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3.5 Dimensão Desempenho do Sistema de Saúde

3.5.2 Desempenho dos Modelos de Atenção Básica à Saúde

3.5.2.2 Utilização de Serviços na População de Abrangência da UBS

3.5.2.2.2 Mulheres

A maioria (96%, n = 154)das mulheres estudadas realizaram alguma consulta de pré-natal na última gravidez, sendo o início do pré-natal do último filho em torno da 12ª semana de gestação. Em 48% (n = 74) dos casos, o pré-natal havia sido feito na UBS da abrangência (Tabela 3.34).

Entre as mulheres que fizeram o pré-natal fora da área da UBS, a maioria referiu como motivo juízo insatisfatório da UBS (34%, n = 27). Seguindo, os demais motivos citados foram possuir convênio (30%, n = 24); não morar no bairro ou cidade à época (29%, n = 23); ter problema de acesso geográfico (4%, n = 3); e gestação de risco (4%, n = 3) - (Tabela 3.34).

Durante o pré-natal, a vacina contra o tétano deixou de ser aplicada em apenas 10% (n = 3) das mulheres que efetivamente necessitavam, tendo sido administrada

A maioria das entrevistadas que realizou o pré-natal na UBS da área de abrangência expressou opinião positiva sobre o programa (78% ; n = 58) - (Tabela 3.34).

Nenhuma das variáveis aqui apresentadas demonstrou diferença significativa entre os modelos de atenção.

Tabela 3.34 - Características do pré-natal das mulheres estudadas em Jaboatão dos Guararapes, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel,

Lote 2 NE, 2005.

Jaboatão dos Guararapes Indicador

PSF Tradicional Total

Fez pré-natal na última gravidez (%) 96 94 96

Início do pré-natal (semana) 12 13 12

Fez pré-natal na UBS da área (%) 50 45 48

Não fez pré-natal na área por não morar no bairro

ou cidade (%) 31 25 29

Não fez pré-natal na área por ter convênio (%) 29 32 30 Não fez pré-natal na área por juízo insatisfatório

(%) 33 36 34

Deixou de fazer vacina antitetânica (%) 6 14 10

Fez antitetânica desnecessariamente (%) 73 55 66

Teve opinião positiva sobre o pré-natal (%) 82 70 78

Aleitamento materno

A informação sobre a importância de iniciar a amamentação na 1ª hora de vida da criança alcançou 74% (n = 54) das mulheres entrevistadas. A escuta das

preocupações ou problemas com a amamentação e a orientação sobre dificuldades e problemas com a amamentação foi referida por 68% (n = 50) das mulheres e 34% (n = 25) mencionou ter recebido apoio ou suporte para amamentar imediatamente após o parto, através de reuniões ou atividades em grupo (Tabela 3.35).

De modo geral as orientações prestadas sobre aleitamento materno foram significativamente mais freqüentes entre aquelas mulheres atendidas em UBS do PSF. Apenas no caso de orientação sobre extração do leite e de hábitos de amamentação as diferenças observadas não se mostraram significativas.

Tabela 3.35 - Orientações sobre aleitamento fornecidas no pré-natal realizado na Unidade Básica de Saúde da área de abrangência em Jaboatão dos Guararapes, por

modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005. Jaboatão dos Guararapes (%) Orientação sobre o aleitamento materno

PSF Tradicional Total Importância de amamentar na 1ª hora de vida 82 55 74

Vantagens da amamentação até 6 meses 88 61 80

Hábitos de amamentação 77 57 70

Importância de estimular a criança a sugar 90 61 81 Importância da continuidade da amamentação 72 44 63

Preocupações sobre amamentação ouvidas 78 44 68

Prejuízo da mamadeira 82 48 72

Prejuízo do bico / chupeta 78 48 69

Orientação sobre dificuldades para

amamentar 82 48 72

Orientações sobre posições para o aleitamento 74 48 66

Orientações sobre extração do leite 63 44 57

Apoio para amamentar por grupo pré-natal 35 13 28 Apoio para amamentar por grupo após o parto 41 17 34

Planejamento familiar

A utilização de algum método anticoncepcional foi uma realidade para 73% (n = 118) das mulheres da amostra. Destas, 40% (n = 47) fazia uso de anticoncepcional oral, 44% (n = 52) de preservativo, 15% (n = 18) havia se submetido à laqueadura tubária e

1% (n = 1) fazia uso de DIU. Para nenhum destes casos foi observada diferença significativa (Tabela 3.36).

O anticoncepcional oral/ injetável foi obtido na UBS da área por 36% (n = 19) das mulheres, comprado por 58% (n = 31) e conseguido em outra UBS que não a da abrangência por 6% (n = 3). A proporção de entrevistadas que obtiveram o

anticoncepcional na UBS da área foi significativamente maior entre as residentes de áreas do PSF (43%, n = 16) que entre aquelas de áreas de UBS Tradicionais (19%, n = 3) - (Tabela 3.36).

Tabela 3.36 - Utilização de métodos anticoncepcionais pelas mulheres estudadas em Jaboatão dos Guararapes, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base,

PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Jaboatão dos Guararapes (%) Métodos anticoncepcionais

PSF Tradicional Total

Utiliza algum método anticonceptivo 74 72 73

Utiliza ACO 42 36 40

Utiliza preservativo 43 46 44

Fez laqueadura tubária 15 15 15

Utiliza DIU 1 0 1

Obtém ACO na UBS da área 43 19 36

Precisa comprar ACO 57 63 58

Atendimento ginecológico

Menos de um quinto (18% ; n = 29) das mulheres estudadas no município consultou na UBS da área de abrangência no último ano por motivos ginecológicos. Na opinião de 57% (n = 16) daquelas que utilizaram o serviço, o atendimento ginecológico na UBS foi bom (46%, n = 13), muito bom (4%, n = 1) ou ótimo (7%, n = 2). Ao se questionar sobre uma quantificação para esta avaliação em uma escala de 0 a 10, a resposta atingiu o valor de 6,7 (Tabela 3.37).

Quanto ao tempo de espera para conseguir a consulta ginecológica na UBS da área, 28% (n = 8) relatou ter sido atendida no mesmo dia, 59% (n = 17) em outro dia da mesma semana e 14% (n = 4) em oito dias ou mais (Tabela 3.37).

Para nenhuma das informações contidas neste item as diferenças entre os modelos de atenção foram significativas.

Tabela 3.37 - Características da consulta ginecológica no último ano das mulheres estudadas em Jaboatão dos Guararapes, por modelo de atenção. Estudo de Linha de

Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Jaboatão dos Guararapes Consulta ginecológica

PSF Tradicional Total Consulta ginecológica na UBS da área no

último ano (%) 19 17 18

Opinião positiva sobre atendimento (%) 63 44 57

Nota para atendimento 6,4 8,3 6,7

Consegue consulta para mesmo dia (%) 35 11 28

Consegue consulta em outro dia na mesma

semana (%) 45 89 59

Prevenção do câncer ginecológico

O conhecimento sobre o exame para prevenção do câncer de colo uterino alcançou 97% das mulheres (n = 156) estudadas e 85% (n = 132) da amostra já o havia realizado alguma vez na vida. O exame de mamografia pelo menos uma vez foi referido por 9% (n = 15) das mulheres entrevistadas, não havendo diferenças significativas entre os modelos de atenção (Tabela 3.38).

Tabela 3.38 - Prevenção do câncer de colo uterino nas mulheres estudadas em Jaboatão dos Guararapes, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base,

PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Jaboatão dos Guararapes (%) Indicador

PSF Tradicional Total

Conhece exame pré-câncer 97 96 97

Já fez pelo menos um exame pré-câncer 88 79 85

Já fez pelo menos uma mamografia 8 11 9

Utilização da UBS da área por outros motivos

Das mulheres da amostra 11% (n = 18) haviam consultado na UBS por outros motivos, diferentes daqueles incluídos nas ações programáticas de saúde da mulher (ginecologia). Entre as mulheres que não consultaram na UBS da área 77% (n = 108) referiu não necessitar da consulta, não tendo sido observadas diferenças significativas entre os modelos de atenção (Tabela 3.39).

Tabela 3.39 - Consultas por outros motivos além do ginecológico das mulheres estudadas em Jaboatão dos Guararapes, por modelo de atenção. Estudo de Linha de

Base, PROESF – UFPel, Lote 2 NE, 2005.

Jaboatão dos Guararapes (%) Indicador

PSF Tradicional Total

Consultou por outros motivos 14 6 11

Não consultou na UBS da área por não necessitar 78 76 77

Saúde bucal

Na amostra de Jaboatão dos Guararapes, a avaliação em saúde bucal apontou que, no grupo de mulheres, a totalidade (100%, n = 161) afirmou realizar limpeza dos dentes.

Das mulheres que afirmavam realizar higiene bucal, 59% (n = 95) afirmou escovar três vezes ou mais ao dia, 34% (n = 55) duas vezes ao dia e 7% (n = 11) uma

vez ao dia. Todas as mulheres que realizavam limpeza dos dentes, afirmaram utilizar escova e pasta de dentes, sendo que mais de metade (63% ; n = 101) usava palito e / ou fio dental para auxiliar a higiene, sem haver diferenças significativas entre os modelos de atenção (Tabela 3.40).

Das mulheres estudadas, 44% (n = 70) referiu ter recebido orientação em saúde bucal no último ano, ocorrência significativamente mais citada entre as residentes de áreas do PSF (56%, n = 59) que de UBS Tradicionais (20%, n = 11). Dois terços destas (63%, n = 44) informaram ter recebido orientação através do dentista da UBS; 11% (n = 8) de dentista privado; 13% (n = 9) via programa de rádio ou tv; 7% (n = 5) de ACS; 6% (n = 4) de familiar; 3% (n = 2) de amigo; 4% (n = 3) de outro profissional da UBS; 6% (n = 4) da escola; e 9% (n = 6) através de outras formas. Entre as formas de

orientação, observou-se proporção significativamente maior de orientação do dentista da UBS entre as residentes de áreas do PSF (70%, n = 41) que de UBS Tradicionais (27%, n = 3). Já a orientação recebida através de rádio ou tv, foi mais freqüente entre as residentes de áreas de UBS Tradicionais (36%, n = 4) que de UBS do PSF (9%, n = 5).

No último ano, 32% (n = 51) das mulheres fizeram revisão dos dentes; 35% (n = 57) tiveram dor de dentes; 22% (n = 36) fez tratamento para cárie; 12% (n = 19) bateu ou quebrou algum dente; e 14% (n = 22) teve problemas na gengiva . Problemas dentários impediram 4% (n = 6) das mulheres de cumprir com atividades sociais e / ou de lazer. Na comparação entre os modelos de atenção, observou-se diferença

significativa quanto à realização de revisão dos dentes, que apresentou maior proporção entre as residentes de áreas do PSF (38%, n = 41) que de UBS Tradicionais (19%, n = 10); e quanto à realização de tratamento para cárie, também mais freqüente entre as moradoras de áreas de PSF (29%, n =31) que de UBS Tradicionais (9%, n = 5).

Nos últimos doze meses, 47% (n = 76) das mulheres foram atendidas por dentistas, situação citada em maior freqüência por residentes de áreas do PSF (53%, n = 57) que de UBS Tradicionais (35%, n = 19). A UBS foi o local mais procurado (61% ; n = 46), seguido de serviços privados (32% ; n = 24) e do Pronto-Socorro (7% ; n = 5). Quanto ao grau de satisfação com o atendimento prestado, os dentistas obtiveram uma nota média de 8,8 (dp = 2,0), sendo que 85% (n = 64) informou ter tido seu problema resolvido e apenas 5% (n = 4) precisou ser encaminhado a atendimento especializado, tendo conseguido este atendimento apenas uma (25%) entrevistada. A maioria (82% ; n

= 132) já havia realizado extração de dente, dentre as quais 22% (n = 36) extraiu apenas um dente e 60% (n = 96) extraiu mais de um dente (Tabela 3.40).

O uso de prótese foi referido por 14% (n = 23) da amostra, sendo que apenas uma (4%) das próteses havia sido feita há menos de um ano; 52% (n = 12) entre um e cinco anos e 44% (n = 10) há mais de cinco anos. Neste sentido, observou-se proporção significativamente maior de próteses com mais de cinco anos entre as residentes de UBS Tradicionais (80%, n = 8) que de PSF (15%, n = 2); enquanto que a proporção de próteses mais recentes foi maior nas áreas de PSF (85%, n = 11) que Tradicionais (20%, n = 2).

Com dificuldade para mastigar foram encontradas 17% (n = 28) das mulheres e a ocorrência atual ou passada de ferida na boca foi mencionada por 11% (n = 18), sendo que sete (39%) referiram a continuação da enfermidade (Tabela 3.40).

Durante a última gestação nos dois anos anteriores à entrevista, 39% (n = 63) das mulheres estudadas recebeu orientação sobre saúde bucal, sendo em maior proporção entre as residentes de áreas do PSF (48%, n = 51) que entre as de UBS Tradicionais (22%, n = 12). Dentre estas mães, a maioria havia recebido a orientação do dentista da UBS (64%, n = 40); 16% (n = 10) de outro profissional da UBS; 6% (n = 4) de dentista privado; 5% (n = 3) de ACS; 3% (n = 2) de familiar; e outras 19% (n=12) ainda

afirmaram ter recebido através de outras formas. Não foram observadas diferenças entre os modelos quanto às formas de orientação durante a gestação (Tabela 3.40).

Tabela 3.40 - Características de saúde bucal das mulheres estudadas em Jaboatão dos Guararapes, por modelo de atenção. Estudo de Linha de Base, PROESF – UFPel,

Lote 2 NE, 2005.

Indicador Jaboatão dos

Guararapes (%)

Realiza limpeza dos dentes 100

Escova 3 vezes ou mais ao dia 59

Utilização de escova e pasta de dentes na higiene bucal 100 Utilização de palito e/ou fio dental na higiene bucal 63 Recebeu alguma orientação em saúde bucal no último ano 44 Recebeu orientação do dentista da UBS de abrangência 63

Fez revisão dos dentes no último ano 32

Teve dor de dente no último ano 35

Bateu / quebrou algum dente no último ano 12

Teve problemas de gengiva no último ano 14

Foi atendido por dentista no último ano No posto de saúde

Em serviço privado

47 61 32

Já extraiu pelo menos um dente 82

Usa prótese 14

Recebeu orientação sobre saúde bucal durante gestação 39

3.5.2.2.3 Adultos

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