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“No máximo de sua alegria o homem faz as palavras. Estas palavras não são suficientes: Ele as prolonga. As palavras prolongadas não são suficientes: ele as modula. As palavras moduladas não são suficientes, e, sem se dar conta, as suas mãos fazem gestos e os seus pés começam a se mover” (Pensamento Chinês).

O ser humano dançou antes de falar. Esta foi sua primeira forma de manifestação social, que sempre serviu para auxiliá-lo a afirmar-se como membro de sua comunidade. Dessa maneira, a dança sempre teve influência muito grande em todas as suas atividades, desde rituais religiosos de adoração aos deuses ou às forças da natureza até as celebrações de plantio e colheita, nascimento, casamento e morte. De qualquer forma, ele foi sempre mais que expressão: era participação, celebração, jogo e comunicação, e, por isso, é considerado a primeira das artes. Garaudy (1980), descreve a dança como expressão através dos movimentos do corpo, organizados em seqüências significativas de experiências que transcendem o poder das palavras e da mímica.

Fornaciari (1957), relata que a dança vem de movimentos naturais como o andar. Fux (1983), completa esta idéia dizendo que “a dança é inerente ao homem, basta deixá-la manifestar-se”. E ela enfatiza a dança não só com privilégios dos “bem dotados” e, sim, mais um meio de educação integral do homem.

Segundo Ellmerch (1964), a dança pode se definir como uma ampla sucessão de movimentos, no espaço organizado por tempo e executada num dado momento, o qual é escolhido pelo homem.

Desta forma, é importante na dança um conceito de grupalidade, o qual em sintonia, leva o homem em variações de conceitos e com isso, o ser humano dança por um determinismo cultural.

Segundo Resende (1984), dançar é um estado de espírito que conduz à realização de nosso íntimo. Suas características são o ritmo que dela emana, a maneira que seus participantes deixam-se envolver por ela, a mensagem transmitida e o dinamismo da movimentação.

“A dança com movimento ordenado e rítmico, tem por base manifestações biológicas dos seres humanos e animais. São a respiração e a pulsação que dirigem os movimentos. Entre os animais, pode- se observar o movimento da dança. O avestruz tem a fama de ‘bailarino’, subitamente se senta, abra as asas e ritmicamente balança o corpo para frente e para trás” (ELLMERICH, 1964).

A dança, como uma das formas de comunicação e expressão, se constitui como uma linguagem específica, através da seleção de possibilidades do transmissor que permite articular mensagens, estabelecer relações pertinentes ao universo das idéias, sentimentos, acontecimentos, através de um código próprio – a linguagem do movimento.

Os homens dançavam em comemorações religiosas, de magia, enfim, “dançaram todos os momentos solenes de sua existência”. É a representação da realidade.

A história da evolução da sociedade explica a evolução das artes e sua função social. A dança atravessa nesta evolução vários momentos de opressão, em razão de ser o corpo seu instrumento de manifestação e ao mesmo tempo, reflexo da estrutura social.

Portanto, o gesto, a atitude e o movimento, coincidem, na dança, com a idéia e realizam a transparência da alma no corpo (ele exprime pelo movimento o que a linguagem exprime pelas palavras).

Para Mendes (1987), dança é movimento. Movimento e gestos, a partir de sua ordenação no espaço e dentro do tempo, regulada pelo ritmo interior e pessoal do ser dançante, ou exterior a ele, podendo, querendo ou não, expressar sentimentos e emoções. Mantendo-se nesse nível, ela se basta para constituir-se como uma arte completa, autônoma.

1. fugir ao “stress” do cotidiano explicitando uma emoção como fuga;

2. compromisso com o “status quo” (elitização);

3. compromisso com o povo – proporcionar a reflexão de sua realidade (massificação).

Desde os primórdios dos tempos, no presente e no futuro, a dança foi, é e será compromisso com:

- as divindades; - o homem; - o ser social.

A maioria das pessoas dança para se divertir ou para entreter outras pessoas. Mas a dança pode servir a muitas outras finalidades. A dança constitui um meio de comunicação dos mais pessoais e eficientes.

Existem duas espécies mais importantes de danças: a teatral e a social. A dança teatral é encenada para entretenimento dos expectadores.

Na dança social, os participantes dançam para o seu próprio prazer e não para a distração do público. Existem muitos tipos de danças sociais. A maioria tem passos e ritmos específicos, mas muitas danças mais recentes dão oportunidade aos dançarinos para criarem seus próprios movimentos.

A maioria dos movimentos da dança está ligada ao ritmo da música de acompanhamento.

A dança popular é a dança dos bailes, festas e outras reuniões sociais. As danças populares incluem tanto as antigas danças como a valsa, como quanto as danças mais recentes, como o rock.

As primeiras danças populares, conhecidas como dança de corte, originaram-se entre os nobres europeus do século XII, a partir das danças folclóricas dos camponeses. Entretanto, estas danças populares tinham mais dignidade do que as agitadas danças folclóricas das quais se originavam.

A dança é, ao mesmo tempo, um processo cultural individual e um fenômeno social. Quando o homem separou o rito da dança, ela passou a constituir uma arte lúdica, expressiva de sentimentos e emoções, transmitida

através de dois elementos que tinham em comum a arte dramática: o movimento e o gesto.

“Uma das formas mais harmônicas e perfeitas de se desenvolver o corpo é através da arte da ‘dança’. Desde que o homem surgiu que, mesmo de forma rudimentar, ele dança. Seja para o seu deus, seja para atrair a chuva, para saudar o sol ou espantar os maus fluídos: o homem dança” (LEAL, 1998).

3 DANÇA: CORPO-MOVIMENTO, IMAGEM CORPORAL E