• Nenhum resultado encontrado

As alianças estratégias estão baseadas na rede de valores criadas pelos movimentos cooperativos. Estes, com intenção de fortificar um mercado econômico, realizam estratégias para alcançar metas conjuntas ou similares. No intuito da internacionalização, atuar por meio de redes de relacionamento sustentam o desempenho de atividades mais sofisticadas. Denominado de network, atividades inter-relacionadas acontecem por meio de ligações de confiança e profissionalismo, que possibilitarão melhores desempenhos (LIU et al., 2014). O início da preparação para a entrada no mercado externo começa com atitudes provenientes do mercado doméstico. Devido a maiores exigências qualitativas, torna-se essencial aprimorar, a partir de políticas públicas, o ambiente no qual as empresas estão inseridas em vista de promover melhores condições para o impulso econômico. No âmbito microeconômico, a relação com outras atividades empreendedoras é inevitável quando se está atuando em uma atividade empreendedora. Os negócios na globalização são realizados em parcerias da oferta de outros serviços. As empresas não atuam de forma individual dentro do sistema, sempre utilizando-se de parcerias que as possibilitem ou agreguem valor ao seu empreendimento. As Micro, Pequenas e Médias empresas junto com as alianças estratégicas,

vão em direção da sustentabilidade empresarial. Aprimorar ou criar qualidades são essenciais para o ganho de reconhecimento de marca que, consequentemente, incidirá no ciclo de vida e lucro da firma (MOYNIER et al., 2013).

O modo como se trabalha com os parceiros comerciais será definitivo para os resultados almejados. Em uma época em que as empresas vêm trabalhando cada vez mais com a divisão dos trabalhos de forma especializada, a conectividade de ações se torna imprescindível quando não se é possível dominar uma cadeia inteira de atividades. Portanto, saber como gerir uma cadeia de contatos é de extrema importância para o desenvolvimento de uma empresa, aprimorando suas qualidades microeconomias para a inserção e sustentação da estadia no mercado externo. Ou seja,

[...] Antes de iniciar em comércio exterior o empresário deve analisar a história de sua empresa e sua capacidade produtiva. Planejar a médio e longo prazos, ter um plano definido de comercialização, não improvisar. Os produtos precisam ser competitivos, os prazos de entrega devem ser rigorosamente compridos e o serviço de assistência técnica, quando necessário, deve ser eficiente. Todo este conjunto de fatores é que nos faz dizer que exportar é um jogo, jogado por poucos, e por profissionais. Exportar não admite amadores, ou aventureiros contando apenas com boas intenções. [...] (MACIEL; LIMA, 2002, p. 31).

Dentre os participantes que atuam no mercado e participam de forma ativa para a o desempenho empresarial, tem-se uma rede de valores formadas por Concorrentes e Complementadores na linha horizontal e os Fornecedores e Fregueses na linha vertical. Para adquirir novas oportunidades estratégicas, necessita-se realizar a visualização do quadro de participantes de forma mais abrangente. A noção de interligação entre os participantes das atividades revela novas oportunidades estratégicas que encontram-se em pontos cegos quando focalizamos o direcionamento das atividades para um só componente. Considerando que os negócios se movem de forma a atingir conjuntamente as atividades realizadas por todos mesmo que realizadas em diferentes pontos de ação, a ação de buscar estratégias que interliguem as atividades e fortaleça as parcerias realizadas tendem a gerar melhores resultados. Nesse sentido a cooperação para prosperidade dos negócios ocorre em diferentes níveis de atuação, e pode ser considerada coopetição (NALEBUFF; BRANDENBURGER, 1996).

Os clientes são a principal fonte de renda da empresa, são eles que ordenam os pedidos e direcionam as atividades das empresas conforme os desejos tendências do mercado, ou ao menos deveria ser. Para poder atendê-los com as atualizações do mercado é de grande importância para destacar-se da atividade em massa saturada, criando um valor adicional no

empreendimento que justifique a escolha de seu produto ou serviço. A visão é que tais estratégias para modernização e melhor aproveitamento das capacidades competitivas podem ser feitas conjuntamente com outros empreendimentos, considerando fornecedores, complementadores e concorrentes. Ou seja, a coopetição existe a partir do momento em que se cria as alianças estratégias e se visualiza outros empreendimentos como parceiros motivados a investir em crescimento conjunto. A associação geralmente é realizada entre empresas de mesmo nível de desempenho para o incremento de suas atividades ou pode ocorrer entre firmas de diferentes níveis na medida que ocorre a complementação de atividades que sejam de suporte ou contribuindo para a empresa de menor tamanho a crescer na medida em que utiliza uma empresa ancora para subir o nível de seus ofícios (TSAI; HSU, 2014).

[...] Most works refer to dyadic relationships between big firms or between a focal firm and its suppliers/ clients. [...] Such relationships take place in different directions: a) vertical, in terms of supplier-customer diads; b) horizontal, between direct competitors; and c) at network level, with different actors and complementors in the value network [...] (BENGSSTON; KOCK, 2000 apud CZAKON; ROGALSKI, 2014, p. 30).

Considerando as ideias de Nalebuff e Brandenburger (1996, p. 16), o ambiente no qual acontece o mercado e disputa por clientes é considerado como um jogo no qual, a partir da exploração de ideias simplificadas de concorrência e cooperação, obtém-se “[...] uma visão de co-opetição mais adequada s oportunidades do nosso tempo. [...]”.

Figura 2 – Rede de Valores Empresarial

Fonte: Nalebuff e Brandenburger (1996, p. 29)

COMPANHIA CLIENTES

COMPLEMENTADORES

FORNECEDORES CONCORRENTES

Considerando os participantes no mercado, a partir de sua identificação é que terá a estratégia a ser utilizada com cada. A simetria entre eles é apresentada no momento em que se reconhece que o trabalho em comum acordo é benéfico a partir do momento que o parceiro entende necessidade a ser almejada. Na linha vertical identificasse que a relação com o fornecedor é tão importante quanto ao cliente. Estes, o fornecedor e o cliente, são os atores no qual estará se se direcionando as atividades empreendidas com a linha horizontal, concorrentes e complementadores. Em relação a linha horizontal, temos um modelo diferente se simetria, na qual o complementador soma valor ao seu produto no momento que ambos estão juntos e o concorrente diminui valor ao produto. A relação desempenha papel de espelho na qual os impactos das atividades se contra posicionam no momento em que afetam o seu empreendimento. Entretanto, ambos têm o seu valor para que o jogo aconteça com o equilíbrio do mercado e, dependendo do tipo de estratégia aplicada, pode-se obter benefícios de ambas as partes. Quando se trata de fregueses,

[...] um jogador é seu complementador se os fregueses valorizarem mais o seu produto quando eles têm o produto do outro jogador do que quando têm o seu produto isoladamente [...] um jogador é concorrente se os fregueses valorizam menos o seu produto quando têm o produto do outro jogador do que quando tem o seu produto isoladamente [...] (NALEBUFF; BRANDENBURGER, 1996, p. 29 - 30).

Em contrapartida, quando se trata de fornecedores,

[...] Um jogador é seu complementador se for mais interessante para um fornecedor proporcionar-lhe recursos quando você também está suprindo o outro jogador do que quando supre somente a você [...] Um jogador é seu concorrente se for menos interessante para um fornecedor proporcionar-lhe recursos quando também está suprindo outro jogador do que quando supre somente a você [...] (NALEBUFF; BRANDENBURGER, 1996, p.31).

Ou seja, não necessariamente o seu concorrente de fregueses será o mesmo de fornecedores visto a devasta quantidade de empreendimento que podem estar operando para o mercado e, mesmo que estejam concorrendo, a podem realizar acordos de cooperação mutua para que, ao invés de dividir as o bolo, o incrementem e consigam uma parte maior para cada. Nesse sentido, “[...] Outros jogadores podem complementar lhe ou concorrer com você na capitação de recursos dos fornecedores [...]” (NALEBUFF; BRANDENBURGER, 1996, p. 31). As alianças estratégicas tornam-se fundamentais para o ganho de competitividade. Criam ou incrementam o valor adicional, considerado fator decisivo para o desempenho internacional diante de grande competição existente entre os jogadores. Na coopetição, a

intenção de cooperar com um competidor é voltado para o fortalecimento das funções. Na medida em que se tem o aumento da confiança e concretização das atividades a longo prazo em direção ao objetivo mútuo, o resultado da parceria em direção à internacionalização, pode ser percebido (RITALA et al., 2014),

6 ANÁLISE DE ESTUDOS CONCEITUAIS E EMPÍRICOS

Para poder analisar como a estratégia de coopetição vem sendo empregada em vista de promover a internacionalização de empresas brasileiras de pequeno e médio porte, foi realizado um levantamento de estudos científicos. A revisão integrativa da literatura como método permite justificar, por meio de estudos empíricos e referenciais teóricos, quais as implicações da coopetição no âmbito empresarial. O processo de análise de casos reais, no qual o desenvolvimento foi pautado com a presença de cooperação com concorrentes, foi dividido em três etapas. A primeira trata de identificar os estudos encontrados a partir da pesquisa bibliográfica em bases de dados científicos virtuais, prosseguindo com a verificação de seus conteúdos e finalizando com a discussão e conclusão referente à gestão cooperativa das firmas nacionais.

A identificação dos estudos conceituais e empíricos que abordam a estratégia de coopetição na internacionalização de empresas foram auferidos de duas bases de dados de comunicação científica. A Fundação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) gerida pelo Ministério da Educação (MEC) disponibiliza o portal de periódicos no qual tem-se a publicação de diversos estudos na área de pós-graduação que permite a consolidação e a expansão do conhecimento em toda a Federação (CAPES, 2012). De modo semelhante a Scientific Electronic Library Online (SCIELO), é um portal online que oferece, assim como a CAPES, diversas publicações no banco de dados de estudos científicos. Em vista de responder ao primeiro objetivo deste TCC, as buscas de artigos científicos para analisar a coopetição empresarial foi realizada via CAPES e SCIELO. A seleção foi realizada com base em três critérios:

a) Artigos revisados por pares com publicação entre os anos de 2010 a 2018; b) Disponibilizados em inglês, espanhol ou português;

c) Que apresentassem estudos sobre a coopetição Interorganizacional focado em micro, pequenas e médias empresas.

A identificação dos estudos segue com a descrição das estratégias de coopetição empregadas na alavancagem da internacionalização de empresas e de setores empresariais. A partir da identificação dos resultados apresentados, a segunda parte foi elaborada com intenção de demostrar a composição de cada estudo cientifico baseado em duas categorias de análise: 1) Objetivo e resultados encontrados e; 2) Conceito e aplicação da coopetição. Na terceira parte avalia por meio dos resultados destes estudos científicos de caráter empírico, se a estratégia de coopetição alavanca a internacionalização das empresas brasileiras. Desse

modo, realizou-se um diagnóstico da viabilidade de implementação da coopetição nas MPMEs brasileiras voltadas para o ganho de competitividade no exterior, com base nos artigos científicos analisados.

Na busca por identificar os estudos que contribuem para a identificação do tema acerca da coopetição e relacionar a sua prática com a alavancagem da internacionalização direcionada às MPMEs, foram realizados nove tipos de combinações de palavras-chave e operadores booleanos para a pesquisar nas bases de dados. Os resultados chegaram ao total de 40 artigos acerca do tema coopetição. Aos que se enquadram dentro dos critérios de pesquisa de coopetição entre empresas com a aplicação dos lucros privados ao setores secundários ou terciários de MPMES, pode-se identificar 8 artigos classificados como válidos para o objetivo deste TCC. Estes estão divididos em 6 estrangeiros e 3 brasileiros, sendo que estes últimos dois estavam em duplicidade.

A primeira pesquisa foi realizada utilizando no Título contendo a palavra COOPETITION e contendo no Resumo e assunto a palavra INTERNATIONAL. Ao todo foram encontrados três estudos revisados por pares no qual dois deles se encaixam com o tema de coopetição empresarial. Ambos foram encontrados na base de dados de periódicos do Capes. A segunda pesquisa nas bases de dados foi realizada com a busca das palavras COOPETITION e SME contendo no Título. No Scielo não foi encontrado nenhum artigo com tais características e nos periódicos do CAPES encontrou-se um artigo. A terceira pesquisa foi embasada com a procura contendo no título a palavra COOPETITION e contendo no assunto ou no resumo a sigla SME. Resultaram no periódico do Capes, 3 estudos, sendo 2 revisados por pares, e que se enquadram dentro do tema de coopetição e internacionalização. A quarta pesquisa realizada nas bases Scielo e Capes foram caracterizadas pela busca avançada contendo no Título COOPETIÇÃO e contendo no resumo ou assunto PEQUENAS MEDIAS EMPRESAS. Na quinta pesquisa foi realizado na busca avançada contendo somente no Título a palavra COOPETIÇÃO. Na livraria eletrônica do Scielo foram disponibilizados ao todo 5 artigos revisados por pares, entretanto nenhum se aplicava ao tema de coopetição entre organizações privadas com fins lucrativos. No periódico do Capes, houve um número maior de artigos revisados por pares, totalizado 8. Destes, dois se aplicam ao tema, porém estavam em duplicidade. Eles estão publicados em bases diferentes e ambas vinculadas ao Capes. Nas três pesquisas realizadas sequencialmente não foram encontrados artigos que se encaixassem ao tema de cooperação com competidores em vista de ganhos de competitividade internacional com base nos critérios estabelecidos. Elas foram realizadas da seguinte maneira: Na sexta pesquisa utilizou-se na busca avançada os critérios de contém no título

COOPETIÇÃO e contém no assunto ou resumo INTERORGANIZACIONAL. Na sétima pesquisa buscou-se por contendo no Título COOPERAÇÃO e contendo no assunto/resumo INTERORGANIZACIONAL e qualquer índice INTERNACIONALIZAÇÃO. A oitava pesquisa se baseou na busca de contém no Título COOPERAÇÃO e no assunto ou resumo INTERNACIONALIZAÇÃO. Para finalizar, a última pesquisa realizada, enumerada como a nona consulta nas bases de dados Scielo e Capes, resultou em 1 artigo válido para análise, dos 3 identificados. Ela foi realizada contendo no Título COOPERAÇÃO e em todos os índices INTERNACIONAL E PEQUENAS MEDIAS EMPRESAS que originou um estudo de origem espanhol. Sendo assim, no quadro abaixo explicita-se a relação dos artigos válidos encontrados para a realização da análise.

Quadro 3 – Relação de pesquisas realizadas para a identificação de estudos conceituais e empíricos sobre coopetição na internacionalização.

PESQUISA BASE DE DADOS QUANTIDADE DE ESTUDOS REVISADO POR PARES ESTUDOS QUE SE APLICAM AO TEMA Conceitual Empírico 1. No Título COOPETITION e no Resumo/assunto INTERNATIONAL Scielo 0 Capes 3 2 x x x 2. No Título COOPETITION E no Titulo SME Scielo 0 0 Capes 1 1 x 3. No Título COOPETITION E no assunto/resumo SME Scielo 0 0 Capes 3 2 x x x 4. No Título COOPETIÇÃO E no resumo/assunto PEQUENAS MEDIAS EMPRESAS Scielo 0 0 Capes 1 1 x x 5. No Título COOPETIÇÃO Scielo 5 0 Capes 8 2 (iguais / diferentes bases) x x 6. No Título COOPETIÇÃO E no assunto/resumo INTERORGANIZACIONAL Scielo 2 0 Capes 0 0 7. No Título COOPERAÇÃO E no assunto/resumo INTERORGANIZACIONAL E qualquer índice INTERNACIONALIZAÇÃO Scielo 0 0 Capes 0 0 8. No Título COOPERAÇÃO E no assunto/resumo INTERNACIONALIZAÇÃO Scielo 8 0 Capes 6 0 9. No Título COOPERAÇÃO E todos os índices INTERNACIONAL E Scielo 3 1 x x

PEQUENAS MEDIAS EMPRESAS

Fonte: Autor (2018).

Pode-se perceber a partir das pesquisas realizadas que o baixo número de estudos encontrados sobre a coopetição em MPMES voltadas para área internacional, envolvendo os negócios internacionais e o comércio exterior, pode demostrar o pouco interesse acadêmico, ou ainda a falta de debate científico sobre a estratégia de coopetição. A maioria dos artigos identificados são de origem estrangeira, estudando casos empíricos de empresas que aplicaram o conceito da coopetição voltada para o mercado externo. Somente nas pesquisas 4 e 5 foram possíveis obter estudos brasileiros dentro dos critérios de seleção. Em comparação com a quantidade de artigos estrangeiros e brasileiros, encontramos uma leve inclinação na cultura de mercados polonês, alemão, espanhol, italiano e sueco, nacionalidades presentes nos artigos encontrados. Neles, o crescimento das atividades em coletividade que permite o aperfeiçoamento das atividades já é vista pelos empreendedores como forma de fortalecimento das relações comerciais em duas dimensões, na competitividade das empresas individualmente e no mercado como um todo. Com melhor eficácia atribuída a seus empreendimentos, protegem o seu ambiente econômico às ameaças externas, que tendem a encontrar maiores barreiras no momento de penetração dentro do mercado. Ou seja, na prática coopetitiva existe o aumento das possibilidades de permanência das organizações no mercado interno e externo. Considerando que o mercado se encontra mais exigente, torna-se difícil aplicar estratégias inovadoras para aumentar o grau de competitividade das MPMEs devido à restrição de recursos que as mesmas enfrentam (BENGTSSON; JOHANSSON, 2012). A busca por alianças estratégicas multidimensionais permite a realização de objetivos com menor esforço das partes, obtendo efeito sinergético proveniente do trabalho em conjunto “[...] onde o trabalho em conjunto é superior à soma dos resultados dos trabalhos individuais [...].” (PACHECO, 2011, p. 34).

Documentos relacionados