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G. Vrdoljak)

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.9. ADITIVOS NO CONCRETO

Ensina Bauer ( 2011, p. 135) que “os aditivos, até certo ponto, podem, ao causar a cura de certos defeitos ou ao introduzir certas qualidades, acarretar o aparecimento de outras deficiências”.

2.9.1. Considerações e definições

Para Falcão Bauer (2011) pode-se definir como aditivo todo produto não indispensável à composição e finalidade do concreto, que colocado na betoneira imediatamente antes ou durante a mistura do concreto, em quantidade geralmente pequenas e bem homogeneizado, faz aparecer ou refoça certas características.

Já as Normas Norte-Americanas – ASTM C 125 definem aditivo como “material

outro que não água, agregado ou cimento, empregado como ingrediente do concreto ou da argamassa, adicionado a estes, antes ou durante a mistura”.

Atualmente o concreto é o segundo material mais consumido no mundo, sendo superado apenas pela água. Desde a antiguidade até a atualidade as técnicas de dosagem,

produção e utilização do concreto passaram por incontáveis inovações, sendo constante a evolução da tecnologia da área.

Grande parte desta evolução deve-se ao emprego de aditivos no concreto, o uso de produtos adicionados ao concreto para melhorar suas propriedades remonta a civilizações antigas como a romana, onde eram empregadas substâncias como clara de ovo e sangue.

Entretanto, foi no século passado que a tecnologia de fabricação de aditivos se desenvolveu, sendo desenvolvidos produtos que permitem a melhora considerável de certas propriedades do concreto e seu emprego em produções de larga escala.

Os aditivos têm um papel de tamanha importância na produção de concreto que muitos autores já o consideram como o quinto elemento do concreto.

Os aditivos quando utilizados corretamente permitem as ações descritas a seguir: Melhorar:

- a reologia do concreto em estado fresco, ou seja, aumentar a trabalhabilidade, diminuir a segregação, entre outros,

- a pega e o endurecimento do concreto;

- a durabilidade do concreto mediante a resistência à ações físicas, à ações mecânicas e à ações químicas;

- a resistência mecânica do concreto em suas diferentes idades.

O aditivo permite obter uma regularidade na fabricação do concreto ou argamassa, especialmente em sua qualidade e ampliar o campo de aplicação do concreto.

Também diminui o custo do concreto (considerando todo o conjunto de operações e colocação em obra) aumentando o rendimento, facilitando a colocação em obra e permitindo a retirada de fôrmas em períodos mais curtos de tempo entre outros. Assim, consegue-se otimizar a relação qualidade/custo na formulação de concretos. (SOUZA, PEREIRA E BIANCHINI, 2006).

No que se refere aos efeitos específicos dos aditivos, eles dependem, por regra geral, de diversas variáveis, sendo algumas destacadas a seguir:

Por parte do cimento: - tipo e quantidade;

- composição do clinquer, especialmente conteúdo de C3A e C3S;

- adições: classe, características (composição química, finura, forma superficial); - conteúdo dos compostos alcalinos;

- conteúdo de gesso; - finura;

Por parte dos agregados: - tipo;

- características: diâmetro máximo, granulométrica e conteúdo de finos, porosidade, forma, entre outros.

Por parte do aditivo: - tipo;

- quantidade (dosagem). Fatores externos do meio ambiente:

- fundamentalmente aqueles que afetam a cinética da hidratação do cimento, como a temperaturas dos agregados, do cimento e temperatura e umidade ambiente.

2.9.2. Classificação dos aditivos

Segundo Falcão Bauer (2011, p. 136) “a classificação dos aditivos podem ser baseada na ação ou nos defeitos”.

No entanto, o critério baseado na ação é mais científico e distingue apenas as ações puramente química, física ou físico química. Entende-se por ação química aquela que modifica a solubilidade dos compostos do cimento.

Falcão Bauer (2011) ressalta que alguns produtos aceleram a dissolução de cal ou do alumínio ou da sílica, acelerando o processo, enquanto que outros formam como que uma proteção às fases anidras, retardando a hidratação.

Sendo assim, os aditivos de ação química modificam em um ou em outro sentido a cinética do processo de hidratação.

No que se refere a ação física entende-se que é aquela que por forças de absorção de Van Der Waals de natureza tensoativa, modifica a tensão superficial da fase líquida e ainda, a tensão interfacial entre esta e as fases sólidas ou gasosa. Em outras palavras pode-se dizer que os tensoativos fazem com que as moléculas de água nas interfaces “água-ar” e “água-sólido” tenham menor coesão. O que acaba por aumentar a capacidade de molhabilidade (umectação) da água, bem como seu poder de penetração.

Ensina Falcão Bauer (2011, p. 136) que “as moléculas dos tensoativos tem um radical hidrófobo e apolar e outro radical hidrófilo ou polar”.

Quanto a ação físico química, entende-se como sendo aquela que por efeito físico modifica a tensão superficial e interfacial água – “água x ar” e “água x sólido” -, e por efeito químico, modifica a cinética do processo de hidratação.

Falcão Bauer (2011), apresenta os agrupamentos para classificação e estudo das características principais ou predominantes dos aditivos, tendo como base as finalidades procuradas pela sua aplicação.

1) Aditivos destinados a melhorar a trabalhabilidade do concreto:

•Plastificantes redutores •Incorporadores de ar

•Dispersantes ou fluidificantes.

2) Aditivos modificadores das resistências mecânicas:

•Redutores plastificantes.

3) Aditivos modificadores das resistências do concreto a condições

especiais de exposição:

•Incorporadores de ar.

4) Aditivos modificadores de pega e endurecimento:

•Retardadores •Aceleradores.

5) Aditivos impermeabilizantes:

•Repelentes a absorção capilar •Redutores da permeabilidade.

6) Aditivos expansores:

•Geradores de gás

•Geradores de espuma.

Há os aditivos adesivos, anticorrosivos, corantes, fungicidas, germicidas e inseticidas. Mas há também aditivos com outras finalidades tais como:

•Controle de expansão quando empregados agregados reativos

•Melhoria das condições de lançamento do concreto com diminuição da segregação •Diminuição da exudação

•Redução do calor da hidratação

•Melhoria das condições de transporte do concreto por meio de bombas.

Falcão Bauer (2011) ressalta ainda que outras características são obtidas de materiais pulverulentos como:

•Inertes •Cimentantes •Pozolanas

•Agentes de cristalização

No entanto, antes de selecionar o aditivo, ou mesmo da opção de emprego, devem ser observados os seguintes pontos:

Comparação do custo final do concreto com as características especificadas, obtido por intermédio do emprego do aditivo, ou por meio da aplicação de método especial de construção, ou pela modificação da dosagem inicialmente proposta.

Conhecimento dos efeitos reais do aditivo ou da mistura de aditivos no concreto a ser preparado e empregado nas condições especificadas de cada obra.

Não são suficientes os ensaios genéricos de laboratório. Não obstante serem estes de grande valia e representarem uma boa ajuda, não dispensam, principalmente, nos casos mais delicados, a avaliação dos efeitos da aplicação do aditivo nas condições reais da obra.

É preciso fazer a habilitação do pessoal que irá empregar o aditivo na obra. E sobre este aspecto convém lembrar ser sempre, e com muita prudência, exigida a idoneidade do fabricante do aditivo, bem como, dos laboratórios que, por meio de seus certificados, atestam, as suas características. Porém, nunca, ou muito raramente, porém, lembram as especificações de exigir a idoneidade e competência do pessoal da obra que manuseia e emprega os aditivos.

Falcão Bauer (2011), ressalta que uma severa recomendação quanto à qualificação do pessoal que diretamente emprega o aditivo seria de grande interesse, não somente na obra, como dos próprios fabricantes, que ficariam, desta maneira, resguardados das consequências do mau emprego de seus produtos.

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