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3.5 Dimensão Desempenho do Sistema de Saúde

3.5.2 Desempenho dos Modelos de Atenção Básica à Saúde

3.5.2.2 Utilização de Serviços na População de Abrangência da UBS

3.5.2.2.4 Idosos

Atividade física

A recomendação médica para a prática de exercícios físicos em alguma consulta alcançou 45% (n = 54) da amostra de idosos, em proporção significativamente maior nas UBS do PSF (55%; n = 39) em relação às UBS Tradicionais (31%; n = 15). Esta mesma recomendação na última consulta foi referida por 31% (n = 38) dos idosos, ocorrendo novamente em maior proporção nas UBS do PSF (40%, n = 31) que nas UBS Tradicionais (15%, n = 7) - (Tabela 3.47).

Tabela 3.47 - Atividade física dos idosos estudados em Jaboatão dos Guararapes, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Jaboatão dos Guararapes (%) Indicador

PSF Tradicional Total Recomendação médica da UBS para a prática de

exercícios físicos 55 31 45

Recomendação médica da UBS para a prática de

exercícios físicos na última consulta 40 15 31

Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)

A prevalência de Hipertensão Arterial Sistêmica entre os idosos foi de 66% (n = 95), sendo o tempo médio que os idosos sabiam de sua hipertensão de 10,6 anos (dp = 10,2), sem diferenças entre os modelos de atenção (Tabela 3.48).

Já em relação à consulta por hipertensão, 49% (n = 45) dos idosos buscaram a UBS da área, sendo esta ocorrência significativamente mais freqüente entre os residentes de áreas cobertas pelas UBS do PSF (58%; n = 37) do que entre as de UBS Tradicionais (29%; n = 8).

Para aqueles que consultaram na UBS da área, a consulta foi agendada em 85% (n = 40) das situações. Entretanto, a maioria (47%, n = 20) dos idosos hipertensos conseguiu ser atendido na mesma semana da solicitação; 40% (n = 17) aguardaram oito dias ou mais para ser atendidos e 14% (n = 6) conseguiu atendimento no mesmo dia. O tempo decorrido desde a última consulta por HAS foi de 41,5 dias (dp = 35,3), não sendo significativa a diferença quando comparadas as médias entre os modelos (Tabela 3.48).

O uso de medicamentos para o controle da pressão arterial era uma realidade para 94% (n = 89) dos idosos hipertensos e, outras formas de tratamento, além daquelas indicadas pelo médico, eram adotadas por 37% (n = 35). Para nenhum destes casos a diferença foi significativa (Tabela 3.48).

Participar de atividades de grupo dedicadas aos hipertensos na UBS foi uma afirmação de 30% (n = 28) desta amostra. Já a hospitalização por HAS aconteceu para 22% (n = 20), sendo em freqüência significativamente maior entre os residentes de áreas de UBS Tradicionais (36%, n=10) que de PSF (15%, n=10) - (Tabela 3.48).

Tabela 3.48 - Hipertensão Arterial Sistêmica nos idosos estudados em Jaboatão dos Guararapes, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel,

Lote 2 NE, 2005.

Jaboatão dos Guararapes Indicador

PSF Tradicional Total

Prevalência de HAS (%) 70 59 66

Tempo médio de diagnóstico (anos) 10,3 11,3 10,6

Consulta por HAS na UBS da área (%) 58 29 49

Agendamento para o mesmo dia (%) 18 0 14

Agendamento para outro dia na mesma semana (%) 44 56 47

Agendamento para mais de uma semana (%) 38 44 40

Tempo desde a última consulta (dias) 42,7 34,7 41,5

Precisa usar medicamentos para HAS (%) 92 97 94

Outras formas de tratamento (%) 33 45 37

Participação em grupos de HAS (%) 35 17 30

Hospitalização por HAS nos últimos dois anos (%) 15 36 22

Diabetes Mellitus (DM)

O diagnóstico de diabete foi informado por 18% (n = 25) dos idosos

entrevistados e o tempo médio que tinham conhecimento do diagnóstico foi de 9,4 (dp = 10,6) anos (Tabela 3.49).

Mais da metade dos idosos (56%; n = 14) consultaram por diabetes na UBS da área e, sendo necessário agendamento em 85% (n = 11) dos casos. A minoria (17%, n = 2) conseguiu atendimento no mesmo dia da solicitação; 42% (n = 5) na mesma semana e, outros 42% (n = 5) para mais de oito dias. O tempo médio decorrente desde a última consulta foi de 32,9 dias (dp = 18,7) - (Tabela 3.49).

O uso de medicamentos para o controle de diabetes era uma realidade para 88% (n = 22) dos idosos e outras formas de tratamento, além das indicadas pelo médico, foram adotadas por 8% (n = 2). Já a participação em atividades de grupo dirigidas aos

diabéticos na UBS foi uma afirmação de 38% (n = 9) dos idosos e a hospitalização por DM aconteceu para cinco (20%) idosos. (Tabela 3.49).

Para nenhuma das variáveis referentes ao problema de diabetes nos idosos as diferenças entre os modelos se mostraram significativas.

Tabela 3.49 - Diabetes Mellitus nos idosos estudados em Jaboatão dos Guararapes, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Jaboatão dos Guararapes Indicador

PSF Tradicional Total

Prevalência de diabetes (%) 17 18 18

Tempo médio de diagnóstico (anos) 7,1 14,0 9,4

Consulta por diabetes na UBS da área (%) 63 44 56

Agendamento para o mesmo dia (%) 20 0 17

Agendamento para mais de uma semana (%) 40 50 42

Tempo desde a última consulta (dias) 29,3 45,0 32,9

Precisa usar medicamentos para diabetes (%) 94 78 88

Outras formas de tratamento (%) 6 13 8

Participação em grupos de diabetes (%) 38 38 38

Hospitalização por diabetes nos últimos dois anos (%) 25 11 20

Problemas Psíquicos

A proporção de idosos que referiram problemas de nervos foi de 23% (n = 32), e o tempo médio que sabiam ter este tipo de problema foi de 15,4 (dp = 17,7) anos. Apenas oito (26%) idosos com problema psíquico referiram consulta por este motivo na UBS de seu bairro, tendo sido as consultas agendadas em 86% (n = 6) dos casos. Dos oito idosos que haviam buscado a UBS da área, apenas um (14%) conseguiu

atendimento no mesmo dia; enquanto quatro (57%) conseguiram para a mesma semana e dois (29%) para oito dias ou mais, sendo que um não prestou esta informação. O tempo decorrente desde a última consulta em relação à data da entrevista foi de 46,6 (dp

= 51,0) dias, média que foi significativamente maior entre os residentes das áreas de UBS Tradicionais (150,0; dp = 0) que de UBS do PSF (29,3; dp = 25,0) - (Tabela 3.50).

O uso de medicamentos para problema de nervos foi referido por 75% (n = 24) dos idosos, e outras formas de tratamento além da indicada pelo médico foram adotadas por 28% (n = 9). Dentre os idosos com problema de nervos, apenas um (4%) participou de atividades de grupo para portadores de sofrimento psíquico (PSP) na UBS e dois (6%) informaram ter hospitalizado nos últimos dois anos por este tipo de problema. Nenhuma das diferenças observadas entre os modelos para estas variáveis se mostrou significativa (Tabela 3.50).

Tabela 3.50 - Problemas de nervos nos idosos estudados em Jaboatão dos Guararapes, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel,

Lote 2 NE, 2005.

Jaboatão dos Guararapes Indicador

PSF Tradicional Total

Prevalência de problema de nervos (%) 26 16 23

Tempo médio de diagnóstico (anos) 17,0 9,3 15,4

Consulta por problema de nervos na UBS da área

(%) 26 25 26

Agendamento para o mesmo dia (%) 17 0 14

Agendamento para outro dia na mesma semana (%) 50 100 57 Tempo desde a última consulta (dias) 29,3 150,0 46,6 Precisa usar medicamentos para problema de nervos

(%) 71 88 75

Outras formas de tratamento (%) 21 50 28

Participação em grupos (%) 6 0 4

Hospitalização por problema de nervos nos últimos

Cuidado domiciliar

A necessidade de cuidado domiciliar nos últimos três meses foi informada por 10% (n = 15) dos idosos amostrados no município, sendo em proporção

significativamente maior entre aqueles residentes em áreas do PSF (15%, n = 14) que de UBS Tradicionais (2%, n = 1). Utilizando uma escala de zero a dez, a satisfação média informada com o atendimento domiciliar foi de 8,9 (dp = 2,8) - (Tabela 3.51).

Entretanto, mais de um quarto dos idosos 29% (n = 42) afirmou necessitar de cuidados domiciliares com regularidade, sendo a mesma proporção entre as diferentes áreas de abrangência (Tabela 3.51).

Tabela 3.51 - Necessidades de cuidado domiciliar dos idosos estudados em Jaboatão dos Guararapes, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel,

Lote 2 NE, 2005.

Jaboatão dos Guararapes Indicador

PSF Tradicional Total Cuidado domiciliar nos últimos três meses (%) 15 2 10 Necessidade de cuidado domiciliar com regularidade

(%) 29 29 29

Satisfação com cuidado recebido (0 a 10) 8,9 --* 8,9 * O idoso que recebeu este atendimento da UBS Tradicional não prestou tal avaliação.

Saúde bucal

Na amostra de Jaboatão dos Guararapes, a avaliação em saúde bucal apontou que no grupo de idosos 83% (n = 120) realizava limpeza dos dentes, sendo que 23% (n = 27) referiu escovar uma vez ao dia, 44% (n = 52) afirmou escovar os dentes duas vezes ao dia, 33% (n = 40) três vezes ou mais ao dia. Para estes casos, as proporções foram semelhantes entre os modelos de atenção (Tabela 3.52).

Em sua maioria (92%; n = 109), os idosos faziam a limpeza com escova e pasta de dentes; e cerca de um terço (31%; n = 44) ainda costumava usar palito e / ou fio dental para auxiliar na higiene, sem diferenças significativas entre os modelos de atenção (Tabela 3.52).

Apenas 17% (n = 24) afirmou ter recebido orientação em saúde bucal no último ano. Dentre estes, a maioria afirmou ter recebido a orientação através de programa de rádio ou tv (38%, n = 9); 25% (n = 6) do dentista da UBS; 13% (n = 3) do dentista privado; 21% (n = 5) de outro profissional da UBS; 8% (n = 2) de familiar, 4% (n = 1) de amigo ou ACS; e outros 8% (n = 2) via outras formas. Não foram observdas diferenças significativas entre os modelos de atenção a este respeito.

No último ano, 9% (n = 13) dos idosos fizeram revisão dos dentes; 12% (n = 17) informou ter sofrido de dor de dentes; 8% (n = 11) havia feito tratamento para cárie; 10% (n = 15) havia sofrido de problemas na gengiva; e 4% (n = 6) havia batido ou quebrado algum dente (Tabela 3.52). Dentre estas variáveis, apenas a ocorrência de dor de dentes no último ano mostrou-se diferente entre os modelos, tendo sido mais

freqüente entre os idosos de áreas do PSF (16%, n = 15) que entre os de UBS Tradicionais (4%, n = 2).

No ano anterior à entrevista, 15% (n = 21) foram atendidos por dentistas, em proporção significativamente maior entre os residentes de áreas do PSF (19%, n = 18) que de UBS Tradicionais (6%, n = 3). Entre os que receberam este atendimento, os locais procurados foram os serviços privados (57%; n = 12) e as UBS (43%; n = 9). Quanto ao grau de satisfação com o atendimento prestado, os dentistas obtiveram uma nota média de 9,7 (dp = 0,8), sendo que a 95% (n = 20) afirmou ter tido seu problema resolvido. Dos entrevistados, apenas um (5%) precisou ser encaminhado a serviços especializados, tendo conseguido este atendimento (Tabela 3.52).

Quase a totalidade da amostra (99%; n = 142) já havia realizado extração de dente. Destes, 2% (n = 3) haviam extraído somente um dente; 46% (n = 65) mais de um dente e 52% (n = 74) todos os dentes, sem diferenças significativas entre os modelos.

O uso de prótese foi referido por 49% (n = 71) dos idosos de Jaboatão dos Guararapes. A maioria das próteses havia sido feita há mais de cinco anos (61%; n = 43), 27% (n = 19) entre um e cinco anos, 4% (n = 3) há menos de um ano e ainda 9% (n = 6) não se recordava, não havendo diferenças entre os modelos (Tabela 3.52).

Quase a metade (44%, n = 61) dos idosos referiram dificuldade para mastigar e a ocorrência passada ou atual de ferida na boca foi mencionada por 6% (n = 8). O tempo médio de duração da ferida foi de 5,4 (dp = 10,5) meses, não tendo sido observadas

Tabela 3.52 - Características de saúde bucal dos idosos estudados em Jaboatão dos Guararapes, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel,

Lote 2 NE, 2005.

Indicador Jaboatão dos

Guararapes (%)

Realiza limpeza dos dentes 83

Escova 3 vezes ou mais ao dia 33

Utilização de escova e pasta de dentes na higiene bucal 92 Utilização de palito e/ou fio dental na higiene bucal 31 Recebeu alguma orientação em saúde bucal no último ano 17 Recebeu orientação do dentista da UBS de abrangência 25

Fez revisão dos dentes no último ano 9

Teve dor de dente no último ano 12

Bateu / quebrou algum dente no último ano 4

Teve problemas de gengiva no último ano 10

Foi atendido por dentista no último ano No Posto de Saúde

Em serviço Privado

15 43 57

Já extraiu pelo menos um dente 99

4 AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DA ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE EM JABOATÃO DOS GUARARAPES

O Estudo de Linha de Base representa um primeiro tempo na avaliação do PROESF e foi delineado para avaliar o desempenho da atenção básica à saúde e do PSF no conjunto do Lote 2 NE e não em cada município. Assim, conforme os pressupostos metodológicos da epidemiologia, a amostra de nove unidades básicas de saúde

estudadas, seis do PSF e três Tradicionais, não é suficiente para a plena comparação do PSF com o modelo Tradicional em Jaboatão dos Guararapes, mas de qualquer maneira, as comparações são oferecidas como uma referência, que poderá ser utilizada por gestores e técnicos para avaliar seus esforços na implantação da política de ABS nos municípios estudados. As limitações ficam por conta da amostra de profissionais de saúde e principalmente de população da área de abrangência das UBS. Entretanto, nos demais aspectos há uma completa e detalhada avaliação, como, por exemplo, na caracterização institucional do SUS, da atenção básica à saúde e das unidades de saúde estudadas. Assim, como estudo de caso, o relatório oferece uma boa aproximação do perfil da atenção básica à saúde no município.

A estratégia de organizar os achados de Jaboatão dos Guararapes nas mesmas categorias do Relatório Final do PROESF (Facchini et al, 2006) permitiu a descrição dos resultados locais, do estado, dos municípios nordestinos estudados e do país. As comparações significam apenas uma referência à disposição de gestores e profissionais de saúde de Jaboatão dos Guararapes na identificação de avanços obtidos e os pontos problemáticos da ABS local.

Em termos socioeconômicos e demográficos os indicadores descrevem uma melhor qualidade de vida em Jaboatão dos Guararapes, em comparação às médias encontradas na Pernambuco e no Brasil.

A renda per capita das comunidades do PSF foi maior do que a observada nas de UBS Tradicionais para a amostra de adultos e idosos e, em geral, as condições de

moradia eram melhores nas áreas de abrangência do PSF, exceto para os idosos. Quanto à inserção dos grupos populacionais por estrato social, destacou-se o predomínio do menos favorecido, estrato E, onde cerca de metade das amostra das crianças, mulheres e idosos.

Em comparação à média do Lote 2 Nordeste, os indicadores de financiamento do sistema de saúde municipal foram desfavoráveis a Jaboatão dos Guararapes.

Com o PSF implantado desde 2000, o município atingiu em 2005 uma cobertura de cerca de 22% da população, atingindo com o índice a mais baixa cobertura entre os municípios de Pernambuco incluídos no estudo e também do Lote 2 Nordeste. Logo, o PSF encontra-se em uma fase inicial enquanto estratégia de reorientação e

reorganização da ABS no município.

Considerando-se a população do município (581.556 habitantes) e as 69 UBS implantadas, cada uma abrangeria em média 8.428 habitantes, indicando que já não há a necessidade de implantar novos serviços, salvo em situações muito especiais. Assim, o aspecto que se destaca é o da melhoria da estrutura física dos serviços, do ponto de vista da adequação das dependências e da disponibilidade de materiais e insumos.

No âmbito da gestão da ABS, destacou-se que 58% dos profissionais entrevistados contava com uma supervisão semanal de suas atividades na UBS e, comparando-se com o total do Lote 2 Nordeste, os trabalhadores de Jaboatão dos Guararapes apresentaram índices de capacitação inferiores para todos os cursos estudados, porém maiores entre os profissionais das UBS do PSF para sete de um total de doze cursos. Logo, a melhoria da supervisão e educação permanente dos

profissionais de saúde, juntamente com a superação dos desafios da avaliação e monitoramento da atenção básica, serão fundamentais para o desenvolvimento do SUS da saúde da população no município.

As relações de trabalho indicaram que o ingresso por concurso público abrangeu menos de um terço dos profissionais da atenção básica estudados em Natal, enquanto o vínculo tipicamente precário (sem garantias trabalhistas) foi referido por 53% da amostra, com predomínio daquela vinculada as UBS do PSF (92%). O acesso dos profissionais de Natal ás publicações do Ministério da Saúde foi pequeno, variando de 3% a 36%, sendo maior, em geral, entre os trabalhadores das UBS do PSF e, em relação

publicações. Este é um aspecto que o município pode investir mais efetivamente para qualificação da Atenção Básica à Saúde.

Os indicadores de desempenho do sistema de saúde incluídos no Pacto da Atenção Básica apontam para uma situação intermediária em Jaboatão dos Guararapes, quando comparado à Pernambuco e Brasil. Favoráveis ao município destacaram-se os indicadores da saúde da mulher e a menor proporção de óbitos infantis em menores de um ano por causas mal definidas. Apesar disto, a maioria dos demais indicadores apontam para uma situação desfavorável ao município, especialmente nos aspectos referentes às doenças crônicas, em que se destacou negativamente a maior taxa de mortalidade por tuberculose.

O desempenho da ABS local para todos os grupos populacionais destacou-se em relação à prevenção do câncer de colo uterino e às orientações prestadas durante a gestação em aleitamento materno. Em razão da amostra populacional não ser

representativa para o município, não é possível fazer afirmações conclusivas à respeito do desempenho dos modelos de atenção em Jaboatão dos Guararapes. Logo, não foram observadas grandes diferenças entre os modelos, mas apesar disto, os resultados permitem observar uma tendência favorável ao PSF, que apresentou um melhor

desempenho em saúde bucal; em saúde da mulher (especificamente aleitamento materno e planejamento familiar); e em recomendações de exercícios e cuidado domiciliar entre os idosos. Entretanto, a efetividade das UBS estudadas precisa ser ampliada de modo geral, incluindo a recomendação de exercícios físicos, o atendimento de hipertensão, diabetes, problemas psíquicos e mesmo saúde bucal.

Em conclusão, a atenção básica em saúde em Jaboatão dos Guararapes apresenta um bom desempenho geral em relação à média do Lote, mas com um importante potencial de superação dos problemas. Seus problemas são similares aos do conjunto dos municípios avaliados e seus pontos fortes necessitam de consolidação, no sentido de melhorar os benefícios à população local.

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