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Alimentos volumosos (forragens, silagens, fenos, ramas e restos de culturas agrícolas)

5.2 Processamento de mandioca

5.2.3 Alimentação animal

5.2.3.2 Alimentos volumosos (forragens, silagens, fenos, ramas e restos de culturas agrícolas)

As forragens verdes (pasto, capim elefante, leguminosas e outros) são conservadas na forma de silagens e fenos. Pastagem são os volumosos de corte para verão: capim-elefante; feijão-guandu e amoreira. Durante a “época das secas” as pastagens e as forrageiras de corte diminuem seu crescimento e seu valor nutritivo.

Para uma exploração racional da ovinocultura é essencial à conservação de alimentos produzidos na “época das águas”, para uso no período de escassez: silagem, silagem de milho, silagem de sorgo, silagem de capim-elefante, silagem de girassol, etc.

Os fenos de gramíneas são alimentos volumosos de boa aceitação pelos animais. Um bom feno tem cor esverdeada, grande quantidade de folhas, macio ao tato e com mais de 10%

de proteína bruta. Fenos pálidos, duros e com grande quantidade de talos são inferiores. Fenos de boa qualidade devem ser colhidos com 28 - 40 dias de vegetação, como exemplo: Coast- cross, Tifton, Rhodes, Áries e Aruana.

A chuva é o grande problema na produção de feno, pois fenos “chuvados” são de qualidade muito inferior. Feno de alfafa é de excelente qualidade, mas é caro para ser adquirido. Sua produção necessita de excelente fertilidade do solo. Para pequenas criações, o capim-elefante e outras forrageiras (capim guandu, leucena, colonião, etc.), também podem ser desidratados e produzir fenos de boa qualidade. Devendo ser picados e secos em terreiro em camada fina, revirando várias vezes ao dia e cobrindo a noite. Após secos podem ser ensacados ou armazenados a granel e cobertos para evitar reumidificação. Confecção contínua de pequenas quantidades durante o verão é o mais adequado.

A raspa da mandioca é um coproduto da indústria de farinha, resultante da pré-limpeza da mandioca. É constituída da ponta da raiz, casca e entrecasca, sendo considerado o principal coproduto da industrialização da mandioca, representando 5,1% da raiz deste

tubérculo (TAKAHASHI & FAGIOTO, 1990). A casca da mandioca, assim como a raspa devem ser secas ao sol ou em estufa de secagem antes de serem incorporadas às rações, para que se eliminem os problemas relacionados à conservação e a toxidez.

Alguns restos de culturas ou resíduos produzidos durante ou após a colheita de cereais, oleaginosas, tubérculos ou raízes e mesmo do processamento de frutíferas, podem ser utilizados para alimentação de ovinos.

Na tabela 33 estão apresentadas as composições bromatológicas dos principais coprodutos da indústria da mandioca usado na alimentação de bovinos de leite e de corte.

As palhas são, geralmente, pobres em proteína, com baixo valor energético e palatabilidade. Podem ser utilizadas para manutenção de ovelhas, na forma seca, devidamente suplementada com alimentos proteicos. A utilização de palhas e cascas de arroz não é recomendada devido a sua baixa digestibilidade. Palhas de milho, sorgo, aveia e trigo podem ser utilizados para manutenção de ovelha, quando desidratadas ou secas, suplementando-as com uréia (0,5 - 1,0%, com período de adaptação) e farelos de oleaginosas ou misturas alimentícios concentrada com elevado teor proteicos (18 - 20%). Devem ser picadas ou moídas e misturadas a alimentos mais palatáveis. Palhas de soja e feijão apresentam teor mais elevado de proteína bruta que as palhas de cereais, mas também apresentam baixo teor energético, podendo ser utilizadas se complementadas neste aspecto. As vagens apresentam valor nutritivo mais elevado e as cascas dos grãos tem bom valor nutritivo.

Tabela 33

Composição bromatológica da mandioca, parte aérea e dos coprodutos da mandioca, em % (base seca)

Coproduto MS PB EE FB MO FDN FDA NDT

Raiz - 3,1 1,3 3,1 - - - -

Parte aérea - 24,0 6,5 20,6 - - - -

Silagem (parte aérea) - 10,5 - - - 62,0

Silagem (1/3 superior da rama) 25,2 19,4 4,2 - 92,4 50,7 40,8 58,7 Feno (1/3 superior) 88,9 14,0 5,2 24,8 92,6 74,2 45,0 - Casca 89,2 3,7 2,74 - - 28,6 20,4 Raspa 88,7 3,6 1,15 - - 8,5 5,7 Farinha (varredura) 91,3 1,2 - - - 7,3 5,5

Massa (fécula úmida) 23 1,92 0,29 - - 30,5 22,6 Massa (fécula seca) 89 1,59 0,19 - - 28,8 22,9 Fonte: (Marques & Maggioni, 2009).

As ramas de mandioca, após a colheita das raízes e aproveitamento das manivas para novo plantio, podem ser utilizadas. Deve-se aproveitar o terço superior, que apresenta maior quantidade de folhas e menor de talos. Apresentam bom valor nutritivo e elevada palatabilidade possui entre 9 - 15% de proteína bruta e bom valor energético. Podem ser

picadas e secas ou conservadas como silagem, sem necessidade de aditivos. As variedades de mesa (mansas) apresentam baixo teor de ácido cianídrico, mas as variedades para farinha, denominadas bravas, apresentam teor elevado desta toxina; corte em cubos pequenos, secagem e ensilagem diminuem o teor desta substância e assim não causam problemas aos animais. Para fornecimento “in natura” deve-se picá-la com antecedência (12 horas) para que o processo de autólise enzimática diminua a toxidez. Também é aconselhável a introdução gradativa das ramas na dieta, visando adaptar os animais ao seu consumo.

Os resíduos de farinheiras são ricos em amido e podem ser utilizados para todas as categorias. Apresentam baixos teores de proteína bruta e minerais, principalmente cálcio e fósforo, mas bom valor energético, que varia em função do seu teor em amido e fibra. Substitui, parcialmente, o milho ou polpa cítrica e pode combinar-se com ureia ou farelos. Cascas de mandioca podem ser utilizadas, desde que seu conteúdo de solo aderido, seja pequeno.

A parte aérea da vegetação da mandioca caracteriza-se por apresentar maiores teores de fibra bruta e proteína, enquanto que as raízes apresentam elevados teores de carboidratos não estruturais. Corresponde a toda a porção da planta, que se encontra acima do solo e corresponde a cerca de 50% do peso da mesma, sendo composto por pecíolo (40%) e folhas (10%). Considerada como coproduto volumoso relativamente é rico em proteínas e com níveis apreciáveis de carboidratos não estruturais, podendo ser utilizada na forma fresca, ensilada ou na forma de feno, com composições variáveis em função da proporção de caules e folhas e, também da altura da colheita do material para a ensilagem.