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Alguns Avanços

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4 INSTITUIÇÕES DO DIREITO PRIVADO, FIESP, SESI, SENAI, FORÇA SINDICAL E OS PPDs.

4.7 Alguns Avanços

4.7.1 O Senai e os Portadores de Necessidades Especiais (PNEs)

O SENAI tem desenvolvido ações voltadas a pessoas com necessidades especiais. O objetivo dessas ações é promover o acesso e a inclusão das pessoas portadoras de necessidades especiais nos cursos profissionalizantes do SENAI.

A cada ano o número de atendimentos a PNE vem se ampliando. No período compreendido entre agosto de 2004 e dezembro de 2005, as Unidades Escolares do SENAI-SP atenderam a 1.479 alunos com necessidades especiais, em diversos programas de capacitação, distribuídas da seguinte forma, de acordo com os tipos de deficiência: • Deficiência visual: 205 • Deficiência auditiva: 398 • Deficiência mental: 418 • Deficiência física: 404 • Deficiência múltipla: 33 • Condutas típicas: 13

• Alta habilidades: 3 usivas

v Treinamento para PNEs ( sob medida para empresas)

v Inclusão de PNEs em programas de formação profissional continuada v Palestras de sensibilização e treinamento para funcionários

v Telecurso 2000 – ensinos fundamentais e Médios. Programa de educação supletivo dirigido a quem não teve a oportunidade de concluir o Ensino Fundamental e o ensino Médio da Educação Básica, tem-se mostrado uma excelente estratégia para a inclusão educacional de Pessoas com Necessidades Especiais (PNEs). Atualmente há tele-salas implantadas em parceria com diversas instituições, para atendimento a deficientes visuais, auditivos e mentais. O Telecurso 2000 conta com materiais transcritos no

sistema braile (para deficientes visuais), em caracteres ampliados ou com vídeos legendados (para deficientes auditivos).

v Análise dos postos de trabalho adequados às PNEs

v Análise de layout e adequações de local de trabalho para PNEs

v Transcrição de materiais para o sistema braile e ampliação de impressos realizados pelo Núcleo de Transcrição em Braile, localizado na unidade escolar de Itu

v Assessoria no desenvolvimento e adaptação de equipamentos para inclusão de PNEs

v Programa de Ações Móveis (PAM).

Trata-se da criação de kits móveis destinados à viabilização de programas de Lapidação de Jóias para deficientes físicos; kits de Informática e Telemarketing para deficientes visuais e kits de Tornearia e Modelagem em Cerâmica Vermelha para deficientes auditivos, portadores de deficiência mental leve e Síndrome de Down.

Esses programas são o resultado de um trabalho conjunto entre as unidades escolares de Itu e Lençóis Paulista que têm permitido ao SENAI-SP dispor de tecnologia própria para atendimento a PNEs, pois as bancadas dos kits de Lapidação sofreram alterações para permitir a aproximação de cadeiras de rodas, e os kits de Informática e Telemarketing são compostos de impressoras em braile e microcomputadores adaptados.

4.7.2 A Força Sindical e os Deficientes

Embora o objetivo da Lei de Cotas seja fomentar a oportunidade de trabalho para os deficientes físicos, ela trata de forma simplista um problema bastante complexo, a falta de qualificação dos trabalhadores no mercado e, conseqüentemente, a impossibilidade

de cumprimento das cotas pelas empresas, o resultado é a aplicação de multas que variam entre R$ 1.195,13 e R$ 119.512,33.

Além do problema da qualificação dos deficientes, outro obstáculo enfrentado pelas empresas está na adequação do candidato ao perfil da empresa. Dependendo de sua área de atuação, indústria, comércio ou prestação de serviços, os candidatos não podem ser aproveitados em todos os tipos de tarefa.

Diante desse quadro, fica evidente a dificuldade que as empresas vêm enfrentando para cumprir a lei e a penalidade a que estão sujeitas. Nesse sentido, vale ressaltar que o verdadeiro avanço no desenvolvimento de tais questões operou-se por iniciativa da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em São Paulo, que agrega à sua função fiscalizadora a orientação das empresas, com a apresentação de propostas para tentar minimizar o problema de inserção de tais trabalhadores, extrapolando a solução limitada, trazida na legislação vigente, inclusive posterior à Lei Federal n° 8.213/91. Buscou-se primeiramente orientar a empresa, concedendo- lhe o prazo de dois meses, prorrogável por mais dois, para o início da ação de fiscalização. De acordo com a conduta da empresa fiscalizada, em muitos casos somente depois de oito meses é que há a lavratura do correspondente auto de infração para a aplicação da multa.

A Força Sindical iniciou um diálogo com sindicatos de trabalhadores e patronais de diferentes segmentos do mercado e criou o Pacto de Inclusão de Pessoas com Deficiência no Mercado de Trabalho. As Empresas que aderem ao pacto ganham um prazo de dois anos para cumprir a cota, mas se comprometem a capacitar os portadores de deficiência, a criar um banco de dados para aqueles que estão aptos ou que desejam trabalhar em determinadas áreas, e, ainda, a promover campanhas institucionais contra o preconceito e a discriminação às pessoas portadoras de deficiência. São medidas que transformam a Lei n° 8.213 em uma via de mão dupla. Beneficia os portadores de deficiência, objeto da lei, e não penalizam financeiramente as empresa, já que a imposição das multas não consegue solucionar o problema de fundo, de integração do portador de deficiência ao mercado de trabalho.(www.fsindical.gov.br)

4.7.3 Caso Fequimfar

A Fequimfar- Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do estado de São Paulo, desde 2006, tem desenvolvido um trabalho para ajudar as empresas na inclusão dos PPDs.

Em 2006, a Fequimfar (Federação dos trabalhadores nas Indústrias Químicas farmacêuticas do Estado de São Paulo) e seus sindicatos

filiados e o Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo) assinaram uma Convenção Coletiva pioneira. A Convenção consiste em selecionar, contratar e qualificar trabalhadores deficientes para atuarem na indústria farmacêutica, fazendo assim, sua inclusão social.

A Fequimfar verificou que a qualificação dos trabalhadores ainda não é a ideal. Os trabalhadores já enfrentam muitos problemas no seu dia-a-dia, com dificuldades de acesso ao transporte público e pelas vias públicas, por exemplo. Por isso, para favorecer estes profissionais, ficou estabelecido um programa de qualificação profissional e preparação dos ambientes de trabalho, por meio de parcerias com entidades que vão qualificar esses trabalhadores. A idéia era que as empresas fossem obrigadas a formar profissionais qualificados para atuarem tanto nas próprias indústrias, como também no mercado de trabalho como um todo. Nestes casos, a empresa deveria promover treinamentos específicos numa parceria com o SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Indus trial). A Fequimfar, com a colaboração dos sindicatos filiados, procura fiscalizar as empresas e cobrar a intensific ação do programa de formação para que os trabalhadores tenham as condições necessárias para serem inseridos no mercado de trabalho de forma justa e digna.

No decorrer do processo, a Fequimfar avalia como satisfatórios os resultados da Convenção, principalmente em relação ao inédito processo da contratação de pessoas com deficiência, para então, serem treinadas e, posteriormente, encaminhadas para os seus locais de suas novas funções, num objetivo maior de inclusão social, junto aos seus novos postos de trabalho.

Em relação ao treinamento destes trabalhadores, verificou-se que a qualificação dos trabalhadores, ainda está a desejar. Muitas empresas têm a obrigação de formarem profissionais qualificados para atuarem nas empresas farmacêuticas e também no mercado de trabalho como um todo, porém, a questão da formação dos empregados não foi realizada de forma produtiva e transparente. A Fequimfar reclama e cobra uma intensificação do programa de formação para que os trabalhadores tenham condições melhores e necessárias para serem inseridos no mercado de trabalho.( www.fequimfar.org.br)

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