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Estão apresentados no Quadro 15, a seguir, os dados quantitativos referentes às variações formais identificadas no Grupo 8 – Para Estrangeiros.

Quadro 15 – Quantificação da variação formal do Grupo 8 – Para Estrangeiros

FORMA OCORRÊNCIAS ARQUIVOS

português para estrangeiros 107 41

Português para Estrangeiros 99 31

139 A discussão apresentada neste subcapítulo é baseada nos contextos atestatórios e metalinguísticos identificados

nas seguintes publicações que compõem o corpus de estudo desta pesquisa: Furtoso (2001), Dell’Isola et al. (2003), Amorim (2004), Berwig (2004), Silva (2006), Bolacio Filho (2007), Crispim e Madeira (2008), Filardi (2008), Fortes (2009), Almeida (2010), Santos (2010), Neves, Vilela e Coura-Sobrinho (2011), Carvalho (2012), Costa (2012), Kath e Pedretti (2012), Mangabeira e Mello (2012), Mello (2012), Santos e Ribeiro (2012), Silva (2012), Silva (2012), Conrado (2013), Felipe (2013), Leroy e Coura-Sobrinho (2013), Ribeiro (2013), Santoro e Castillo Hernández (2013), Sousa (2013), Yamanaka (2013), Bi (2014), Cababe (2014), Garofalo (2014), Leal e Sanches (2014), Mendes (2014), Cândido (2015), Coelho (2015), Dittmaier (2015), Maciel (2015), Pinheiro (2015), Santos (2015), Behle e Ibaños (2016), Gusmão (2016), Reis (2016), Santos Junior (2016), Santos e Albuquerque (2016), Santos (2016), Silveira e Marques (2016), Bessa (2017), Cobbs (2017), Faria (2017), Jesus (2017), Meisnitzer (2017), Virgulino (2017), Alfaiate (2018), Boléo (2018), Bulla, Hilgert e Bulegon (2018), Leurquin, Gondim e Silva (2018), Nagasawa (2018), Nascimento e Sampaio (2018), Sousa (2018), Weiss e Míccolis (2018), Bottura (2019), Bottura, Negri e Gattolin (2019), Brandão (2019), Frantz (2019), Lemos e Meyer (2019a; 2019b), Malone (2019), Morais e Corrêa (2019), Oliveira e Weiss (2019), Oliveira (2019), Perna (2019), Silva (2019), Soares e Tirloni (2019), Teixeira (2019), Yu (2019), Zanchetta (2019) e Souza Neto (2020).

Português para estrangeiros 42 23

Língua Portuguesa para Estrangeiros 58 26

língua portuguesa para estrangeiros 28 17

Língua Portuguesa para estrangeiros 8 2

Língua Portuguesa Para Estrangeiros 1 1

Português do Brasil para Estrangeiros 13 3

português do Brasil para estrangeiros 2 1

português para estrangeiro 2 2

Português para Estrangeiro 1 1

português a estrangeiros 8 3

Português a Estrangeiros 2 2

português como segunda língua para estrangeiros 6 3 Português como Segunda Língua para Estrangeiros 4 2

PL2E 24 5

PBE 31 4

Fonte: Elaborado pelo autor.

No Grupo 8, assim como no Grupo 7, não identificamos menções a um conceito autônomo subjacente à potencial área/subárea. As variações encontradas para designação dessa potencial área/subárea de ensino de língua portuguesa, são as seguintes: (i) alternância entre “português” e “língua portuguesa” – Português/Língua Portuguesa para Estrangeiros; (ii) especificação da variedade do português – Português (do Brasil) para Estrangeiros; (iii) alternância entre singular e plural no constituinte “estrangeiro” – português para estrangeiro(s); (iv) especificação do conceito de língua articulado – Português (como Segunda Língua) para Estrangeiros.

Ao longo da análise de dados do Grupo 7, e a partir dos dados quantitativos apresentados no Quadro 15, percebemos que a tendência é a utilização de letras iniciais minúsculas, semelhantemente aos casos dos Grupos 3 e 7. Assim como no caso do Grupo 7, essa tendência se justifica pela similaridade dessa UFE com formulações sintagmáticas sem valor terminológico. Tomemos como exemplo o seguinte caso: “Eu sou professor e ensino português para crianças”. No exemplo dado, “português para crianças” não consiste em uma área e nem em um conceito, mas é apenas uma formulação sintagmática sem valor terminológico que indica o grupo específico de alunado. Essa mesma situação ocorre com várias ocorrências de “português para estrangeiros”. Todavia, é relevante pontuar que nas análises também

encontramos alguns casos em que “português para estrangeiros”, grafados com letras iniciais minúsculas se referiam realmente a uma área/subárea de ensino de línguas.

Em vista do que foi exposto, apesar de a tendência ser a grafia com letras iniciais minúsculas, propomos como padrão a grafia de “Português para Estrangeiros” com letras iniciais maiúsculas para diferenciar a referência à uma potencial área/subárea de ensino dos casos que não possuem valor terminológico – apesar de esta UFE não figurar em nossa proposta de harmonização terminológica, como justificamos posteriormente neste subcapítulo.

Semelhantemente aos casos mais comuns de “português para falantes de outras línguas” (cf. Subcapítulo 3.7), “português para estrangeiros” e suas variações formais, na maioria das vezes em que são utilizados, não são UFEs, ou seja, são apenas agrupamentos lexicais com frequência de (co)ocorrência significativa em nosso corpus de estudo, mas que não possuem valor terminológico, como comentado anteriormente neste subcapítulo. Outros casos que se sobressaíram foram as utilizações de “português para estrangeiros” e de suas variações como menções a nomes de cursos de língua portuguesa, projetos de extensão, programas universitários, livros/manuais didáticos, bem como, principalmente, na apresentação da forma extensa do acrônimo Celpe-Bras, portanto, não apresentando características conceituais pertinentes para a pesquisa, a não ser a delimitação de um público específico, a saber, estrangeiros.

Nos arquivos em que Português para Estrangeiros é utilizada como UFE, ela refere-se a uma área voltada ao ensino-aprendizagem de língua portuguesa para estrangeiros, tanto em contextos de imersão como em contextos de não imersão linguística. Em alguns casos, os autores indicam que, por ser designação da área como um todo, Português para Estrangeiros concorre com outras UFEs também utilizadas para designar a área geral, como PLA, PLNM, PLE e PFOL.

Em dois arquivos identificamos que Português para Estrangeiros é conhecido também como PLE, portanto, estão em relação de sinonímia. Outrossim, em um dos arquivos analisados, identificamos Português para Estrangeiros sendo utilizado como sinônimo de PLA, o que é problemático haja vista que a conceituação de PLA vai contra a ideia subjacente a “estrangeiro” (cf. Subcapítulo 5.5).

A utilização de Português para Estrangeiros como designação da área como um todo é problemática, haja vista que a própria UFE restringe o público-alvo como somente estrangeiros e, portanto, ao utilizá-la, desconsideraríamos outros tipos de públicos-alvo que não são

estrangeiros, como falantes de línguas indígenas e indivíduos surdos que nasceram em países e língua majoritária portuguesa, mas que não possuem o português como LM. Como já discutimos anteriormente neste capítulo, o público-alvo da área não se restringe apenas a indivíduos estrangeiros e, ademais, como discutimos no Subcapítulo 5.4, a própria ideia de “estrangeiro” é imprecisa. Além disso, a quantidade de autores que utilizam Português para Estrangeiros para delimitar uma área ou subárea é ínfima se comparada à quantidade de autores que utilizam as outras UFEs abordadas nesta pesquisa. Por fim, as intensões conceituais da UFE Português para Estrangeiros já são integralmente abarcadas pelas outras UFEs que compõem nossa proposta de harmonização terminológica, não sendo necessário a utilização de mais uma UFE, sendo que outras já amplamente utilizadas na área conseguem, por extensão, abranger sua intensão conceitual de forma menos imprecisa. Por esses motivos, a UFE Português para Estrangeiros não comporá a proposta de harmonização terminológica desenvolvida nesta pesquisa.