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Custeio Variável

9. Alavancagem Operacional

Após o estudo de tantas metodologias de custeio fica claro que os custos fixos, que são aqueles ligados à estrutura produtiva, são fixos dentro de um limite de produção. Explicando melhor: uma fábrica tem custo fixo de R$ 100.000 mensais porque ela tem capacidade de produzir até 400.000 peças/mês. Mas e o que aconteceria se ela produzisse apenas 200.000 peças/mês, apesar de sua capacidade? E se aumentar para 300.000 peças/mês?

É claro que se ela ultrapassar a capacidade máxima de 400.000 peças/mês, seus custos fixos serão alterados, mas enquanto não chegar nesse ponto, ela pode se alavancar, ou seja, produzir mais pelo mesmo custo fixo. Para compreender melhor o conceito, é útil a análise de uma DRE:

Figura 3.4

Como é possível ver na DRE da figura 3.4, quando a empresa saiu de 230.000 unidades/mês para 200.000 unidades/mês, ela diminuiu sua receita em 13%, mas seu lucro caiu 28,6%.

Essa é uma informação que poucos gestores estão acostumados a receber da área de custos, porém, é vital para a empresa. Provavelmente quem decidiu diminuir a produção, acreditava Aula 03 | Custeio Variável

Pontuando

Por outro lado, quando a empresa aumenta a produção de 230.000 unidades/mês para 250.000 unidades/mês, ela aumentou sua receita em apenas 8,7%, mas seu lucro cresceu 19%, mais que o dobro! E o mesmo fenômeno é visto no aumento para 300.000 unidades/

mês, onde com apenas 30% de aumento da receita, o lucro aumentou em 66,7%.

O que pode ser visto na DRE é o efeito da alavancagem, no qual um aumento na receita é potencializado no lucro.

A alavancagem é medida em grau, chamado de GAO (grau de alavancagem operacional), que é calculado da seguinte forma:

GAO = Variação % do lucro operacional Variação % da receita

Com a DRE acima, temos:

GAO = 19,0% = 2,19 8,7%

Se calcularmos para qualquer quantidade da tabela, o GAO será o mesmo. Isso significa que a empresa tem grau 2,19, ou seja, o lucro operacional aumenta 2,19 vezes mais que o aumento da receita. Importante lembrar que poucas empresas sabem seu grau de alavancagem, apesar de ser uma informação de fácil obtenção e de muita utilidade.

Como uma empresa estável, que utiliza o custeio variável há anos como forma de gerar informações gerenciais, pode lidar com um aumento súbito nos seus custos fixos? Ela pode descobrir isso apenas através da alavancagem ou precisa de uma nova ferramenta de custeio?

Vamos pensar

Aula 03 | Custeio Variável

Pontuando Pontuando

• Custeio variável é uma metodologia para utilização gerencial, não pode ser utilizada para apuração de custos visando apuração de lucro para Imposto de Renda.

• O custeio variável não dá nenhum tratamento especial ao custo fixo. Este é visto como custo da estrutura produtiva, portanto não participa da apuração e seu montante é totalmente direcionado para o demonstrativo de resultado, sem impactar o custo unitário dos bens produzidos.

• O custeio por absorção compartilha seus dados para a elaboração do custeio variável, dada à mesma base de dados, a implantação do custeio variável como ferramenta gerencial é relativamente simples, visto que não necessita de dados diferentes aos já existentes na contabilidade.

• Com o não direcionamento dos custos fixos para os produtos, a quantidade produzida em cada período não altera o custeio, como acontece no custeio por absorção, na qual pouca produção tem que absorver todo o custo fixo.

• A premissa básica do custeio variável é que todo custo fixo é indireto, por isso não o direciona do produto. No entanto, se há conhecimento que determinado custo fixo seja direto, ou seja, que um determinado produto receba totalmente esse custo, não há motivos para deixá-lo de fora. Neste caso ,o custo fixo será tratado como sendo variável, mas apenas nesse caso específico.

• A não existência de rateios dá segurança ao gestor que a informação gerada através do custeio variável é mais confiável do que a fornecida pelo custeio por absorção, uma vez que este tem inúmeros critérios de rateio e nem sempre devidamente coerentes com o negócio.

• O custeio variável tem como resultado, além do processamento dos custos diretos, a margem de contribuição de cada tipo de produto que a empresa fabrica.

• No custeio variável não se usa mais lucro como medida de desempenho e sim a margem de contribuição, que é obtida subtraindo os custos e despesas variáveis do preço de venda.

• A principal desvantagem do custeio variável é que um súbito aumento do custo fixo não é percebido no produto, já que os custos fixos vão direto para o resultado do exercício.

• Ponto de equilíbrio é a situação na qual a empresa aumentou sua venda e parou de ter prejuízo, mas ainda não teve lucro. É o ponto onde não ganha e nem perde dinheiro com a operação.

• Alavancagem operacional é o poder que a empresa tem de converter um percentual de incremento no faturamento em um percentual ainda maior de lucratividade.

• O GAO (grau de alavancagem operacional) é o número que indica quantas vezes o percentual de aumento no faturamento é multiplicado para obtenção do lucro.

IUDÍCIBUS, Sérgio de (Coord.). Contabilidade Introdutória / equipe de professores da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP. 10. ed. – São Paulo: Atlas, 2006.

KAPLAN, Robert S. Custo e desempenho: Administre seus custos para ser mais competitivo. 2. ed. – São Paulo: Futura, 1998.

MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 9. ed. – São Paulo: Atlas, 2003.

MEGLIORINI, Evandir. Custos: análise e gestão. 2. ed. – São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

NAKAGAWA, Masayuki. ABC: Custeio Baseado em Atividades. 2. Ed. – São Paulo: Atlas, 2001.

Pontuando

Referências

Verificação de leitura

RESPOSTA DISSERTATIVA

Questão 1

Qual a principal característica do custeio va-riável em relação ao custeio por absorção?

RESPOSTA DISSERTATIVA

Questão 2

Quais são os problemas dos custos fixos?

RESPOSTA DISSERTATIVA

Questão 3

Porque é importante conhecer a margem de contribuição de cada produto?

RESPOSTA DISSERTATIVA

Questão 4

O que é o ponto de equilíbrio?

RESPOSTA DISSERTATIVA

Questão 5

O que é alavancagem operacional?

Gabarito

Questão 1

Resposta: Custeio variável é semelhante ao Custeio por Absorção, a diferença básica é que no custeio variável apropria-se ao produto apenas os custos realmente variáveis, não dando nenhum tratamento aos custos fixos.

Questão 2

Resposta: Os custos fixos são custos indiretos, ou seja, os custos referentes à estrutura da empresa, que são fixos, precisam de uma base de rateio para serem absorvidos pelos bens produzidos. As bases de rateio nunca são unânimes em uma empresa, pois são frutos de critérios subjetivos e arbitrários, e em caso de erro em seu estabelecimento, a falha se propaga por muito tempo, até que se revejam os critérios de rateio novamente.

Questão 3

Resposta: O conhecimento da margem de contribuição é vital nesse sentido, pois ao conhecê-la, o administrador pode focar no produto que proporciona a melhor margem no início, acelerando a superação dessa fase difícil que toda empresa iniciante enfrenta. Mas caso o tomador de decisão não tenha essa informação, pode insistir em promover um produto com pequena margem, sacrificando outros mais rentáveis e prolongando desnecessariamente a dificuldade inicial que a empresa vive.

Questão 4

Resposta: O ponto no qual a empresa não confere lucro, mas também não experimenta prejuízo, é chamado de ponto de equilíbrio, ou pelo nome em inglês, break-even point. É a descoberta desse ponto e o direcionamento da empresa em alcançá-lo o mais rápido possível que pode fazer a diferença entre o sucesso e a falência do negócio.

Questão 5

Resposta: É a capacidade da empresa em multiplicar o aumento percentual do faturamento no aumento percentual do lucro, potencializando-o.

Gabarito

TEMA 04

Custeio baseado em atividades, custo

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