas como aposentado precoce teria chance de buscar fontes complementares de renda.

Sabe-se que há condições e métodos para a eliminação ou neutralização dos riscos ambientais. A evolução tecnológica, o aprimoramento do conhecimento, o uso de ferramentas de avaliação dos ambientes de trabalho e a modernização dos processos industriais incorporando equipamentos mais seguros são o caminho para alcançar este objetivo.

5.1.4 Graus de insalubridade

O exercício de trabalho em condições de insalubridade assegura ao trabalhador a percepção de adicional, equivalente a:

• 40% (quarenta por cento), para insalubridade de grau máximo; • 20% (vinte por cento), para insalubridade de grau médio;

• 10% (dez por cento), para insalubridade de grau mínimo;

Como alguns agentes são mais danosos que outros, a insalubridade está classificada em graus mínimo, médio e máximo, comportamentos adicionais distintos para cada categoria. No quadro abaixo podemos ver o percentual de cada risco ambiental preconizado pela NR15:

Graus de insalubridade

5.1.5 Neutralização da insalubridade

Neutralizar significa tornar-se nulo, anular. A NR15 preconiza que há duas possibilidades de neutralizar a insalubridade. Neste caso não será mais devido o pagamento do adicional de insalubridade, tampouco o enquadramento de aposentadoria especial.

A eliminação ou neutralização da insalubridade deverá ocorrer:

a) com a adoção de medidas de ordem geral que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância: São quaisquer medidas que o empregador adote visando manter o ambiente abaixo dos limites de tolerância, como exemplo, a instalação de um exaustor para a captação de poeiras geradas no processo produtivo; o enclausuramento de um motor visando reduzir a intensidade de ruído no ambiente etc.

b) com a utilização de equipamento de proteção individual: Os EPI’s possuem características que possibilitam reduzir os efeitos da nocividade dos agentes em relação aos limites de tolerância. Por exemplo: existem Protetores Auriculares que possuem fator de atenuação de 16 dB. Assim, se um trabalhador fica exposto a 95 dB durante 8 horas e utiliza o Protetor Auricular, o ruído a que ficará exposto, na verdade, será de 79 dB (95 – 16) ficando com uma exposição abaixo do limite de tolerância, pois o ruído abaixo de 85 dB não é considerado pela NR15 como insalubre.

5.2 Periculosidade

São consideradas atividades perigosas aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem no contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado. O contato do empregado com energia elétrica também confere direito ao adicional de periculosidade (Lei 7.369/85).

Periculoso significa perigoso, portanto, operações e atividades periculosas são aquelas que expõem o trabalhador a risco de vida.

A periculosidade é a circunstância em que o empregado está sujeito ao risco, normalmente risco de vida, por 4 agentes perigosos elencados pela legislação: explosivos, inflamáveis, eletricidade e radiações ionizantes.

É claro que o vigilante de banco, o motorista de carro forte, o socorrista das estradas, além de tantos outros, estão sujeitos ao perigo. Entretanto, os agentes a que estão submetidos não se classificam, pelo menos em nossa legislação, como periculosos.

5.2.1 Adicional de Periculosidade

Os trabalhadores que exercem atividades periculosas têm direito a uma remuneração adicional de 30% sobre o salário que perceber.

O adicional de periculosidade  é de 30% sobre o salário contratado, não inclui no cálculo os acréscimos decorrentes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. Importante lembrar o adicional será devido para as atividades em contato permanente (trabalho contínuo na área de risco) e em contato intermitente (trabalho não contínuo, mas constantes). Só não é devido quando o contato for eventual.

 Atividade:

1. De três exemplos de atividades/funções que possuam grau de insalubridade máximo, médio, bem como adicional de periculosidade.

2. Um trabalhador, em atividades insalubres de grau máximo, receberá o adicional de: a) 05% do salário mínimo regional.

b) 10% do salário do trabalhador. c) 20% do salário mínimo regional. d) 30% do salário base da sua categoria. e) 40% do salário mínimo regional.

3. Se o trabalhador exercer atividade insalubre e perigosa, simultaneamente, o adicional devido será o:

a) de maior valor.

b) escolhido pelo Ministério do Trabalho. c) escolhido pelo empregador.

d) da atividade preponderante.

e) determinado pelo Sindicato da categoria.

4. O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional sobre seu o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa na ordem de:

a) 15% b) 20% c) 25% d) 30% e) 35%

5. A insalubridade proporciona ao trabalhador o adicional de grau máximo, que é de 40% sobre o salário-mínimo regional, em dois tipos de riscos físicos, que são:

a) ruído e calor.

d) calor e trabalho sob condição hiperbárica.

e) radiação ionizante e trabalho sob condição hiperbárica.

6. Considerando o que são atividades insalubres e perigosas, identifique quais atividades desenvolvidas abaixo faz jus ao adicional de insalubridade e/ou periculosidade e por que. a) Em um posto de abastecimento de combustíveis trabalham na área de abastecimento, 6 horas por dia e utilizando medidas de proteção adequada, 4 operadores de bomba e 1 servente. ( ) Adicional de insalubridade ( ) Adicional de periculosidade ( ) Neutralizado

b) Em um restaurante, o cozinheiro realiza sua atividade, sem qualquer tipo de proteção, exposto 8 horas diárias ao ruído de 95 dB.

( ) Adicional de insalubridade ( ) Adicional de periculosidade ( ) Neutralizado

c) Em um hospital especializado em doenças infecto contagiosas, os médicos trabalham, sem as devidas medidas de proteção, em contato direto com os pacientes portadores de HIV.

( ) Adicional de insalubridade ( ) Adicional de periculosidade ( ) Neutralizado

d) Em uma indústria de sacos plásticos, das 08 horas diárias de atividade, o trabalhador fica exposto 04 horas ao ruído de 88 dB, sem protetor auricular.

( ) Adicional de insalubridade ( ) Adicional de periculosidade ( ) Neutralizado 7. Diferencie ambiente Insalubre de Periculoso.

8. Associe os Adicionais com sua respectiva atividade a) 40% b) 30% c) 20% d) 10%

( ) Motorista de ônibus – vibração ( ) Eletricista

( ) Trabalho em câmara fria ( ) Motorista de líquidos inflamáveis ( ) Operador de máquina com ruído acima

do LT ( ) Contato com agente biológicos - coveiro

( ) Padeiro – calor acima do LT ( ) Técnico em Radiologia ( ) Minerador – poeira acima do LT ( ) Mergulhador

A CIPA

A CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes -– Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - é um grupo de trabalhadores que, além de exercerem suas é um grupo de trabalhadores que, além de exercerem suas atividades

atividades normais na normais na empresa, contribuem, empresa, contribuem, para a para a melhoriamelhoria das condições de

das condições de trabalho.trabalho.

Portanto, o objetivo da CIPA é observar e relatar as Portanto, o objetivo da CIPA é observar e relatar as condições de riscos nos ambientes de trabalho e solicitar medidas condições de riscos nos ambientes de trabalho e solicitar medidas para reduzir até eliminar os riscos existentes e/ou neutralizar os para reduzir até eliminar os riscos existentes e/ou neutralizar os mesmos, de forma a preservar a saúde e integridade física de todos os trabalhadores.

mesmos, de forma a preservar a saúde e integridade física de todos os trabalhadores.

Seu papel mais importante é o de estabelecer uma relação de diálogo e Seu papel mais importante é o de estabelecer uma relação de diálogo e conscientização, de forma criativa e participativa, entre empregador e empregados, em conscientização, de forma criativa e participativa, entre empregador e empregados, em relação à forma como os trabalhos são realizados, objetivando sempre melhorar as relação à forma como os trabalhos são realizados, objetivando sempre melhorar as condições de trabalho, visando a

condições de trabalho, visando a humanizahumanização do ção do trabalhotrabalho.. 6.1 Breve histórico da CIPA

6.1 Breve histórico da CIPA

A CIPA surgiu em 1921 através da OIT – Organização Internacional do Trabalho, A CIPA surgiu em 1921 através da OIT – Organização Internacional do Trabalho, que, ao demonstrar crescente preocupação com o tema “acidentes do trabalho”, recomendou que, ao demonstrar crescente preocupação com o tema “acidentes do trabalho”, recomendou às empresas constituírem um grupo de trabalhadores que, além de realizar seus trabalhos às empresas constituírem um grupo de trabalhadores que, além de realizar seus trabalhos normais, tivessem um “olhar crítico” em relação à segurança do trabalho.

normais, tivessem um “olhar crítico” em relação à segurança do trabalho.

No Brasil, a CIPA foi instituída através do Decreto-lei n. 7.306, de 10 de Novembro No Brasil, a CIPA foi instituída através do Decreto-lei n. 7.306, de 10 de Novembro de 1944, consagrando, assim, a comunhão de esforços de trabalhadores e de empregadores de 1944, consagrando, assim, a comunhão de esforços de trabalhadores e de empregadores em busca da prevenção de acidentes do trabalho.

em busca da prevenção de acidentes do trabalho.

Atualmente as atividades da CIPA é regulamentada pela

Atualmente as atividades da CIPA é regulamentada pela Norma Regulamentadora -Norma Regulamentadora - NR5 “Comissão Interna de Prevenção de Acidentes”.

NR5 “Comissão Interna de Prevenção de Acidentes”. A NR5 estabelece as regras deA NR5 estabelece as regras de constituição

constituição da CIPA,da CIPA,  organização, atribuição, funcionamento, treinamento, processo  organização, atribuição, funcionamento, treinamento, processo eleitoral

eleitoral, entre outras., entre outras. 6.2 Constituição da CIPA 6.2 Constituição da CIPA

Devem constituir CIPA,

Devem constituir CIPA, por estabelecimento,por estabelecimento, e mantê-la em regular funcionamento e mantê-la em regular funcionamento as empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da administração direta as empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da administração direta e indireta, instituições beneficentes, associações recreativas, cooperativas, bem como outras e indireta, instituições beneficentes, associações recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que admitam trabalhadores como empregados.

instituições que admitam trabalhadores como empregados. 6.3 Objetivo

6.3 Objetivo

A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA - tem como

A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA - tem como objetivo aobjetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho,

prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.

trabalhador. 6.4 Organização 6.4 Organização

A CIPA será composta

A CIPA será composta de representantes do empregador e dos empregadosde representantes do empregador e dos empregados, de, de acordo com o

acordo com o dimensidimensionamento previsto noonamento previsto no Quadro IQuadro I da NR-5, onde osda NR-5, onde os representantes dosrepresentantes dos empregadores

empregadores,, titulares e suplentestitulares e suplentes, serão por eles, serão por eles designadosdesignados  e os  e os representantes dosrepresentantes dos empregados

empregados,, titulares e suplentestitulares e suplentes,, serão eleitos em escrutínio secretoserão eleitos em escrutínio secreto, do qual participem,, do qual participem,

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