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Agendas, alternatives and public policies United States of America: Addi son-Wesley Longman,

LITERATURA FAMÉLICA

W. Agendas, alternatives and public policies United States of America: Addi son-Wesley Longman,

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ANEXOS 1

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ANEXO 2

Inferências e dados da pesquisa

A obra

a. Espacialidade geral

Quixadá, passagens pelas terras do sertão cearense e Fortaleza.

b. Ficha técnica (edição utilizada para análise) Título: O Quinze

Escritora: Rachel de Queiroz Editora: José Olympio

ISBN: 978-85-03-01292-8

Edição: 107ª

Número de Páginas: 205 Ano: 2017

RESUMO DOS CAPÍTULOS

Capítulo Descrição breve

I Apresentação: Conceição planeja sair do Quixadá com sua

avó Dona Inácia para Fortaleza

II Apresentação: Vicente e o trabalho do campo

III Apresentação: Chico Bento e a família

IV Preocupação de Vicente em manter o trabalho com o gado

e o despejo de Chico Bento

V Tentativa de Chico Bento em conseguir passagens e

insumos para viajar com a esposa e os filhos

VI Partida de Conceição e Dona Inácia no trem rumo à capital

VII Início da migração de Chico Bento

VIII Vicente e seus devaneios: sertão à beira morte e Conceição

distante de seus olhos.

X A morte de Josias envenenado

XI Conceição no campo de concentração em Fortaleza

XII A fome já instaurada: Chico Bento rouba e esfola animais

para sobrevivência

XIII Breve relato de Mocinha

XIV Vicente vai até Fortaleza

XV Desaparecimento de Pedro, o filho mais velho de Chico

Bento e Cordulina

XVI Chegada de Chico bento aos campos de concentração

XVII Retorno de Vicente ao Quixadá

XVIII Encontro de Conceição e Chico bento no campo de

concentração em Fortaleza

XIX Chico Bento consegue trabalho nas escavações de açudes

XX Partida para nova vida: Chico Bento consegue viajar

XXI Vicente e os delírios da vida; saudades de um romance que

nunca aconteceu

XXII Conceição e o trabalho solidário

XXIII Morte do Duquinha, filho mais novo de Chico Bento e

Cordulina.

XXIV Início das chuvas

XXV Há esperança! Dona Inácia prepara-se para o retorno ao

Quixadá

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Página Espaço ficcional

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“Encostado a uma jurema seca, defronte ao juazeiro que a foice dos cabras ia pouco a pouco mutilando, Vicente dirigia a distribuição de rama verde ao gado. Reses magras, com grandes ossos agudos furando o couro das ancas, devoraram confiadamente os rebentões que a ponta dos terçados espalhava pelo chão”.

30 “depois olhou um garotinho magro que, bem pertinho, mastigava sem

ânimo uma verg ntea estorricada”.

30 “- Ô sorte, meu Deus! Comer cinza até cair morto de fome”

36 “Agora, ao Chico Bento, como nico recurso, só restava arribar. Sem

legume, sem serviço, sem meios de nenhuma espécie, não havia de ficar morrendo de fome, enquanto a seca durasse”.

37 “ ... matando as criaç ezinhas que restavam, para comerem em

caminho, que é que faltava? Nem trem, nem comida, nem dinheiro...”

38 “Sonolenta, ainda, a meninada se levantava, esfregando os olhos,

espreguiçando-se em bocejos rasgados, em longas distensões que lhes salientavam o relevo das costelas”.

40 “— Desgraçado! Quando acaba, andam espalhando que o governo ajuda

os pobres... Não ajuda nem a morrer!”

41 “— Ô mocinha! Vê se tu dás um pirão de peixe a este menino que anda

em tempo de me comer os peitos!”

41 “— Como se foi, Chico? Trouxe o dinheiro e as passagens?”

“— Que passagens! Tem de ir tudo é por terra, feito animal! Nesta desgraçada quem é que arranja nada! Deus só nasceu pros ricos!”

43 “— Deixar tudo assim, morrendo de fome e de seca! Fazia vinte e cinco

anos que eu saía do Logradouro, a não ser para o Quixadá!...”

46 “O vaqueiro foi aos alforjes e veio com uma manta de carne de bode,

seca, e um saco cheio de farinha, com quarto de rapadura dentro”.

47 “Sem se importarem com o sal, os meninos metiam as mãos na farinha,

rasgavam as lascas de carne, que engoliam, lambendo os dedos”.

48 “os meninos choramingavam pedindo de comer. E Chico Bento pensava:

“Por que, em menino, a inquietação, o calor, o cansaço sempre aparecem com o nome de fome?”

49 “— Mãe, queria comer... me dá um taquinho de rapadura!”

“— De que morreu essa novilha, se não é de minha conta? Um dos homens levantou-se com a faca escorrendo sangue, as mãos tintas de vermelho, um fartum sangrento envolvendo-o todo ”

“— De mal dos chifres. Nós já achamos ela doente. E vamos aproveitar, mode não dar para os urubus. Chico Bento cuspiu de longe, enojado: — E vosmecês têm coragem de comer isso? Me ripuna só de olha... O outro explicou calmamente:

— Faz dois dias que a gente não bota um de-comer de panela na boca... Chico Bento alargou os braços, num gesto de fraternidade:

— Por isso, não! Aí nas cargas eu tenho um resto de criação salgada que dá pra nós. Rebolem essa porqueira pros urubus, que já é deles! Eu vou lá deixar um cristão comer bicho podre de mal, tendo um bocado no meu surrão!”

50 “— Chico, que é que se come amanhã?”

“— Sei lá! Deus ajuda! Eu é que não havera de deixar esses desgraçados roerem osso podre...”

51 “Recordando a labuta do dia, o que dominava agora era uma infinita preguiça da vida, da eterna luta com o sol, com a fome, com a natureza”.

56 “Chegou a desolação da primeira fome. Vinha seca e trágica, surgindo

no fundo dos sacos vazios, na descarnada nudez das latas raspadas”.

57 “— Mãe, tô com fome de novo...

— Vai dormir, diacho! Parece que tá espritado! Soca um quarto de rapadura no bucho e ainda fala que tem fome! Vai dormir!”

57 “— Ah! Minha rede! Ô chão duro dos diabos! E que fome!”

“Levantou-se, bebeu um gole na cabaça. A água fria, batendo no

estômago limpo, deu-lhe uma pancada dolorosa. E novamente estendido de ilharga, inutilmente procurou dormir.”

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59 “Chico Bento também já não estava no rancho. Vagueava à toa, diante

das bodegas, à frente das casas, enganando a fome e enganando a lembrança de que lhe vinha, constante e impertinente, da meninada chorando, do Duquinha gemendo: Tô tum fome! De tumê!”

63 “A criança era só osso e pele o relevo do ventre inchado formava quase

um aleijão naquela magreza, esticando o couro seco de defunto, empretecido e malcheiroso.”

77 “E um foguinho de garranchos, arranjado por Cordulina com um dos

últimos fósforos que trazia no cós da saia, assaram e comeram as tripas, insossas, sujas, apenas escorridas nas mãos”.

84 “Vicente contava agora a história de uma mulher conhecida que

endoidecera, quando viu os filhos morrendo à falta de comida. Dona Inácia observou:

— Talvez tenha enlouquecido também de fome. Fome demais tira o juízo”.

92 “— Então, compadre, que foi isso? A velha largou você?

— Ela não quis tratar do gado mode a seca, e mandou abrir as porteiras... E eu fiquei sem ter o que fazer. A morrer de fome lá, antes andando...”.

APRESENTAÇÃO DOS PERSONAGENS

Personagens principais

Conceição: Neta de Dona Inácia. É culta e tem ideias avançadas sobre a condição feminina de sua época. Tinha vocação para ser “solteirona” não sentia vontade de casar, tendo uma perspectiva diferente do comportamento feminino tradicional da época (casar e fazer crescer os filhos). O único homem que lhe despertou desejos é o primo Vicente. Ela é a figura principal da obra, uma vez que faz a ligação dos dois planos já citados da histórias.

Dona Inácia (Mãe Nácia): Avó de Conceição, espécie de mãe, pois foi quem a criou depois que a mãe verdadeira morreu. É dona da fazenda Logradouro, na região de Quixadá. Não aprova as ideias liberais da neta, mas tem muito carinho e cuidado por ela.

Vicente: Filho de fazendeiro rico (major). Desde menino, quis ser vaqueiro. No início, isso causava tristeza e desgosto à família, principalmente à mãe, Dona Idalina. Vicente é o vaqueiro não-tradicional da região. Cuida do gado com um desvelo incomum, mas cuida do que é seu, ao contrário dos outros (Chico Bento é o exemplo) que cuidam de gado alheio. Tem boas condições financeiras, mas é humano em relação à família e aos empregados. Não é um rico metido.

Chico Bento: É o vaqueiro pobre que cuida do rebanho de Dona Maroca, da fazenda das Aroeiras, na região de Quixadá. Ele e Vicente são compadres e vizinhos. Chico Bento tem a mulher (Cordulina) e cinco filhos, todos ainda pequenos. Expulso pela seca e pela dona da fazenda, Chico Bento e família empreendem uma caminhada desastrosa em

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direção a Fortaleza. Perde dois filhos no caminho: um morre envenenado (Josias), o outro desaparece (Pedro). Antes de embarcar para São Paulo, doa o mais novo (Duquinha) para a madrinha, Conceição (que estava em Fortaleza, com a Dona Inácia, por causa da seca). De Fortaleza, Chico Bento e parte da família vão, de navio, para São Paulo.

Cordulina: É a esposa de Chico Bento. Personifica a mulher submissa, analfabeta, sofredora, com o destino atrelado ao destino do marido. É o exemplo da miséria como consequência da falta de instrução.

Personagens Secundários:

Chiquinha Boa: trabalhava na fazenda de Vicente, mas deixou a região rural na época da seca achando que o governo estava ajudando os pobres que migravam para a capital;

Luis Bezerra: amigo e compadre de Chico Bento e Cordulina. Também trabalhou na fazenda de Dona Maroca (fazenda de Aroeiras), mas saiu e se tornou delegado;

Pedro: filho de Chico Bento que desaparece durante a peregrinação da família sertão a dentro;

Josias: filho de Chico Bento que morre envenenado;

Duquinha: filho caçula de Chico Bento doado à Conceição;

Mocinha: Irmã de Cordulina, portanto cunhada de Chico Bento

Paulo: irmão mais velho de Vicente que mora na Capital

Lourdinha: irmã mais velha de Vicente

Alice: irmã mais nova de Vicente

Dona Idalina: prima de Dona Inácia e a mãe de Vicente, Paulo, Alice e Lourdinha

Mariinha Garcia: moradora de Quixadá, interessada em Vicente e amiga de suas irmãs

Major: fazendeiro rico da região de Quixadá, pai de Vicente e das meninas.

Dona Maroca: fazendeira e dona da fazenda Aroeiras, na região de Quixadá que resolve não ter prejuízos e abandona seu rebanho e empregados antes que a seca se mostre mais feroz.

Zefinha: filha do vaqueiro Zé Bernardo, o braço direito de Vicente no cuido do gado. É com quem a vizinhança comentava que Vicente teria tido um caso.