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DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR — ARTIGO 62º — A administração do ensino infantil e primário e a protecção dos alunos

ficam a cargo das câmaras municipais e dos conselhos de assistência escolar. (…) — ARTIGO 64º — Incumbe às câmaras municipais: (…) 6º) pagar aos professores os seus vencimentos, nos termos deste decreto e do respectivo regulamento; (…) 10º) organizar as folhas das rendas dos edifícios escolares e quaisquer outras para pagamento das despesas com o ensino primário do concelho; (…) 12º) promover a instalação e organização das escolas do concelho, nos termos deste decreto e de acordo com a inspecção da respectiva circunscrição; (…) — PARTE III — CAPÍTULO I: DO MAGISTÉRIO PRIMÁRIO — ARTIGO 81º — Para o exercício oficial do magistério primário de qualquer das categorias em que se divide este ensino é necessário possuir título de habilitação legal conferido pelas escolas normais. — §1º Enquanto não existir pessoal habilitado, nos termos deste decreto, para as escolas infantis, e salvo o disposto no § único do art.23º, poderão ser providas, nas escolas em que se criarem, as actuais professoras primárias com bom e efectivo serviço. (…) — ARTIGO 82º — A nomeação dos professores primários de ensino infantil e dos ensino elementar e complementar é feita pelas Câmaras Municipais, precedendo concurso documental, e sob a proposta graduada do inspector da circunscrição. (…) — ARTIGO 83º — As professoras das escolas infantis constituem uma categoria aparte, e são equiparadas, para efeitos dos vencimentos, aos professores do ensino primário elementar e complementar. (…) — ARTIGO 85º — Os professores de instrução primária, quer para o ensino infantil quer para o ensino elementar e complementar, constituem três classes e terão direito aos vencimentos fixados na tabela anexa a este decreto, a partir de 1911-04-01. (…) — ARTIGO 110º — O curso geral é ministrado em quatro anos … — ARTIGO 111º — O curso especial para a preparação do professorado feminino constará das seguintes matérias: (…) 4º) aulas de habilitação para a regência de escolas infantis, para as professoras que se destinem a essas escolas. (…) — ARTIGO 114º — Para cumprimento da disposição do artigo anterior, haverá, anexas às escolas normais, as seguintes instituições auxiliares: 1º) escola infantil; primária do sexo masculino e primária e que: — ARTIGO 138º — O governo contratará no estrangeiro, sempre que seja indispensável, os professores que julgar necessários à execução integral do programa estabelecido para as escolas normais no presente diploma, sobretudo para a regência dos cursos de pedologia, metodologia, cegos, surdos-mudos, etc., e bem assim de professoras para a habilitação das alunas que se destinam ao ensino infantil. (…)

Efectivamente, no que concerne ao ensino público, a grande reforma e referência da I República foi esta, decretada a 1911-03-29. E, na sua sequência, em 1911-08-23 foram publicados o programa das escolas infantis (DG 198 de 1911-08-25) e o regulamento das escolas normais (DG 206 de 1911- 09-04). São estes três normativos que enquadram a educação infantil nesta época.

“Em 1911, duas leis integram a essência das ideias da Primeira República acerca da educação pré-escolar, estabelecendo os fundamentos daquilo que ela deve ser no que se refere aos objectivos, programa, qualificações de professores, etc. Estas leis também estabeleceram que outras instituições para a infância,

principalmente as de tipo asilar pertencentes às autoridades locais ou central, deveriam ser transformadas em jardins de infância” (Bairrão, 1990: 10).

No programa das escolas infantis (DG 198 de 1911-08-25) encontra-se explícito o motivo que leva o Governo a publicar este programa:

Tendo em vista as altas vantagens pedagógicas do ensino infantil, como

preparação e base para o estudo primário elementar-complementar (…) As

escolas infantis têm por missão tomar o filho à mãe, apresentando-o mais tarde ao professor primário, forte, robusto, alegre, equilibrado em suas faculdades, apto para receber a semente da verdadeira instrução. — Não se trata nesta idade da preocupação de armazenar conhecimentos, mas de aperfeiçoar os instrumentos de os adquirir, precisos, conscientes e perduráveis. — Todo o fim, pois, das escolas infantis deve estar no robustecimento do organismo, na educação dos órgãos dos sentidos, e no desenvolvimento das faculdades intelectuais das crianças, segundo as leis naturais do desenvolvimento humano, enriquecendo as faculdades infantis, hora a hora, dia a dia, progressivamente, com um considerável número de conhecimentos justos, precisos e verdadeiros… — … As professoras das escolas infantis devem

possuir a mais completa habilitação no sentido pedagógico, moral e profissional da especialidade (…) O que mais importa, portanto, é habilitar,

educar, as professoras (…) [O programa deverá] servir de guia à professora para a

respectiva organização dos seus programas. (…) — BASE PARA O PROGRAMA DE EDUCAÇÃO

FÍSICA — O desenvolvimento físico nas escolas infantis obtém-se por meio de

exercícios e jogos metódica e racionalmente organizados a aplicados, sem nada haver ainda da ginástica sistematizada. — A professora terá todo o cuidado em habituar a criança a atitudes normais, respeitando todavia sempre, quanto possível, a sua liberdade de acção. — Neste ensino, como em todo que tiver de ser feito

nas escolas infantis, não poderá haver um programa definido: - todo o ensino

infantil deverá sempre estar no bom critério da professora, que, para tal, aproveitará todas as ocasiões, consciente das necessidades de cada criança, pelo estudo de observação que tiver feito sobre elas. — A educação física nas escolas infantis tem por fim o robustecimento e o bom equilíbrio orgânico das crianças, tornando-as ao mesmo tempo fortes, sadias, ágeis, corajosas, etc. — A agilidade, a destreza, conseguem-se por meio de jogos, tais como: o do arco, corda girante, quatro- cantinhos, o gato e o rato, dois é bastante três é demais) o jogo do lenço, da pela. — A educação da vontade pelos exercícios de inibição tais como: estátuas, representação de quadros. — Finalmente, para o robustecimento e bom equilíbrio orgânico das crianças, são necessários todos os exercícios que melhor se acomodarem às necessidades orgânicas destas idades, sem fadiga, sem constrangimento, e numa inteira liberdade, tais como: os exercícios de extensão, exercícios respiratórios, exercícios de agrupamentos musculares, executados por meio de jogos apropriados. — Completam a educação física os mais escrupulosos, cuidados no asseio, alimentação e vestuário das crianças, na ventilação, distribuição

da luz nas salas, capacidade e temperatura destas, etc. — EDUCAÇÃO DOS ÓRGÃOS DOS

SENTIDOS —O desenvolvimento fisiológico dos órgãos dos sentidos e dos fenómenos

que lhes são peculiares obtém-se: a) Por meio de exercícios apropriados a cada um deles em especial, analisando objectos pertencentes aos três reinos da natureza e aos usos comuns da vida; b) Estudando as qualidades desses objectos quanto à forma, cor, modos de ser e estar desses objectos; c) Decompondo esses objectos nas suas partes componentes; d) Determinando os seus fins e utilidades mais

vulgares; e) Empregando sempre os processos intuitivos; f) Pondo em actividade constante todos os sentidos e todas as faculdades, ligeira e alegremente. — O desenvolvimento do sentido da vista em especial obtém-se por meio de: a) Exercícios destinados a habituar as crianças a avaliar as dimensões dos corpos que as rodeiam, comparando-os, dividindo-os mentalmente em partes iguais, verificando depois a sua exactidão e quais as crianças que se aproximaram mais da verdade; b) Exercícios semelhantes com linhas traçadas no quadro preto em diversas direcções; c) Exercícios semelhantes com objectos colocados a distâncias desiguais, fazendo notar como o mesmo objecto parece maior ou menor, conforme estiver colocado mais perto ou mais longe; d) Alguns dos exercícios e jogos apontados já nas bases do programa para a educação física, tais como: o jogo da bola, do peão, da malha, todos aqueles em que seja preciso aplicar a vista a um ponto determinado; e) Exercícios para conhecer as diferenças características dos objectos semelhantes, tais como: a madeira de pinho, de castanho, de nogueira, etc., e o mesmo entre os metais, entre as pedras, entre os líquidos, etc.; f) Exercícios para conhecer a distinguir as cores, coleccionando flores diversas, papéis pintados, pedaços de pano, etc., etc., fazendo notar as diferenças que as cores experimentam, vistas ao longe e ao perto, ao sol e à sombra, etc.; g) Finalmente, representações, por contornos, muito simples, de todos os objectos que cercam as crianças, e de animais, plantas, etc., aproveitando-se a tendência geral que elas têm para estes exercícios, e adestrando-lhes assim, ao mesmo tempo, a mão, como preliminar do ensino do desenho e da escrita. — Para o desenvolvimento do sentido do ouvido, dever-se-á: a) proibir às crianças o mau hábito de soltar gritos discordantes, principalmente junto ao pavilhão das orelhas dos seus condiscípulos; b) Evitar todos os sons bruscos, agudos, intensos; c) Conhecer os objectos sonoros pelo som que produzem, sem que os vejam ou apalpem; d) Distinguir os sons e as direcções de onde vêm, e o mesmo a respeito da voz e do canto dos seus condiscípulos modelado de diferentes modos, empregando-se na realização destes exercícios diferentes jogos, tais como o das escondidas, da vassourinha; e) Cantar em coro, e a duas e três vozes, hinos canções populares, tratando ao mesmo tempo de amenizar e polir a voz. — Para o desenvolvimento do sentido do tacto: a) Conservar a pele das mãos de modo que nem esteja calejada, nem fina de mais, principalmente nas falanges extremas dos dedos; b) Exercitar as crianças em apalpar, sem os verem, diferentes objectos, para que julguem da sua forma, da sua temperatura, do seu peso, da sua lisura ou aspereza, etc., rectificando depois estes juízos com a vista. — À medida que o tacto se for desenvolvendo gradualmente, os objectos para estes exercícios devem ser o mais possível semelhantes. — Servem também de exercícios para este fim todos os jogos e divertimentos à semelhança da cabra-cega. — Para os sentidos do gosto e do cheiro: — É bastante auxiliar a natureza, habituando a criança a distinguir os bons dos maus sabores, os cheiros agradáveis dos desagradáveis, e também, quanto possível, a conhecer algumas substâncias pelo seu sabor e pelo seu aroma. —

DESENVOLVIMENTO DA HABILIDADE MANUAL: — Construções elementares. —

Composição, decomposição e recomposição de objectos de variadas formas, naturais, arquitectónicas e artísticas, segundo as indicações pedagógicas de Froebel. — Desenho e modelagem infantis – em plasticina, em barro, etc. — Trabalhos elementaríssimos de jardinagem e horticultura. — Exercícios com o material

froebeliano. — DESENVOLVIMENTO DOS ÓRGÃOS DA FALA: — Exercícios variados de

linguagem em forma dialogal a propósito de todo o ensino. — Cantos infantis. — Composição, decomposição e recomposição dos vocábulos, umas vezes partindo da

palavra integral até a sílaba, até o elemento simples, indecomponível, irredutível, de que ela se compõe, outras vezes partindo do elemento simples até à sílaba, à palavra, o que, em linguagem profissional e técnica, se chama análise e síntese da palavra falada, ou leitura auricular, precioso preliminar do ensino da leitura. —

DESENVOLVIMENTO DOS SENTIMENTOS MORAIS.O SENTIMENTO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL

— Chamar a atenção das crianças para as suas próprias necessidades e para a impossibilidade de nem sempre lhes dar, por si sós satisfação, fazendo-lhes assim sentir os benefícios da vida em comum com os irmãos, com os membros da família, com os criados, etc., exemplificando-os com os contos populares, tão expressivos e tão conceituosos e tanto do agrado das crianças. — Despertar nas crianças o amor do próximo. — Fazer-lhes sentir as contínuas relações em que lhes é forçoso viver, dentro e fora da escola, em harmonia, em solidariedade, com os seus condiscípulos, amigos e conhecidos. — Despertar-lhes, em suma, todos os sentimentos de boa moralidade, pela narração de factos, contos morais, anedotas, lendas, narrativas, fábulas, apólogos, apropriados à sua idade e ao seu modo de sentir e pensar, e às

ocupações da sua infantil actividade. — DESENVOLVIMENTO DO SENTIMENTO DO

RESPEITO E DA DISCIPLINA — Levar suavemente a criança ao cumprimento dos seus

deveres infantis, preceituados em harmonia com o que lhes é mais natural e possível, tanto em relação aos cuidados do asseio pessoal e conservação dos objectos do seu uso, como ao tratamento devido aos seus semelhantes, aos animais domésticos, etc. — Conhecimento das diversas autoridades locais e pessoas mais prestimosas da terra, chamando a atenção das crianças para os serviços que umas e outras prestam à localidade, incutindo-lhes assim naturalmente os sentimentos de estima, de respeito e acatamento que se lhes devem. — Despertar nas crianças o respeito e a sujeição às leis e às autoridades da República chamando-lhes a atenção para as garantias de bem-estar e de segurança que estas representam na sociedade.

— DESENVOLVIMENTO DA INTELIGÊNCIA — Exercício de todas as funções intelectuais,

principalmente da percepção a atenção, como bases indispensáveis para o juízo e para o raciocínio, pela observação presencial directa de todos os objectos e dos fenómenos que os rodeiam – observando, examinando, comparando, e dando ao mesmo tempo a exacta e possível satisfação a todos os por quês e para quês das crianças. — CONTAR ATÉ 100: Soma e subtracção — Com o auxílio de todos os objectos que entram nos seus jogos e brinquedos que melhor se prestem e sejam de fácil contagem: a) Fazer simples adições intuitivas da unidade para ensinar a contar de 1 até 10; b) O mesmo exercício com relação às dezenas; c) Seguir o mesmo processo tomando as unidades concretas 2 a 2, 3 a 3, 4 a 4, 5 a 5, etc.; d) Proceder pelo mesmo processo intuitivo à subtracção. — Em cada agrupamento de 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9 objectos, poder-se-á colocar o algarismo correspondente, que ficará assim

sendo conhecido da criança, sem nenhum esforço. — NOÇÕES DE GEOGRAFIA

DESCRITIVA PELA OBSERVAÇÃO DOS LUGARES QUE A CRIANÇA CONHEÇA — Conhecimento

intuitivo do rio, riacho ou ribeira, montes, montanhas, vales, cabos, penínsulas, na própria localidade ou nas localidades mais próximas, realizando a professora passeios para este fim, nos quais as crianças poderão não só adquirir estes conhecimentos, mas todos os que se oferecerem a estiverem ao alcance do seu desenvolvimento intelectual e que não seja possível adquirir intuitivamente na escola. — Exemplificação de todos aqueles acidentes geográficos, sobre a areia, nos jardins da

escola. — ENSINO DA LÍNGUA MATERNA — A língua materna não pode tratar-se

isoladamente. — Abrange todos os assuntos, faz parte essencial de todos os programas, de todo o ensino, por mais variado que se conceba e qualquer que seja o

seu fim, pois o ensino da língua materna consiste na aquisição do vocabulário por exercícios graduados da linguagem familiar, tomando por base o conhecimento de todos os objectos e das suas aplicações, de forma a criar ideias exactas e a habituar a criança a representá-las facilmente pelas palavras que mais clara e correctamente as possam exprimir. — O ensino da língua materna começa logo que a criança, por assim dizer, balbucia as primeiras palavras, fazendo-lhas ouvir clara e correctamente pronunciadas. — Nas escolas infantis exerce-se: a) Dando a conhecer os nomes de todos os objectos, das principais partes do corpo humano, fazendo-os repetir pelas crianças e corrigindo defeitos de dicção, para o que são auxiliares poderosíssimos e essenciais a análise e a síntese da palavra falada; b) Chamando-lhes depois a atenção para as qualidades e utilidades desses objectos, animais, vegetais, minerais, móveis, utensílios caseiros, peças de vestuário, alimentos, pesos e medidas mais vulgares, etc., fazendo-lhes juntar correctamente essas qualidades quanto à cor, quanto à forma, ao peso, temperatura, etc., aos nomes por que já os distinguem; c) Juntando ao nome de cada animal conhecido uma acção ou mais que lhe seja própria; d) Atribuindo acções a uma pessoa ou a um animal que usualmente as pratica ou pode praticar, ou que lhe são peculiares; e) Encontrando pessoas ou objectos que possam exercer ou sofrer dadas acções, tendo o máximo cuidado em que as crianças se expressem com correcção, sem deixar de empregar termos familiares e mais usuais; f) Formando pequenas frases ou juízos singelos e simples, acerca de qualquer objecto ou animal apresentado a sua observação. [Este mesmo exercício em relação ao presente, ao pretérito e ao futuro, absolutos, do modo indicativo, e depois gradualmente nos outros tempos e modos subordinados, sem, claro está, lhes falar em verbos, tempos ou modos.] Poder-se-á tomar para ponto de partida deste exercício a ampulheta. g) Finalmente, fazendo conhecer intuitiva, analógica e praticamente às crianças as relações ou circunstâncias de tempo, de lugar, de modo, etc., em que uma pessoa animal ou cousa pode existir. — Todos estes exercícios deverão realizar-se a propósito de tudo e em todos os momentos, singela, despretensiosa, e, quase se pode dizer, insensivelmente; e, por meio de jogos, tais como o jogo dos animais, o das sombras, o da serra, o dos ofícios

adivinhados, o da coruja, o das flores. — DO ENSINO INFANTIL — ARTIGO 1° — O

ensino infantil deve ter por objectivo: a) O desenvolvimento e robustecimento físico das crianças; b) A educação dos órgãos dos sentidos; c) O desenvolvimento da habilidade manual; d) A educação e aperfeiçoamento dos órgãos da fala; e) O desenvolvimento dos sentimentos morais: o sentimento da solidariedade social, o sentimento da disciplina e da ordem, da justiça, da própria dignidade em geral - o sentimento do dever e a consciência do direito; f) O desenvolvimento da inteligência; g) Finalmente, o desenvolvimento harmónico de todas as faculdades físicas,

morais e intelectuais, dando-se às crianças ideias úteis, justas, exactas, de tudo o que sem constrangimento elas possam compreender e conservar, como auxiliar e preparatório para entrar na escola primária. — ARTIGO 2° — O

ensino deverá ser feito gradual e progressivamente, limitando-se, para as crianças de quatro a cinco anos, quase exclusivamente aos cuidados de educação física, ao

equilíbrio e aperfeiçoamento orgânico. — ARTIGO 3° — Os processos de ensino serão

exclusivamente intuitivos. — ARTIGO 4° — As lições serão sempre curtas e feitas de

maneira que facilmente possam despertar o interesse das crianças, aproveitando-se para elas o ensejo que as própria. crianças oferecerem, habilmente conduzidas pela professora, que procurará assim fazer surgir os assuntos de modo que trate em cada

anos as crianças poderão receber lições mais metodizadas, não podendo todavia estas ainda ter mais de vinte minutos de duração e sendo sempre separadas por cantos populares e patrióticos, jogos ou qualquer outra diversão, não esquecendo

jamais que nas escolas infantis é brincando que a criança se educa. — DEPENDÊNCIAS

DA ESCOLA — MOBILIÁRIO — ARTIGO 6° — As escolas infantis serão instaladas em

edifícios próprios, construídos em terrenos vedados ou em quaisquer edifícios públicos ou particulares plenamente adaptáveis, com todas as condições higiénicas e pedagógicas. — § único. Nenhuma escola infantil se poderá fundar sem ter

anexo um terreno arborizado e preparado de forma a permitir ali a permanência

das crianças durante todo o tempo que estiverem na escola no verão, e todo o tempo possível no Inverno, e a fornecer-lhes as noções práticas mais elementares do

ensino de jardinagem e horticultura. — ARTIGO 7° — As salas das escolas deverão ser

forradas de ardósia até a altura das crianças, ou ter em volta quadros pretos, para favorecer a tendência que estas têm para representar, a seu modo, qualquer objecto ou animal que mais as interessou, aproveitando a professora esta tendência para lhes incutir o gosto pelo desenho e os hábitos da observação, da exactidão e precisão, como auxiliares poderosíssimos do aperfeiçoamento e educação do sentido

da vista e destreza da mão. — ARTIGO 8° — As salas serão espaçosas, com excelente

disposição de luz, ventilação e exposição, e, sempre que isso for possível,

aproximadamente ao mesmo nível do jardim. — ARTIGO 9° — Deverá haver, além

destas salas, um dormitório, visto as crianças dos quatro a cinco anos, pelo menos, terem ainda absoluta necessidade deste repouso durante o dia e não se dever de forma alguma estorvar-lho. — § único. Os leitos serão de fácil limpeza e muito

ligeiros. — ARTIGO 10° — Deverá haver, finalmente, uma sala arejada para cabides;

um gabinete para as professoras; uma sala com lavatórios; e um balneário com tudo que for necessário para que as crianças possam tomar na escola os seus banhos de limpeza, sempre que isso se reconhecer necessário, e quando este não for possível,

tinas para o mesmo fim na sala dos lavatórios. — ARTIGO 11° — Quando a escola não

tiver ainda anexa uma cantina, haverá uma cozinha com fogão e o material necessário para que as empregadas possam aquecer ou preparar as refeições que as

crianças devem necessariamente tomar na escola. — ARTIGO 12° — O mobiliário

constará de uma mesa grande em forma de ferradura, disposta no meio de cada uma das salas, com bancos-cadeiras em volta, uma e outros proporcionados à altura das crianças; de cadeiras e secretarias para as professoras, e cadeiras pequenas para as