Com a colaboração e com o apoio dos diretores da empresa foi possível conhecer todo o processo de trabalho da funerária analisada, visto que o acesso às informações foi cedido de forma imparcial. E no decorrer das observações perceberam-se aspectos importantes em relação ao tema do estudo, como a identificação dos riscos existentes na empresa por função, facilitando na hora da coleta de dados e na classificação dos riscos, haja vista que cada setor realiza atividades que possuem níveis de riscos diferentes. A entrevista com os colaboradores foi de extrema importância para ter como base alguns dados para em seguida realizar observações e apontamentos que não são perceptíveis aos olhos dos colaboradores, pois na maioria das vezes os funcionários demostram não possuir conhecimento sobre o assunto. A maior dificuldade nessa etapa foi encontrar os agentes funerários durante o horário das visitas, pois os mesmos também executam atividades externas, como o transporte terrestre dos cadáveres, e ficam várias horas ausentes da empresa. E por causa disso, foram realizadas várias visitas para conseguir realizar essa etapa. Durante a entrevista com os gestores da empresa, foi relatado à preocupação em manter tudo organizado dentro das normas existentes. Quando informados sobre a falta de alguns equipamentos de proteção coletiva, como extintores de incêndio, chuveiro de emergência, lâmpadas de emergência, os mesmos afirmaram que irão providenciar o mais rápido possível. Observa-se que a empresa possui uma postura séria com relação a saúde e segurança dos seus colaboradores através do fornecimento de todos os EPIs. E todos os colaboradores afirmam que utilizam todos os equipamentos cedidos pela a empresa. A função de agente funerário é a mais propensa a acidentes, pois estão expostos aos riscos químicos e biológicos os quais podem acarretar em problemas graves de saúde. No posto de trabalho desses colaboradores, foram identificadas algumas irregularidades no que se refere ao armazenamento dos produtos químicos dispostos em baixo das bancadas. Não foi identificado o PCMSO, para abordar o programa de vacinação desses colaboradores para evitar o contagio de alguns agentes nocivos biológicos. Nas avaliações qualitativas foi utilizada uma ferramenta de classificação do risco baseado no método William T. Fine. Nesta etapa, construiu-se um quadro com todas as atividades e os riscos relacionados a tais execuções e em seguida classificado como aceitável, moderado, notável, alto e muito alto. Nas avaliações quantitativas foram realizadas medições de intensidade de iluminação através de um aparelho chamado luxímetro o qual constatou que a iluminância de praticamente todos os setores estão abaixo da norma vigente. Também foram realizadas medições de níveis de pressão sonora, utilizando o aparelho decibelímetro. Constatou-se que apenas os ruídos emitidos pela bomba injetora, bomba aspiradora e carrinho de cortar grama estão acima do limite permitido para exposição de 8 horas. Porém os colaboradores não ficam exposto as 8 horas seguidas aos ruídos gerado por tais equipamentos. Após todas as etapas de coletas de dados foi elaborado o mapa de risco do tipo setorial. Todos os riscos foram identificados graficamente de acordo com sua intensidade, pequeno, médio e grande, além de ser identificado de acordo com a cor que representa cada risco. Em suma, conseguiu-se cumprir o objetivo proposto neste trabalho e identificar todos os riscos que os colaboradores de uma funerária localizada na cidade de Assu/RN estão expostos. Para trabalhos futuros, pode-se realizar um estudo que vise regularizar a situação do armazenamento das substâncias químicas utilizada durante os procedimentos de conservação dos cadáveres. Além de realizar estudos que visem à redução da exposição a agentes biológicos para os agentes funerários. REFERÊNCIAS ANVISA. Referência técnica para o funcionamento de estabelecimentos funerários e congêneres, de dezembro, 2009. BRASIL. MINISTÉRIO DO TRABALHO. Norma Regulamentadora nº 1: Disposições Gerais. Brasília, 12 mar. 2009. Disponível em: <http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR1.pdf>. Acesso em: 11 fev. 2018. BRASIL. MINISTÉRIO DO TRABALHO. Norma Regulamentadora nº 5: Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. Brasília, 14 jul. 2011. Disponível em: < http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR5.pdf>. Acesso em: 11 fev. 2018. BRASIL. MINISTÉRIO DO TRABALHO. Norma Regulamentadora nº 6: Equipamento de Proteção Individual - EPI. Brasília, 07 jul. 2017. Disponível em: < http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR6.pdf>. Acesso em: 11 fev. 2018. BRASIL. MINISTÉRIO DO TRABALHO. Norma Regulamentadora nº 7: Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional. Brasília, 11 dez. 2013. Disponível em : <http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR7.pdf>. Acesso em: 11 fev. 2018. BRASIL. MINISTÉRIO DO TRABALHO. Norma Regulamentadora nº 9: Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. Brasília, 06 jul. 2017. Disponível em:< http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR-09.pdf >. Acesso em: 11 fev. 2018. BRASIL. MINISTÉRIO DO TRABALHO. Norma Regulamentadora nº 15: Atividades e Operações Insalubres. Brasília, 14 ago. 2014. Disponível em: <http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR15/NR-15.pdf >. Acesso em: 11 fev. 2018. BRAZ, F. V. Metodologia de avaliação de riscos em equipamentos de energias renováveis: solar e biomassa. Instituto Politécnico de Setúbal, Escola Superior de Tecnologia, Setúbal. 2014. BITENCOURT, C. L.; QUELHAS, O. L. G.; LIMA, G. B. A. Mapa de riscos e sua importância: como aplicá-lo a uma gráfica. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 19., 1999, Rio de Janeiro. Anais eletrônicos... Rio de Janeiro: ABEPRO, 1999. Disponível em: < http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep1999_a0258.pdf> Acesso em: 10 ago. 2018 CHAGAS, D. Análise e avaliação de riscos profissionais na fabricação de artigos em mármore. Iberoamerican Journal of Industrial Engineering, Florianópolis, SC, Brasil, v. 8, n. 15, p. 17-28, 2016. DRUMMOND, C. Mapa de riscos de acidentes do trabalho. Guia Prático. RMC, 1994. FACCHINI, L. .; D LL’ GNOL, M. M.; FASSA, A. G.; LIMA, R. da C. Ícones para mapas de riscos: uma proposta construída com os trabalhadores. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 13, n. 3, p. 497-502, 1997. FREITAS, L. Manual de segurança e saúde do trabalho. Lisboa: Edições Sílabo, 2008. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1991. 159 p. HÖKERBERG, Y. H. M.; SANTOS, M. A. B.; PASSOS, S. R. L.; ROZEMBERG, B.; COTIAS, P. M. T.; ALVES, L.; MATTOS, U. A. de O. O processo de construção de mapas de risco em um hospital público. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 8, n. 2, p. 503-513, 2006. JAKOBI, R. H. Mapa de risco ocupacional no estado de Rondônia baseado em tecnologia de georeferenciamento. 2008. 96 f. Dissertação (Mestrado em Biologia Experimental) – Universidade Federal de Rondônia. Porto Velho, 2008. LOUSA, A. R. B. Identificação de perigos e avaliação de riscos profissionais de uma oficina automóvel. In: 23ª Edição do Curso de Técnico Superior de Segurança e Higiene no Trabalho: Setúbal, 2014. Tese (Doutorado em Engenharia de Segurança). MARQUES, S. Higiene e segurança no trabalho: métodos simplificado quantitativo de avaliação de riscos de acidentes de trabalho – MARAT. 2011. Disponível em: <http://soraiamarques.blogspot.pt/2011/higiene-e-seguranca-no-trabalhometodo.html>. Acesso em: 20 ago. 2018. MENDONÇA, A. L. Métodos de avaliação de riscos: contributo para a sua aplicabilidade no setor da construção civil. Universidade do Algarve, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Algarve, 2013. MIRANDA, C. R; DIAS, C. R. PPRA/PCMSO: auditoria, inspeção do trabalho e controle social. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 20, n.1, p. 224-232, 2004. MOREIRA, H.; CALEFFE, L. G. Metodologia da pesquisa para o professor pesquisador. 2. ed. Rio de Janeiro, RJ: Lamparina, 2008. 245 p. MOTA, T. T.; FROTA, O. P. A implantação do mapa de riscos no ambiente de trabalho: revisão integrativa acerca de técnicas inovadoras. Revista saúde e pesquisa, Rio de Janeiro, v. 6, n. 3, p. 495-501, 2013. MUNIZ, H. P.; BRITO, J.; SOUZA, K. R. de; ATHAYDE, M.; LACOMBLEZ, M. Ivar Oddone e sua contribuição para o campo da saúde do trabalhador no Brasil. Revista brasileira de saúde ocupacional, São Paulo, v. 38, n. 128, p.280-291, 2013. NETO, J. Avaliação de riscos - o método de MARAT. 2013. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/125268742/AR-0- METODO-MARAT-pdf>. Acesso em: 20 ago. 2018. PAVAN, J. S. Mapa de risco do centro cirúrgico de um hospital particular. 2011. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil) - Universidade do Extremo Sul Catarinense, 2011. PEDRO, R. Métodos de avaliação e identificação de riscos nos locais de trabalho. Tecnometal nº 167. 2006 PINTO, A. L. T.; WINDT, M. C. V. S.; CÉSPEDES, Livia. Segurança e medicina do trabalho. 5 ed. São Paulo: Saraiva, 2010. PONZETTO, G.. Mapa de riscos ambientais: NR-5. 2. ed. São Paulo: LTr, 2007. 134 p. SALIBA, T. M.; CORRÊA, M. A. C.; AMARAL, Lênio S. Higiene do trabalho e programa de prevenção de riscos ambientais (PPRA). 3. ed. São Paulo: LTR Editora, 2002. 259 p. SANTANA, V.S. et al. Acidentes de trabalho: custos previdenciários e dias de trabalho perdidos. Revista Saúde Pública, v. 40, n. 6, p.1004-1012, 2006. SANTOS, J. dos. Introdução à engenharia de segurança: mapa de risco. 2008. Centro Universitário Fundação Santo André (FAENG). Disponível em:< https://wiki.sj.ifsc.edu.br/wiki/images/f/fb/Mapa_Riscos.pdf>. Acesso em: 11 fev. 2018. VERGA FILHO, A. F. Manual de segurança em laboratório químico. IV Conselho Regional de Química. São José do Rio Preto: 2009, 82 p. APÊNDICE A - TERMO DE AUTORIZAÇÃO UTILIZADO NA PESQUISA Eu ..., tenho ciência e autorizo a realização da pesquisa intitulada pela estudante Kalliana Lourenço da Silva Lopes, do curso Engenharia de Produção, da Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA, a utilizar as informações por mim prestadas na minha empresa, como também pela coleta dos dados pela discente como registros fotográficos, durante o período de coleta que será realizado entre os meses de junho à agosto de 2018 para a elaboração de seu Trabalho de Conclusão de Curso, que tem como título: AVALIAÇÃO DE RISCOS OCUPACIONAIS NO AMBIENTE DE TRABALHO DE UMA FUNERÁRIA NA CIDADE DE ASSU/RN, que seu objetivo é analisar o processo de trabalho para identificar os riscos ocupacionais e verificar suas implicações para a saúde dos trabalhadores. E que está sendo orientada pela Prof. Dra. Fabrícia Nascimento de Oliveira. Autorizo assim a publicação dos dados desta pesquisa no meio científico sendo que foi garantido pela estudante que o nome da minha empresa não seria identificado, mantendo no anonimato os dados referentes à minha identificação. Assu,... de ...de 2018. __________________________________ __________________________________ Kaliana Lourenço da Silva Lopes Fabrícia Nascimento de Oliveira (discente) (professora orientadora) ________________________________________________________ Responsável legal da empresa APÊNDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECID ESCLARECIMENTOS: Eu, Kaliana Lourenço da Silva Lopes, aluna regulamente matriculada no curso de Engenharia de Produção da Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA estou realizando uma pesquisa para a conclusão do meu curso que tem como objetivo geral identificar os riscos presentes nos setores de uma funerária ,visando identificar os riscos ocupacionais e verificar suas implicações para a saúde dos trabalhadores na cidade de Assu/RN. Com base nestas visitas, para cada risco encontrado, identificar-se-á o referido agente causador, o meio em que esse risco é propagado e os possíveis danos à saúde. Através dessas identificações serão informadas sugestões de medidas de controle/prevenção para o risco encontrado, objetivando a redução ou eliminação dos riscos. CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO: Eu ..., estou de acordo com a participação no estudo descrito acima. Fui devidamente esclarecido (a) quanto aos objetivos do Trabalho de Conclusão do Curso, mostrando que os dados obtidos poderão beneficiar os trabalhadores e moradores das comunidades, por levantar questões importantes para todos. Autorizo assim a publicação dos dados desta pesquisa no meio científico sendo-me garantido o sendo-meu anonimato e o sigilo dos dados referentes à minha identificação. Assu,... de ...de 2018. APÊNDICE C - ROTEIRO DE ENTREVISTA COM OS COLABORADORES 1. Idade __________ 2. Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino 3. Escolaridade: ( ) 1º Grau ( ) 2º Grau ( ) 3ºGrau ( ) Técnico 4. Função:____________________________ 5. Data de admissão: ______/______/______ 6. O Sr.(a) conhece ou já ouviu falar em Mapa de Riscos? ( ) SIM ( ) Não 7. O Sr.(a) sabe dos riscos que existem na sua atividade? Se sim, cite-os. 8. O Sr.(a) já ouviu falar em Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA)? ( ) Sim ( ) Não 9 Quais são os equipamentos, instrumentos e ferramentas que o Sr. (a) utiliza para desenvolver suas atividades? 10. O Sr.(a) tem o treinamento necessário para agir em situações de emergência? ( ) Sim ( ) Não 11. O Sr.(a) tem a sua disposição equipamentos de proteção individuais e coletivos? ( ) Sim ( ) Não 12. Quais são os produtos químicos que o Sr. (a) utiliza na sua atividade? 13. Quais são os EPIs que a empresa lhe forneceu? 14. Você utiliza todos os EPIs que a empresa lhe forneceu? Se não, qual deles você não utiliza e qual o motivo? 15. Quais as atividades que realiza com maior frequência? 16. Em sua opinião, quais fatores que tornam os acidentes mais prováveis durante a execução de suas atividades na empresa? 17. Qual a sua visão sobre acidentes dentro do seu local de trabalho? 18 Sr.(a) se considera vulnerável a acidentes enquanto trabalha? 19. Sr.(a) já presenciou acidentes dentro da empresa? Qual a frequência de tais acidentes? 20. Você já sofreu algum acidente de trabalho? Se sim, precisou se afastar por algum tempo? APÊNDICE D - ROTIRO DE ENTREVISTA COM O GESTOR 1. Idade ______________ 2. Sexo________________ 3. Escolaridade:_______________________ 4. Função:____________________________ 5. Data de admissão: _______/______/______ 6. A empresa possui Mapa de Riscos? 7. O Sr.(a) tem conhecimento da existência de riscos de acidentes químicos, físicos, biológicos, ergonômicos e mecânicos no local de trabalho? 8. A Empresa possui Comissão Interna de Prevenção de Acidentes dentro da (CIPA)? 9.Na empresa existe algum local ou equipamento que apresente mais riscos de acidentes do que os outros? 10. A empresa forneceu o treinamento necessário para agir em situações de emergência? Se sim, quais foram os treinamentos? Os funcionários receberam certificado? 11. A empresa disponibiliza equipamentos de proteção individuais e coletivos? Quais? 12. Os colaboradores foram treinados para utilizar os equipamentos de proteção (EPI)? Existe acompanhamento? 13. A empresa fiscaliza o uso dos EPIs pelos funcionários? Se sim, quem fica responsável para fiscalizar o uso dos EPIs? 14. Qual a sua visão sobre acidentes dentro no local de trabalho? 15. Sr.(a) já presenciou acidentes dentro da empresa ? Qual a frequência de tais acidentes? 16. Quando ocorre um acidente a empresa faz o registro por meio da CAT (comunicação do acidente de trabalho)? Se sim, quem fica responsável para preencher a CAT? 17. Algum trabalhador já precisou se afastar das atividades devido problemas de doença do trabalho? 18. Existem casos diagnosticados de trabalhadores com doenças do trabalho? Se sim, quais são as doenças? No documento UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO CENTRO DE ENGENHARIAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO (páginas 88-96)