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Mas o que é sustentabilidade?

Aula 9 – A agroecologia como uma ciência aplicada (parte II)

9.1 Agricultura Natural

Ao analisar o método agrícola convencional, o filósofo Mokiti Okada (Japão, 1882-1955) ma- nifestou uma profunda preocupação com o em- prego excessivo de agroquímicos no solo. Mokiti Okada ainda alertou para a necessidade de uma avaliação cuidadosa sobre os “bons resultados” obtidos pelo uso indiscriminado de agrotóxicos, que têm caráter passageiro e acarretam graves consequências ao meio ambiente.

A pesquisadora e engenheira agrônoma Ana Primavesi (Figura 9.2) trouxe para o Brasil esse conceito de uma agricultura natural (Figura 9.3).

Figura 9.2: Fotografia de Ana Primavesi em uma aula de solos.

Fonte: http://www.cpmo.org.br

Figura 9.3: Produção natural de mo- rangos.

Fonte: http://www.cpmo.org.br

9.2 Agricultura Biológica

As bases dessa corrente de agricultura não industrial foram lançadas na dé- cada de 1930, pelo biologista e político suíço Hans Peter Muller que, a partir de trabalhos com fertilidade do solo e microbiologia, estabeleceu as bases da então denominada agricultura organo-biológica.

Figura 9.1. filósofo Mokiti Okada

Fonte: http://www.myspace.com

Mokiti Okada nasceu no Japão, no bairro de Hashiba, extremo leste de Tóquio, em 23 de dezembro de 1882. Faleceu em 10 de fevereiro de 1955, deixando prontas as bases para a construção de um mundo espiritual e materialmente evoluído, denominado por ele “Paraíso Terrestre”, expressão que significa a concretização do mundo ideal. Um mundo onde o pensamento, as palavras e as ações do ser humano se fundamentam na Verdade da Lei da Natureza, ou seja, no Grande Ordenamento Jurídico Universal, que submete, regula e harmoniza toda a Criação.

(Fonte: http://www.fmo.org.br/ fmo2/sobre_mokiti_okada.html)

Ana Primavesi: Formada em Ciências Agrárias pela Universidade Rural de Viena, Áustria e com Ph.D. em Nutrição Vegetal, Ana Primavesi dá cursos, profere conferências e é consultora sobre agroecologia e correto manejo da terra. Com oito livros publicados, dezenas de artigos científicos e larga experiência, expressa com precisão seu ponto de vista sobre a presente situação planetária e as condições para a sobrevivência da espécie humana.

(Fonte: http://agroecologia ealternativasecologicas. blogspot.com/2009/01/ana- primavesi-solo-vivo.html)

Agricultura biológica é o termo frequentemente usado para designar

a produção de alimentos e outros produtos vegetais que não fazem uso de produtos químicos sintéticos, tais como fertilizantes e pesticidas, nem de organismos geneticamente modificados, e geralmente adere aos prin- cípios de agricultura sustentável. A sua base é holística e põe ênfase no solo. Os seus proponentes acreditam que num solo saudável, mantido sem o uso de fertilizantes e pesticidas feitos pelo homem, os alimentos tenham qualidades superiores a de alimentos convencionais. Em diversos países, incluindo os Estados Unidos (NOP - National Organic Program), o Japão (JAS - Japan Agricultural Standard), a Suíça (BioSuisse) a União Europeia (CEE 2092/91), a Austrália (AOS - Australian Organic Standard / ACO - Australia Certified Organic) e o Brasil (ProOrgânico - Programa de Desenvolvimento da Agricultura), já adotaram programas e padrões para a regulação e desenvolvimento desta atividade. Este sistema de produção, que exclui o uso de fertilizantes, agrotóxicos e produtos reguladores de crescimento, tem como base o uso de estercos animais, rotação de cul- turas, adubação verde, compostagem e controle biológico de pragas e doenças. Pressupõe ainda a manutenção da estrutura e da profundidade do solo, sem alterar suas propriedades por meio do uso de produtos quí- micos e sintéticos. A agricultura orgânica está diretamente relacionada ao desenvolvimento sustentável.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Agricultura_org%C3%A2nica A história da agricultura orgânica remonta ao início da década de 1920, com o trabalho do pesquisador inglês Albert Howard, que em viagem à Índia, observou a adubação orgânica e as práticas agrícolas de compostagem utilizadas pelos camponeses, relatando-as posteriormente em seu livro “Um testamento agrícola”, de 1940. Na mesma época, na França, Claude Aubert difundiu o conceito e as práticas da agricultura biológica, na qual os produ- tos são obtidos pela utilização de rotação de culturas, adubos verdes, ester- cos, restos de culturas, palhas e outros resíduos vegetais ou animais, bem como controle natural de pragas e doenças. O uso de fertilizantes, adubos e defensivos sintéticos é suprimido no manejo das lavouras. Aceleradores artificiais de crescimento ou engorda também são abolidos no manejo de animais, somente sendo aplicadas as vacinas obrigatórias.

Francis Chaboussou, ao enunciar a teoria da trofobiose, lançou um dos pi- lares da agroecologia, uma sólida argumentação científica, demonstrando que os parasitas não atacam as plantas cujos sistemas nutricionais estejam equilibrados; em contrapartida, são os fertilizantes solúveis e os agrotóxicos que os atraem, gerando, assim, um ciclo de dependência. As pragas e doen- Compostagem

É o conjunto de técnicas aplicadas para controlar a decomposição de materiais orgânicos, com a finalidade de obter, no menor tempo possível, um material estável, rico em húmus e nutrientes minerais; com atributos físicos, químicos e biológicos superiores (sob o aspecto agronômico) àqueles encontrados na(s) matéria(s) prima(s).

Para enriquecer o seu aprendizado, leia o livro “Plantas Doentes pelo uso de agrotóxicos” de Francis Chaboussou. Boa leitura! Fonte: http://www. expressaopopular.com.br

A Teoria da Trofobiose diz que uma planta desequilibrada nutricionalmente torna-se mais suscetível a pragas e patógenos. A adubação mineral e o uso de agrotóxicos provocam inibição na síntese de proteínas, causando acúmulo de nitrogênio e aminoácidos livres no suco celular e na seiva da planta, alimento

Agricultura e Desenvolvimento Rural Sustentável e-Tec Brasil

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ças vegetais hoje chegam à casa dos milhares, com o uso crescente desses agrotóxicos e fertilizantes. Resultantes desse processo estão o fracasso da “Revolução Verde” e do “agronegócio”, com suas lamentáveis e sombrias consequências para o planeta. O equilíbrio da composição mineral do solo é condição sine qua non para a sua fertilidade; o problema está em como alcançar esse equilíbrio.

O que se pode ressaltar após uma rápida visita em cada uma das filosofias que norteiam as diferentes formas de produção alternativas, é que os ele- mentos comuns entre elas são uma forte preocupação com a sustentabilida- de dos sistemas de produção ou agricultura sustentável.

Resumo

Assim como abordado na aula anterior, a Agricultura alternativa passa a ser ciência após estudos de observação e pesquisa, onde nasce o novo con- ceito de agroecologia, com as suas diversas correntes formadoras. Nessa aula estudamos outras duas dessas correntes, as quais formam a base de sustentação de uma agricultura que nasceu como alternativa a um modelo destruidor e passa a ser ciência.

Atividade de aprendizagem