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4.5 Procedimentos de análise do corpus

4.5.2 Agrupamento de UFEs e AASs, e levantamento e descrição da variação formal no

Ao longo da análise das linhas de concordância e da produção das listagens descritas no subcapítulo anterior, percebemos que algumas UFEs e AASs se organizavam em torno de uma mesma base ou de uma base similar e, portanto, eram passíveis de serem agrupados. Em vista disso, ao fim do procedimento de listagem e de filtragem da listagem obtida, realizamos agrupamentos de UFEs e AASs, de modo a possibilitar análises semasiológicas no escopo de cada agrupamento e tornar mais célere esses procedimentos de análise. Os agrupamentos realizados nesta etapa da pesquisa estão disponibilizados no Apêndice C121.

Evidenciamos que apenas os Grupos de 1 a 9 foram focalizados e discutidos nesta pesquisa, pois ao longo das análises dos agrupamentos 10 a 15, percebemos que grande parte das UFEs presentes nesses agrupamentos não funcionavam como designação de área ou de potenciais subáreas do PLNM, e muitas vezes nem se constituam realmente como UFEs, como é o caso de “língua nova/nova língua”, que não refere-se a nenhum conceito. Já outras (C)UFEs – a saber, “português para falantes de espanhol”, “português para surdos” e “português para imigrantes” – não foram discutidas, pois suas intensões conceituais já são abrangidas satisfatoriamente por outros conceitos/UFEs discutidos ao longo das análises dos Grupos de 1 a 9.

Para ilustrar os próximos procedimentos de análise, utilizaremos o primeiro agrupamento formado e selecionado para análise, que está apresentado no Quadro 7, a seguir.

Quadro 7 – Grupo 1 – Herança GRUPO 1 – HERANÇA

língua de herança

português como língua de herança português língua de herança

LH PLH POLH

Fonte: Elaborado pelo autor.

A partir da seleção do Grupo 1 para análise, recorremos ao Concord do WST para realizar o levantamento e descrição quali-quantitativa da variação formal no escopo deste

121 Evidenciamos que nem todas as UFEs e AASs foram passíveis de serem agrupados, portanto, o Grupo 15,

agrupamento. Para isso, geramos linhas de concordância para cada UFE e AAS integrante do Grupo 1.

Na análise dessas linhas de concordância, foi necessária atenção redobrada para algumas questões. A primeira é em relação à quantificação exata de cada item sob análise. Como pode- se observar no Quadro 7, a UFE “língua de herança” ocorre como uma UFE autônoma, mas também é parte constituinte de UFEs maiores, especificamente “português como língua de herança” e “português língua de herança”. Portanto, pretendendo quantificar de maneira exata as vezes que a UFE “língua de herança” foi utilizada de maneira autônoma e não como constituinte de outras UFEs mais extensas, no momento das análises das linhas de concordância geradas para “língua de herança”, excluímos as linhas que apresentavam esta UFE como parte constituinte de outras mais longas, como ilustrado na Figura 7, a seguir.

Figura 7 – Recorte dos resultados da busca por “língua de herança” no Concord do WST

Fonte: Elaborada pelo autor.

A exclusão das linhas de concordância que não seriam computadas para “língua de herança” foi feita pela seleção da linha a ser excluída, exclusão por meio da tecla “delete” e limpeza das linhas de concordância por meio do atalho “Ctrl+Z”. Desta forma, das 130 linhas de concordância geradas para a UFE em questão, apenas 80 apresentavam esta UFE sendo utilizada de forma autônoma, e apenas estas foram analisadas para quantificar esta UFE e suas variações formais. Essa situação também ocorreu nos agrupamentos de 2 a 6, haja vista que neles também havia UFEs autônomas que também funcionavam como partes constituintes de UFEs mais longas.

A segunda situação que precisou de atenção redobrada foi a busca pelos AASs, haja vista que precisávamos assegurar que os AASs quantificados realmente se referiam aos

conceitos articulados nos agrupamentos. No caso do Grupo 1, todos os AASs se referiam às UFEs pertencentes ao agrupamento, então não tivemos problemas em relação a isso. Mas no caso do Grupo 5, por exemplo, ao longo das análises das linhas de concordância geradas para “LA”, percebemos que, das 655 linhas de concordância geradas, em 465 delas “LA/La/la” foram utilizados não como AAS para “língua adicional”, mas como artigos definidos e/ou pronomes em trechos em francês e/ou espanhol. Todos esses casos foram excluídos das linhas de concordância para focalizarmos só nos casos em que LA é utilizado como AAS. Em seguida, ao longo da análise das 190 linhas de concordância restantes, percebemos também que LA não é utilizado apenas como AAS para “língua adicional”, mas também para: (i) Linguística Aplicada – 86 vezes; (ii) língua-alvo – 69 vezes; (iii) língua de acolhimento – 15 vezes122; (iv)

language awareness – 7 vezes. Todos esses casos foram excluídos das linhas de concordância

geradas para “LA”, de modo que fosse possível quantificar exatamente as ocorrências de LA como AAS de “língua adicional”123 – 13 vezes.

Retomando o exemplo do Grupo 1, apresentado anteriormente, ao longo das análises das linhas de concordâncias geradas para cada item que compõe este agrupamento, tabelamos as variantes encontradas, bem como o número total de ocorrências de cada variante e o número de arquivos em que cada uma delas ocorreu. Em seguida, descrevemos a variação terminológica formal identificada neste agrupamento. O resultado destes procedimentos de identificação, quantificação e descrição da variação terminológica formal do Grupo 1 está apresentado no Subcapítulo 5.1.

4.5.3 Eleição de UFEs e AASs padrões para cada agrupamento, e análises e discussões