4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.3 IDENTIFICAÇÃO DO RISCO POR FUNÇÃO 4.3.4 Agente funerário O setor operacional é composto por 4 agentes funerário, que compõem um plantão diurno e um noturno e que trabalham com a jornada 12 x 36 horas. A função exige além de uma extrema responsabilidade como também um controle emocional, pois trabalha diretamente com cadáveres em vários estados de conservação. Além disso, são responsáveis pelo transporte por via terrestre numa região composta por 22 cidades num raio de 120 km da cidade base que é Assu. A sala de procedimentos é um ambiente climatizado e iluminado por lâmpadas fluorescente. O ambiente possui equipamentos e produtos químicos específicos para a realização dos procedimentos de limpeza e conservação de cadáveres. Neste posto de trabalho os colaboradores executam suas atividades em pé. Entretanto, quando estão realizando o translado ficam na posição sentada. Além da urna com os cadáveres transporta também a paramentação funerária composta por suporte para urnas, velas, livro, castiçais e resplendor. O mesmo tem acesso à câmara fria, onde ficam as flores naturais, que serve para ornamentar a urna mortuária. No Quadro 21 é apresentado os riscos identificados para essa função. Quadro 21 - Identificação dos riscos na função de agente funerário Setor Procedimentos Cargo/Função Agente Funerário Atividade Remoção terrestre, higienização, tamponamento, conservação, tanatopraxia e necromaquiagem em cadáveres humanos, ornamentação de urnas, preparação das flores naturais para ornamentação do corpo, organização e transporte paramentação fúnebre. Lavagem fardamento. Risco Ergonômico Postura inadequada, repetitividade, atenção, responsabilidade e stress físico e emocional, levantamento e transporte de peso. Fontes geradoras do risco Operação em maquina fixa, trabalho em pé em bancadas e maquinas fixas, carro fúnebre. Transporte e movimentação dos cadáveres e paramentação. Risco de acidentes Choques elétricos, quedas, batidas contra objetos, pressão gerada pela bomba injetora, perfurocortantes, e colisão de veículos, armazenamento inadequado dos produtos. Fontes geradoras do risco Equipamentos elétricos, chão, pisos, mobília, instrumentação cirúrgicas, bomba injetora e automóvel. Risco Físico Ruído, frio Fontes geradoras do risco Bomba injetora e aspiradora e ar condicionado e acesso a câmara fria, Risco Biológico Bactérias, vírus, fungos e parasitas. Fontes geradoras do risco Preparação de cadáveres humanos. Limpeza da sala de procedimentos. Manuseio e transporte do Lixo contaminado. Risco Químico Produtos químicos Fontes geradoras do risco Pro Stanch, Pó para Incisão (PI. 3), IC Intensocor, Clear – Desinfetânatus tópicos, Tanatogel GM, TA 2E, TA 14, TA 32, 24 A, AC Tatatosolvente arterial, TC 20 Água sanitária, desinfetante, desodorizador spray Medidas de Controle Existentes EPIs: Avental descartável, botina em PVC, Capote, luva cano longo contra agentes mecânicos e químico, luva látex para procedimento, macacão em poliéster, óculos de proteção ampla visão, respirador purificador de ar tipo peça semifacial. Fardamento para uso externo e fardamento para uso na sala de procedimentos EPCs: Placas de Sinalização, plataforma de elevação, armário de EPIs e vestimenta. Não possui extintores, nem chuveiro de emergência e lâmpadas de emergência. Medidas de ordem geral ou administrativa: - Manutenção da frota de carros -Treinamento de procedimentos técnicos. -O recolhimento do lixo biológico é realizado por uma empresa especializada. -Local possui ralos sifonados que evitam a entrada de animais peçonhentos. -Reaproveitamento dos papeis picotados para preencher laterais da urna mortuária. - Lavar as mãos após o término de cada exame ou procedimento. - Manter unhas aparadas e limpas - Não fumar na sala de procedimentos -É vedado o uso de adornos (anéis, brincos, correntes) que possam acumular sujeira ou albergar possíveis microrganismos patogênicos, além de facilitarem a ocorrência de acidentes. -Não guardar ou consumir alimentos ou bebidas na sala de procedimentos. Medidas de Controle Recomendadas -Utilizar de todos os EPIs. -Manter o ambiente e ferramentas limpas e organizadas. - Colocar placas de aviso com todos as medidas administrativas. - Criar POP -Possuir e aplicar medidas do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional -Manter vacinas em dias (Hepatite B, Difteria, Tétano, Sarampo, Caxumba e Rubéola, Influenza, Varicela, Hepatite A, Gripe,- Pneumococo, Varicela ou Catapora - Dengue - Hepatite A - Hepes zoste) - Dispor Ficha de Informação de Segurança do Produto Químico-FISPQ -Realizar pausas de 10 minutos a cada 50 minutos de trabalhados contínuos, realizar alongamento antes, durante e após as atividades. -Usar roupa térmica para realizar atividades na câmara fria. - Estufa para esterilizar a instrumentação cirúrgica -Armazenar todos os produtos químicos em um almoxarifado, identificados e armazenado de acordo com suas propriedades e com acesso restrito aos agentes funerários. -Criar cronograma semanal de limpeza e desinfecção da sala de procedimento. (paredes, tetos e mobiliários). - Lâmpadas de emergências - Torneiras com comando de acionamento sem o contato - Lavatórios devem ter uma barreira de segurança que separa do restante da sala. - Deve conter sabonete líquido, toalha descartável e lixeira provida de sistema de abertura sem contato - Chuveiro de emergência - Extintores de incêndio - Maquina de lavar roupa. - Limpeza e manutenção dos filtros de ar condicionados com frequência. Os riscos químicos estão presentes em todo o processo de execução da preparação e conservação de cadáveres. A probabilidade de ocorrência do dano depende da atenção e da e utilização dos EPIs de acordo com as respectivas substâncias químicas utilizadas. De acordo com o Quadro 21, os riscos químicos identificados na função dos agentes funerários são produtos químicos específicos, que são manipulados dentro da sala de procedimentos. A sala não possui chuveiro de emergência. Dentre os riscos físicos estão o ruído e frio. O ruído está presente no momento da utilização da bomba injetora e aspiradora, além do ar condicionado. Os riscos biológicos estão presentes através dos possíveis fungos, vírus, bactérias e parasitas no momento preparado dos cadáveres. Como medida recomendada se faz necessário à utilização de todos os EPIs e a exigência da atualização da vacinação de todos os agentes funerários. Entre os riscos de acidente, pode-se citar o risco com eletricidade, perigo de incêndio, corte, colisão com veículos, queda e batida contra objetos. Os riscos ergonômicos são a postura incorreta, responsabilidade excessiva, por se tratar de uma prestação de serviço delicada, turnos de trabalho noturno, e jornada de trabalho excessiva quando é preciso realizar translado para cidades mais distantes, o stress físico e emocional e repetitividade em movimentos. No documento UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO CENTRO DE ENGENHARIAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO (páginas 65-68)