3.5 Dimensão Desempenho do Sistema de Saúde
3.5.2 Desempenho dos Modelos de Atenção Básica à Saúde
3.5.2.2 Utilização de Serviços na População de Abrangência da UBS
3.5.2.2.3 Adultos
A recomendação médica para a prática de exercícios físicos em alguma consulta alcançou 30% (n = 31) da amostra do município, sendo que esta mesma recomendação na última consulta foi referida por 24% (n = 26) dos adultos. Não houve diferenças significativas entre os modelos de atenção neste sentido (Tabela 3.41).
Tabela 3.41 - Atividade física dos adultos estudados em Jaboatão dos Guararapes, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.
Jaboatão dos Guararapes (%) Indicador
PSF Tradicional Total Recomendação médica da UBS para a prática de
exercícios físicos 30 32 30
Recomendação médica da UBS para a prática de
exercícios físicos na última consulta 27 20 24
Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)
O diagnóstico de HAS foi informado por 26% (n = 39) dos adultos estudados, com duração média conhecida do problema de 7,8 anos (dp = 7,8), sendo semelhante entre os modelos de atenção (Tabela 3.42).
A consulta por hipertensão na UBS da área foi informada por 55% (n = 21) dos adultos da amostra, tendo sido agendada para 75% (n = 15) dos usuários. A maioria (44%, n = 8) recebeu atendimento na mesma semana da solicitação, enquanto 28% (n = 5) foi atendido no mesmo dia e outros 28% (n = 5) após uma semana. O tempo
decorrido desde a última consulta por HAS foi em média de 46 dias (dp = 41,4), sendo esta significativamente maior entre os hipertensos de áreas das UBS Tradicionais (76,0; dp = 47,4) que aqueles de áreas de PSF (33,1; dp = 32,4) - (Tabela 3.42).
Em termos terapêuticos, 77% (n = 30) dos hipertensos utilizavam medicamentos, enquanto cerca de um terço (31%; n = 12) informou adotar outras formas de tratamento além daquelas preconizadas pelo médico, sem diferenças significativas entre os modelos (Tabela 3.42).
A participação de atividades em grupos para hipertensos na UBS da área foi informada por 18% (n = 7) da amostra e a hospitalização por HAS aconteceu nos últimos dois anos para 16% (n = 6). As diferenças observadas neste caso não se mostraram significativas (Tabela 3.42).
Tabela 3.42- Hipertensão Arterial Sistêmica nos adultos estudados em Jaboatão dos Guararapes, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel,
Lote 2 NE, 2005.
Jaboatão dos Guararapes Indicador
PSF Tradicional Total
Prevalência de HAS (%) 26 26 26
Tempo médio de diagnóstico (anos) 7,8 7,6 7,8
Consulta por HAS na UBS da área (%) 54 58 55
Consulta agendada (%) 64 100 75
Agendamento para o mesmo dia (%) 39 0 28
Agendamento para outro dia na mesma semana
(%) 39 60 44
Tempo desde a última consulta (dias) 33,1 76,0 46,0
Precisa usar medicamentos para HAS (%) 81 69 77
Outras formas de tratamento (%) 27 39 31
Participação em grupos de HAS (%) 27 0 18
Hospitalização por HAS nos últimos dois anos
(%) 20 8 16
Diabetes Mellitus (DM)
O diagnóstico de diabetes foi informado por 8% (n = 12) dos adultos estudados, e o tempo de conhecimento do diagnóstico foi de 3,4 anos (dp = 5,9), sem diferenças significativas entre os modelos de atenção (Tabela 3.43).
O local de consulta nos últimos seis meses para a doença foi a UBS da área de para 33% (n = 4) dos entrevistados, tendo sido agendadas para 75% (n=3). A metade (50%, n = 2) conseguiu ser atendida no mesmo dia e a outra metade (50%, n = 2) na mesma semana. O tempo decorrido desde a última consulta foi em média de 28,0 dias (dp = 31,6), sendo significativamente maior entre os diabéticos de áreas das UBS Tradicionais (75,0; dp = 0) que aqueles de áreas de PSF (12,3; dp = 4,6) - (Tabela 3.43).
O uso de medicação para o tratamento da doença foi referido por 75% (n = 9) adultos com DM, enquanto a adoção de outras formas de tratamento, além daquelas preconizadas pelo médico foi relatada por 50% (n = 6) destes, sem ter sido observada diferença significativa entre os modelos (Tabela 3.43).
Apenas dois (17%) adultos com DM informaram participação em atividades de grupo na UBS da área, e nenhum referiu hospitalização pelo problema nos últimos 2 anos (Tabela 3.43).
Tabela 3.43 - Diabetes Mellitus nos adultos estudados em Jaboatão dos Guararapes, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.
Jaboatão dos Guararapes Indicador
PSF Tradicional Total
Prevalência de diabetes (%) 9 6 8
Tempo médio de diagnóstico (anos) 4,1 1,3 3,4
Consulta por diabetes na UBS da área (%) 33 33 33
Consulta agendada (%) 67 100 75
Agendamento para o mesmo dia (%) 67 0 50
Agendamento para outro dia na mesma semana
(%) 33 100 50
Tempo desde a última consulta (dias) 12,3 75,0 28,0 Precisa usar medicamentos para diabetes (%) 67 100 75
Outras formas de tratamento (%) 44 67 50
Participação em grupos de diabetes (%) 22 0 17
Hospitalização por diabetes nos últimos dois
anos (%) 0 0 0
Consulta por problemas psíquicos
“Problema de nervos” foi referido por 21% (n = 33) dos adultos estudados em Jaboatão dos Guararapes, e a média de duração deste sofrimento foi de 15,8 (dp = 14,0) anos – (Tabela 3.44).
Entre os adultos com problema de nervos, quatro (12%) consultaram na UBS da área nos últimos seis meses, dos quais dois (50%) agendaram consulta. O tempo transcorrido desde o último atendimento foi de 75,0 dias (Tabela 3.44).
Mais da metade (53%, n = 17) das pessoas que se consideraram portadoras deste tipo de problema mencionaram a necessidade de usar medicamento, sendo que outras formas de tratamento, além da orientada pelo médico, foram adotadas por 34% (n = 11) (Tabela 3.44).
Dois (17%) entrevistados haviam participado de atividades de grupo para portadores deste tipo de sofrimento e, nenhum adulto foi hospitalizado por este problema nos últimos dois anos (Tabela 3.44).
Nenhuma das diferenças observadas se mostrou significativa entre os modelos de atenção.
Tabela 3.44 - Problemas de nervos nos adultos estudados em Jaboatão dos Guararapes, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel,
Lote 2 NE, 2005.
Jaboatão dos Guararapes Indicador
PSF Tradicional Total
Prevalência de problemas de nervos (%) 18 28 21
Tempo médio de diagnóstico (anos) 19,8 10,1 15,8
Consulta por problemas de nervos na UBS da área
(%) 22 0 12
Consulta agendada (%) 50 0 50
Atendimento no mesmo dia (%) 50 0 50
Tempo desde a última consulta (dias) 75,0 0 75,0
Precisa usar medicamentos para problemas de nervos
(%) 50 57 53
Outras formas de tratamento (%) 28 43 34
Participação em grupos (%) 22 0 17
Saúde da Mulher
Na amostra de adultos estudados, 56% (n = 88) eram mulheres com idade média foi de 44,6 anos (dp = 9,5). Um quarto (25%, n = 22) das mulheres estudadas no
município havia consultado no último ano para problemas ginecológicos. O tempo de espera entre a marcação da consulta e sua realização foi de 11,8 (dp = 21,0) dias.
Apenas uma (1%) entrevistada informou história familiar de câncer de mama em mãe. Das mulheres que consultaram na UBS da área por problemas ginecológicos no último ano, apenas 18% (n = 4) tiveram as mamas examinadas na última consulta ginecológica.
A grande maioria (97%; n = 84) das mulheres conhecia o exame para prevenção do câncer de colo uterino, das quais 96% (n = 81) delas já o havia realizado alguma vez na vida (Tabela 3.45).
Do total das mulheres estudadas no município, 40% (n = 35) realizou mamografia (Tabela 3.45).
Nenhuma das variáveis referentes à saúde da mulher apresentou diferença significativa entre os modelos de atenção.
Tabela 3.45 - Prevenção do câncer de colo uterino nas mulheres da amostra de adultos de Jaboatão dos Guararapes, por modelo de atenção. Estudo de Linha de
Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.
Jaboatão dos Guararapes (%) Indicador
PSF Tradicional Total
Conhece exame pré-câncer 95 100 97
Já fez pelo menos um exame pré-câncer 96 96 96
Já fez pelo menos uma mamografia 39 41 40
Nos últimos três meses, 18% (n = 15) das mulheres havia consultado na UBS da área por outro motivo diferente do ginecológico, realizando em média 0,3 (dp = 0,6) consultas cada uma.
Opinião sobre o atendimento na UBS
Na opinião dos adultos, em uma escala de zero a dez, a qualidade do
atendimento foi avaliada em 7,9, não havendo diferença significativa entre os modelos de atenção.
Saúde bucal
Na amostra de Jaboatão dos Guararapes a avaliação em saúde bucal apontou, no grupo de adultos, que 97% (n = 150) realizava limpeza dos dentes (Tabela 3.46).
Dos adultos que realizavam higiene bucal, 48% (n = 72) afirmou escovar os dentes três vezes ao dia, 35% (n = 52) duas vezes ao dia e 17% (n = 26) uma vez ao dia. Praticamente a totalidade destes (99% ; n = 148) realizava a limpeza com escova e pasta de dentes, sendo que 58% (n = 90) ainda utilizava palito e / ou fio dental para auxiliar a higiene (Tabela 3.46).
Entre os adultos, cerca de um terço (29%; n = 44) disse ter recebido orientação em saúde bucal no último ano. Destes, a maioria afirmou tê-la recebido através de programa de rádio ou tv (35%, n = 14), 34% (n = 13) do dentista da UBS; 21% (n = 8) do dentista privado; 11% (n = 4) de ACS; 5% (n = 2) de outro profissional da UBS ou da escola; 3% (n = 1) de familiar; e outros 8% (n = 3) via outras formas (Tabela 3.46). No último ano, cerca de um quarto (23%, n = 35) dos adultos fez revisão dos dentes, 27% (n = 40) teve dor de dente; 18% (n = 27) fez tratamento para cárie; 19% (n = 29) bateu ou quebrou algum dente; e 20% (n = 30) teve problemas na gengiva (Tabela 3.46).
Problemas dentários impediram que 5% (n = 7) dos adultos estudados em Jaboatão dos Guararapes fosse trabalhar; que um (1%) fosse à escola; e que outros três (2%) cumprissem com suas atividades sociais e / ou de lazer.
Nos últimos doze meses, 38% (n = 58) dos entrevistados foram atendidos por dentistas, e, o local procurado foram os serviços privados (62%; n = 36), seguidos pelas UBS (36%; n = 21), e Pronto-Socorro (2%; n = 1) - (Tabela 3.46). Quanto ao grau de satisfação com o atendimento prestado, os dentistas obtiveram uma nota média de 8,5. Além disso, a grande maioria (95% ; n = 55) informou ter tido seu problema resolvido,
e apenas dois (3%) adultos precisaram ser encaminhados a serviços especializados, mas nenhum conseguiu este atendimento.
Dos adultos entrevistados, 97% (n = 150) já havia realizado extração de dente (Tabela 3.46). Destes, 5% (n = 8) extraiu apenas um dente, 81% (n = 121) extraiu mais de um dente e 14% (n = 21) havia extraído todos os dentes.
O uso de prótese foi referido por 55% (n = 84) dos adultos. Destas próteses, 7% (n = 6) haviam sido feitas há menos de um ano; 37% (n = 30) entre um e cinco anos, e 56% (n = 45) há mais de cinco anos (Tabela 3.46).
Cerca de um quarto (26%, n = 40) dos adultos informou ter dificuldade para mastigar e, a ocorrência atual ou passada de ferida na boca foi mencionada por 9% (n = 14). O tempo de duração da ferida foi em média de 21,9 (dp = 65,9) meses e 20% (n = 3) da amostra afirmou que a ferida ainda persistia (Tabela 3.46).
Quando feitas as comparações entre os modelos de atenção, apenas a orientação em saúde bucal feita pelo dentista apresentou diferença significativa; em que este tipo de orientação foi mais freqüente nas UBS do PSF (46%, n = 12) que nas UBS
Tabela 3.46 - Características de saúde bucal dos adultos estudados em Jaboatão dos Guararapes, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel,
Lote 2 NE, 2005.
Indicador Jaboatão dos
Guararapes (%)
Realiza limpeza dos dentes 97
Escova 3 vezes ou mais ao dia 48
Utilização de escova e pasta de dentes na higiene bucal 99 Utilização de palito e/ou fio dental na higiene bucal 58 Recebeu alguma orientação em saúde bucal no último ano 29 Recebeu orientação do dentista da UBS de abrangência 34
Fez revisão dos dentes no último ano 23
Teve dor de dente no último ano 27
Bateu / quebrou algum dente no último ano 19
Teve problemas de gengiva no último ano 20
Foi atendido por dentista no último ano No Posto de Saúde
Em serviço Privado
38 36 62
Já extraiu pelo menos um dente 97
Usa prótese 55