• Nenhum resultado encontrado

Saúde 4 (CS4)

2.2 Histórico da matriz como metodologia de rateio

2.2.7 Alterações recentes da matriz

Em 2010 o governo federal, através do MEC/MPO editou o Decreto nº 7.233, de 19 de Julho de 2010, que dispõe sobre procedimentos orçamentários e financeiros relacionados à autonomia universitária, e dá outras providências. Este diploma legal sem dúvida é um marco regulatório relevante, pois embora já existisse de longa data é a primeira vez que a matriz de distribuição de recursos orçamentários destinados às IFES é formalizada pelo governo federal, em seu papel de mantenedor das mesmas. Além disso estabelece importantes ligações entre o critério de distribuição de recursos e as práticas orcamentárias legais.

Neste decreto vale destacar alguns pontos tais como o artigo 4o, cujo caput transcreve-se a seguir em sua íntegra.

Art. 4o Na elaboração das propostas orçamentárias anuais das universidades federais, o Ministério da Educação deverá observar matriz de distribuição, para a alocação de

R$ 0,00 R$ 200,00 R$ 400,00 R$ 600,00 R$ 800,00 R$ 1.000,00 R$ 1.200,00 R$ 1.400,00 C á lc u lo U BC FUB UFR J FUN REI FUN IRIO FUFR R FUM A FFFC MPA UFM G FAO D FUR G FCAP A FUFU B UFS C UFR RJ UFP B UFE S UFS M UFG O FUFP I UFR PE FUFS E UFP A FUFA P FUFO P FUFA C IFES

recursos destinados a despesas classificadas como Outras Despesas Correntes e de Capital.

A seguir o legislador no paragráfo 1o define:

§ 1o A matriz de distribuição será elaborada a partir de parâmetros definidos por comissão paritária, constituída no âmbito do Ministério da Educação, integrada por membros indicados pelos reitores de universidades federais e por aquele Ministério.

E, finalmente, no paragráfo 2o define: mais detalhadamente estes parâmetros:

§ 2o Os parâmetros a serem definidos pela comissão levarão em consideração, entre outros, os seguintes critérios:

I - o número de matrículas e a quantidade de alunos ingressantes e concluintes na graduação e na pós-graduação em cada período;

II - a oferta de cursos de graduação e pós-graduação em diferentes áreas do conhecimento;

III - a produção institucionalizada de conhecimento científico, tecnológico, cultural e artístico, reconhecida nacional ou internacionalmente;

IV - o número de registro e comercialização de patentes;

V - a relação entre o número de alunos e o número de docentes na graduação e na pós- graduação;

VI - os resultados da avaliação pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior - SINAES, instituído pela Lei no 10.861, de 14 de abril de 2004;

VII - a existência de programas de mestrado e doutorado, bem como respectivos resultados da avaliação pela Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES; e

VIII - a existência de programas institucionalizados de extensão, com indicadores de monitoramento.

A implementação de alguns itens acima envolve certo grau de complexidade. Por exemplo a inclusão de variáveis de extensão é de longa data pretendida pelo sistema das IFES. Neste caso o grande problema é criar indicadores tangíveis, compreensíveis e, sobretudo, auditáveis. Este desafio tem sido posto na discussão, mas é de difícil solução, pois “não existem dados consolidados e auditáveis para a incorporação de indicadores de extensão neste momento.

”(ANDIFES, 2012). Esta constatação já fora detectada pela ANDIFES sete anos antes, que na

ocasião recomendou a “necessidade de constituição, em caráter de urgência, de um banco de dados que possibilite a necessária pontuação do vetor extensão”(ANDIFES, 2005- a).

Igualmente tem sido solicitado a inclusão do ensino de graduação na modalidade a distância, que cresceu muito nos últimos tempos nas IFES. Todavia, esta modalidade parece apresentar características distintas do ensino presencial, e algumas destas características (como o custo para a instituição) ainda são desconhecidos. Outro aspecto é que esta modalidade (pelo menos nas IFES) tem sua oferta ligada a modelos específicos de financiamento.

Embora editado em 2010, somente no final de 2012, alguns destes parâmetros foram incorporados a matriz. Conforme previsto em seu artigo 4, § 1º do Decreto 7.233, a comissão paritária composta por membros indicados pelo MEC e pela ANDIFES, deu seus primeiros passos em 2011 e estabeleceu, em 2012, alguns dos parâmetros básicos para o ano de 2013, visando cumprir o disposto no Decreto. Dentre eles pode-se destacar que a distribuição dos recursos de Orçamento de Outros Custeios e Capital (OCC) para as universidades federais será baseada em uma equação cujas parcelas constituintes fornecem uma medida (ANDIFES, 2012):

a) do tamanho da instituição, mensurado em termos do número de alunos equivalentes; e

b) da eficiência/eficácia da instituição, mensurada em termos da RAP (relação aluno equivalente/professor equivalente) e da qualidade dos cursos ofertados em cada instituição, mensurada com base nos conceitos constantes nas bases de dados do INEP e da CAPES.

”(ANDIFES, 2012)

Pelos critérios estabeledidos por esta comissão, a variável tamanho responde por 90% do total e continua basicamente sendo composta dos alunos equivalentes dos cursos de graduação presencial, pós-graduação (strictu sensu) e residência médica.

Já para a parcela dos restantes 10% referentes à eficiência e qualidade das IFES foi proposta a divisão em três medidas, a saber: Fator da Relação Aluno Professor (FRAP), qualidade dos cursos de graduação e, qualidade dos cursos de pós-graduação.

O FRAP utilizado levava em conta a fração do total de aluno equivalente de cada IFES (já calculado na medida de tamanho) dividido pela quantidade de professores equivalentes de cada IFES (de acordo com o Banco de Professores Equivalente das IFES Portaria MP/MEC no. 440, de 17/10/2011).

Já o fator de qualidade dos cursos de graduação deveria levar em consideração o conceito dos cursos de graduação nas avaliações do SINAES, mas a comissão MEC/ANDIFES, recomendou, para 2013:“postergar a utilização deste indicador de qualidade em função da pouca representatividade dos dados dos conceitos CPC e/ou CC na base de dados do INEP.”(ANDIFES, 2012).

O fator de qualidade dos cursos de pós-graduação considerou os conceitos das avaliações da CAPES.

Apesar de trazer novos elementos para o cálculo da matriz, o conceito do aluno equivalente (considerando a retenção) foi mantido, e tem ainda um peso significativo.