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Além da Administração de materiais, as organizações tem sua atenção voltada também para os recursos patrimoniais ou ativos imobilizados, visto que representam elementos essenciais tanto para organizações produtoras como para prestadoras de serviços. Os recursos patrimoniais são considerados requisito fundamental para a vida de uma organização, como consequência, portanto, elas estão dispostas a fazer uma série de investimentos de longo prazo em ativos imobilizados, nos quais Martins e Alt (2006, p.149) definem como, “instalações utilizadas nas operações do dia-a-dia da empresa”, acrescentam ainda que se tratam de “instalações, máquinas, equipamentos, terrenos, prédios, galpões e veículos da empresa”.

Nesta perspectiva, podemos definir recursos patrimoniais como “todos os bens necessários para a empresa operar, criar valor e proporcionar satisfação ao cliente. Os bens patrimoniais não são adquiridos todos de uma só vez, mas durante sua existência” (POZO, 2010, p. 190).

No entendimento de Francischini e Gurgel (2010, p.285) o ativo imobilizado é “todo ativo de natureza relativamente permanente, que é normalmente mantido na empresa para a utilização na produção de mercadorias ou prestação de serviços”.

Na perspectiva da gestão pública, ativos permanentes ou imobilizados compreendem o “conjunto de bens móveis ou imóveis que estão sob a guarda, uso, administração e responsabilidade da Instituição” (SANTOS, p. 454). Os recursos patrimoniais podem ser divididos em móveis e imóveis. Bens móveis são “aqueles que, em razão do seu uso corrente, não perde a sua identidade física, e/ou tem durabilidade superior a dois anos” (SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL, 1996).

Para Francischini; Gurgel (2010, p.285) possuem características particulares e devem “ter natureza relativamente permanente; ser utilizado na operação do negócio; e não ser destinado à venda”.

Neste sentido, Pozo (2010, p. 190) conclui que “é de suma importância uma perfeita adequação e manutenção dos bens patrimoniais para o sucesso da organização”. Os recursos materiais são importantes para a operacionalização e produção, porém, em geral, são consumíveis e de pouca durabilidade. Quanto aos recursos patrimoniais, podemos dizer, que

são a estrutura, ou os equipamentos que fazem a estrutura funcionar. Dessa forma, são, em geral, recursos com maior custo, devendo ser preservados e mantidos para que não ocorram prejuízos.

A importância de uma boa gestão de manutenção dos bens está relacionada tanto em evitar perdas financeiras como a imagem da organização, visto que se deve evitar a agressão ao meio-ambiente. Isso se torna mais sério quando se trata de órgão público, na qual seu objetivo é o bem estar da população e transparência em suas ações.

4.1 Depreciação

Uma das maiores características dos recursos patrimoniais que os diferem dos recursos materiais é que eles têm a particularidade de passarem por depreciação. Isso se deve a sua característica de que um bem decorrente de seu uso, leva a sua obsolescência e o leva a perda de valor.

A depreciação “é a redução do valor dos bens pelo desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência” (SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL, 1996).

Segundo Pozo (2010, p. 194), a depreciação “é controlada e regulada pela Receita Federal, mediante instruções normativas em função do bem e de uso diário”. Isso é regulamento para as empresas privadas, porém como as taxas anuais de depreciação ainda não foram estabelecidas, o setor público deprecia os bens utilizando as taxas definidas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.

Todos os procedimentos de aquisição, movimentação de materiais têm reflexo na contabilidade. Dessa forma, é necessário ser atualizados todos os valores correspondentes a recursos patrimoniais. Quanto à depreciação, de acordo com a Receita Federal:

Referida perda de valor dos ativos, que têm por abjetos físicos do ativo imobilizado das empresas, será registrada periodicamente nas contas de custo ou despesa (encargos de depreciação do período de apuração) que terão como contrapartida contas de registro da depreciação acumulada, classificadas como contas retificadoras do ativo permanente RIR/1999, art. 305, Consultado em 21/06/2008 às 18 horas.

Para o cálculo da depreciação a Receita Federal utiliza a método linear, ou linha reta, que consiste em o bem ser “depreciado em partes iguais durante sua vida útil. A vida útil

de um bem irá depender das quantidades de horas que ele operará em um dia, [..]a vida útil de um bem em especial terá tempo de depreciação diferentes em diferentes empresas” (POZO, 2010, p. 194).

O cálculo da depreciação geralmente se baseia em períodos de 12 meses de uso, e as quotas de depreciação são calculadas levando-se em consideração o valor do bem objeto da depreciação, o tempo de vida útil estimada do bem, o tempo utilizado em relação ao tempo de vida útil estimada do bem e o valor residual. A depreciação linear pode ser calculada da seguinte forma:

D = Vi – Vr N Onde:

D = Depreciação

Vi = Valor Inicial do Bem Vr = Valor Residual do Bem Pu = Período útil de vida do bem

4.2 Vida Econômica do Bem

As atualizações do valor bem dada a partir da depreciação têm acompanhado o bem durante toda sua vida útil. Neste sentido, outro conceito importante para o entendimento sobre os recursos patrimoniais seria o conceito de vida econômica dos bens. Segundo Pozo (2010, p. 195),

a vida econômica dos recursos patrimoniais, ou sejam de um bem, é o período de tempo em que esse bem opera até atingir seu menor custo de operação. Esse custo operacional é determinado de Custo Anual de Operação e é elaborado por meio da soma do custo de aquisição do bem e do custo operacional acumulado dividido pelo período desejado.

Sabemos que com o desgaste a partir do uso, os bens necessitam cada vez mais de manutenção sob o intuito de serem mantidos na organização. Assim, segundo Martins e Alt (2001, p. 225), “é de se esperar que os custos operacionais aumentem com o passar do tempo.

Paralelamente, seu valor de venda ou de mercado vai diminuindo. A partir de um determinado instante não é mais interessante manter o bem, é quanto ele atingiu a vida econômica”.

Os conceitos de depreciação e vida econômica são importantes na hora da decisão de continuar com um bem ou adquirir um novo capaz de atender as necessidades operacionais da instituição.

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