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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

1.2. Algumas referências à saúde e à educação na legislação vigente

A Constituição Brasileira dispõe em cinco artigos uma concepção de sistema de saúde democrática e solidária, que define o princípio da saúde como um direito do cidadão e, ao mesmo tempo, um dever do Estado, ou seja, todos têm direito ao acesso igualitário às ações e aos serviços de saúde.

Quanto à saúde concebida como direito de todos e dever do Estado, diz a Constituição Brasileira no Título VII, Capítulo II, Seção II, Art.1:

A saúde é um direito de todos e dever do Estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco da doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

O Art. 197. considera de relevância pública as “ações e serviços de saúde, cabendo ao poder público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle. Neste aspecto, consideramos importante que os profissionais da educação conheçam a legislação básica sobre a saúde. A informação sobre o Sistema Único de Saúde é pouco divulgada entre esse segmento formador da população”.

No artigo 198, a Constituição Federal determina que as ações e serviços públicos de saúde integrem uma rede regionalizada e hierarquizada e constituam um sistema único também traça as diretrizes que foram regulamentadas pela lei orgânica n º 8080 de 18 de setembro de 1990 que implanta o Sistema Único de Saúde- SUS.

A referida lei orgânica dispõe que a saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício, em conformidade à norma constitucional. O Sistema Único de Saúde com seus princípios, organização e em sua abrangência e complexidade é definido na Lei Orgânica da saúde como:

O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público e tem como objetivos e atribuições, entre outras, a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde e a formulação de políticas de saúde destinadas aos campos econômico e social.

a integralidade do cuidado e da assistência, a participação da comunidade nas ações de controle social, a descentralização político-administrativo.

Nesta perspectiva, os princípios do SUS contemplam a importância da participação da comunidade e do controle social, por meio dos Conselhos de Saúde. Os gestores e profissionais da saúde podem ter como aliados os profissionais da educação, para fomentar essa participação social como mediadores na educação informal da comunidade.

A Norma Operacional Básica nº.01/1996 – NOB nº1/96 regula o processo de reorganização do modelo assistencial, deslocando o poder, gestão, atribuições e decisões para o nível mais local, o município e tem como princípios, garantir a universalidade, a igualdade e a integralidade do sistema.

A NOB nº1/96, tem o deslocamento da ênfase na doença, como meta alcançando um novo modelo de atenção à saúde que abrange serviços, instituições e ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde. Entre estas instituições compreende-se não só as instituições de saúde mas também as escolas da rede pública de ensino, entre outras instituições sociais.

Temos uma legislação de saúde avançada e ampla que permite que a escola, entendida como espaço instituído de participação da comunidade, ganhe um lugar de destaque que deve ser considerado pelas políticas públicas de saúde e educação. A questão é a forma como nossa sociedade está organizada. Como garantir saúde para todos numa sociedade em que o econômico é o fator determinante?

Na educação, é a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº. 9.394/96, que normatiza e orienta a educação escolar. No artigo 32, a LDB afirma que o ensino fundamental, com duração mínima agora de 9 anos obrigatório e gratuito na escola pública, terá por objetivo a formação básica do cidadão, incluindo “a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade”.

Na LDB n.º 9.394/96, o atendimento ao educando, no ensino fundamental público, por meio de programas suplementares de assistência à saúde, aparece como dever do Estado para com a educação escolar pública. Ao instituir a gestão democrática do ensino público, a LDB nº 6364/69 ainda lança um dos grandes desafios da última década: a escola democrática, que inclui a participação ativa dos professores.

O artigo 12, inciso I, da LDB nº 6364/69 prevê que a escola deve refletir sobre sua organização pedagógica e sua intenção educativa, quando diz que: “os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de elaborar e executar sua proposta pedagógica.” Para Veiga (2000,p.13), a proposta pedagógica prevista pela, expressa também a dimensão política e tem como finalidade conferir uma nova identidade à escola:

O projeto político–pedagógico explicita os fundamentos teóricos- metodológicos, os objetivos, o tipo de organização e as formas de implementação e avaliação da escola. As modificações que se fizerem necessárias, resultam de um processo de discussão, avaliação e ajustes permanentes do projeto pedagógico.

Mas para caminhar da escola que temos, para a escola que queremos a comunidade educativa necessita conhecer algumas das tendências pedagógicas que coexistem na educação brasileira. Escolhemos as tendências pedagógicas organizadas por Carlos Libâneo (1985), as quais abordaremos brevemente.